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Revista M&T - Ed.181 - Julho 2014
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Entrevista

"O mercado mais enxuto ‘purifica’ a concorrência"

Atual gerente geral da Manitowoc no Brasil, Mauro Nunes é responsável pela operação fabril e administrativa da empresa na América Latina. Com formação acadêmica em contabilidade e administração de empresas, no passado o executivo já trabalhou em outros setores produtivos, como alimentício e químico, mas sempre ligado a departamentos diretamente relacionados à administração e afins.

Há oito anos na Manitowoc, Nunes atuou anteriormente em outra fabricante de guindastes, na qual teve o primeiro contato direto com a área de equipamentos pesados para construção. Em sua atual companhia, por uma questão de estrutura empresarial, a área de vendas está sob a coordenação de outro executivo, com quem Nunes trabalha alinhado para manter a fabricante norte-americana atuante e competitiva em toda a região.

Nesta entrevista, o executivo relata alguns aspectos da operação da fábrica brasileira da Manitowoc, além de avaliar o mercado para esse tipo de produto e revelar as expectativas do grupo com as operações comerciais em território nacional.

M&T – Como avalia o mercado de guindastes na atualidade?

Mauro Nunes – Em 2013, diria que apresentou pouco crescimento, sendo que o mesmo se repetiu no primeiro semestre deste ano. Aliás, até agora, o ano está mais fraco do que o mesmo período do ano anterior. Por isso, a nossa estratégia tem se voltado mais à exportação, que já representa 70% das vendas dos guindastes que produzimos na fábrica brasileira. Exportamos principalmente para a América Latina, mas também já registramos casos de envio de equipamentos para África e Oriente Médio.

M&T – Em relação à fábrica local, o baixo crescimento do mercado brasileiro surpreendeu negativamente a empresa?

Mauro Nunes – No Brasil, vendemos guindastes há 10 anos, sendo que em 2008 iniciamos o projeto da unidade fabril no país para atender ao mercado local e à América Latina. Logo, trata-se de um projeto de longo prazo e, por isso, ainda não houve tempo de ocorrer qualquer “decepção”. Além disso, com a nossa estratégia de exportação, estamos conseguindo manter as projeções de vendas estabele


Atual gerente geral da Manitowoc no Brasil, Mauro Nunes é responsável pela operação fabril e administrativa da empresa na América Latina. Com formação acadêmica em contabilidade e administração de empresas, no passado o executivo já trabalhou em outros setores produtivos, como alimentício e químico, mas sempre ligado a departamentos diretamente relacionados à administração e afins.

Há oito anos na Manitowoc, Nunes atuou anteriormente em outra fabricante de guindastes, na qual teve o primeiro contato direto com a área de equipamentos pesados para construção. Em sua atual companhia, por uma questão de estrutura empresarial, a área de vendas está sob a coordenação de outro executivo, com quem Nunes trabalha alinhado para manter a fabricante norte-americana atuante e competitiva em toda a região.

Nesta entrevista, o executivo relata alguns aspectos da operação da fábrica brasileira da Manitowoc, além de avaliar o mercado para esse tipo de produto e revelar as expectativas do grupo com as operações comerciais em território nacional.

M&T – Como avalia o mercado de guindastes na atualidade?

Mauro Nunes – Em 2013, diria que apresentou pouco crescimento, sendo que o mesmo se repetiu no primeiro semestre deste ano. Aliás, até agora, o ano está mais fraco do que o mesmo período do ano anterior. Por isso, a nossa estratégia tem se voltado mais à exportação, que já representa 70% das vendas dos guindastes que produzimos na fábrica brasileira. Exportamos principalmente para a América Latina, mas também já registramos casos de envio de equipamentos para África e Oriente Médio.

M&T – Em relação à fábrica local, o baixo crescimento do mercado brasileiro surpreendeu negativamente a empresa?

Mauro Nunes – No Brasil, vendemos guindastes há 10 anos, sendo que em 2008 iniciamos o projeto da unidade fabril no país para atender ao mercado local e à América Latina. Logo, trata-se de um projeto de longo prazo e, por isso, ainda não houve tempo de ocorrer qualquer “decepção”. Além disso, com a nossa estratégia de exportação, estamos conseguindo manter as projeções de vendas estabelecidas. Atualmente, produzimos 150 unidades e esse é exatamente o volume que foi programado para o período. Então, novamente, posso dizer que não há decepção porque a nossa produção estimada está sendo cumprida. Mas creditamos o sucesso às exportações e certamente esperamos maior participação das vendas brasileiras nos próximos anos.

