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Revista M&T - Ed.220 - Fevereiro 2018
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Empresa

Compromisso com o mercado

Apostando em um horizonte de crescimento, a Terex assume uma nova – e mais enxuta – configuração na América Latina, com foco em segmentos-chave para a empresa
Por Marcelo Januário (Editor)

Mesmo em um mercado tão dinâmico como é o de equipamentos para construção, poucas empresas têm a capacidade de se reinventar como a Terex. Dentre aquisições e vendas de linhas, a empresa se reestrutura continuamente para seguir como uma das mais importantes do setor em âmbito global.

Para ater-se somente aos anos mais recentes, a empresa já repassou produtos de pavimentação da CMI e da Cedarapids para a Bomag, enquanto os tradicionais caminhões fora de estrada da marca hoje são controlados pela Volvo CE. Há dois anos, o mesmo ocorreu com a divisão Material Handling & Port Solutions (MHPS), incorporada pela Konecranes por mais de 1 bilhão de euros. O negócio também incluiu a Demag, tradicional marca de pórticos e pontes rolantes que havia sido adquirida em 2011.

E no Brasil, mais pelos abalos internos de ordem econômica, ocorreu o mesmo. Em 2011, a empresa adquiriu a Ritz, fabricante de soluções para manutenção de sistemas elétricos, constituindo a Terex Utilities, com produção em Betim (MG). Após a mais recente reestruturação, iniciada em 2016 para fazer frente à retração do mercado, a fabricação foi interrompida e os produtos passaram a ser importados.

Do mesmo modo, a sede da empresa em Cotia (SP) – junto à fábrica da Demag – ficou para trás, levando a empresa a abrir novas instalações em Barueri (SP), com uma equipe sensivelmente menor. “De fato, a Terex sempre foi uma empresa muito dinâmica, comprando e vendendo linhas de produtos”, explica Gustavo Faria, presidente da Terex Latin America. “Em 2016, com a saída do CEO Ron DeFeo e a entrada do John Garrison, passou a vigorar uma visão de enxugamento e investimento no portfólio, agora focado em plataformas aéreas, guindastes e equipamentos para processamento de materiais.”

De tão profundas, as mudanças criaram rumores no mercado de que a empresa poderia até mesmo abandonar as operações no país, o que é prontamente rebatido pelo executivo. “Quando diminuímos a equipe, realmente essa pergunta ficou no ar”, diz o engenheiro. “Mas a verdade é que a Terex jamais cogitou desistir do mercado brasileiro, tanto que investimos em um novo escritório e mudamos nosso galpão de peças, que saiu de Jundiaí e foi para Louveira, construindo uma opera


Mesmo em um mercado tão dinâmico como é o de equipamentos para construção, poucas empresas têm a capacidade de se reinventar como a Terex. Dentre aquisições e vendas de linhas, a empresa se reestrutura continuamente para seguir como uma das mais importantes do setor em âmbito global.

Para ater-se somente aos anos mais recentes, a empresa já repassou produtos de pavimentação da CMI e da Cedarapids para a Bomag, enquanto os tradicionais caminhões fora de estrada da marca hoje são controlados pela Volvo CE. Há dois anos, o mesmo ocorreu com a divisão Material Handling & Port Solutions (MHPS), incorporada pela Konecranes por mais de 1 bilhão de euros. O negócio também incluiu a Demag, tradicional marca de pórticos e pontes rolantes que havia sido adquirida em 2011.

E no Brasil, mais pelos abalos internos de ordem econômica, ocorreu o mesmo. Em 2011, a empresa adquiriu a Ritz, fabricante de soluções para manutenção de sistemas elétricos, constituindo a Terex Utilities, com produção em Betim (MG). Após a mais recente reestruturação, iniciada em 2016 para fazer frente à retração do mercado, a fabricação foi interrompida e os produtos passaram a ser importados.

Do mesmo modo, a sede da empresa em Cotia (SP) – junto à fábrica da Demag – ficou para trás, levando a empresa a abrir novas instalações em Barueri (SP), com uma equipe sensivelmente menor. “De fato, a Terex sempre foi uma empresa muito dinâmica, comprando e vendendo linhas de produtos”, explica Gustavo Faria, presidente da Terex Latin America. “Em 2016, com a saída do CEO Ron DeFeo e a entrada do John Garrison, passou a vigorar uma visão de enxugamento e investimento no portfólio, agora focado em plataformas aéreas, guindastes e equipamentos para processamento de materiais.”

De tão profundas, as mudanças criaram rumores no mercado de que a empresa poderia até mesmo abandonar as operações no país, o que é prontamente rebatido pelo executivo. “Quando diminuímos a equipe, realmente essa pergunta ficou no ar”, diz o engenheiro. “Mas a verdade é que a Terex jamais cogitou desistir do mercado brasileiro, tanto que investimos em um novo escritório e mudamos nosso galpão de peças, que saiu de Jundiaí e foi para Louveira, construindo uma operação de primeiro mundo com a Ceva Logistics.”

Segundo ele, o pátio de máquinas localizado em Vitória (ES) também permanece em operação, com capacidade para até duas mil máquinas. Porém, ainda mais significativa foi a manutenção da equipe de especialistas, aguardando uma nova onda de crescimento. “Temos um corpo técnico de alto nível e essa estrutura foi mantida, pois sabemos que esse mercado vai voltar”, diz ele. “O avanço obtido até 2014 mostra o enorme potencial da região. É mais uma questão de saber esperar, pois vem uma demanda forte pela frente.”

