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Revista M&T - Ed.220 - Fevereiro 2018
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Cabinas

Conforto e segurança no comando

Doses de conforto complementam a segurança e a funcionalidade incorporadas aos equipamentos, propiciando um ambiente de trabalho mais ergonômico aos operadores
Por Santelmo Camilo

Quem pensa que conforto é atributo exclusivo de automóveis, é porque ainda não entrou na cabina de um equipamento moderno. Os avanços na estação de operação começam por bancos confortáveis e acolchoados, direção ajustável, conectividade e painel com comandos bem-distribuídos, até camas com molas ensacadas, que ilustram bem a realidade das cabinas atualmente utilizadas no Brasil.

Aliás, aperfeiçoar aspectos relacionados à ergonomia e segurança das cabinas é um diferencial competitivo que vai ao encontro das tendências mundiais. Nas máquinas, cada detalhe da interface com o ser humano requer pesquisas e testes exaustivos, de modo a proporcionar o bem-estar indispensável aos operadores que trabalham horas a fio dentro da cabina. Por isso, itens como diâmetro da direção, pega, alavanca, acesso aos comandos do painel, visibilidade e mobilidade precisam ser minuciosamente projetados e avaliados.

Para incorporar esses avanços, são realizadas diversas pesquisas de campo. “Hoje, existem estudos bem-aprofundados para definir aspectos como o tipo de tecido que reveste os componentes, toque, brilho, acústica, conforto e até mesmo o odor característico do interior de uma cabina”, conta Allan Holzmann, diretor de estratégia para caminhões do Grupo Volvo. “Desde o barulho de fechamento da porta até o som emitido quando a seta é acionada, todos os elementos são definidos com base em pesquisas.”

CERTIFICAÇÕES

As certificações para cabinas ainda não são obrigatórias, mas algumas já estão entre os itens de série em vários equipamentos. Afinal, o mercado brasileiro tornou-se mais exigente e, atualmente, muitas empresas rejeitam equipamentos que não possuam, ao menos, as certificações ROPS/FOPS, fazendo com que a indústria evoluísse para atender a demanda.

As siglas ROPS e FOPS significam, respectivamente, estrutura de proteção em rolamento e capotamento (Roll Over Protective Structure) e proteção contra quedas de objetos (Falling Objects Protective Structure). A primeira indica que a estrutura da cabina preservará o habitáculo do operador em caso de capotamento da máquina. Ou seja, se ele estiver fixado em seu assento pelo cinto de segurança, os traumas decorrentes de um capotamento


Quem pensa que conforto é atributo exclusivo de automóveis, é porque ainda não entrou na cabina de um equipamento moderno. Os avanços na estação de operação começam por bancos confortáveis e acolchoados, direção ajustável, conectividade e painel com comandos bem-distribuídos, até camas com molas ensacadas, que ilustram bem a realidade das cabinas atualmente utilizadas no Brasil.

Aliás, aperfeiçoar aspectos relacionados à ergonomia e segurança das cabinas é um diferencial competitivo que vai ao encontro das tendências mundiais. Nas máquinas, cada detalhe da interface com o ser humano requer pesquisas e testes exaustivos, de modo a proporcionar o bem-estar indispensável aos operadores que trabalham horas a fio dentro da cabina. Por isso, itens como diâmetro da direção, pega, alavanca, acesso aos comandos do painel, visibilidade e mobilidade precisam ser minuciosamente projetados e avaliados.

Para incorporar esses avanços, são realizadas diversas pesquisas de campo. “Hoje, existem estudos bem-aprofundados para definir aspectos como o tipo de tecido que reveste os componentes, toque, brilho, acústica, conforto e até mesmo o odor característico do interior de uma cabina”, conta Allan Holzmann, diretor de estratégia para caminhões do Grupo Volvo. “Desde o barulho de fechamento da porta até o som emitido quando a seta é acionada, todos os elementos são definidos com base em pesquisas.”

CERTIFICAÇÕES

As certificações para cabinas ainda não são obrigatórias, mas algumas já estão entre os itens de série em vários equipamentos. Afinal, o mercado brasileiro tornou-se mais exigente e, atualmente, muitas empresas rejeitam equipamentos que não possuam, ao menos, as certificações ROPS/FOPS, fazendo com que a indústria evoluísse para atender a demanda.

