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Revista M&T - Ed.283 - Maio 2024
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MINERAÇÃO

Impacto direto nos indicadores

Projetando aumento na demanda, o setor de agregados se volta para tecnologias que garantam maior eficiência de britagem e balanço energético ajustado nas operações

Comparado a anos anteriores, o setor de agregados no Brasil apresentou desempenho “modesto” em 2023, com crescimento de apenas 3%, atingindo 654 milhões de toneladas, sendo 272 milhões de toneladas de brita e 382 milhões de areia.

Os dados foram levantados pela Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), que estima crescimento “moderado” de 5% para 2024.

Mesmo assim, o momento é valorizado pelo setor. Segundo Fernando Valverde, presidente da Anepac, esses percentuais ainda não retiram o mercado dos patamares de 2010, embora seja possível que o índice surpreenda no ano, caso haja investimento não somente em obras públicas, mas também em desenvolvimento urbano.

“Continuamos esperançosos que os organismos públicos, especialmente a União, assumam efetivamente a questão do ordenamento territorial para o setor”, comenta.

O setor de brita, especificamente, tem registrado resultados positivos no estado de São Paulo. Em 2023, a produção chegou perto de 70 milhões de toneladas, sendo que os volumes bateram 33,5 milhões de toneladas na Região Metropolitana, 15% superior ao projetado.

“Tudo isso é reflexo dos investimentos em infraestrutura e do vigor da construção civil”, comemora Daniel Debiazzi, presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado de São Paulo (Sindipedras), destacando que a perspectiva para 2024 é de crescimento de 5%, um avanço que, embora pareça modesto, incide sobre o volume registrado no ano anterior.


Mercado está atraente para venda de equipamentos, em particular itens de desgaste

Na percepção do executivo, o mercado está atraente para as vendas de equipamentos, em particular itens de desgaste, que proporcionam melhorias no desempenho das máquinas de produção.

“O momento


Comparado a anos anteriores, o setor de agregados no Brasil apresentou desempenho “modesto” em 2023, com crescimento de apenas 3%, atingindo 654 milhões de toneladas, sendo 272 milhões de toneladas de brita e 382 milhões de areia.

Os dados foram levantados pela Associação Nacional das Entidades de Produtores de Agregados para Construção Civil (Anepac), que estima crescimento “moderado” de 5% para 2024.

Mesmo assim, o momento é valorizado pelo setor. Segundo Fernando Valverde, presidente da Anepac, esses percentuais ainda não retiram o mercado dos patamares de 2010, embora seja possível que o índice surpreenda no ano, caso haja investimento não somente em obras públicas, mas também em desenvolvimento urbano.

“Continuamos esperançosos que os organismos públicos, especialmente a União, assumam efetivamente a questão do ordenamento territorial para o setor”, comenta.

O setor de brita, especificamente, tem registrado resultados positivos no estado de São Paulo. Em 2023, a produção chegou perto de 70 milhões de toneladas, sendo que os volumes bateram 33,5 milhões de toneladas na Região Metropolitana, 15% superior ao projetado.

“Tudo isso é reflexo dos investimentos em infraestrutura e do vigor da construção civil”, comemora Daniel Debiazzi, presidente do Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado de São Paulo (Sindipedras), destacando que a perspectiva para 2024 é de crescimento de 5%, um avanço que, embora pareça modesto, incide sobre o volume registrado no ano anterior.


Mercado está atraente para venda de equipamentos, em particular itens de desgaste

Na percepção do executivo, o mercado está atraente para as vendas de equipamentos, em particular itens de desgaste, que proporcionam melhorias no desempenho das máquinas de produção.

“O momento é favorável para a apresentação de novidades e soluções” explana Debiazzi.

“O setor de agregados em São Paulo passou por uma repaginada a partir de 2020, entrando em um período de atualização de frotas, pois os produtores da região passaram a incorporar equipamentos novos.”

EVOLUÇÃO

De olho nessa demanda, vários avanços estão sendo incorporados aos produtos, especialmente relacionados à automação. Nos britadores cônicos da Sandvik, por exemplo, uma das novidades é a capacidade de medir a pressão da câmara de britagem e regular a posição do eixo principal, mantendo os níveis ideais de operação.

