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Revista M&T - Ed.259 - Novembro 2021
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Manutenção

Reforma amplia vida útil de máquinas e caminhões

Procedimento de restauro tem foco na renovação do equipamento, estendendo sua vida útil por períodos adicionais com a confiabilidade e desempenho de uma máquina nova
Por Marcelo de Valécio

Restauração, retrofit ou rebuild. Há vários processos de reforma que conferem um novo ciclo de vida útil aos ativos. Dependendo do tipo de revitalização, o bem pode retornar às condições de um novo, com a vantagem adicional de ter custo inferior.

Segundo especialistas, o valor da reforma depende do tipo de máquina, local onde opera e momento da intervenção ao longo de sua vida útil. “Em ambientes mais agressivos, o custo de uma intervenção pode chegar a 30% do valor de uma máquina nova”, destaca Daniel Ruzza Barreto, diretor comercial do Grupo Itaeté. “Geralmente, quando o equipamento ultrapassa 60% da vida útil, as reformas passam a não ser tão compensatórias, pois será preciso substituir itens de alto valor.”

Mas há certa divergência. Para o gerente de suporte ao produto da CNH Industrial, Paulo Cassimiro, a reforma de um conjunto custa em média 50% do valor de aquisição de um novo. “Muitos fatores convergem nesse comparativo, mas de forma geral a reforma pode custar entre 35% e 65% do valor de uma máquina nova”, aponta. “No entanto, já não é indicada quando o valor ultrapassa 75% do preço de um novo componente.”

Há vários tipos de reforma, que envolvem desde as mais simples, um pouco acima da manutenção de rotina, com troca de itens básicos para atender às novas normas de emissão ou segurança, até a restauração completa, em que o equipamento passa por um processo de reconstrução total.

No retrofit, por exemplo, é feita a modernização da máquina já considerada ultrapassada ou fora de conformidade com a legislação vigente. Nesse caso, são propostas soluções para adaptação tecnológica de sistemas hidráulicos, mecânicos e eletroeletrônicos. Dependendo da condição de cada um, são feitas trocas


Restauração, retrofit ou rebuild. Há vários processos de reforma que conferem um novo ciclo de vida útil aos ativos. Dependendo do tipo de revitalização, o bem pode retornar às condições de um novo, com a vantagem adicional de ter custo inferior.

Segundo especialistas, o valor da reforma depende do tipo de máquina, local onde opera e momento da intervenção ao longo de sua vida útil. “Em ambientes mais agressivos, o custo de uma intervenção pode chegar a 30% do valor de uma máquina nova”, destaca Daniel Ruzza Barreto, diretor comercial do Grupo Itaeté. “Geralmente, quando o equipamento ultrapassa 60% da vida útil, as reformas passam a não ser tão compensatórias, pois será preciso substituir itens de alto valor.”

Mas há certa divergência. Para o gerente de suporte ao produto da CNH Industrial, Paulo Cassimiro, a reforma de um conjunto custa em média 50% do valor de aquisição de um novo. “Muitos fatores convergem nesse comparativo, mas de forma geral a reforma pode custar entre 35% e 65% do valor de uma máquina nova”, aponta. “No entanto, já não é indicada quando o valor ultrapassa 75% do preço de um novo componente.”

Há vários tipos de reforma, que envolvem desde as mais simples, um pouco acima da manutenção de rotina, com troca de itens básicos para atender às novas normas de emissão ou segurança, até a restauração completa, em que o equipamento passa por um processo de reconstrução total.

No retrofit, por exemplo, é feita a modernização da máquina já considerada ultrapassada ou fora de conformidade com a legislação vigente. Nesse caso, são propostas soluções para adaptação tecnológica de sistemas hidráulicos, mecânicos e eletroeletrônicos. Dependendo da condição de cada um, são feitas trocas parciais ou completas.

Já no processo de rebuild, o equipamento retorna à condição análoga de um novo. Para isso, a máquina passa por um robusto processo de reforma, em que é completamente desmontada. O chassi, por exemplo, passa por inspeção geral, com recuperação de trincas, usinagem das articulações, medições e alívio de tensão antes da remontagem. “Essa é a etapa mais crítica do processo”, explica Rodrigo Amaral, gerente de suporte ao produto da Sotreq. “O power train e os demais componentes são totalmente reformados, seguindo todos os critérios do programa de reforma certificada.”

