P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.257 - Setembro 2021
Voltar
A Era das Máquinas

Da Moto Agrícola à New Holland

Por Norwil Veloso

Fundada em 1903, a New Holland se tornaria um dos principais fabricantes do mundo

A década de 50 marcou o início da tomada de decisões voltadas para a implantação da indústria de bens de capital no Brasil, assim como de políticas voltadas para o desenvolvimento agrícola em grande escala.

A entrada de grupos americanos e europeus foi fundamental para a implantação dessas diretrizes e o próprio desenvolvimento do país. Consciente da necessidade de modernização da agricultura, iniciado nessa década e acentuado na seguinte, o Grupo Fiat trouxe em 1950 suas máquinas para o Brasil, fundando em São Paulo a Moto Agrícola Indústria e Comércio para distribuição de seus tratores no país.

Os equipamentos eram importados da Itália e montados no próprio armazém da empresa, onde também era feito o treinamento dos operadores. Apesar da precariedade das estradas brasileiras, centenas de tratores Fiat 60 CI e 70 CI foram vendidos para órgãos governamentais e produtores rurais, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.

Posteriormente, tratores de pneus também passaram a ser importados, num processo de crescimento da demanda que fez com que, em 1957, a empresa se mudasse para uma nova sede, às margens da Via Anchieta.

ORIGENS

Dez anos depois, o Grupo Fiat adquiriu a fábrica de motores Deutz de Contagem (MG), iniciando a produção de tratores de esteiras em 1970, além de fechar uma venda de 500 tratores 70 CI (nacionalizados como AD 7) para o governo de Minas Gerais. Segundo Gino Cucchiari, personagem-chave na história e no desenvolvimento da marca no Brasil, “essa negociação e a mudança para Minas foram a semente do Grupo Fiat no Brasil”.

A década de 70 se iniciou com o lançamento dos tratores AD 7 e AD 14 nacionais. O crescimento do mercado havia levado a uma significativa expansão da rede de concessionárias, com seis delas somente


Fundada em 1903, a New Holland se tornaria um dos principais fabricantes do mundo

A década de 50 marcou o início da tomada de decisões voltadas para a implantação da indústria de bens de capital no Brasil, assim como de políticas voltadas para o desenvolvimento agrícola em grande escala.

A entrada de grupos americanos e europeus foi fundamental para a implantação dessas diretrizes e o próprio desenvolvimento do país. Consciente da necessidade de modernização da agricultura, iniciado nessa década e acentuado na seguinte, o Grupo Fiat trouxe em 1950 suas máquinas para o Brasil, fundando em São Paulo a Moto Agrícola Indústria e Comércio para distribuição de seus tratores no país.

Os equipamentos eram importados da Itália e montados no próprio armazém da empresa, onde também era feito o treinamento dos operadores. Apesar da precariedade das estradas brasileiras, centenas de tratores Fiat 60 CI e 70 CI foram vendidos para órgãos governamentais e produtores rurais, principalmente em São Paulo e Minas Gerais.

Posteriormente, tratores de pneus também passaram a ser importados, num processo de crescimento da demanda que fez com que, em 1957, a empresa se mudasse para uma nova sede, às margens da Via Anchieta.

ORIGENS

Dez anos depois, o Grupo Fiat adquiriu a fábrica de motores Deutz de Contagem (MG), iniciando a produção de tratores de esteiras em 1970, além de fechar uma venda de 500 tratores 70 CI (nacionalizados como AD 7) para o governo de Minas Gerais. Segundo Gino Cucchiari, personagem-chave na história e no desenvolvimento da marca no Brasil, “essa negociação e a mudança para Minas foram a semente do Grupo Fiat no Brasil”.

A década de 70 se iniciou com o lançamento dos tratores AD 7 e AD 14 nacionais. O crescimento do mercado havia levado a uma significativa expansão da rede de concessionárias, com seis delas somente no estado de São Paulo (na capital, em Araras, São José do Rio Preto, Araçatuba, Ribeirão Preto e Presidente Prudente), levando a Fiat à liderança do segmento. Em 1973, a linha foi ampliada com a entrada da escavadeira hidráulica S 90, muito bem-aceita pelo mercado durante duas décadas.