As siglas ROPS e FOPS significam, respectivamente, estrutura de proteção em rolamento e capotamento (Roll Over Protective Structure) e proteção contra quedas de objetos (Falling Objects Protective Structure). A primeira indica que a estrutura da cabina preservará o habitáculo do operador em caso de capotamento da máquina. Ou seja, se ele estiver fixado em seu assento pelo cinto de segurança, os traumas decorrentes de um capotamento serão nulos ou mínimos. Já a certificação FOPS significa que o teto da cabina suportará a queda de objetos até determinada altura, sem sofrer deformações, evitando atingir a cabeça do operador.

Para se atingir o nível FOPS, é necessário que a estrutura resista à queda de um volume cilíndrico de altura suficiente para gerar energia de 1365J e que tenha uma deflexão menor que a indicada pela norma ISO 3164. De acordo com Carlos França, gerente de vendas da Case CE, existem dois níveis de certificação FOPS. “O nível I suporta um objeto de 46 kg caindo de uma altura de 3 m, enquanto o nível II suporta 227 kg em quedas de até 5,2 m de altura”, ele explica, destacando que as normas não especificam com exatidão quais itens são obrigatórios para as cabinas, como suporte, soquete, parafuso, pino, suspensão, membros estruturais, subestrutura ou outros.

Contudo, diversas normas regulamentares – como a NR-12 (sobre segurança geral em máquinas), NR-18 (sobre máquinas em construção civil), NR-22 (para equipamentos de mineração) e NR-31 (para aplicação agroflorestal) – especificam os itens de segurança obrigatórios em cada aplicação. E, como os equipamentos são utilizados em diferentes trabalhos ao longo de sua vida útil, os fabricantes deveriam atender às normatizações e oferecer esses itens de segurança diretamente da fábrica.

Acontece que muitos equipamentos ainda chegam ao mercado sem essas especificações. Geralmente, a plaqueta com as certificações e normas é afixada na estrutura das cabinas, conforme exigência da ISO (International Organization for Standardization). As normas ISO 12.117 e 3.471, por exemplo, regulamentam a certificação ROPS para equipamentos de construção, enquanto as ISO 3.449 e 10.262 regulamentam a certificação FOPS para esse segmento.

Para receber o “selo”, a cabina precisa passar por diversos testes, que são registrados em documentação comprobatória, caso o cliente queira conferir. “Ainda há fabricantes que não se adaptaram para fornecer equipamentos com cabinas ROPS/FOPS”, ressalta França, destacando que, na Case, a proteção vem incorporada a toda a linha de produtos fornecida no Brasil.

TRANSPORTE

Para os caminhões, a Volvo segue um padrão internacional nas cabinas, com algumas peculiaridades para o mercado brasileiro. A empresa revela que faz algumas adaptações ergonômicas adequadas ao perfil antropométrico do condutor brasileiro, que é diferente do europeu.

Nesse sentido, Holzmann explica que as pesquisas possibilitam um conhecimento mais acurado do perfil físico de um operador típico do setor da construção e do transporte rodoviário no país. “O banco e a cama dos caminhões, por exemplo, foram readequados ao perfil do brasileiro”, comenta. “A cama tem distinções em relação à europeia, pois o brasileiro prefere outra densidade de espuma, assim como o banco, que precisou ser adaptado ao biótipo brasileiro, de estatura mais baixa e mais pesado que o europeu.”

Além disso, os operadores costumam personalizar o interior da cabina, utilizando cortinas e outros acessórios conforme o gosto pessoal. Mas essas doses de luxo embarcado nem sempre existiram. Antes, os equipamentos tinham um estilo mais simples, sendo que algumas cabinas sequer possuíam som e, tampouco, o design acolhedor que torna mais prazerosa a permanência em seu interior, melhorando as condições de trabalho. Afinal, se uma cabina for mal projetada, pode causar desconforto, problemas físicos e lesões decorrentes de impactos e vibrações contínuas nos motoristas.

