Assessoria de Imprensa
20/04/2021 11h00 | Atualizada em 23/04/2021 16h15
O Brasil conta com tecnologia para implementar uma operação remota de equipamentos em serviços de engenharia em áreas com elevado risco para a vida das pessoas.
Os cases apresentados no Workshop Revista M&T, promovido virtualmente na semana passada, comprovam os diversos benefícios desse tipo de aplicação e, ao mesmo tempo, mostram a necessidade de planejar de forma estratégica, com uma visão diferente de uma obra com máquinas tripuladas.
“Esse tipo de operação gera uma série de situações, que nos obriga a pensar fora da caixa. Os processos possuem uma complexidade maior e é necessário trabalhar o pilar relacionado às pessoas, porque há uma mudança de perfil do operador, dos encarregados, de profissionais de apoio e da alta liderança”, disse Carlos Magno Schwenck, responsável pela Gestão de Equipamentos da Construtora Barbosa Mello, no evento on-line organizado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, que contou com a participação de cerca de 550 pessoas.
Para as obras de
...O Brasil conta com tecnologia para implementar uma operação remota de equipamentos em serviços de engenharia em áreas com elevado risco para a vida das pessoas.
Os cases apresentados no Workshop Revista M&T, promovido virtualmente na semana passada, comprovam os diversos benefícios desse tipo de aplicação e, ao mesmo tempo, mostram a necessidade de planejar de forma estratégica, com uma visão diferente de uma obra com máquinas tripuladas.
“Esse tipo de operação gera uma série de situações, que nos obriga a pensar fora da caixa. Os processos possuem uma complexidade maior e é necessário trabalhar o pilar relacionado às pessoas, porque há uma mudança de perfil do operador, dos encarregados, de profissionais de apoio e da alta liderança”, disse Carlos Magno Schwenck, responsável pela Gestão de Equipamentos da Construtora Barbosa Mello, no evento on-line organizado pela Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, que contou com a participação de cerca de 550 pessoas.
Para as obras de descaracterização de barragens, a empresa integrou as seguintes tecnologias: escaneamento de alta precisão, sistema de automatização de máquinas, rede de comunicação de dados e controle remoto das máquinas. Além disso, investiu na aquisição de novos equipamentos, embarcando as tecnologias para ampliar a confiabilidade na operação.
De acordo Schwenck, a gestão remota de equipamentos é uma inovação disruptiva, porque tanto o operador como o encarregado precisam realizar a gestão da máquina por meio de dados e imagens advindas da telemetria, de drones e do monitoramento em tempo real feito pelas câmeras e por meio de vibração de partículas.
Hugo Pereira Soares, diretor da Construtora Vale Verde, afirmou no Workshop Revista M&T que a aplicação da operação remota produz a mesma eficiência de uma operação tripulada e ainda conta com outras vantagens, como por exemplo, garantir a segurança das pessoas ao retirar o operador e outros envolvidos da zona de risco, a redução de custos e ganho de produtividade porque há uma melhor aproveitamento da jornada de trabalho dos profissionais, já que deixa de existir os deslocamentos de longas distâncias.
“Independentemente da área de atuação e da questão do investimento, essa é uma tendência que vai ser tornar cada vez mais próxima de nossas obras. É um fato irreversível, ainda mais com a proximidade da aplicação da tecnologia 5G. Esses equipamentos se tornarão comuns para todos”, disse Soares.
Ele ressaltou ainda que quanto maior for a distância entre a operação remota e a sala de controle, melhor precisará ser a tecnologia utilizada para reproduzir em tempo real o cenário para o operador. “O delay, por menor que seja, não pode existir, pois pode provocar acidentes. Assim, sistemas convencionais de imagem não podem ser aplicados”, pontuou.
Nesse sentido, uma tecnologia de rede móvel e dinâmica, capaz de se adaptar as variadas situações pode ser uma vantagem nesse tipo de operação. Tiago Barros, gerente técnico da Sitech Brasil, apresentou o protocolo de comunicação InstaMesh, criado pela Rajant, no qual cada rádio pode ser um repetidor e não apenas um usuário.
Com isso, utilizando outros equipamentos móveis, os rádios trafegam os dados e informações em tempo real, não sendo afetados por instabilidades ou barreiras físicas.
Barros trouxe um case de obra, no qual apresentou todo o processo para a implantação e operação de equipamentos não tripulados. Um equipamento essencial para esse tipo de obra é o drone, que permite realizar a topografia do local.