Procedimento deixa de compensar quando o equipamento ultrapassa 60% da vida útil

Além disso, também são reparados itens como radiadores, tanques, grupos de válvulas e cabine. “O intuito de uma restauração certificada é trazer o equipamento à mesma performance e durabilidade de um novo, com qualidade, confiabilidade e expectativa de vida útil equivalentes às de uma máquina atual”, assinala Teixeira. “Também é importante ressaltar o impacto ambiental da reutilização e reciclagem dos componentes, minimizando a quantidade de recursos e reduzindo o desperdício de matérias-primas.”

INDICADORES

Via de regra, o investimento em reformas varia conforme a necessidade e o escopo, como explica Carlos Fernando Teixeira, engenheiro de vendas da Komatsu. “A definição da aplicação é baseada em fatores como custo total, tempo de máquina parada, estratégia para a frota e disponibilidade de máquinas novas”, diz.

Segundo o engenheiro, as reformas têm foco na renovação do equipamento, estendendo sua vida por períodos adicionais, com a confiabilidade e desempenho de uma máquina nova, sendo uma solução viável ante o investimento necessário para renovação da frota. “A perda de performance do equipamento, a baixa disponibilidade operacional, informações obtidas nas inspeções e tendências das manutenções preditivas são alguns indicadores que sugerem a restauração”, descreve.

Reformas têm foco na renovação do equipamento, estendendo a vida por períodos adicionais

Esses indicadores definem se o equipamento deve passar pela restauração, e não apenas por manutenção de rotina. “Se, em curto espaço de tempo, o equipamento apresenta reincidência ou múltiplas falhas em diferentes componentes, impactando na disponibilidade, é o momento de se pensar na reforma”, ressalta Cassimiro.

Assim, são necessárias avaliações para determinar se uma máquina deve entrar em reforma. “Inicialmente, é efetuada uma análise da situação, com testes de performance de cada componente, inspeções de vazamentos e danos, avaliação das preditivas e do histórico”, acresce Teixeira.

Muitas dessas informações são registradas no sistema eletrônico do equipamento e, dependendo do fabricante, comunicadas à fábrica via sistema de monitoramento remoto. “Com base nesses dados, é definido um escopo baseado no que o equipamento requer para que seja revitalizado com confiabilidade”, prossegue. “Nesse caso, diversas soluções podem ser aplicadas: componentes substituídos por novos ou remanufaturados, troca de peças desgastadas e outras.”

Na restauração completa, o equipamento passa por um processo de reconstrução total

Alguns itens têm recomendação de substituição, conforme análise prévia, tais como mangueiras, acumuladores, itens elétricos etc. “Após a conclusão dos serviços, são realizadas as calibrações necessárias para o equipamento reconhecer os novos componentes e os testes de performance, semelhantes aos da máquina nova”, completa Teixeira.

PROCESSO

Segundo Barreto, são desenvolvidas rotinas diárias de inspeções baseadas nos indicadores, que vão além das manutenções previstas pelo fabricante. “Analisamos dados de horas trabalhadas, performance, consumo, emissões, qualidade do combustível, filtros e lubrificantes, além de itens de desgaste como pneus, material rodante e FPS”, afirma. “Assim, conseguimos detectar antecipadamente o momento de fazer as intervenções ou, até mesmo, a substituição definitiva do equipamento.”

Na CNH, é o dealer que faz a análise técnica inicial de fluidos, testes com ferramentas eletrônicas de diagnóstico, análise visual dos componentes, medição de folgas e desgastes, taxa de compressão de motor e outros. “O processo de restauro é feito com o suporte técnico da fábrica, para decidir sobre o que deve ser reparado ou substituído”, observa Fabio Oliveira, supervisor de vendas de peças da empresa. “Após a reforma, o equipamento passa por verificação final de parâmetros funcionais especificados pela fábrica.”

Com base em indicadores, aplicação garante confiabilidade e desempenho de uma máquina nova

Nesse processo, há componentes que devem ser trocados e outros que podem ser reaproveitados. “A definição disso depende de uma análise da condição”, afirma Teixeira. Geralmente, nas reformas mais completas são substituídos componentes elétricos, pinos e buchas, juntamente com reparos de cilindro, além de serviços de caldeiraria e pintura. “Como várias operações ocorrem em fábricas de fertilizantes, por exemplo, acabamos por substituir as cabines dos equipamentos”, acrescenta Barreto.