Na Volvo, Holzmann explica que a mudança se acelerou nos anos 90, com o lançamento da linha FH, a partir da qual os caminhões começaram a incorporar novos padrões ergonômicos, de acabamento e conforto. “A opção para banco adicional, por exemplo, já existe há algum tempo”, afirma. “Normalmente, é utilizada em veículos de serviço para transportar pessoas, em caminhões que fazem entregas, mudanças e serviços de manutenção. Mas em veículos de aplicação rodoviária não se aplica essa opção.”

 

LINHA AMARELA

Além dos caminhões, os equipamentos de Linha Amarela também acompanham os avanços na evolução das cabinas. Segundo Cynthia Murcia, analista do departamento de marketing da BMC/Hyundai, itens como espaço, visibilidade, temperatura, nível de ruído e conforto tornam as cabinas das máquinas mais ergonômicas. “Hoje, o operador pode ajustar sua estação de trabalho, garantindo maior produtividade com menor esforço e estresse”, diz ela. “Ao longo dos anos, as cabinas dos equipamentos passaram por melhorias sucessivas relacionadas a aumento de espaço, ampliação de campo de visão, qualidade do assento, sistema de refrigeração, vedação e conforto.”

Além destes, aspectos como pressurização, sinalização, ajustes de assentos, joysticks e luzes sinalizadoras valorizam a segurança do operador e a ergonomia. Do mesmo modo, a disposição de comandos e instrumentos também deve estar de acordo com a biometria do operador. Como explica o gerente de aplicações da Volvo CE, Boris Sanchez, os itens de uso mais frequente devem ficar mais próximos de quem opera a máquina. “As pás carregadeiras, escavadeiras e motoniveladoras, por exemplo, possuem assentos com formato mais envolvente, apoios lombares e laterais, apoia-cabeças, dentre outros diferenciais”, assinala. “No geral, as máquinas contam com diversos tipos de suspensão de assento, tanto mecânicos como pneumáticos, além de uma série de ajustes de dimensões para se acomodarem à biometria específica de cada operador.”

AGRICULTURA

Assim como na construção, também é preciso oferecer boas condições para quem controla equipamentos agrícolas. Em uma cabina isolada, o operador é protegido do contato com chuva, poeira, calor e frio, sempre em sintonia com os sensores eletrônicos. Recentemente, o engenheiro Luis Eduardo Pontes Stefanelli apresentou um estudo – feito em parceria com pesquisadores da Unesp de Dracena – que avalia o conforto térmico e a insalubridade em operações com tratores agrícolas, tendo por base as condições climáticas envolvidas.

Segundo Stefanelli, pesquisas como essa são importantes para estimular o uso de cabinas climatizadas em atividades como o agronegócio, inclusive identificando horários críticos e as condições de trabalho que os equipamentos normalmente enfrentam. “Nessa experiência, foram utilizados modelos de tratores multimarcas, sendo o primeiro sem capota, o segundo com capota e o terceiro com cabina climatizada”, explica.

Utilizando equipamentos com 50, 75 e 120 cv de potência, a pesquisa deixou claro que o trator sem capota apresenta as piores condições de umidade ao longo do dia, expondo o operador às adversidades ambientais. O modelo com capota, por sua vez, manteve a umidade relativa do ar durante o período de avaliação, ao passo que o trator com cabina e ar condicionado apresentou maior estabilidade nos valores de umidade relativa do ar. “Esses resultados convergem com outros estudos analisados durante a pesquisa, ainda que a temperatura e a umidade relativa tenham se comportado de forma inversa ao longo do dia”, relata Stefanelli. “Assim, percebemos que a alteração da umidade relativa do ar pode advir exclusivamente de alteração na temperatura ambiente, ou seja, a umidade é dependente da temperatura.”

Ao comparar os tratores, o pesquisador constatou justamente essa variação no comportamento da temperatura. O equipamento sem capota apresentou as piores condições no posto do operador, com temperaturas atingindo valores próximos a 50oC e altos níveis de estresse térmico. Já o trator com capota mostrou uma condição intermediária e o cabinado, como se esperava, obteve menores níveis de calor. “Condições ambientais desfavoráveis, como elevadas temperaturas, causam desconforto, aumentam o risco de acidentes e podem provocar danos à saúde dos trabalhadores no setor agrícola”, aponta Stefanelli. “A umidade muito baixa pode causar problemas respiratórios, sendo aconselhável suspender as atividades quando atinge níveis abaixo de 40%.”

