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Revista M&T - Ed.277 - Setembro 2023
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SERVIÇOS

A transição para as máquinas elétricas

Crescimento no uso de soluções eletrificadas induz players do mercado de equipamentos a promover mudanças no atendimento, preparando-se para lidar com a nova tecnologia que desponta nos canteiros

O caminho a ser percorrido para a adoção plena de novas tecnologias é invariavelmente longo. Seja no setor de máquinas ou em quaisquer outros, as inovações são concebidas nas pranchetas e softwares de projetistas, atravessam exaustivas etapas de desenvolvimento e passam por testes rigorosos antes da assimilação por parte do público.

No entanto, engana-se quem imagina que o trabalho acaba quando a novidade começa a ser comercializada. Afinal, disponibilizá-la ao mercado significa que apenas uma parte da atividade está concluída. Depois disso, a indústria ainda deve preparar as operações e equipes para atender às demandas inéditas que surgem após a introdução de soluções recém-desenvolvidas pela indústria.

Esse é o caso dos equipamentos elétricos, cada vez mais presentes em diferentes obras pelo país e que demandam a organização de diversos aspectos ao seu redor.

“Essa será a década da transição dos motores a combustão para os elétricos”, prevê Marco Cazarim, líder da área de atendimento ao cliente da Volvo CE, que assumiu um compromisso estratégico de redução de emissões em produtos e fábricas. Para ele, a indústria precisa avançar com ações concretas.

“É o início da migração do diesel para a eletrificação, principalmente, para os equipamentos compactos”, observa. “Posteriormente, crescerão as opções para máquinas maiores. Mas, definitivamente, o futuro será dos elétricos.”

A busca por alternativas sustentáveis também impulsiona mudanças de paradigmas, na opinião de Cazarim, apontando para o processo global de introdução de elétricos, inclusive no Brasil. “Acreditamos que o ritmo de crescimento do parque de elétricos será exponencial”, projeta o executivo.

Racioc&ia


O caminho a ser percorrido para a adoção plena de novas tecnologias é invariavelmente longo. Seja no setor de máquinas ou em quaisquer outros, as inovações são concebidas nas pranchetas e softwares de projetistas, atravessam exaustivas etapas de desenvolvimento e passam por testes rigorosos antes da assimilação por parte do público.

No entanto, engana-se quem imagina que o trabalho acaba quando a novidade começa a ser comercializada. Afinal, disponibilizá-la ao mercado significa que apenas uma parte da atividade está concluída. Depois disso, a indústria ainda deve preparar as operações e equipes para atender às demandas inéditas que surgem após a introdução de soluções recém-desenvolvidas pela indústria.

Esse é o caso dos equipamentos elétricos, cada vez mais presentes em diferentes obras pelo país e que demandam a organização de diversos aspectos ao seu redor.

“Essa será a década da transição dos motores a combustão para os elétricos”, prevê Marco Cazarim, líder da área de atendimento ao cliente da Volvo CE, que assumiu um compromisso estratégico de redução de emissões em produtos e fábricas. Para ele, a indústria precisa avançar com ações concretas.

“É o início da migração do diesel para a eletrificação, principalmente, para os equipamentos compactos”, observa. “Posteriormente, crescerão as opções para máquinas maiores. Mas, definitivamente, o futuro será dos elétricos.”

A busca por alternativas sustentáveis também impulsiona mudanças de paradigmas, na opinião de Cazarim, apontando para o processo global de introdução de elétricos, inclusive no Brasil. “Acreditamos que o ritmo de crescimento do parque de elétricos será exponencial”, projeta o executivo.

Raciocínio semelhante é feito por Ricardo Senda, gerente de elétricos da XCMG, apontando que a maior circulação de elétricos vai levar automaticamente ao aumento da disponibilidade de postos de recarga. “Já existem eletropostos no Brasil, principalmente em São Paulo”, afirma. “Já há, inclusive, aplicativo que mostra onde se localizam estruturas em nível nacional.”


Infraestrutura adequada fará com que o mercado dê mais atenção aos benefícios oferecidos pelos elétricos

Segundo ele, uma infraestrutura para atender às necessidades dos elétricos faz com que o público passe a olhar com mais atenção aos benefícios oferecidos por esse tipo de máquina. O custo operacional, por exemplo, é inferior aos modelos a diesel (em alguns casos, chegando a 70%). “Ou seja, frente ao diesel, o elétrico se paga em torno de 3,5 anos”, diz Senda.

