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Revista M&T - Ed.229 - Novembro 2018
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A ERA DAS MÁQUINAS

Os guindastes no pós-guerra

Por Norwil Veloso

Lançado em 1946, o Hydrocrane Taylor possuía dois cilindros e era inicialmente montado sobre veículos militares como o Morris WD, visto nesta imagem

No final da Segunda Guerra Mundial e no período que se seguiu, o mundo passou por extraordinárias transformações políticas, econômicas e sociais que afetaram toda a sociedade por muitas décadas, inclusive em termos tecnológicos. Nos Estados Unidos, as locomotivas a vapor, por exemplo, começaram a ser substituídas. Em 1953, mais de 50% dessas máquinas já eram movidas a diesel.

Já expressiva durante a guerra, a produção em massa de escavadeiras, scrapers e guindastes continuou em ritmo acelerado. Lançada em 1940 pela Lorain, a série Motocrane, por exemplo, consistia de três modelos montados sobre chassis e foram entregues aos milhares às Forças Armadas. O MC-2 tinha capacidade de 7,6 ton, o MC-3, de 9,9 ton e o MC-4, de 13,5 ton. O guindaste MC-4, inclusive, recebeu uma montagem em pórtico para uso em portos. Posteriormente, foram agregados novos projetos, chegando-se a um total de 12 modelos com capacidades de até 58,5 ton e raio de 3 m.

A guerra, porém, reduziu significativamente a mão de obra disponível, o que impactou a disponibilidade de operadores. Foram criados cursos curtos, numa primeira atividade organizada de treinamento (A. C. Burch, um mecânico experiente da Marinha, e L.R. Jenkins, que havia participado do desenvolvimento do Motocrane, foram alguns dos pioneiros no desenvolvimento dessa atividade). Além desses modelos, foram fabricadas mais de 10.000 unidades do TL-20, a máquina com maior produção na época.

 

NOVAS IDEIAS

O proprietário de uma pedreira em Iowa, Vern L. Schield, não estava muito impressionado com os modelos disponíveis. Teve então a ideia de produzir um guindaste pequeno, rápido e versátil sobre pneus, que se movimentasse com facilidade. Como não existia nada parecido, sua máquina – que foi lançada e


Lançado em 1946, o Hydrocrane Taylor possuía dois cilindros e era inicialmente montado sobre veículos militares como o Morris WD, visto nesta imagem

No final da Segunda Guerra Mundial e no período que se seguiu, o mundo passou por extraordinárias transformações políticas, econômicas e sociais que afetaram toda a sociedade por muitas décadas, inclusive em termos tecnológicos. Nos Estados Unidos, as locomotivas a vapor, por exemplo, começaram a ser substituídas. Em 1953, mais de 50% dessas máquinas já eram movidas a diesel.

Introduzido pela Bucyrus-Erie em 1946, o Hydrocrane H-2 tinha lança telescópica de três seções e cilindros para luffing

Já expressiva durante a guerra, a produção em massa de escavadeiras, scrapers e guindastes continuou em ritmo acelerado. Lançada em 1940 pela Lorain, a série Motocrane, por exemplo, consistia de três modelos montados sobre chassis e foram entregues aos milhares às Forças Armadas. O MC-2 tinha capacidade de 7,6 ton, o MC-3, de 9,9 ton e o MC-4, de 13,5 ton. O guindaste MC-4, inclusive, recebeu uma montagem em pórtico para uso em portos. Posteriormente, foram agregados novos projetos, chegando-se a um total de 12 modelos com capacidades de até 58,5 ton e raio de 3 m.

A guerra, porém, reduziu significativamente a mão de obra disponível, o que impactou a disponibilidade de operadores. Foram criados cursos curtos, numa primeira atividade organizada de treinamento (A. C. Burch, um mecânico experiente da Marinha, e L.R. Jenkins, que havia participado do desenvolvimento do Motocrane, foram alguns dos pioneiros no desenvolvimento dessa atividade). Além desses modelos, foram fabricadas mais de 10.000 unidades do TL-20, a máquina com maior produção na época.

 

NOVAS IDEIAS

O proprietário de uma pedreira em Iowa, Vern L. Schield, não estava muito impressionado com os modelos disponíveis. Teve então a ideia de produzir um guindaste pequeno, rápido e versátil sobre pneus, que se movimentasse com facilidade. Como não existia nada parecido, sua máquina – que foi lançada em 1941 – definiu as bases do que viria a ser a Schield Bantam, fundada em 1946.

O primeiro guindaste produzido consistia em um chassi modificado de caminhão National, de 1932, no qual foi montada uma superestrutura produzida pelo próprio Schield, com material disponível na pedreira. Produzido após a criação da empresa, o guindaste Bantam era uma máquina que atendia perfeitamente às premissas iniciais do empreendedor.

