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Revista M&T - Ed.272 - Abr/2023
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TENDÊNCIAS

As oportunidades do metaverso

Com a nova camada de realidade virtual, setor de equipamentos pode abrir novas possibilidades de interação com o cliente para treinamentos, apresentação e mesmo montagem de máquinas
Por Redação

Conceito que se tornou mais conhecido em 2021, quando Mark Zuckerberg anunciou os planos do projeto Horizon Worlds, primeiro ambiente virtual da companhia, o metaverso na verdade é uma ideia antiga. O termo se refere a espaços digitais coletivos, onde usuários podem criar avatares para interagir entre si, cuja origem remonta à obra do escritor norte-americano Neal Stephenson.

A primeira menção ao conceito se deu no livro ‘Snow Crash’ (1992) para descrever um jogo que se passa no universo cibernético. Anos mais tarde, a obra serviu como inspiração para a concepção de iniciativas precursoras como ‘Second Life’, que permitia manter vidas paralelas.

Muito além de abrigar conversas e relacionamentos, o metaverso é tratado como tendência em diversos segmentos. A ideia é unir digital e real (phigital), criando inúmeras possibilidades para os usuários. Por meio de óculos de realidade virtual e sensores, é possível observar e interagir com os elementos do espaço virtual. Ou seja, o objetivo é transcender o papel de observador, em um universo teoricamente sem limites.

A tecnologia ainda está nos passos iniciais. Em seu livro ‘Metaverso e Web 3.0’, o professor de marketing digital e mídias sociais, Fernando Souza, prevê que as empresas que se posicionarem como os “primeiros adeptos” (indivíduos conectados às tendências tecnológicas) vão garantir o pioneirismo e a longevidade dos empreendimentos.

De acordo com o pesquisador, esse mercado movimentará cerca de R$ 4 trilhões até 2024, inclusive gerando uma consequência inevitável no ‘metamarketing’, o que vai exigir novas estratégias das empresas.

As possibilidades são inspiradoras para o setor. Para quem atua com máquinas, a possibilidade de interface com a publicidade é um fator que merece atenção. Durante um show de música, por exemplo, um guindaste pode içar um telão com o logo do fabricante. Há, a


Conceito que se tornou mais conhecido em 2021, quando Mark Zuckerberg anunciou os planos do projeto Horizon Worlds, primeiro ambiente virtual da companhia, o metaverso na verdade é uma ideia antiga. O termo se refere a espaços digitais coletivos, onde usuários podem criar avatares para interagir entre si, cuja origem remonta à obra do escritor norte-americano Neal Stephenson.

A primeira menção ao conceito se deu no livro ‘Snow Crash’ (1992) para descrever um jogo que se passa no universo cibernético. Anos mais tarde, a obra serviu como inspiração para a concepção de iniciativas precursoras como ‘Second Life’, que permitia manter vidas paralelas.

Muito além de abrigar conversas e relacionamentos, o metaverso é tratado como tendência em diversos segmentos. A ideia é unir digital e real (phigital), criando inúmeras possibilidades para os usuários. Por meio de óculos de realidade virtual e sensores, é possível observar e interagir com os elementos do espaço virtual. Ou seja, o objetivo é transcender o papel de observador, em um universo teoricamente sem limites.

A tecnologia ainda está nos passos iniciais. Em seu livro ‘Metaverso e Web 3.0’, o professor de marketing digital e mídias sociais, Fernando Souza, prevê que as empresas que se posicionarem como os “primeiros adeptos” (indivíduos conectados às tendências tecnológicas) vão garantir o pioneirismo e a longevidade dos empreendimentos.

De acordo com o pesquisador, esse mercado movimentará cerca de R$ 4 trilhões até 2024, inclusive gerando uma consequência inevitável no ‘metamarketing’, o que vai exigir novas estratégias das empresas.

As possibilidades são inspiradoras para o setor. Para quem atua com máquinas, a possibilidade de interface com a publicidade é um fator que merece atenção. Durante um show de música, por exemplo, um guindaste pode içar um telão com o logo do fabricante. Há, ainda, a possibilidade de realizar competições universitárias, nas quais alunos de engenharia recebem a tarefa de construir um porto.

No metaverso, esses grupos conseguem se reunir para pensar em soluções, planejar tarefas e antecipar problemas. A atividade de manutenção, uma das áreas prioritárias de atendimento, também pode ser explorada, pois será possível simular ocorrências. Os usuários também serão desafiados a identificar inconformidades, entender as causas e avaliar como resolvê-las.