“Além disso, normativas governamentais podem estabelecer um caminho sem volta – como já acontece em São Paulo, onde atualmente só é permitido emplacar ônibus urbano elétrico.”

Outra fabricante que também conta com elétricos no portfólio é a Sandvik, que oferece uma linha de máquinas a bateria para atividades de carregamento, transporte e perfuração subterrânea.

“Além de economicamente competitivos em relação aos veículos tradicionais a combustão, esses produtos entregam benefícios de sustentabilidade, saúde e segurança”, destaca Cristiano Silva, gerente de linha de produtos de equipamentos da divisão Mining and Rock Solutions, confirmando que a equipe técnica da companhia passa por atualizações e treinamentos constantes para lidar com essas soluções.

ADAPTAÇÕES

Alguém pode se perguntar sobre as diferenças entre equipamentos elétricos e a combustão que justifiquem adaptações no atendimento. Afinal, uma análise do sistema rodante, por exemplo, mostra que ambos os modelos – elétrico e a diesel – são idênticos quanto a pneus, rodas, suspensão e freios.

Entretanto, as soluções se distinguem quanto à abordagem tecnológica. “Nesse ponto, somente montadoras com ferramental apropriado e mão de obra qualificada vão conseguir agir”, assegura Senda, mencionando que poucas as empresas já estão totalmente prontas para esse serviço. Porém, ele reforça que a expectativa é de crescimento ante a demanda.

“O processo com o elétrico será semelhante ao do diesel – lembrando que demoramos quase 40 anos para atingir o nível em que nos encontramos atualmente”, opina Silva.

De acordo com os especialistas, a diferença da manutenção e reparo de máquinas a diesel em relação às elétricas é considerável. Assim, a nova configuração exige uma série de treinamentos específicos para manusear os equipamentos.


Nova configuração exige uma série de treinamentos específicos para manusear os equipamentos

“É preciso saber desligar os sistemas, conhecer os procedimentos para o trabalho, a maneira de lidar com diferentes EPIs e adquirir novos conhecimentos sobre eletricidade e eletrônica”, enumera Cazarim. “Tudo isso, sem mencionar as novas ferramentas para atender essas demandas únicas.”

Junto às particularidades de manutenção, as máquinas trazem outros aspectos únicos. Nessa lista está o nível de emissões zero da versão elétrica, que traz benefícios ao meio ambiente. Há, ainda, o baixo nível de ruído, que facilita o uso dessa solução em áreas urbanas, ambientes fechados e período noturno.

Além disso, a introdução de elétricos também impacta diretamente a operação de pós-venda. Na Volvo CE, por exemplo, foram elaborados quatro níveis de treinamento – desde cursos voltados para técnicos responsáveis pela manutenção nas oficinas até conteúdos direcionados aos profissionais que atuam na área comercial.

Segundo Cazarim, o nível foi elevado para abranger toda a cadeia de colaboradores envolvida com os elétricos. “Dessa forma, eles terão todo o conhecimento necessário para fazer a introdução e a implantação da tecnologia”, afirma.

Para o executivo da Volvo, outro ponto crucial é capacitar os técnicos em responder às dúvidas dos usuários e lidar com diferentes tipos de desafios na ponta das operações. “Isso exige atenção em todas as frentes relacionadas aos clientes, com peças disponíveis e equipes bem-treinadas para promover a manutenção, além de pessoal especializado em monitoramento remoto e telemetria para suprir o mercado brasileiro e a região hispânica da América Latina”, diz.

Por sua vez, a Sandvik conta com uma equipe global qualificada e preparada para auxiliar os clientes no dimensionamento da oferta e avaliação de critérios de desempenho, características e projetos de carga disponíveis, além de diversos outros aspectos.

“Quem deseja implementar uma frota elétrica a bateria deve, prioritariamente, garantir alinhamento entre o financeiro e as operações do local sobre os potenciais benefícios da tecnologia”, recomenda Silva.


Para especialista, somente montadoras com ferramental apropriadoe mão de obra qualificada vão conseguir atuar com a nova tecnologia

O especialista menciona pontos de atenção como a investigação da viabilidade junto à equipe de planejamento – que considera variáveis como projeto da mina, parâmetros da frota, infraestrutura elétrica e ventilação.

