P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.255 - Julho 2021
Voltar
Entrevista

Cleber Carvalho

"As empresas subestimaram o crescimento do mercado"

Com a atuação em diversos segmentos, a Tracbel marca presença em mais de 50% do território nacional, com participação expressiva nos mercados em que atua como distribuidora de máquinas pesadas e serviços.

Para o CEO da empresa, Cleber Carvalho, os desafios atuais do país são grandes, especialmente pela renitente instabilidade política e econômica, com um longo caminho a ser percorrido para voltar a crescer. Segundo ele, os segmentos de mineração, florestal e agrícola, além de pós-venda, vêm registrando resultados positivos mesmo durante a pandemia, impulsionando a atuação nesses setores.

Graduado em tecnologia mecânica pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Bauru), o executivo possui especialização em planejamento e gestão de negócios pela Faculdade Católica de Administração e Economia (FAE) de Curitiba, além de mestrado em administração de empresas pela Universidade Positivo (UP).

Com mais de 30 anos de experiência em áreas como desenvolvimento de negócios, marketing, qualidade, garantia, gestão de pessoas e suporte ao produto, Carvalho já atuou por mais de uma década como diretor executivo e comercial do Grupo Volvo no Brasil, Argentina e Colômbia, além de ter liderado por um breve período a diretoria de pós-venda na JCB do Brasil.

Atualmente, o executivo é responsável pelo desenvolvimento de negócios voltados aos mercados da construção, mineração, agrícola e atividades florestais, representando as marcas Volvo, SDLG, Kalmar, Tigercat e Michelin. “Dentro do conceito de gestão financeira, tudo está acontecendo igual ou melhor que o planejado”, diz ele. “Durante a pandemia, o crescimento foi relevante na venda de máquinas, mas as áreas de peças e serviços também avançaram consideravelmente.”

Acompanhe.

  • Como a companhia tem se sa&iacu

Com a atuação em diversos segmentos, a Tracbel marca presença em mais de 50% do território nacional, com participação expressiva nos mercados em que atua como distribuidora de máquinas pesadas e serviços.

Para o CEO da empresa, Cleber Carvalho, os desafios atuais do país são grandes, especialmente pela renitente instabilidade política e econômica, com um longo caminho a ser percorrido para voltar a crescer. Segundo ele, os segmentos de mineração, florestal e agrícola, além de pós-venda, vêm registrando resultados positivos mesmo durante a pandemia, impulsionando a atuação nesses setores.

Graduado em tecnologia mecânica pela Universidade Estadual Paulista (UNESP/Bauru), o executivo possui especialização em planejamento e gestão de negócios pela Faculdade Católica de Administração e Economia (FAE) de Curitiba, além de mestrado em administração de empresas pela Universidade Positivo (UP).

Com mais de 30 anos de experiência em áreas como desenvolvimento de negócios, marketing, qualidade, garantia, gestão de pessoas e suporte ao produto, Carvalho já atuou por mais de uma década como diretor executivo e comercial do Grupo Volvo no Brasil, Argentina e Colômbia, além de ter liderado por um breve período a diretoria de pós-venda na JCB do Brasil.

Atualmente, o executivo é responsável pelo desenvolvimento de negócios voltados aos mercados da construção, mineração, agrícola e atividades florestais, representando as marcas Volvo, SDLG, Kalmar, Tigercat e Michelin. “Dentro do conceito de gestão financeira, tudo está acontecendo igual ou melhor que o planejado”, diz ele. “Durante a pandemia, o crescimento foi relevante na venda de máquinas, mas as áreas de peças e serviços também avançaram consideravelmente.”

Acompanhe.

  • Como a companhia tem se saído em meio à pandemia?

Dentre outros segmentos, a Tracbel atua com construção, mineração, agronegócio, logística e florestal. E a maioria desses segmentos teve um desempenho diferenciado, mesmo com a pandemia. Inclusive, os segmentos de mineração, florestal e agrícola cresceram fortemente nos últimos trimestres, o que puxou o desempenho de fornecedores como nós. Com o foco voltado a esses clientes, obtivemos um desempenho até mesmo acima do registrado em períodos anteriores. O crescimento foi relevante na venda de máquinas, mas as áreas de peças e serviços também avançaram consideravelmente.