O setor de feiras e eventos também pode se beneficiar, em particular no segmento de grandes máquinas. Além de o transporte de equipamentos para exibição e test drive nos pavilhões envolverem custos consideráveis, muitas pessoas deixam de visitar esses eventos por não terem disponibilidade de tempo para viagens, principalmente no caso de feiras realizadas em diferentes países.

Em um futuro próximo, além da realização do evento físico, as feiras podem ocorrer simultaneamente no metaverso, abrindo oportunidade para se conhecer em detalhes as novidades dos expositores, usando apenas óculos de realidade virtual, por exemplo.


Tela do Crane Planner 2.0, da Liebherr: simulação de trabalhos complexos com guindastes

No segmento de guindastes, notadamente, o ambiente virtual mostra-se ideal para a simulação de operações, permitindo a mensuração de riscos e o conhecimento de fatores críticos potenciais.

Também torna mais fácil a tarefa de reunir, em um único ambiente, pessoas de diferentes regiões do mundo para treinamentos técnicos. Além disso, a operação de um equipamento pode seguir o conceito de gamificação – expandindo as oportunidades para atrair novos profissionais.

EXPERIÊNCIAS

Algumas fabricantes têm desenvolvido tecnologias que, embora ainda não estejam em um ambiente paralelo, começam a fazer imersão do público em realidades simuladas. A Liebherr, por exemplo, já conta com a ferramenta Crane Planner 2.0, que permite planejar e simular trabalhos complexos envolvendo os equipamentos.

“A aplicação possibilita a reprodução do que realmente acontece durante um içamento”, comenta Rene Porto, gerente comercial de guindastes móveis da empresa. O usuário, diz ele, pode fazer o download do mapa do local de trabalho, com todos os prédios e demais detalhes. “Com isso, consegue-se enxergar a situação como se realmente estivesse no canteiro, sem sair do escritório”, destaca.

Como não requer máquina parruda para funcionar, a aplicação permite que empresas menores a utilizem sem a necessidade de vultosos investimentos. No programa, é possível inserir a pressão do piso, assim como o comprimento e o tipo da peça a ser içada. Para simular a operação, o software conta com uma biblioteca de peças pré-definidas – como estruturas ou elementos pré-moldados – e possíveis interferências que podem o correr no canteiro.

Com isso, é possível uma visualização completa antes mesmo de a operação iniciar. “Quando chega para trabalhar, o operador já vai estar totalmente ambientado pois viu nos moldes 2D ou 3D o que pode acontecer, diz Porto. “Também saberá definir a configuração do guindaste, detalhes de contrapeso e outros detalhes.”

Atualmente, a solução está disponível em duas versões: uma gratuita (com os principais parâmetros de planejamento, dimensões simples e recurso 2D de visualização) e outra completa (que fornece informações detalhadas, modelos 3D interativos e visualizações de mapas do Google Maps).

A Manitowoc é outra fabricante que realiza experiências no universo virtual. “Já temos uma máquina no ambiente digital, mas ainda não disponível no metaverso”, conta Leandro Nilo Moura, gerente de marketing da Manitowoc Latin America. “A tecnologia atual permite que o usuário tenha uma noção clara do ambiente onde o equipamento está. Isso é muito interessante, considerando que se trata de um ativo valioso de mais de US$ 1 milhão.”

Por meio dos óculos de realidade virtual, a fabricante consegue apresentar toda a estrutura do equipamento e resolver uma logística antes complexa: a de enviar a máquina para diferentes estados. O sistema exibe o procedimento completo de montagem do equipamento, que começa com as patolas e, na sequência, a instalação dos contrapesos.

Depois, apresenta a parte da lança, a passagem dos cabos e, por fim, a fase de configuração. “É uma opção mais avançada que a do conference call, devido à possibilidade de reunir as pessoas em um galpão virtual e apresentar os detalhes da máquina”, comenta Moura.


A Manitowoc já utiliza ambientes virtuais para demonstração de produtos e treinamentos

Esse primeiro contato virtual com o equipamento torna mais fácil a montagem real, sem mencionar a questão de segurança – é possível realizar diversas simulações e avaliar as peças consideradas críticas. “Oferecer um passo a passo de montagem da máquina e a forma de realizar o transporte é um diferencial para a equipe que recebe o equipamento”, avalia. “Além disso, é possível esclarecer dúvidas e detalhes técnicos, com o benefício de contar com referência visual do equipamento, facilitando a compreensão e o aprendizado.”

