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Revista M&T - Ed.269 - Novembro 2022
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MANUTENÇÃO

Cuidados para o desempenho de motores a diesel

Negligência com manutenções preventivas, troca de filtros ou qualidade do combustível pode causar contaminação e oxidar componentes do sistema de injeção dos propulsores

Os veículos e equipamentos de motores a diesel possuem atributos específicos. Geralmente, são veículos pesados cuja principal característica é obter energia a partir da queima do óleo diesel, que ocorre dentro de cada cilindro do motor, enquanto em motores a gasolina e álcool a combustão ocorre por meio de uma faísca, produzida pela vela de ignição.

No motor diesel, o combustível é inflamado por meio do calor causado pela compressão, o que significa que o ar e o combustível devem atingir a temperatura necessária para que o motor “ligue”. Dessa maneira, os principais indícios de potenciais problemas no sistema de injeção do motor incluem a dificuldade na partida (ou, até mesmo, o motor não dar a partida), perda de desempenho e potência, fumaça excessiva e consumo elevado de combustível.

“É preciso lembrar que o sistema de injeção não se resume somente aos bicos injetores”, explica Marcos Schiesari, gerente de engenharia de serviços da Cummins. “Deve-se considerar o sistema inteiro, desde tanque de combustível, mangueiras, filtros e bombas até os injetores propriamente ditos.”


Em motores diesel, o sistema de injeção não se resume somente aos bicos injetores

SINAIS

Segundo Edinilson Almeida, especialista de marketing de produto da FPT Industrial, os problemas mais recorrentes no sistema de injeção eletrônica de combustível de motores diesel dificilmente aparecem “de repente”. O equipamento e o próprio motor dão sinais de que algo não está funcionando como deveria. “A perda de potência do motor, por exemplo, é um grande indício de que o sistema de injeção eletrônica não está funcionando corretamente”, comenta o especialista.

O uso de óleo diesel inadequado ou contaminado é uma das principais caus


Os veículos e equipamentos de motores a diesel possuem atributos específicos. Geralmente, são veículos pesados cuja principal característica é obter energia a partir da queima do óleo diesel, que ocorre dentro de cada cilindro do motor, enquanto em motores a gasolina e álcool a combustão ocorre por meio de uma faísca, produzida pela vela de ignição.

No motor diesel, o combustível é inflamado por meio do calor causado pela compressão, o que significa que o ar e o combustível devem atingir a temperatura necessária para que o motor “ligue”. Dessa maneira, os principais indícios de potenciais problemas no sistema de injeção do motor incluem a dificuldade na partida (ou, até mesmo, o motor não dar a partida), perda de desempenho e potência, fumaça excessiva e consumo elevado de combustível.

“É preciso lembrar que o sistema de injeção não se resume somente aos bicos injetores”, explica Marcos Schiesari, gerente de engenharia de serviços da Cummins. “Deve-se considerar o sistema inteiro, desde tanque de combustível, mangueiras, filtros e bombas até os injetores propriamente ditos.”


Em motores diesel, o sistema de injeção não se resume somente aos bicos injetores

SINAIS

Segundo Edinilson Almeida, especialista de marketing de produto da FPT Industrial, os problemas mais recorrentes no sistema de injeção eletrônica de combustível de motores diesel dificilmente aparecem “de repente”. O equipamento e o próprio motor dão sinais de que algo não está funcionando como deveria. “A perda de potência do motor, por exemplo, é um grande indício de que o sistema de injeção eletrônica não está funcionando corretamente”, comenta o especialista.

O uso de óleo diesel inadequado ou contaminado é uma das principais causas de falha no sistema, ressalta Almeida. “Por ter contato direto com o sistema, o combustível precisa ser adequado e recomendado pelo fabricante do equipamento, além de apresentar qualidade comprovada, sem a presença de resíduos contaminados”, explana.

Por isso, o primeiro passo para evitar problemas de funcionamento é realizar o abastecimento em postos de combustível confiáveis. De acordo com Schiesari, da Cummins, deve-se garantir ainda a limpeza e realizar a drenagem de água que normalmente se forma nas instalações, esteja o tanque instalado dentro da propriedade do frotista ou em uma fazenda. “Em alguns casos, é recomendado inclusive a utilização de aditivos”, acrescenta o gerente. “Da mesma maneira, é importante o condutor verificar diariamente se o filtro separador de combustível aponta presença de água, e drená-la se necessário.”