  • Nesse cenário, quais são as perspectivas de mercado no médio prazo?

Essa projeção exige que tratemos por segmentos específicos. Na construção, por exemplo, as obras residenciais e urbanas devem manter o ritmo de crescimento, devido à facilidade de crédito. Já em termos de grandes construções, como obras de infraestrutura, o mercado deve seguir na letargia até que as privatizações e concessões aconteçam, lembrando que o governo não tem recursos para investimento. Em mineração, o minério de ferro segue em alta e na busca por recursos que tragam inovações para o aumento de produtividade, puxado principalmente pela demanda externa e câmbio desvalorizado. Com o reaquecimento da China, EUA, Europa e demais países no pós-pandemia, o consumo de minério deve aquecer mais ainda, aumentando os preços e garantindo um bom desempenho das empresas ligadas a essa cadeia de produção. Já no florestal, vêm sendo feitos vultosos investimentos na produção de papel e celulose. Nesse segmento, a taxa de câmbio e a demanda global são os principais combustíveis para um crescimento contínuo. Plantio, colheita e processamento demandam equipamentos e novas tecnologias. Assim, o setor continua aquecido.

Gestão de estoque e antecipação da demanda ajudam a diminuir os efeitos dos abalos logísticos, diz executivo

  • De que forma os problemas na cadeia logística interferem no planejamento da empresa?

Na verdade, o planejamento da maioria das empresas do setor foi subestimado face ao crescimento de mercado. Dentro do conceito de gestão financeira, tudo está acontecendo igual ou melhor que o planejado. Porém, a logística de importação e os constantes aumentos dos produtos na origem estão afetando o principal elo da cadeia, ou seja, o próprio cliente. Atrasos e aumentos de preços são recorrentes no setor. Mas a gestão de estoque e a antecipação majorada da demanda têm ajudado a diminuir os efeitos deletérios desses inconvenientes.

  • Com a falta de máquinas, houve aumento na remanufatura de máquinas e componentes?

O pós-venda também vem crescendo em um ritmo maior que o previsto. Porém, a escalada nos preços de peças e componentes (principalmente importados) vem inviabilizando grandes reformas e sugerindo renovação de frota, ainda que mais demorada. Além disso, o setor de serviços técnicos também sofre com a escassez de profissionais qualificados. A tendência é continuar crescendo, mas o crescimento e a especialização do mercado alternativo devem ser ainda maiores, até devido aos preços, trazendo um esperado equilíbrio futuro.

  • Aliás, como a pandemia afetou o atendimento de campo?

Desde o início, a empresa adotou um protocolo rígido, que vai desde os cuidados básicos (como uso de máscaras e álcool em gel) até a frequência de testagens. Importante salientar ainda que a maioria dos clientes também adotam protocolos rígidos. Nesse aspecto, o setor da empresa menos afetado pela pandemia é justamente o técnico. Em termos de tecnologia, implementamos diagnóstico remoto e o nosso e-commerce de peças se mostrou fundamental nesse período, registrando um crescimento exponencial.

Para Carvalho, déficit fiscal e baixo investimento em infraestrutura representam desafios para o setor

  • Quais lições podem ser tiradas nesse período tão ímpar que vivemos?

Atenção com as pessoas, saúde, estruturas adequadas e investimento em novas tecnologias foram as principais lições. As empresas que já tinham essas vertentes encaminhadas saíram na frente no momento que foi preciso uma mudança de estratégia.

  • Qual é o maior desafio que o setor deve enfrentar nos próximos anos?

A instabilidade política e econômica do país inibe a expectativa de investimentos. Os sucessivos déficits fiscais brasileiros, atrelados à falta de planejamento e investimentos em infraestrutura, representam apenas uma parte do que precisa ser equacionado. Esse é o maior desafio que o setor vai enfrentar.