Em 1946, a Bucyrus-Erie lançou o Hydrocrane com lança telescópica, dotado de uma série de avanços. Esse guindaste estava baseado nas ideias de Roy O. Billings, presidente da Milwaukee Hydraulics Corporation. No final de 1947, haviam sido vendidas mais de 200 unidades, mas Billings queria fazer algumas mudanças conceituais. Procurou então a Bucyrus-Erie, que adquiriu sua empresa em 1949. O guindaste produzido era o H-2, modificado um ano depois para o H-3. Esses guindastes foram o início da série Hydrocrane, que permaneceu por muitos anos em produção.

Mas os guindastes de lança treliçada ainda dominavam o mercado. Um exemplo típico era o TLDT-20, de 10,8 ton, produzido pela Michigan Power Shovel, montado sobre um chassi Ross.

No Japão, a Kato, fundada em 1895 para produzir motores, passou a fabricar locomotivas e vagões antes de lançar seu primeiro guindaste, em 1942. Uma estrutura giratória foi montada num chassi similar ao de um trator, equipada com uma lança com elevação acionada por guincho. Durante a guerra, essa empresa passou a produzir veículos militares.

PÓS-GUERRA

Com o final da guerra, começaram a aparecer problemas nos países europeus. Em 1945, a Orenstein & Koppel – que durante a guerra havia mantido oito fábricas e 135 filiais, com cerca de 20 mil funcionários – perdeu 80% de suas propriedades na Alemanha e todas nos demais países. A mesma situação ocorreu com vários outros fabricantes.

Grandes extensões das cidades estavam em ruínas. A remoção do entulho por ferrovias e antigos veículos militares foi feita inicialmente por processos manuais e, posteriormente, com pequenas escavadeiras e máquinas de terraplanagem. As áreas limpas eram usadas rapidamente para construção de habitações, ruas, sistemas de tráfego, parques e fábricas, criando um boom que levou a um grande progresso tecnológico devido à exigência de máquinas de maior produtividade.

Para os fabricantes americanos, os tempos eram maravilhosos, devido à disponibilidade de chassis que haviam retornado das frentes de batalha ou sequer haviam sido usados. A ideia de um guindaste que pudesse trafegar nas rodovias foi muito bem-acolhida, ocorrendo também avanços nos equipamentos de terraplanagem, que não precisavam mais de trilhos para se movimentar pelos canteiros.

A maioria dos fabricantes aproveitou a disponibilidade de veículos militares para criar suas máquinas a partir deles. Entretanto, alguns preferiram outro caminho, com foi o caso de Schield, que preferiu projetar e produzir veículos de transporte de 2 e 3 eixos, com ou sem tração integral.

A demanda na Europa era muito alta, mas a indústria estava muito longe de “voltar ao normal”. As esperas eram de 10 meses para uma betoneira e de até dois anos para uma escavadeira. Guindastes fabricados por Allen, Whitlock, Jones e Coles foram muito populares nessa época de início do pós-guerra.

Um dos grandes problemas eram os pneus. Os veículos eram de rodagem simples, portanto sua capacidade estava limitada pela capacidade dos pneus. A Coles modificou os guindastes EMA (Electro Mobile Aerodrome), criados em 1936 para a RAF, com acionamento elétrico, dois eixos e capacidade de 1,8 ton a 2,4 m de raio, para produzir o Mark VII, de maior capacidade, usado na montagem da casas pré-fabricadas, construídas em grande quantidade para suprir o déficit habitacional do pós-guerra.

CAPACIDADES

Modelo da Taylor & Sons, empresa pioneira ao lançar o primeiro guindaste hidráulico do mundo

A Steel, uma subsidiária da Coles, que não havia monopolizado sua produção para fins militares, lançou entre 1944 e 1945 novos modelos com capacidades entre 0,9 e 5,4 ton. Em 1946, a F. Taylor & Sons lançou o que pode ter sido o primeiro guindaste hidráulico, o Taylor Hydracrane, com dois cilindros que movimentavam a lança.

Cinco anos depois, a capacidade máxima dos guindastes havia subido para 18 ton e, em 1954, para 37 ton, em um desempenho considerado sensacional. Em 1963, foi ultrapassada a barreira das 100 ton, marca até então considerada intransponível.

Enquanto isso, a Ransomes e Rapier produzia guindastes de lança treliçada acionados por veículos diesel ou por uma combinação de motor a explosão e eletricidade. O Super Mobile Crane 8, por exemplo, podia manusear cargas de até 8,6 ton a uma altura de 15,5 m. Os veículos de quatro eixos, que foram uma tendência comum por muitos anos, passaram a ser usados, atendendo às diretrizes de tráfego em diferentes países.

Leia na próxima edição: Os primeiros equipamentos de pavimentação

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