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Revista M&T - Ed.258 - Outubro 2021
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Era das Máquinas

Guindastes monumentais no final do século XX

Por Norwil Veloso


Lançado em 1981, o guindaste de esteira Liebherr LR 1600 contava com luffing derrick e lastro suspenso de 730 ton, com momento de carga chegando a 18.000 ton.m

O impressionante desenvolvimento tecnológico da década de 80 e seguintes permitiu aos projetistas atender à demanda crescente por soluções de projeto que trouxessem melhor desempenho e performance dos guindastes, construindo lanças mais longas e mais leves e aumentando significativamente a capacidade de carga, inclusive de máquinas com lança telescópica, que tinham limitações no trabalho com lança estendida.

O desenvolvimento de aços de alta resistência e a entrada do computador, viabilizando sistemáticas de cálculo impossíveis de serem realizadas até então, também permitiu a sobrevivência dos fabricantes dentro de um mercado de competitividade global cada vez maior.

Essa evolução causou impacto no planejamento das obras, uma vez que os guindastes telescópicos podiam ser posicionados com facilidade nos locais de trabalho, sem necessidade de espaço extra para montagem da lança, além de terem um custo muito mais baixo para entrar em operação.
Assim, essas máquinas passaram a marcar presença em obras industriais e na construção de refinarias e siderúrgicas. Cúpulas de reatores de usinas nucleares podiam ser totalmente montadas em um pátio independente e depois colocadas no lugar por guindastes sobre esteiras.

FORA DE ESTRADA

No final da década de 80, a tecnologia tinha chegado a um ponto em que era possível içar cargas enormes e movê-las por distâncias significativas até o local de instalação. Isso possibilitou a pré-montagem de conjuntos ainda maiores, o que foi feito com eficiência na construção de plataformas de perfuração, graças aos guindastes sobre esteiras fabricados por empresas como Manitowoc, American Hoist, Demag, Liebherr, Hitachi e Sumitomo.

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Lançado em 1981, o guindaste de esteira Liebherr LR 1600 contava com luffing derrick e lastro suspenso de 730 ton, com momento de carga chegando a 18.000 ton.m

O impressionante desenvolvimento tecnológico da década de 80 e seguintes permitiu aos projetistas atender à demanda crescente por soluções de projeto que trouxessem melhor desempenho e performance dos guindastes, construindo lanças mais longas e mais leves e aumentando significativamente a capacidade de carga, inclusive de máquinas com lança telescópica, que tinham limitações no trabalho com lança estendida.

O desenvolvimento de aços de alta resistência e a entrada do computador, viabilizando sistemáticas de cálculo impossíveis de serem realizadas até então, também permitiu a sobrevivência dos fabricantes dentro de um mercado de competitividade global cada vez maior.

Essa evolução causou impacto no planejamento das obras, uma vez que os guindastes telescópicos podiam ser posicionados com facilidade nos locais de trabalho, sem necessidade de espaço extra para montagem da lança, além de terem um custo muito mais baixo para entrar em operação.
Assim, essas máquinas passaram a marcar presença em obras industriais e na construção de refinarias e siderúrgicas. Cúpulas de reatores de usinas nucleares podiam ser totalmente montadas em um pátio independente e depois colocadas no lugar por guindastes sobre esteiras.

FORA DE ESTRADA

No final da década de 80, a tecnologia tinha chegado a um ponto em que era possível içar cargas enormes e movê-las por distâncias significativas até o local de instalação. Isso possibilitou a pré-montagem de conjuntos ainda maiores, o que foi feito com eficiência na construção de plataformas de perfuração, graças aos guindastes sobre esteiras fabricados por empresas como Manitowoc, American Hoist, Demag, Liebherr, Hitachi e Sumitomo.

Para minimizar o problema de flexão das lanças telescópicas quando totalmente estendidas, Demag, Liebherr e Gottwald utilizaram um sistema de cabos fixos para reduzir as tensões de flexão, permitindo assegurar alta capacidade às máquinas.

Nessa década, também surgiram os primeiros guindastes AT (all-terrain), que tanto podiam trafegar em alta velocidade nas rodovias como se deslocar dentro dos canteiros de obra. Os projetistas buscaram combinar a mobilidade dos guindastes sobre caminhão com as características fora-de-estrada dos guindastes RT, o que foi feito com sucesso.

Esse sucesso se deveu, em grande parte, ao trabalho da Liebherr para atender a uma encomenda de máquinas para a construção de gasodutos na União Soviética, particularmente uma linha de 5.000 km a partir da Sibéria. Os guindastes precisavam ter bom desempenho fora de estrada, serem confortáveis para tráfego rodoviário e ter uma construção que permitisse elevar a parte superior.

O resultado do desenvolvimento foi o LTM 1055, considerado o pai dessa tecnologia. Possuía quatro eixos com pneus únicos, todos esterçáveis e com tração, podia se deslocar em rodovia a 65 km/h e tinha um sistema hidropneumático de suspensão que permitia elevar a superestrutura em cerca de 300 mm.

Em 1983, a P&H lançou seu guindaste AT Omega S 35/40, da faixa de 40 ton, com dois eixos, sendo um sucessor do Omega S20, de 20 ton

CAPACIDADES

O mercado russo, tradicionalmente fechado, passou a adquirir máquinas estrangeiras, principalmente alemãs. O mercado americano, embora dispusesse de vários fabricantes de guindastes de lança telescópica e treliçada, mantinha a capacidade das máquinas telescópicas em torno de 300 ton, enquanto os alemães partiam para capacidades cada vez maiores, em ambas as versões.