GUINDASTES

Em guindastes, os avanços das cabinas acompanham a tecnologia aplicada nas demais linhas, mas apresenta peculiaridades. A tendência, como se observa nos modelos da Grove, por exemplo, é a utilização de área envidraçada em todos os lados, deixando os operadores com uma visão clara da carga e minimizando os pontos cegos.

O interior apresenta layout no estilo automotivo, com painel ergonômico, volante de direção inclinável e telescópico, aquecimento e ar-condicionado. Ao menos nos guindastes da Grove, há ainda um sistema de definição da área de trabalho, com interface intuitiva, além de representação visual da configuração do equipamento e da posição dos estabilizadores. “Esse sistema auxilia o operador a trabalhar com segurança enquanto eleva e posiciona cargas”, comenta Leandro Nilo de Moura, gerente de marketing da Manitowoc Cranes para a América Latina. “O sistema de suspensão a ar foi desenvolvido para garantir conforto e segurança em velocidades de até 105 km/h, o que é mais que suficiente para os limites das estradas brasileiras.”

RECURSOS APRIMORAM OPERAÇÃO DE EQUIPAMENTOS FLORESTAIS

Graças aos recursos tecnológicos incorporados aos equipamentos, as operações florestais obtiveram considerável avanço na última década. Quando as máquinas são produzidas de forma integral, em que a cabina e o chassi se integram num mesmo conjunto, permitem uma harmonia perfeita. Normalmente, são customizadas e padronizadas ainda na fase de projeto, da mesma forma que ocorre com a distribuição dos sistemas e periféricos, bem como a equalização de peso do equipamento, garantindo condições operacionais ideais.

Mas a colheita florestal também envolve riscos, como a queda de galhos, considerado um acidente comum, ou casos mais sérios, como uma sequência de toras despencando sobre a máquina. Nesse caso, a capacidade de resistência da cabina deve ser superlativa para resguardar a vida do operador.

Muitos fabricantes utilizam sistemas criados pela NASA (Agência Espacial Americana), como vidros de policarbonato endurecido colados ao aço, gerando uma “gaiola” que atende aos padrões internacionais. Outro aspecto importante é o nivelamento automático. Independentemente das deformidades do terreno, a cabina sempre estará nivelada na horizontal, propiciando maior conforto ao operador e visualização ampla do campo.

Por sua vez, o sistema de giro automático da cabina também favorece a operação, pois acompanha os movimentos realizados pela grua do equipamento e não requer qualquer deslocamento do operador para visualizar a atividade.

FABRICANTE BRASILEIRA FORNECE CABINAS PARA DIVERSAS MARCAS

Fabricante brasileira fornece cabinas para diversas marcas

Uma das principais fabricantes de cabinas para máquinas de construção e agrícolas do mercado sul-americano, a Siac do Brasil é fornecedora de importantes players do setor, como Caterpillar, CNHi, Komatsu, John Deere, JCB e AGCO, dentre outros. Localizada em uma área de 178 mil m² em Guaranésia (MG), a fábrica da empresa – que integra a holding IES (International Equipment Solution) – também produz cabinas para locomotivas EMD e GE, além de conjuntos soldados para blanks, chassis, braços, arcos de força, rolos e outras peças complexas em aço carbono.

Um dos destaques de seu portfólio é a cabina Cobalt (foto), uma peça desenvolvida nos EUA e fabricada no Brasil para equipar máquinas agrícolas. Para garantir elevados padrões de ergonomia e segurança ao operador, a empresa afirma utilizar processos avançados e seguir critérios internacionais de produção. “As cabines mais robustas resistem a pressões equivalentes ao dobro do peso da máquina”, comenta John Duncan, presidente da Crenlo Cab Products, que responde pela Siac do Brasil, acrescentando ainda como é feito o processo de encomendas. “Os projetos podem vir prontos, para serem executados pela fábrica, ou desenvolvidos sob medida pela nossa equipe de engenheiros, com especificações definidas em conjunto com o cliente”, conclui.

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