Em 1974, a Allis-Chalmers foi adquirida pela Fiat, criando a marca Fiatallis, que originou no Brasil a Fiatallis Tratores e Máquinas Rodoviárias S.A. Na estrutura, a área das instalações de Contagem passou de 11.000 para 33.000 m2. A chegada da Allis também trouxe novas linhas como motoniveladoras, motoscrapers e tratores de esteiras de grande porte. É também dessa época o lançamento da carregadeira de esteiras FL4C.

A linha de produção em Contagem se iniciou com a produção de tratores de esteiras

No final da década, foi adquirida a linha de máquinas da Yale, fabricante com sede em São Bernardo do Campo (SP), o que resultou na inclusão à linha das pás carregadeiras Yale 134BR, 1500 articulada e 1900 articulada.

Em 1981, ocorreu o lançamento da primeira série de motoniveladoras articuladas genuinamente Fiatallis, compreendendo os modelos FG 70, FG 85 e FG 95, equipadas com transmissão power shift e controle hidráulico. Essas máquinas passaram a ser exportadas para diversos países, chegando a abastecer 10% do mercado mundial.

Em 1987, a Fiat fez uma joint-venture com a Hitachi. A FH 200, produzida em substituição à FE 105B, lançada no início da década, representa a entrada da empresa no segmento de escavadeiras de 20 toneladas. As carregadeiras FR 10, FR 11 e FR 12 foram lançadas em substituição às 134 BR, 1500 B e 1900 B, bem como os tratores de esteiras 7D e FD 9. No Brasil, a empresa detinha então 30% do mercado.

EVOLUÇÃO

No final da década, a Fiat assumiu o controle da fabricante italiana Benati Macchine. Em 1992, o grupo adquiriu a Ford New Holland, e uma nova holding assumiu o controle das fábricas de equipamentos agrícolas e de construção. A New Holland havia sido fundada em 1903, tornando-se um dos principais fabricantes da época, sendo depois adquirida pela Ford, formando a Ford New Holland, objeto da transação.

No início da década de 90, foram lançadas as retroescavadeiras da linha FB e, em 1993, as novas carregadeiras FR 18 e FR 20. Em 1996, foi lançada a linha “Compact Line”, composta pela segunda geração das retroescavadeiras FB 80.2 e por minicarregadeiras, que abriram um novo nicho de atuação. Em 1998, foi a vez das motoniveladoras FG 140, 170 e 200, em âmbito mundial.

Com portfólio extenso, marca passou a ocupar uma posição de destaque entre os fabricantes nacionais

No mesmo ano, foi inaugurado o Centro de Treinamento, próximo à fábrica de Contagem. Em 1999, duas novas aquisições importantes: a compra da alemã O&K e a fusão da New Holland com a Case, originando a CNH (no Brasil, nasceu a CNH Latin America).

DESTAQUE

Durante a primeira década do século XXI, a empresa enxugou sua linha, terceirizando a fabricação de diversos componentes e implementando melhorias em suas linhas de produção. O primeiro lançamento Fiatallis na era CNH foi a linha de escavadeiras hidráulicas FX 215LC (tecnologia O&K), ocorrido em 2001.

A linha foi reformulada em 2003, com a introdução da terceira geração de retroescavadeiras FB, das novas séries de tratores de esteiras FD e de pás carregadeiras FW. Em 2005, a CNH consolidou suas marcas em uma única global: a New Holland, que passou a agregar as marcas Fiatallis, O&K, Fiat Kobelco, Kobelco e New Holland Construction. Nessa mesma época, foram lançados diversos modelos, entre os quais as pás carregadeiras W 130 e W 130TC e a linha de escavadeiras hidráulicas E215, com tecnologia Kobelco, que substituiu a geração FX.

Com nove novos lançamentos em 2007, compreendendo pás carregadeiras, escavadeiras, miniescavadeiras, minicarregadeiras e manipuladores telescópicos, a marca passou a ocupar uma posição de destaque entre os fabricantes nacionais, ofertando uma extensa linha de máquinas de construção, complementada no ano seguinte pela escavadeira E 485B, de 50 toneladas, e pelo trator de esteiras hidrostático D 150B, que passou a ser produzido em Contagem a partir de 2010, quando também foi inaugurado o novo Centro de Distribuição de peças da fabricante em São Paulo.

Leia na próxima edição:
Guindastes monumentais no final do século XX.

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E