Já itens de maior valor agregado, como motor, transmissão, conversores de torque, eixos e caçambas, podem ser trocados ou reaproveitados. “O que geralmente não deixa de ser trocado são rolamentos, mancais, kits de reparo e vedações”, adiciona Oliveira, informando que carcaças, fundidos e usinados também podem ser reaproveitados.

Sobre as possíveis quebras, que indicam a necessidade de reforma, Oliveira faz questão de ressaltar que não é algo natural. “Quebra somente acontece quando o equipamento é mal utilizado”, ressalta. “O natural são intervenções em componentes que apresentam desgaste devido ao uso, podendo ser severo ou brando.”

Nesse ponto, Teixeira destaca que a suscetibilidade de quebra depende de fatores como severidade da operação, condição de manutenção prévia e modo de operação.

O antes e o depois da reforma: substituição de itens de alto valor limita o procedimento

ATUALIZAÇÕES

Atualizações tecnológicas e de segurança também fazem parte da maioria dos processos de reforma. De fato, é o momento de deixar o equipamento em condições até melhores – pois mais moderno – do que saiu de fábrica. “Com frequência, fazemos atualizações de softwares e hardwares responsáveis pela geração de dados sobre o desempenho das máquinas”, conta Barreto. “Geralmente, a parte de fios também é substituída, por se tratar de um dos itens mais críticos de segurança. Mas também executamos os laudos de fumaça, para garantir que os equipamentos impactem o mínimo possível no meio ambiente.”

Nesse ponto, Teixeira reforça que o objetivo é configurar a máquina conforme sua especificação original. Assim, algumas atualizações são adicionadas ao escopo do projeto conforme acordo prévio com o cliente. “Existem novidades que podem ser aplicadas, como calibrações mais eficientes, comunicação de dados, economia operacional etc.”, diz o executivo, ressaltando que a segurança vem em primeiro lugar. “Uma atualização que tenha impacto nesse quesito é recomendada para aplicação imediata, sem aguardar o momento da reforma.”

A reforma também pode envolver a atualização de sistemas eletrônicos, especialmente se houver a necessidade de intervenção em componentes como módulos, sistemas gerenciais e painéis. “Nesses casos, são realizadas as atualizações de acordo com a última versão compatível com o equipamento reformado”, pontua Oliveira.

Itens como chicotes elétricos, controladoras, cabos, luzes e outros são verificados durante a inspeção prévia e, se necessário, incluídos na reforma. “Já o sistema eletrônico do equipamento é o menos suscetível a danos e raramente requer substituição”, diz Teixeira.

Para Barreto, a atualização dos sistemas eletrônicos está diretamente ligada aos módulos dos equipamentos, um item que não é substituído no processo de reforma, salvo se estiver comprometido. “Nesse caso, é feita a substituição e são realizadas as respectivas atualizações”, completa.

GARANTIA

Em termos de garantia, a duração varia conforme a política de cada fabricante, já que, por lei, não existe regra específica para máquinas reformadas. Na Komatsu, quando são utilizadas peças genuínas e mão de obra do distribuidor, a garantia é a mesma de uma peça ou componente novo. Na CNH, as peças genuínas utilizadas no programa de reformas seguem a política de garantia definida pela fábrica, que é de um ano. Já na Itaeté, são 90 dias de garantia.

Contudo, Barreto lembra que, por mais completa que seja a reforma, o equipamento restaurado necessita de um período de adaptação, pois os itens substituídos precisam se ajustar ao trabalho. Com todos os cuidados, o procedimento compensa. “Uma máquina reformada apresenta vida útil até 30% maior do que uma máquina que não recebeu reforma”, acentua.

Aliás, a estimativa de vida útil de uma máquina reformada varia caso a caso. “Em média, estima-se que um equipamento completamente reformado tenha expectativa de vida de até 85% em relação a um novo, observando-se que devem ser realizadas as devidas manutenções e cuidados na operação”, frisa Cassimiro.

Até porque, seja em equipamentos novos ou reformados, podem surgir diversos problemas por desleixo com a manutenção. “Tanto um equipamento novo quanto um reformado devem receber os mesmos cuidados”, afirma Teixeira, destacando que as manutenções preventivas devem ser feitas conforme orientação do fabricante, somente com peças e lubrificantes genuínos e mão de obra do distribuidor. “Caso contrário, o desleixo pode impactar na redução de performance e levar à quebra de componentes”, finaliza.

Saiba mais:
CNH Industrial: www.cnhindustrial.com
Itaeté: www.itaete.com.br/itc-service
Komatsu: www.komatsu.com.br
Sotreq: https://sotreq.com.br

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