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Revista M&T - Ed.268 - Outubro 2022
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A ERA DAS MÁQUINAS

As extintas carregadeiras de canecas

Estruturalmente, a máquina consistia simplesmente de um elevador de canecas montado em uma estrutura móvel, com um chute de descarga na parte superior
Por Norwil Veloso


Datado de 1919, o modelo sobre rodas Austin’s Wagon Loader trazia um eficiente sistema para enviar o material em direção à caçamba

Em seu apogeu, no início do século XX, as carregadeiras de canecas tiveram um papel importante na construção, especialmente para carga de material solto em caminhões, mas também para escavação. A primeira máquina do tipo foi lançada por Haiss, em 1913.

Embora uma escavadeira pudesse executar os serviços com maior rapidez, seu preço de aquisição e custos operacionais dificultavam a utilização. De fato, a carregadeira de canecas era um equipamento muito mais barato, de custo operacional baixíssimo e que podia trabalhar em locais onde a manobra de um equipamento maior seria inviável.

Estruturalmente, a máquina consistia simplesmente de um elevador de canecas montado em uma estrutura móvel, com um chute de descarga na parte superior. As primeiras versões possuíam rodas metálicas ou esteiras, que posteriormente foram substituídas por pneus. Recursos como giro, tremonha para descarga em batelada, chutes de descarga lateral e outros também tornavam a operação mais eficiente e econômica.

Em sua parte inferior, as máquinas tinham um dispositivo que deslocava o material da pilha (ou frente de escavação) e o forçava para dentro das canecas. Os alimentadores podiam ser de diversos tipos: parafusos horizontais (os mais comuns) e verticais (Link-Belt e Haiss), braços oscilantes (Austin), cones com picos (Jeffrey), discos horizontais com (Austin) ou sem (Barber-Greene) parafusos verticais e outros.

CARGA

O uso dessa máquina na construção foi significativo, tanto para carga de agregados e material escavado em caminhões como na pavimentação.Os fabricantes Haiss e Nelson ofereceram acessórios para dosagem de materiais secos em caminhões. O modelo da Haiss (Precision Strike-Off Hopper) tinha versões com um ou dois compartimentos, que perm



Datado de 1919, o modelo sobre rodas Austin’s Wagon Loader trazia um eficiente sistema para enviar o material em direção à caçamba

Em seu apogeu, no início do século XX, as carregadeiras de canecas tiveram um papel importante na construção, especialmente para carga de material solto em caminhões, mas também para escavação. A primeira máquina do tipo foi lançada por Haiss, em 1913.

Embora uma escavadeira pudesse executar os serviços com maior rapidez, seu preço de aquisição e custos operacionais dificultavam a utilização. De fato, a carregadeira de canecas era um equipamento muito mais barato, de custo operacional baixíssimo e que podia trabalhar em locais onde a manobra de um equipamento maior seria inviável.

Estruturalmente, a máquina consistia simplesmente de um elevador de canecas montado em uma estrutura móvel, com um chute de descarga na parte superior. As primeiras versões possuíam rodas metálicas ou esteiras, que posteriormente foram substituídas por pneus. Recursos como giro, tremonha para descarga em batelada, chutes de descarga lateral e outros também tornavam a operação mais eficiente e econômica.

Em sua parte inferior, as máquinas tinham um dispositivo que deslocava o material da pilha (ou frente de escavação) e o forçava para dentro das canecas. Os alimentadores podiam ser de diversos tipos: parafusos horizontais (os mais comuns) e verticais (Link-Belt e Haiss), braços oscilantes (Austin), cones com picos (Jeffrey), discos horizontais com (Austin) ou sem (Barber-Greene) parafusos verticais e outros.

CARGA

O uso dessa máquina na construção foi significativo, tanto para carga de agregados e material escavado em caminhões como na pavimentação.Os fabricantes Haiss e Nelson ofereceram acessórios para dosagem de materiais secos em caminhões. O modelo da Haiss (Precision Strike-Off Hopper) tinha versões com um ou dois compartimentos, que permitiam a pesagem de areia e brita ou cascalho e, simultaneamente, podiam carregar um caminhão com caçamba dividida em duas partes.

Os equipamentos, cujos controles eram bastante fáceis de operar, continuaram a ser produzidos após a aquisição da Haiss pela Pettibone. Consta que a N. P. Nelson, cujas máquinas podiam ser convertidas para a remoção de neve, produziu essas máquinas até 1956. Não há, contudo, registros confiáveis sobre isso.