Por meio de softwares da Trimble, foi possível processar as informações da área da barragem, retirar todos os dados topográficos feitos por imagem e aplicar em outro software da mesma fabricante para construção do projeto 3D, que foi então embarcado nos equipamentos para realizar a execução automática na obra.
Além do projeto 3D, os equipamentos foram dotados de um kit, composto por cabos, periféricos, antenas GPS, sensores angulares para fornecimento de informações sobre a inclinação da lamina e da máquina, módulo de potência, que contribuir para manter a estabilidade elétrica e serve de proteção, e um computador de bordo, onde o operador irá se posicionar no projeto.
“É preciso oferecer um suporte customizado, além de distribuir câmeras de forma estratégica para que o operador tenha a melhor percepção possível”, disse Barros.
Como benefícios da operação remota, ele citou no Workshop Revista M&T a exclusão da necessidade de greidista ou pessoas próximas às máquinas; possibilidade de nivelamento técnico de todos os operadores, mantendo o padrão e a qualidade operacional; execução do projeto atribuindo camadas de escavação de forma uniforme; otimizando recursos; ganho de produtividade devido ao trabalho realizado com marchas mais alta.
Outro benefício relatado por Barros foi na área de inclusão social, com a possibilidade de contratar pessoas com deficiência (PcD) para esse tipo de trabalho, uma vez a operação ocorre de forma remota. “Diversos operadores, que possuem, por exemplo, problemas de coluna podem ser reintegrados para a operação não tripulada”.
No caso da Andrade Gutierrez, João Paulo Oliveira, gerente de equipamentos da construtora, falou sobre a primeira obra com 100% de equipamentos não tripulados foi iniciada em setembro do ano passado.
Por ser uma zona de autossalvamento (ZAS), onde não é permitida a presença de pessoas, para a instalação da fibra e câmeras de comunicação, a empresa precisou da ajuda de um helicóptero até chegar ao ponto principal onde seria executado o escopo do projeto. Foram instaladas oito antenas de comunicação em 400 metros.
Oliveira contou que, em apenas dois meses, houve a conclusão dos trabalhos de aceitação da obra, com antecipação dos prazos devido ao aumento da produtividade.
Em fevereiro deste ano, iniciou-se uma nova obra: a execução de inspeção de material rochoso pós-fragmentação. A frota aplicada é composta por caminhões basculantes, escavadeira, trator de escavadeira e motoniveladora.
Um dos principais desafios relatados por Oliveira está na retirada dos equipamentos da área, quando ocorre algum problema, pois é feito por outro equipamento não tripulado, o que aumenta o risco de danificar a máquina nessa situação. Por isso, ele reforçou a necessidade de melhoria constante para o desenvolvimento de soluções mais apropriadas.
Com tema central Engenharia 4.0: Operação Remota de Equipamentos, o Workshop Revista M&T contou ainda com a abertura do engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema, que salientou que a entidade tem acompanhado a evolução tecnológica desse mercado, contribuindo para sua disseminação em todo o país.
“Quando começamos não havia monitoramento nos equipamentos e, hoje, a operação remota é acessível e uma realidade na construção e na mineração. É um enorme avanço e modernização para as obras”.
Já Rolf Pickert, diretor geral da Messe Muenchen do Brasil, falou sobre a Smart.Con, que acontecerá nos dias 6 e 7 de julho. Baseado em quatro pilares – Engenharia, Infraestrutura, Real State e Rental –, o evento tem como objetivo apoiar o desenvolvimento do setor da construção e acelerar a transformação digital na área e contará com mais de 30 horas de conteúdo em sessões simultâneas e mais de 60 palestrantes. As inscrições estão abertas no site oficial.
O Workshop Revista M&T conta com o patrocínio ouro da ACR, Sitech e Sotreq; e prata, da Grimpmaster e Mercedes-Benz, e tem o apoio institucional da ABDIB - Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base; ABECE - Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural; ABIFER - Associação Brasileira da Indústria Ferroviária; AEERJ - Associação de Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro; ANALOC - Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações Representantes dos locadores de Máquinas, Equipamentos e Ferramentas; ANEOR - Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias; Brasinfra - Associação Brasileira dos Sindicatos e Associações de Classe de Infraestrutura; CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção; CREA-SP – Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de SP; Instituto de Engenharia; SICEPOT-MG – Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais; SICEPOT-PR - Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Estado do Paraná; SINAENCO - Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia; Sinduscon-SP – Sindicato da Indústria da Construção do Estado de São Paulo; SINICESP – Sindicato da Indústria de Construção Pesada do Estado de São Paulo e SINICON - Sindicato Nacional Da Indústria Da Construção Pesada.
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