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Concorrência chinesa engole mercados de produtos brasileiros

Valor

14/02/2011 15h05 | Atualizada em 14/02/2011 18h20

A concorrência com produtos chineses no mercado interno afeta uma em cada quatro indústrias brasileiras. Entre as  empresas exportadoras, 67% alegam perder mercado para os chineses no exterior. Mas entre os importadores, 32% querem ampliar compras de matérias-primas da China, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Sondagem especial da CNI, realizada com 1.529 empresas grandes, médias e pequenas, entre 4 e 19 de outubro de 2010, fez uma apanhado da “sensação” dos empresários em relação à concorrência chinesa. Em 2006, a CNI havia feito pesquisa semelhante, mas as perguntas foram alteradas.

As empresas apontaram que intensificou-se a concorrência com produtos chineses, manufaturados, tanto no mercado brasileiro como no mercado internacional.

Cerca de 52% das exportadoras competem com chineses no exterior. Quase metade ou 45% dessas exportadoras perderam mercado doméstico.  No exterior, 67% perderam clientes e 4% deixaram de exportar, frente à ofensiva chinesa.

“A gente não pergunta se a maior concorrência é na qualidade ou no preço. Mas sabemos que a taxa de câmbio local em queda favorece preços menores e o aumento da importação desses produtos. A difere

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A concorrência com produtos chineses no mercado interno afeta uma em cada quatro indústrias brasileiras. Entre as  empresas exportadoras, 67% alegam perder mercado para os chineses no exterior. Mas entre os importadores, 32% querem ampliar compras de matérias-primas da China, revela pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Sondagem especial da CNI, realizada com 1.529 empresas grandes, médias e pequenas, entre 4 e 19 de outubro de 2010, fez uma apanhado da “sensação” dos empresários em relação à concorrência chinesa. Em 2006, a CNI havia feito pesquisa semelhante, mas as perguntas foram alteradas.

As empresas apontaram que intensificou-se a concorrência com produtos chineses, manufaturados, tanto no mercado brasileiro como no mercado internacional.

Cerca de 52% das exportadoras competem com chineses no exterior. Quase metade ou 45% dessas exportadoras perderam mercado doméstico.  No exterior, 67% perderam clientes e 4% deixaram de exportar, frente à ofensiva chinesa.

“A gente não pergunta se a maior concorrência é na qualidade ou no preço. Mas sabemos que a taxa de câmbio local em queda favorece preços menores e o aumento da importação desses produtos. A diferença cambial e os custos de produção são elementos fortes, porque a mão de obra, os encargos e o custo do capital, com juros mais baixos que os nossos, levam as empresas brasileiras a ficar em desvantagem”, avaliou o economista da CNI, Flávio Castelo Branco.

No mercado interno, a presença chinesa é mais forte em seis setores: material eletrônico e de comunicação; têxtil; equipamentos hospitalares; calçados, máquinas e equipamentos e indústrias diversas.

Na mão inversa, uma em cada cinco empresas brasileiras importou insumos da China em 2010, o  dobro da proporção em relação a 2006. Cerca de 32% desses importadores querem ampliar as compras de matérias-primas chinesas e 10% das grandes empresas brasileiras já montaram plantas industriais em solo chinês (veículos, máquinas e equipamentos e materiais elétricos e eletrônicos, principalmente).

Para defender-se do avanço dos produtos chineses, metade das indústrias brasileiras já traçou estratégia para enfrentar a competição. A linha básica desses planos foca o aumento do investimento em qualidade e no design dos produtos.

“Temos que fazer com que a economia brasileira seja tão atrativa ou mais que a da China, para que as nossas empresas deixem de ir para lá, coma a melhora da infraestrutura, um sistema tributário que reduza o custo de investimento e não tribute a exportação, custo de capital  menor, enfim, uma agenda de competitividade de longo prazo, que pouco andou nos últimos quatro anos e se agravou com a valorização do câmbio”, concluiu Castelo Branco.

Ao ser lembrado que a China tornou-se o maior parceiro comercial do Brasil, suplantando os Estados Unidos em 2010, o economista destacou que "para a indústria de transformação, essa situação está mais negativa do que positiva."

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