O especialista de assistência técnica de serviços da Scania no Brasil, Fernando Leite, informa que, na maior parte das vezes, os filtros (pré-filtro e principal) impedem que as impurezas atinjam o sistema. Todavia, alguns tipos de contaminação podem ocorrer – como solventes e resíduos do óleo usado, “que são como um pó metálico muito fino e de alta dureza, que às vezes conseguem passar pelos filtros, atingir as partes sensíveis e causar desgaste nos sistemas de injeção”.

Segundo Schiesari, inúmeros fatores podem causar problemas no sistema de injeção, sendo o principal justamente a presença de água no combustível, mas também a presença de sujeira no sistema, uso de diesel degradado (principalmente biodiesel, que pode criar bactérias no sistema e entupir o filtro), manutenção inadequada (especialmente drenagem e substituição de filtros) e utilização incorreta de filtros. “É necessária uma atenção especial a esse ponto, pois o mercado costuma não enxergar a tecnologia agregada aos filtros, comprando itens visando somente o preço e não as especificações, que são cruciais para o sistema de injeção”, ele alerta.

AMEAÇAS

Até porque os filtros possuem especificação de filtração e eficiência distintas, ressalta o especialista da Cummins. Dessa maneira, para o gestor de manutenção é crucial segui-las sempre, já que foram dimensionadas para atender às necessidades do sistema. Bombas e bicos, por exemplo, possuem tolerâncias dimensionais “muito apertadas”, e trabalham com alta pressão e temperatura. “Se houver passagem de água, sujeira ou restrição alta que possa causar baixa pressão de combustível, as falhas podem ser catastróficas”, adverte Schiesari.

Ele aponta que a passagem de água também pode oxidar os componentes internos e travar o mecanismo da bomba ou do injetor. Da mesma maneira, uma partícula microscópica de sujeira pode travar o mecanismo ou, até mesmo, remover material dos componentes, sem a possibilidade de reparo. “A baixa pressão pode causar problema de lubricidade, fazendo com que o sistema trabalhe ‘seco’, o que aumenta a temperatura e pode travar ou até mesmo danificar o mecanismo”, ele detalha.

A água, retoma Leite, da Scania, causa corrosão e danos permanentes ao sistema devido às estritas tolerâncias de montagem e fabricação de seus componentes. “Para impedir sua presença no lado de alta pressão do sistema de combustível, a água deve ser separada do combustível no filtro aspirador e levada de volta ao tanque”, orienta. “Mas se a quantidade ultrapassar certo limite, já não será possível impedir que atinja os pontos vitais.”

O tanque de combustível pode acumular água por condensação, ou mesmo pela entrada de impurezas no tubo de respiro, assim como acumular substâncias relacionadas ao biodiesel degradado por longos períodos de armazenamento. Lembrando que no diesel há em torno de 10% de biodiesel, com vida útil relativamente curta.

Segundo o especialista da Scania, as passagens de combustível, em alguns pontos, são da ordem de alguns mícrons, de modo que qualquer partícula de material associada à pressão do sistema pode danificar seriamente as peças internas. “Por isso, recomenda-se a verificação e eventual limpeza dos tanques de diesel durante as revisões periódicas, sempre que necessário”, reforça Leite. “A água acumulada ou o resíduo do biodiesel podem causar danos sérios no sistema.”

E, como se sabe, o sistema de injeção é um sistema caro, com muita tecnologia embarcada, desde a matéria-prima até o desenvolvimento e métodos de produção. “Dessa forma, o impacto financeiro é negativo caso a manutenção e os cuidados necessários não sejam seguidos”, frisa Schiesari.

Hoje, diz ele, os motores eletrônicos possuem sensores no sistema, que se comunicam com a central eletrônica, tornando-se capazes de identificar anomalias. “Uma vez identificada a ocorrência, o condutor é avisado por meio de um alarme no painel do veículo, para que possa seguir as recomendações do fabricante”, comenta o especialista.