Mas há outro ponto fundamental na equação. “Os caminhões e carregadeiras elétricos possuem diversas vantagens como a eliminação da emissão subterrânea, a diminuição do ruído e do calor e a redução da necessidade de infraestruturas ou sistemas de energia na mina”, acentua Silva. “Mas para que essa tecnologia avançada seja aproveitada em sua plenitude, também é fundamental que os operadores sejam bem-treinados e capacitados para tirar o máximo de proveito dos equipamentos.”

BATERIAS

Componente fundamental para o funcionamento de equipamentos elétricos, a bateria pode ser considerada o “coração” desse tipo de solução. Como a carga depende do regime de utilização da máquina, é preciso que sejam adotadas boas práticas para garantir a longevidade.

No caso da Volvo CE, a empresa trabalha com a expectativa (e a necessidade) de prover o máximo de informações e dados sobre o estado do equipamento ao usuário.

“Nosso foco é aumentar o rendimento operacional das máquinas para o cliente contar com o máximo de aproveitamento da ferramenta que tem em mãos”, comenta Cazarim, destacando que a empresa pretende, inclusive, oferecer novos serviços de consultoria e treinamentos. “Trata-se de uma nova forma de serviços, por meio de consultorias, ferramentas de produtividade e ferramentas digitais”, antecipa.

Quando termina a vida útil da bateria, o usuário das máquinas não precisa se preocupar com o descarte, um ponto que preocupa muitos especialistas em circularidade. Isso ao menos nos produtos da Volvo CE, que já mantém um programa específico para essa tarefa, que prevê uma segunda vida para as peças abastecendo casas ou espaços comerciais.

A ideia de reaproveitar as baterias também é defendida por Senda, apontando que já existem empresas no Brasil capazes de executar o processo de reciclagem (seja dando uma segunda vida útil para as peças ou extraindo os minérios para reciclagem total). “Isso já é feito na Europa, nos Estados Unidos e, principalmente, na Ásia”, ressalta. “Nessas regiões, são oferecidas uma segunda ou até mesmo uma terceira vida para as baterias usadas em carros elétricos.”

CAPACITAÇÃO

Uma nova tecnologia implantada no mercado e toda a infraestrutura preparada para aproveitá-la da melhor maneira possível perdem o valor caso a mão de obra não esteja pronta para lidar com a novidade. No caso dos elétricos, esse também é um ponto bastante desafiador. Mas para preparar esses profissionais, cada empresa adota estratégias próprias.

Na Volvo, são oferecidos treinamentos para a mão de obra interna e a rede de distribuidores. “Estamos fazendo a difusão dos canais de comunicação para prepararmos todos os times”, informa Cazarim. “Nessa nova fase de eletrificação, teremos mais treinamentos on-line para difundir os conhecimentos de maneira bastante ágil em todas as regiões do país.”

Na Sandvik, Silva conta que a companhia está consciente dos desafios em relação à disponibilidade de mão de obra qualificada, especialmente em áreas remotas. Por conta desse gargalo, a empresa age de maneira proativa por meio de programas de formação, adoção de tecnologias inovadoras e compromisso com saúde e segurança.


Equipes devem estar preparadas para auxiliar na avaliação de critériosde desempenho, características técnicas e projetos de carga disponíveis

“Trabalhamos para que nossos técnicos estejam preparados e capacitados para oferecer o melhor suporte possível aos clientes”, destaca. Segundo ele, uma estratégia imperativa é investir em programas abrangentes de treinamento, como é o caso do “Sandschool”, da própria Sandvik.

“Assim, podemos promover o desenvolvimento de habilidades técnicas sólidas, alinhadas às complexidades dos equipamentos elétricos e ao planejamento para os próximos cinco anos”, indica.

Essa abordagem não apenas preenche os gaps de habilidades, mas também tem a capacidade de fortalecer os times locais para atender às necessidades específicas das respectivas regiões. “Estamos empenhados na criação de programas de formação multifacetados, com a finalidade de preencher as lacunas existentes no mercado e disponibilizar equipes de técnicos e consultores altamente qualificados”, pontua Silva.

Com esse enfoque, ele diz que a equipe é capaz de responder às necessidades dos clientes de maneira mais ágil e eficaz, mencionando ainda tecnologias avançadas como diagnóstico remoto e suporte técnico on-line, que mitigam os desafios geográficos inerentes a áreas remotas.

“Através dessas ferramentas, nossos técnicos oferecem assistência direta e agilizam os processos de diagnóstico e manutenção”, conclui.

Saiba mais:
Sandvik:
www.home.sandvik/br
Volvo CE: www.volvoce.com/brasil/pt-br
XCMG: www.xcmg-america.com

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