A Demag havia ultrapassado o limite de 800 ton em 1978, mas em 1985 a Gottwald superou os limites ao criar um guindaste com lança telescópica com capacidade de 1.000 ton. A Demag lançou então o CC 1200, com capacidade de 1.200 ton.

A Gottwald também entrou no mercado com guindastes cada vez maiores. Alguns de seus guindastes AT utilizavam uma curiosa cabina dupla, na qual os comandos do operador e do motorista do veículo estavam montados em sentidos diferentes. Para trafegar em rodovias, a lança era posicionada para trás. Ao todo, a linha era composta por sete modelos, com capacidades entre 21 e 100 ton.

Em 1980, a empresa lançou o MK 1000, com capacidade de 100 ton e, em 1982, o AK 1200, de 120 ton, que podia içar 115 ton em um raio de 48 m. No início de 1985, lançou ainda o AMK 1000-103, telescópico, com capacidade de 1000 ton.

A Gottwald produziu também guindastes para as minas de lignita a céu aberto do leste europeu, destacando-se a linha AT de 4 eixos, com capacidade de 80 a 100 ton. No final da década, o inovador AMK 401-83 estava em desenvolvimento, quando a tecnologia de guindastes telescópicos da empresa foi vendida para a Krupp, e o restante da linha, para a Mannesmann Demag.

Em 1987, atendendo uma encomenda da Itália, a Demag produziu o CC 12000, de 40.000 ton.m, que içava 2.000 ton em um raio de 60 m, utilizando um implemento derrick com contrapeso independente. Na área de guindastes sobre esteiras, destacou-se o LR 1600, vendido para o Canadá para montagem de trocadores de calor em usinas nucleares, elevando 365 ton num raio de 50 m.

No final de 1980, a Kobe lançou seu primeiro guindaste RT, fabricado sob licença da P&H e, três anos depois, lançou um guindaste Kobelco de projeto próprio, alinhado às necessidades do mercado japonês. Em 1981, a Koehring vendeu sua divisão de guindastes pesados para a Kobe, que também recebeu 10% das ações da Harnischfeger (P&H).


Com capacidade de içar 144, o modelo Manitowoc 3950WT destacou-se em obras para o Departamento de Energia Atômica dos EUA

Após a venda da American Hoist & Derrick para a American Crane Corporation, sua produção ganhou ímpeto, sendo lançados o 9320 Sky Horse e o 7150, totalmente novos, seguidos por diversos modelos espetaculares, a maioria com a palavra “Horse” no nome.

Entre eles, destacam-se modelos como Super Sky Horse, uma evolução do 11320 sobre esteiras, Ringlifter Ring Horse, M-1000, com capacidade de 315 ton e M-1500, com capacidade de 900 ton sem necessidade de acessórios especiais. O Super Sky Horse era equipado com um contrapeso móvel sobre pneus fixado na traseira da máquina básica. Podia girar e se locomover com uma carga de 900 ton presa no gancho e tinha capacidade de 63 ton com lança de 180 m.

A Manitowoc produziu guindastes para uso nos testes de armas nucleares. Um guindaste sobre pneus 3950WT foi usado para executar as perfurações para instalação de instrumentos de medição e um 4600 montado em anel foi usado para descarga de barcaças e navios.

O projetista Neil F. Lampson desenvolveu modificações nos guindastes da marca desde os anos 70. Uma lança tipo derrick e uma unidade independente sobre esteiras para transporte de um contrapeso adicional elevaram substancialmente a capacidade desses guindastes. O Translift Series III modelo LTL-1500, cuja capacidade era de 2295 ton a 15,3 m, era um derrick sobre esteiras com uma viga de ligação com o contrapeso sobre esteiras.

De configuração similar e produção posterior, o LTL-2000 tinha capacidade de 3.600 ton e foi usado na construção de plataformas de perfuração de petróleo e na construção de complexos petroquímicos. Guindastes desse tipo içaram as maiores cargas da história. O LTL 1500, por exemplo, elevou 1.655 ton a um raio de 60 m, enquanto o LTL-2000 podia içar 855 ton em um raio de 70 m, tendo um momento de carga de 59.850 ton/m.

Conheça as publicações da HCEA

A missão da Historical Construction Equipment Association (HCEA) é coletar dados e preservar a história dos equipamentos de construção, dragagem e mineração de superfície. Parte do cumprimento dessa missão está na publicação de uma revista e um calendário.

A revista impressa trimestral “Equipment Echoes” é enviada aos 3.000 associados de todo o mundo. Em três das quatro edições de cada ano, os artigos abordam a história dos fabricantes e modelos de equipamentos, além de apresentarem reportagens sobre equipamentos antigos e ensaios fotográficos de obras e minas. Já a quarta edição contém a cobertura da “Convenção e Exposição Anual de Equipamentos Antigos”, com fotos coloridas de máquinas antigas trabalhando ou em exposição.

Por sua vez, o calendário apresenta uma coleção de 12 fotos de equipamentos pesados em preto e branco, datadas do final do século XIX até os anos 70. Muitas empresas encomendam o calendário para utilização como ferramenta de marketing. A anuidade é de US$ 35 fora dos Estados Unidos e Canadá. A receita ajuda a manter a estrutura da entidade, resguardando a história dessa indústria para as gerações futuras. Mais informações estão disponíveis em: www.hcea.net.


A revista “Equipment Echoes” é enviada a 3.000 associados em todo o mundo

Leia na próxima edição:
A saga da Ponte Rio-Niterói

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