“A regulagem automática e instantânea da posição do eixo principal e, consequentemente, da APF (Abertura da Posição Fechada) é feita com o equipamento em operação”, explica Leandro Cambraia, gerente de vendas da Sandvik no Brasil, destacando que isso gera maior eficiência de britagem, permitindo obter o máximo na produção com o mínimo de energia.

“O britador torna-se capaz de se adequar às variações da alimentação, melhorando a performance ao trabalhar sempre com a câmara cheia.”


Para reduzir custos e aumentar a produção, as pedreiras têm investido em
melhorias de processo, controle e automação,
acompanhando a vida útil de revestimentos

Outra funcionalidade da automação é acompanhar a vida útil dos revestimentos de desgaste, o que evita que o equipamento trabalhe com desgastes acima do recomendado, uma situação extremamente prejudicial para os componentes mecânicos internos.

“A regulagem automática da APF também previne o desgaste irregular dos revestimentos, reconhecidamente a principal causa de desgaste precoce, prolongando a vida útil dos revestimentos”, complementa.

“Além disso, o sistema de automação afere a temperatura e a pressão dos óleos de lubrificação e hidráulico, permitindo a detecção e resolução de eventuais problemas.”

Em relação à redução de emissões, o especialista conta que o britador CH840, por exemplo, utiliza métodos de instalação de revestimentos que não requerem o uso de resina, contribuindo para a redução de resíduos e poluição.

Além disso, foram implementados filtros off-line que prometem prolongar a vida útil do óleo de lubrificação, reduzindo a necessidade de descarte e minimizando o consumo de componentes.

“A eficiência energética também é uma prioridade, com motores elétricos de alta eficiência e sistemas de automação que otimizam o desempenho, resultando em menor consumo de energia e emissões reduzidas”, acentua o gerente.

Na Metso, o maior avanço recente está ligado ao aumento da eficiência. De acordo com Hugo Athayde, coordenador de vendas para Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Região Norte, “as pedreiras têm investido em melhorias de processo, controle e automação, que proporcionam redução de custos e aumento de produção”.

Na sua concepção, o desgaste irregular geralmente está atrelado à falta de controle de processo, gerando aumento dos custos de operação e manutenção. “Quando dispõem de recursos eletrônicos em tempo integral, as empresas retiram do operador a tomada de decisão, tornando possível melhorar o consumo das peças ao desgastá-las de maneira mais uniforme, melhorando o rendimento da operação como um todo”, diz Athayde. “Com isso, o custo é reduzido com certeza.”

Em outro exemplo, o especialista cita os investimentos em ligas especiais, visando aumentar a vida útil e propiciar maior longevidade à câmara de britagem. É essa otimização entre geometria, softwares e recursos de engenharia que ajuda o cliente a extrair a melhor produtividade do equipamento.

“Nossa maior demanda para o mercado interno e de exportação é de britadores cônicos, utilizados geralmente nas etapas de rebritagem”, informa o especialista da Metso, que lançou na M&T Expo a nova família de britadores HPE, com promessa de aumento de disponibilidade, força e potência elétrica.

“A família reduz o tempo de manutenção, com menos consumo de lubrificantes e mais opções de câmara de britagem”, garante.

TENDÊNCIAS

Avaliando o mercado, Athayde percebe uma demanda elevada por eficiência energética, com esforço das pedreiras para processar mais material com menos energia.

Essa tendência pode se acelerar no Brasil, considerando que os equipamentos móveis tendem a ser mais exigidos com o aumento da demanda também em obras de infraestrutura.

“Essas empresas preferem dispor da oferta de agregados em localidades mais próximas à obra ou mesmo produzir no próprio local”, avalia.

Atualmente, a oferta de soluções híbridas – leia-se diesel e elétrico – já está consolidada no portfólio da Metso, especialmente para equipamentos móveis.

“Hoje, a política de pesquisa e desenvolvimento é totalmente focada em soluções que gerem melhoria dos indicadores de produção, produzindo com a mesma eficiência, porém consumindo menos quantidade de energia e água”, reforça Athayde.