A Utility Grader, da W. French, mantinha o greide usando um cabo guia, sendo muito usada no alargamento de estradas, que passou a ser feito com uma única máquina, sem operários para executar manualmente os cortes laterais, nivelar o leito e distribuir o material removido. O equipamento era montado sobre esteiras e as caçambas executavam corte e descarga lateral.

A máquina da Cedarapids (Iowa Manufacturing Co.) tinha uma produção de 35 t/h, numa largura de corte de 1,50 m. Seu projeto era muito simples, com um conjunto de acionamento composto por três embreagens, duas engrenagens e oito rodas motrizes. A altura máxima de descarga era de 2,60 m.

O inventor F. C. Austin – um dos mais inovadores fabricantes de equipamentos de construção no final do século XIX e início do século XX – também projetou carregadeiras de canecas nas décadas de 1910 e 1920.

A Mixer Loader, da Austin, carregava materiais a granel numa pavimentadora (ou num misturador estacionário) utilizando duas carregadeiras de canecas, uma de cada lado de uma correia transportadora móvel, com comprimento aproximado de 18 m, para carregamento, respectivamente, de areia e brita ou cascalho numa tremonha posicionada sobre a correia, que dosava o concreto a ser produzido.


O modelo Jeffrey Tipo K tinha capacidade de movimentar 60 toneladas de carvão por hora

VANTAGEM

A grande vantagem era a eliminação dos muitos operários necessários para alimentar as tremonhas. A correia era montada sobre quatro rodas de aço e acionada por um motor a gasolina de 6 hp, posicionado na traseira. As carregadeiras eram montadas sobre um par de esteiras com bitola aproximada de 1,80 m e distância entre eixos de 1,30 m, podendo trabalhar de forma independente quando a correia não estivesse sendo utilizada.

Os equipamentos da Atlas dispunham de proteções para evitar que os operadores fossem colhidos pelas engrenagens, rodas motrizes, correntes e outros componentes. A segurança era uma das prioridades da empresa.

Há referência de outras empresas que produziram carregadeiras de canecas na década de 1910, tais como Conant, Concord Junction e F. S. Converse. Em 1941, a Eagle Crusher produziu uma carregadeira desse tipo montada sobre caminhão.

Na década de 30, o uso já era extensivo. Um comentário de fabricante dizia que “nesta era de máquinas voltadas para a redução de trabalho manual, a carregadeira de canecas sobre esteiras é um dos grandes dispositivos de economia na construção moderna”.

A Link-Belt produzia máquinas sobre esteiras ou com três ou quatro rodas, numa linha bastante variada de equipamentos de manuseio. A empresa, inclusive, alega ter sido a primeira a produzir carregadeiras portáteis em 1906, substituindo a máquina da Haiss citada anteriormente, mas seu produto parece na verdade ter sido uma correia transportadora portátil.

APOGEU E QUEDA

A Barber-Greene foi o mais bem-sucedido fabricante de carregadeiras de canecas, tendo produzido diversos modelos. O alimentador de disco de rotação inversa foi patenteado por essa empresa em 1917: os discos eram ligeiramente inclinados no sentido do corte, carregando o material na linha de caçambas situada entre eles.


Lançado no início dos anos 1930, o modelo Nelson Q-7 era construído sobre um chassi de trator McCormick-Deering

As esteiras começaram a ser utilizadas na locomoção em 1920, e as primeiras máquinas desse tipo para manuseio de carvão datam de 1923. No final da década de 30, a Barber-Greene combinou sua carregadeira de canecas e sua usina de asfalto de uma maneira inovadora.

A usina foi projetada para recolher e elevar o agregado em pilhas, espargir uma camada de binder no leito da via, dosar os agregados e asfalto conforme as especificações, misturar cuidadosamente esses materiais e depositar a mistura no leito, para ser espalhada por motoniveladoras. Foram disponibilizados ao menos dois modelos.

Em 1953, a Barber-Greene estimava que as carregadeiras haviam manuseado mais de um bilhão de jardas cúbicas (760 milhões de metros cúbicos) de material. Mas essas máquinas se tornaram obsoletas com o aparecimento das carregadeiras modernas de pneus, que ofereciam produtividade, versatilidade e mobilidade muito superiores. Embora não haja informações disponíveis, consta que a Barber-Greene parou de produzir essas máquinas em 1956.

Leia na próxima edição:
Agregados e asfalto na década de 50

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