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Revista M&T - Ed.255 - Julho 2021
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Transporte Pesado

Mercado em defasagem

A alta do dólar e do preço do aço atingem em cheio o mercado de guindastes e veículos extrapesados, criando impasses para a manutenção e a renovação das frotas no país

Fruto de uma conjunção de fatores, a falta de investimentos está afetando duramente o setor de guindastes e transporte extrapesado no Brasil. De acordo com Júlio Eduardo Simões, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa), há uma demanda consistente nas duas áreas, mas por conta da situação criada pela pandemia, com aumento de custos operacionais e instabilidade inflacionária, o setor enfrenta uma séria defasagem financeira, em especial no segmento de locação.

“Precisamos realinhar todos os preços, que vinham caindo há seis anos”, diz ele. “De forma geral, os custos operacionais já devem ter subido mais de 70%, mas esse número pode aumentar ainda mais.”

Segundo o dirigente, mesmo uma acomodação imediata dos preços não seria capaz de compensar os investimentos, tendo em vista os reajustes constantes dos equipamentos, por exemplo. E toda essa situação, prossegue o executivo, afeta seriamente o planejamento das empresas, que enfrentam dificuldades para atender à demanda crescente. “O volume de serviço aumentou muito e, por isso, também sentimos falta de mão de obra qualificada”, acresce Simões.

Para completar o quadro, a alta do preço do aço vem se somar aos fatores que atingem o setor. Segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o preço do insumo sofreu variação média de 79% de janeiro de 2020 a março de 2021. No início de maio, no mais recente reajuste, as siderúrgicas anunciaram aumentos que variam de 10% a 18%.

Além disso, a alta do dólar também atingiu diretamente a reposição de peças, impactando o mercado de guindastes e veículos extrapesados. “As máquinas estão mais velhas e tudo subiu muito”, ressalta o dirigente. “E, para piorar, temos hoje muita f


Fruto de uma conjunção de fatores, a falta de investimentos está afetando duramente o setor de guindastes e transporte extrapesado no Brasil. De acordo com Júlio Eduardo Simões, presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa), há uma demanda consistente nas duas áreas, mas por conta da situação criada pela pandemia, com aumento de custos operacionais e instabilidade inflacionária, o setor enfrenta uma séria defasagem financeira, em especial no segmento de locação.

“Precisamos realinhar todos os preços, que vinham caindo há seis anos”, diz ele. “De forma geral, os custos operacionais já devem ter subido mais de 70%, mas esse número pode aumentar ainda mais.”

Segundo o dirigente, mesmo uma acomodação imediata dos preços não seria capaz de compensar os investimentos, tendo em vista os reajustes constantes dos equipamentos, por exemplo. E toda essa situação, prossegue o executivo, afeta seriamente o planejamento das empresas, que enfrentam dificuldades para atender à demanda crescente. “O volume de serviço aumentou muito e, por isso, também sentimos falta de mão de obra qualificada”, acresce Simões.

Para completar o quadro, a alta do preço do aço vem se somar aos fatores que atingem o setor. Segundo pesquisa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o preço do insumo sofreu variação média de 79% de janeiro de 2020 a março de 2021. No início de maio, no mais recente reajuste, as siderúrgicas anunciaram aumentos que variam de 10% a 18%.

Além disso, a alta do dólar também atingiu diretamente a reposição de peças, impactando o mercado de guindastes e veículos extrapesados. “As máquinas estão mais velhas e tudo subiu muito”, ressalta o dirigente. “E, para piorar, temos hoje muita falta de peças.”

RENOVAÇÃO

Com efeito, o envelhecimento da frota e a insegurança com a mão de obra são fatores que preocupam. Com um parque de máquinas em torno de 3.700 unidades, principalmente guindastes, a baixa renovação da frota nacional de transporte pesado vem se tornando um problema a ser enfrentado para que o setor possa manter sua competitividade e eficiência.

Segundo Dasio de Souza e Silva Jr., vice-presidente executivo do Sindipesa, as locadoras e transportadoras estão sem condições de renovar suas frotas no momento, até pela alta dos custos.

Mesmo que algumas empresas produzam localmente seus guindastes, especialmente modelos articulados, diversos componentes vêm do exterior. Desse modo, a oscilação cambial impacta tanto na remuneração do capital quanto na depreciação dos ativos. “As peças de reposição não têm ex-tarifário”, observa. “Já os produtos com esse benefício têm tarifa de importação reduzida a zero, especialmente no segmento de guindastes de porte maior.”

Nesse quadro, a importação de peças de reposição vem se tornando bastante onerosa. “Paga-se um elevado custo de impostos para essas peças”, comenta o vice-presidente. “Com isso, a reposição da frota fica difícil.”

Com equipamentos voltados especialmente para os setores de mineração, infraestrutura e óleo & gás, o executivo afirma que o Brasil tem um parque significativo de guindastes e soluções de transportes.

Mas ainda há espaço para crescer. “Para isso, é preciso investir em renovação de frota, para que as máquinas que trabalham em um período maior de tempo possam ser reaproveitadas no seu potencial máximo”, ele argumenta.

Saiba mais:
Sindipesa: sindipesa.org.br

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