Uso de ligas mais resistentes busca aumentar a durabilidade dos equipamentos

Na Superior, a tendência evolui a partir de estudos feitos pelo departamento de engenharia em pontos críticos dos componentes que mais sofrem desgaste.

“A partir dessas análises, os componentes são aprimorados para trabalhar com maior produção, vida útil cada vez mais prolongada e menor desgaste”, constata André Misael, diretor comercial da Superior Industries do Brasil.

De acordo com ele, os revestimentos especialmente são estudados para identificar possíveis melhorias, baseando-se no desgaste natural peculiar a cada operação.

“Com esse processo, a fabricante consegue atingir um bom custo-benefício para o cliente, aumentando ao máximo a vida útil do componente e ajudando a evitar paradas de máquina”, prossegue o executivo da Superior, que recentemente ampliou a localização de produtos como britadores cônicos, de mandíbula e de impacto, além de peneiras vibratórias, calhas de alimentação, revestimentos, transportadores de correia, materiais de desgaste e peças de reposição, agora fabricados no país.

Além de máquinas completas, a Superior produz localmente todos os componentes, incluindo rolos, cavaletes, tambores e outras peças. “Ou seja, a empresa de fato é uma fabricante completa, e não somente montadora”, destaca o diretor.

“Em razão disso, dá prioridade à contratação nos processos internos, ao invés de optar por terceirização.”

Em termos de produtos, a empresa aposta nos transportadores TeleStackers e em britadores para exportação. “Estamos trabalhando nas vertentes nacional e de exportação, de modo que a preocupação ambiental é uma realidade dentro do negócio”, observa Misael.

Segundo ele, a empresa produz equipamentos e insumos focados na redução do consumo de energia, seguindo as necessidades globais de redução de impacto.

“Cada vez mais, as máquinas exigem uma análise equilibrada entre consumo energético e produção, para que se possa extrair o máximo do equipamento, minimizando as interferências ambientais e ajudando a otimizar a planta do cliente com um olhar inteligente”, avalia.

RESISTÊNCIA

Em outra frente, as fabricantes têm procurado utilizar ligas mais resistentes para aumentar a durabilidade das mantas que revestem o interior dos britadores.

“Em alguns pontos, estamos aplicando cerâmica e chapas bimetálicas revestidas com elevada durabilidade, além de UHMW (Ultra-high Molecular Weight) para evitar a aderência de material processado em pontos de transferência e descarga”, relata José Rogério de Paula e Silva, diretor geral da Astec do Brasil.


Máquinas exigem uma análise equilibrada entre consumo energético e produção

O especialista acentua que a qualidade das mantas e revestimentos aumenta a disponibilidade física dos britadores.

“Com ligas mais resistentes, o intervalo entre as trocas pode aumentar de 15 para 25 dias, reduzindo o custo por tonelada de material processado, assim como o de manutenção e de produção”, calcula Silva.

De acordo com ele, os produtos com maior demanda atualmente incluem plantas de britagem e classificação de agregados e mineração geral, além de usinas móveis com instalação rápida, soluções de peneiramento de alta frequência e fresadoras.

“Em usinas de britagem, as inovações incluem softwares para controle de operação em tempo real, possibilitando o ajuste do equipamento, além de sistema integrado, câmeras e sensores de nível, entre outros recursos tecnológicos que já estão disponíveis no Brasil”, aponta.

Em relação à manutenção, o diretor da Astec lembra que os equipamentos podem ser monitorados à distância, por meio de telemetria.

“No 2º semestre, vamos disponibilizar óculos de realidade virtual, que permitem visualizar o equipamento em tempo real e de maneira remota”, antecipa o executivo.

“Assim, o técnico pode diagnosticar o problema sem se deslocar até o local, conferindo os pontos de intervenção.”

Saiba mais:
Anepac:
https://anepac.org.br
Astec: www.astecindustries.com
Metso: www.metso.com/pt
Sandvik: www.home.sandvik/br
Sindipedras: www.sindipedras.org.br
Superior: https://superior-ind.com/pt

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