  • Como avalia a chegada dos equipamentos elétricos e autônomos ao setor?

A eletrificação dos sistemas de propulsão de veículos é uma tendência sem retorno. Veículos autônomos vão em paralelo a isso. O mundo está sendo impactado pelos benefícios da baixa ou zero emissão de contaminantes no meio ambiente, como é proporcionado pelas novas tecnologias elétricas e híbridas. No setor de equipamentos, avanços relevantes já estão presentes. A Volvo, por exemplo, já entregou mais de 100 máquinas elétricas na Europa. Ainda são máquinas de pequeno porte, mas com toda a tecnologia disponível.

  • Que tipo de desafios essa evolução traz ao mercado de máquinas?

Quando aumentamos o tamanho das máquinas e o local de aplicação, começam a surgir temas que precisam ser equacionados. Um deles é a disponibilidade e/ou geração de energia elétrica para alimentar as máquinas. Na mineração, por exemplo, na maioria dos sites a geração elétrica ainda é muito restrita para que se possa colocar uma frota de grandes máquinas para operar. Claro que existem alternativas, como as máquinas hibridas, que conseguem reduzir drasticamente a emissão, sem a necessidade de abastecimento elétrico. Outra opção – que particularmente considero a mais interessante – é a tecnologia elétrica aliada a células de hidrogênio. Nesse caso, vêm ocorrendo grandes avanços na indústria. Resumindo, a tecnologia elétrica e autônoma já está disponível, mas há que se equacionar a fonte de alimentação. Outro ponto que também vai ao encontro disso é que a geração também deve ser limpa, ou seja, baseada em energia renovável, seja hidrelétrica, eólica ou fotovoltaica.

  • Como estão se preparando para essa virada tecnológica?

As marcas que representamos sempre estiveram na vanguarda da tecnologia. Recentemente, passamos a distribuir equipamentos da Kalmar, por exemplo, que já possui uma ampla gama de produtos elétricos e autônomos. Por meio de uma incubadora de inovação, também temos feito a capacitação técnica e um acompanhamento constante dessa evolução. Outra necessidade é dar o exemplo. Em breve, as novas filiais da Tracbel deverão ter geração fotovoltaica. Além disso, também temos buscado investir em controles e processos que assegurem a atualização da gestão de inovação. O conceito Lean faz parte de nosso modelo de gestão.

Equacionar as fontes de alimentação é essencial para o avanço das soluções elétricas, diz o CEO

  • Como acelerar o processo de industrialização da construção no Brasil?

Comparado aos países desenvolvidos, temos um bom caminho para melhorar, principalmente em obras urbanas e de construções residenciais. Nessas áreas, o valor baixo da mão de obra ainda inibe os investimentos em mecanização. Mas, dependendo do crescimento do PIB per capita, o investimento em máquinas que substituam a mão de obra pode acelerar esse processo. Isso inclui equipamentos compactos como miniescavadeiras, carregadeiras de pequeno porte e até mesmo equipamentos eletrificados. Quando falamos de obras de infraestrutura ou de porte maior, a mecanização já é mais evidente. O que acontece atualmente é que se faz necessária uma atualização dessas máquinas.

  • Como as questões de ESG vêm tangenciando os negócios?

Desde os primeiros anos de atuação, a Tracbel tem focado em primar pelos valores éticos, ambientais e de governança. A simpatia por temas sociais teve resultados relevantes com o projeto “Profissionalizar”, por exemplo, que formou inúmeros jovens para a sociedade. Alguns deles, inclusive, hoje possuem função de líderes na empresa. Outras práticas, como o engajamento em campanhas sociais, principalmente neste momento de pandemia, foram naturalmente trazidas para a empresa e tiveram a participação ativa dos colaboradores. São ações naturais na empresa, que contam com a simpatia dos envolvidos e colaboram para o desenvolvimento da sociedade.

Saiba mais:
Tracbel:
www.tracbel.com.br

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E