O modelo da máquina em ambiente digital ainda não conta com simulação da operação, um passo mais avançado, porém possível. De acordo com Moura, essa situação envolve recursos e especialização que os fabricantes ainda não possuem. “Um fabricante dificilmente vai entrar nessa área e fazer uma simulação da operação detalhada no metaverso”, avalia.

Para ele, o mais factível são ambientes virtuais onde o usuário conhece a máquina, observa a montagem e, assim, adquire uma ideia dimensional do produto. “Pode acontecer de uma maneira cooperativa, até porque é algo que foge um pouco do core business.”

Apesar dessas possibilidades, existem limitações técnicas que podem atrasar o desenvolvimento da tecnologia. No Brasil, a aquisição de uma máquina capaz de criar as simulações envolve custos de cerca de R$ 30 mil, somando-se a esse valor mais R$ 15 mil para aquisição dos óculos de realidade virtual. Outro percalço é reunir dez ou mais pessoas em um ambiente cibernético.

“Em um computador extremamente robusto, essa aplicação consome em torno de 60% a 70% da capacidade de processamento da máquina para conectar apenas uma pessoa”, explica Moura. “Ou seja, não seria possível fazer a conexão de uma dupla.”

Uma das possíveis soluções seria a utilização de servidores dedicados. Mas nada impede que, no futuro, os fabricantes levem máquinas mais antigas para o mundo virtual. Isso depende, basicamente, da disseminação e popularização da tecnologia. Um possível caminho para a propagação do metaverso no segmento seriam parcerias entre fabricantes e locadoras para instruir os clientes no manuseio de grandes equipamentos, sem o risco de danificar os guindastes reais.

PLATAFORMA

Em outras áreas, o processo avança mais rápido. Na edição de 2022 do Web Summit, a Siemens apresentou aplicações práticas da plataforma digital Siemens Xcelerator. No evento, realizado em Lisboa em novembro, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer uma fazenda digital de agricultura subaquática por meio de realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR). A exposição criou um mundo subaquático fotorrealista, permitindo que as pessoas mergulhassem de forma cibernética.


O projeto Digital Farming da plataforma aberta Siemens Xcelerator cria mundos subaquáticos ciberbéticos

Com o uso dos óculos de realidade virtual, tornou-se possível conhecer a agricultura subaquática em quatro sentidos: ver e cheirar vegetais e frutas, ouvir o som do ambiente e sentir as texturas através de luvas de feedback total. A experiência se baseia em uma tecnologia de gêmeos digitais, que apresentam potencial para transformar economias e indústrias.

Ao conceber esse modelo totalmente digital, a tecnologia permitiu que a equipe do Nemo’s Garden desenvolvesse, adaptasse e controlasse as biosferas subaquáticas em escala. O projeto pioneiro e sustentável revela como a interoperabilidade de tecnologias e a colaboração de parceiros têm o potencial de gerar resultados promissores.

A experiência do metaverso fotorrealista foi viabilizada pelo uso da ferramenta ‘Unity’, um popular motor para jogos multiplataforma (usado em aplicativos mobile).

“O Siemens Xcelerator é uma plataforma digital de negócios aberta para clientes, parceiros e desenvolvedores”, explica Peter Körte, diretor global de estratégia e de tecnologia da Siemens. “É aqui que problemas do mundo real podem ser resolvidos rapidamente por meio da cooperação, colaboração e cocriação – e onde surgem as novas ideias e modelos de negócios.


BIG TECH
Meta freia o desenvolvimento do metaverso

Após perder em torno de US$ 230 bilhões em valor de mercado e demitir cerca de 13% de seu quadro, o conglomerado tem abordado com menos frequência a plataforma de conexão social baseada no mundo virtual e avatares, anunciada como a maior revolução on-line desde a invenção do celular.


Prioridadesem outras áreas diminuem o ritmo de desenvolvimento do metaverso

Segundo reportagem do UOL, os motivos incluem menos dinheiro disponível e maior foco em inteligência artificial. Além do interesse despertado não ser tão espontâneo como o ChatGPT, por exemplo, a plataforma exige altos investimentos em equipamentos imersivos, o que restringe seu acesso em massa.

“No entanto, o metaverso deve se consolidar no longo prazo”, ressalta a especialista Amy Webb, citada na matéria.

Vale lembrar que a Sobratema debate o assunto em evento on-line no dia 18 de maio.

Saiba mais:
Liebherr:
www.liebherr.com
Manitowoc: www.manitowoc.com
Siemens: https://new.siemens.com

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