ORGANICIDADE

Desde a reestruturação, a Terex vem resgatando e fortalecendo as marcas sob seu controle, todas elas amplamente reconhecidas no mercado. Isso inclui plataformas de trabalho aéreo da Genie, guindastes da Demag, equipamentos florestais da CBI, manipuladores de material da Fuchs e soluções de britagem da Powerscreen. “Dentro deste propósito de manter um portfólio enxuto, a ideia é obter um desenvolvimento mais orgânico das linhas”, diz Faria. “Assim, cada marca voltou a ter destaque na estratégia, apesar de nunca terem perdido a identidade.”

Complementarmente, a estratégia de focar nessas linhas foi acompanhada pela implantação de um conceito de life cycle (ciclo de vida) dos produtos. Comparado à venda de máquinas, o faturamento do pós-venda é pequeno, mas torna-se fundamental em um mercado fragilizado como o atual. “Além disso, essa é a tendência atual neste mercado, ou seja, de não apenas vender uma máquina, mas também prover suporte para ela desempenhar em seu mais alto nível até o final da vida útil”, diz o executivo.

Até porque ainda não está nada fácil comercializar máquinas novas no país. “Nos últimos anos, as vendas caíram aproximadamente 80%, de modo que hoje temos vendas de oportunidades para usuário final”, confirma o executivo. “As locadoras, por exemplo, não estão comprando quase nada.”

Tal situação também vem exigindo lançar mão de ações emergenciais para auxiliar no gerenciamento das frotas dos clientes. Como atua em todo o mundo, a Terex também tem ajudado as empresas a se capitalizarem. “O mercado estava com uma oferta gigante, com muito mais máquinas disponíveis do que precisava. Como temos um mercado mundial, ajudamos nossos clientes a migrar essas máquinas para outras regiões”, revela Faria. “No segmento de plataformas, por exemplo, quase mil máquinas já foram enviadas para outros lugares. E uma boa parte disso nós ajudamos a exportar.”

A situação é similar para guindastes, com uma saída forte de máquinas. Até o primeiro semestre de 2017, as vendas desse tipo de máquina foram praticamente zero, melhorando um pouco no decorrer do ano. “Foi um ano para se falar ‘ufa!, até que enfim estamos virando a página, é daqui para frente agora’”, afirma o executivo. “Até aqui, todos buscaram se adaptar ao novo cenário. Mas já existe um consenso em vários mercados que a economia finalmente se estabilizou.”

Mesmo assim, Faria espera um crescimento lento da demanda, principalmente na construção, que depende mais de investimento público, além de um relacionamento direto com investimentos internacionais. Enquanto isso, a empresa mantém máquinas em estoque, sem traçar planos de novas aquisições ou mudanças na estrutura. Porém, por questões estratégicas podem chegar novos equipamentos, o que deve ser anunciado em breve. “A competitividade depende mais da estratégia e de capital de giro”, avalia. “No nosso segmento, ainda compensa manter a estratégia de importação. Ter fábrica é sempre muito bom, mas requer volume. Sem isso, é um investimento questionável.”

EMPRESA VENDE A PRIMEIRA PLATAFORMA HÍBRIDA NO BRASIL

Sem revelar o modelo, a Terex está trazendo para o país a primeira plataforma de trabalho aéreo com tecnologia híbrida diesel-elétrica. O equipamento deve ser entregue ainda no primeiro trimestre para uma locadora com atuação local, que prefere aguardar mais um pouco para divulgar a informação ao mercado.

Trata-se de mais um passo para consolidação de uma mudança de fundo no parque de máquinas brasileiro, que aos poucos vai se equiparando aos países mais desenvolvidos no que tange à tecnologia. “O desenvolvimento de tecnologias mais limpas é um processo que não tem volta”, diz Gustavo Faria, presidente da Terex LA, que também levará uma plataforma aérea híbrida à M&T Expo, em junho. “Os ganhos não estão apenas na questão de emissão poluentes, mas também no fato de ser uma tecnologia mais confiável, fácil de trabalhar e com menos peso.”

Segundo o executivo, em cinco anos o mercado de máquinas pode se transformar com a adoção mais massiva dessas tecnologias. “Recentemente, vimos isso acontecer com as empilhadeiras”, recorda. “Nesse caso, a mudança da combustão para o elétrico foi bem rápida, virou-se a chave. Nas máquinas pesadas, a barreira é maior, mas elas também vão chegar lá.”

VIZINHOS

No cenário latino-americano, que a Terex atende desde o Brasil, o cenário é melhor. “A região latino-americana também tem uma carência histórica de infraestrutura e essa demanda não sumiu, está aí latente”, ressalta. “Existe uma demanda gigante e, para os fabricantes de máquinas e equipamentos, é uma região que traz grandes oportunidades.”

Para exemplificar, ele cita o dealer Trex (ligado ao Grupo Ferreyros, do Peru), que no ano passado apresentou o melhor desempenho da região, acima até mesmo da América do Norte. “O desempenho foi excepcional em vendas de guindastes, suportando a operação na América do Sul como um todo”, afirma.

Já no caso argentino, o executivo avalia que o país vizinho está gerando uma grande expectativa na indústria, mas que é preciso ter cautela. “Toda essa transformação estrutural pela qual estamos passando hoje, a Argentina já passou nos últimos dois anos”, pontua Faria. “Mas são todos países sensíveis politicamente, que também apresentam uma oscilação grande na demanda. De modo que ainda é apenas uma promessa. Queremos acreditar nisso, mas nada como viver um dia após o outro.”

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