Bancadas de testes são fundamentais para a análise e reparo de motores

REPARAÇÃO

Segundo Leite, da Scania, o sistema XPI, lançado em 2018 e utilizado nos motores da Nova Geração de caminhões da montadora, consiste em uma injeção eletrônica de combustível de alta pressão, “visando desempenho, economia e, principalmente, baixas emissões de poluentes, além alta durabilidade”.

O sistema é monitorado com sensores de baixa pressão e de emissões de poluentes no coletor de escape, capazes de calcular separadamente o volume de combustível em cada injetor, enviando informações pelo painel de instrumentos ou armazenando-as no módulo eletrônico do veículo, de tal forma que possam ser analisadas posteriormente. “Dessa forma, é bem fácil identificar qualquer problema no funcionamento da injeção de combustível, inclusive no caso de alguma irregularidade que possa afetar o motor ou o meio ambiente (aumento de emissões)”, aponta o especialista de assistência técnica.

Ao perceber irregularidades, o sistema pode reduzir automaticamente a potência do motor e disparar mensagens no painel com instruções ao motorista. Nesse caso, explica Leite, o veículo deve ser imediatamente encaminhado para análise e correção. “Na concessionária, é feita a conexão ao sistema do veículo com o uso de uma interface, que permite ler os códigos de falhas e decidir quais testes e ações de correção eventualmente serão necessárias”, elucida.

Em caso de queda de desempenho, consumo e produtividade, explica Almeida, da FPT, o indicado é interromper a utilização do equipamento para verificar as funcionalidades do sistema de injeção eletrônica de combustível, de preferência em uma concessionária. “A reparação de componentes é o processo em que os itens do sistema de injeção de combustível passam por avaliação técnica, limpeza, testes reais e funcionais para restauração do padrão original de uso”, afirma o especialista de marketing.

De acordo com Schiesari, existem vários procedimentos para essa sondagem de problemas, incluindo testes de funcionamento do sistema, averiguação da quantidade injetada de combustível e verificação dos componentes eletrônicos (solenóide, por exemplo), para que seja tomada a decisão correta entre reparar ou substituir a peça. “Uma vez detectado um problema, é recomendado que todos os injetores sejam avaliados”, aponta.


Contaminação por solventes e resíduos de óleo pode causar desgaste ao sistema

FUNCIONAMENTO

Durante seu desenvolvimento, os motores passam por testes criteriosos e rigorosos em dinamômetros, assim como em condições reais de funcionamento em veículos. Dessa maneira, torna-se possível replicar ou criar situações, até mesmo mais agressivas que o campo, que ajudem a compreender o comportamento dos componentes e aprimorar o desenvolvimento dos produtos. “As bancadas de testes são fundamentais para a análise e reparo no pós-vendas”, assinala Schiesari. Ao simularem o motor do veículo, diz, controlam a pressão, verificam a quantidade de combustível injetado e orientam na desmontagem e montagem dos componentes. “São essas bancadas que propiciam análise robusta e confiável para um reparo seguro das peças”, observa.

De acordo com Leite, o sistema de injeção XPI é um exemplo de solução que trabalha com pressões elevadíssimas, que se mantêm altas mesmo após o motor ser desligado. “Por isso, é preciso despressurizar o sistema antes de se realizar qualquer serviço, sob risco de lesões graves, seguindo sempre as instruções do manual de serviço do fabricante”, orienta.

Procedimentos incorretos de limpeza e manuseio também podem causar danos graves em todos os principais componentes, além de imprevistos. “Sabemos que os veículos pesados de transporte de cargas devem estar em perfeito estado de funcionamento, inclusive porque podem causar acidentes”, aponta.


Impacto financeiro é negativo caso a manutenção e os cuidados necessários não sejam seguidos

De maneira geral, porém, o especialista pondera que os sistemas atuais de combustível são bastante robustos e não há necessidade de preocupação, especialmente se forem utilizados com combustíveis de qualidade e dentro das recomendações do manual do veículo, além de receberem as manutenções corretas em concessionárias autorizadas. Dessa maneira, o veículo apresenta longa vida útil e eficiência em termos de potência proporcionada ao motor. “Junto às baixas emissões de poluentes, isso permite ao cliente uma operação mais tranquila e lucrativa”, conclui Leite.

Saiba mais:
Cummins
: www.cummins.com/pt
FPT Industrial: www.fptindustrial.com
Scania: www.scania.com/br

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