M&T – A propósito, qual é a capacidade produtiva instalada da fábrica?

Mauro Nunes – A fábrica brasileira da Manitowoc comporta até três pavilhões industriais e atualmente utilizamos apenas um, com 30 mil m². No local, a capacidade produtiva é de até 300 guindastes ao ano e, até 2017, esperamos atingir esse nível de produtividade, sempre seguindo o planejamento inicial para a fábrica. Para os períodos posteriores, devemos ampliar a produção com a ativação dos outros dois pavilhões, podendo produzir até 900 guindastes e gruas ao ano.

M&T – Isso indica uma grande confiança de retomada no mercado local?

Mauro Nunes – Claro. Em 2008, a projeção era de que teríamos mais de 500 bilhões de dólares em investimentos no setor da infraestrutura até 2022. E essa expectativa continua, pois há muita obra represada. Por isso, continuamos acreditando no Brasil e esperamos que as vendas para o mercado local superem as realizadas para outros países, invertendo a proporção de 30% e 70%.

M&T – Como a matriz tem avaliado o desempenho da fábrica brasileira?

Mauro Nunes – Como eu disse anteriormente, com as exportações atuais a projeção de produção e vendas da unidade se mantém dentro das expectativas iniciais. Então, para efeito global, a fábrica é um projeto bem-sucedido.

M&T – Quais produtos podem ajudar a aumentar a representatividade das vendas brasileiras em relação à América Latina?

Mauro Nunes – De modo geral, o Brasil tem mercado para todos os tipos de guindastes. É óbvio que, quanto maior é o crescimento, mais oportunidades aparecem para todas as linhas de equipamentos, tornando a competitividade mais agressiva. Nesse cenário, diria que os modelos Rough Terrain (RT) são um destaque, pois têm encontrado o seu espaço no mercado. Há cinco anos, praticamente não havia esse tipo de guindaste operando no país e hoje as grandes empresas de petróleo, o setor de mineração e as obras de infraestrutura de longa duração estão aceitando bem esses produtos, que são especialmente indicados para operar em terrenos acidentados.

M&T – Como avalia a concorrência, principalmente com a entrada de um grande número de empresas chinesas nos últimos cinco anos?

Mauro Nunes – Da mesma forma que o mercado crescente amplia a competitividade – pois o que se põe à venda acaba sendo consumido –, o mercado mais enxuto “purifica” a concorrência. E vejo que isso está acontecendo nesses dois últimos anos. Avalio também que os fabricantes nacionais, assim como os europeus e norte-americanos, se prepararam em termos de fabricação para lidar com a concorrência chinesa. E, hoje, acho que a disputa é mais leal do que era no começo dessa “invasão”. De todo modo, pelo tipo de produto que comercializamos, mantenho a avaliação de que os nossos maiores concorrentes ainda são os fabricantes europeus que atuam no Brasil.

M&T – Quais são os tipos de guindastes que a Manitowoc fabrica no Brasil?

Mauro Nunes – Com índice de nacionalização acima de 60%, são fabricados guindastes RT de 25 a 80 toneladas. Com isso, esses equipamentos podem ser comprados com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Finame. Mas também montamos gruas de cinco toneladas e, no ano que vem, devemos iniciar sua fabricação também com componentes locais. Como disse, há planos de expandirmos a capacidade produtiva começando justamente pelas gruas. Também não descartamos a fabricação de outros tipos de guindastes, mas isso, obviamente, é avaliado em segredo pela matriz.

M&T – Como é a estrutura da Manitowoc?

Mauro Nunes – Globalmente, a empresa faturou R$ 4 bilhões de dólares no último ano. No entanto, por ser uma companhia de capital aberto, não divulgamos faturamento por operações isoladas, como a brasileira ou a latino-americana. No Brasil, temos uma fábrica em Passo Fundo (RS), a matriz administrativa em São Paulo e as filiais de Pernambuco, Rio de Janeiro e Pará. Atualmente, contamos com um quadro de aproximadamente 220 funcionários distribuídos nessas regiões, mas a maioria (140, em média) fica em Passo Fundo. A Manitowoc é uma empresa matricial e a área de operações de Passo Fundo – assim como todos os departamentos diretos e indiretos (recursos humanos, tecnologia da informação, engenharia, desenvolvimento de componentes, compras etc.) – fica sob a minha gerência. A área de vendas fica sob a gerência de outro executivo, com o qual trabalho alinhado para conquistar os bons resultados anunciados.

 

 

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