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Venda de caminhão dependerá menos do BNDES

O crédito para bens de capital já chegou a representar 90% das vendas do setor. Porém, com o aumento das restrições da instituição, os clientes devem migrar para CDC e leasing

DCI

25/10/2017 09h11 | Atualizada em 01/11/2017 15h35

As montadoras veem uma redução significativa da dependência do mercado de caminhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A instituição já representou 90% das vendas do segmento, mas esse nível deve cair daqui para frente.

Executivos acreditam que os juros altamente subsidiados do crédito do BNDES para bens de capital (Finame), praticados no passado recente, não devem voltar.

Em meados de 2012, a taxa no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) chegou a ficar "negativa", em 2,5% ao ano.

"O mercado ficou muito dependente do Finame. Um patamar saudável de vendas pela modalidade seria de 30%", afirma Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil.

Ele comenta que os juros estruturais do Brasil continuam altos, mesmo com a perspectiva da Selic encerrar o ano em pouco mais de 7%.

"A taxa básica de juros ideal seria em torno de 5%", observa. "Mas o patamar atual já favorece outros tipos de financiamentos", acrescenta.

Para Roberto Barral, diretor-geral de operações da Scania no Brasil, os estímulos artificiais do Finame não foram benéficos para a indústria.

"O crédito do BNDES é uma ferramenta potente, mas o que vende caminhão é PIB, e não subsídios", avalia.

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As montadoras veem uma redução significativa da dependência do mercado de caminhões pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A instituição já representou 90% das vendas do segmento, mas esse nível deve cair daqui para frente.

Executivos acreditam que os juros altamente subsidiados do crédito do BNDES para bens de capital (Finame), praticados no passado recente, não devem voltar.

Em meados de 2012, a taxa no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) chegou a ficar "negativa", em 2,5% ao ano.

"O mercado ficou muito dependente do Finame. Um patamar saudável de vendas pela modalidade seria de 30%", afirma Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz no Brasil.

Ele comenta que os juros estruturais do Brasil continuam altos, mesmo com a perspectiva da Selic encerrar o ano em pouco mais de 7%.

"A taxa básica de juros ideal seria em torno de 5%", observa. "Mas o patamar atual já favorece outros tipos de financiamentos", acrescenta.

Para Roberto Barral, diretor-geral de operações da Scania no Brasil, os estímulos artificiais do Finame não foram benéficos para a indústria.

"O crédito do BNDES é uma ferramenta potente, mas o que vende caminhão é PIB, e não subsídios", avalia.

Segundo ele, atualmente cerca de 60% das vendas da Scania são feitas via Finame. "O mercado não pode ficar tão dependente do BNDES", comenta o executivo.

Ricardo Barion, diretor de marketing da Iveco para América Latina, acredita que o Finame continuará representativo nas vendas de caminhões.

"Os juros subsidiados não vão voltar. Mas o crédito do BNDES vai continuar significativo nas nossas vendas."

No entanto, Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas da MAN Latin America, fabricante dos caminhões Volkswagen, enxerga com cautela a diminuição da dependência do setor em relação ao Finame.

"Não defendo taxas subsidiadas como no passado recente, mas o banco tem condições de financiar com juros um pouco melhores que os praticados pelos bancos comerciais", explica.

"O Finame serve justamente para estimular o investimento e caminhão é bem de capital", pontua.

O executivo acredita que, diante do fim dos juros subsidiados e do aumento das restrições para a obtenção do crédito, as vendas via Finame devem cair para cerca de 60% do total do mercado.

Atualmente, o Finame é atrelado à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), fixada pelo Conselho Monetário Nacional em 7% neste ano.

Além do spread do banco comercial, que faz a intermediação do negócio, a diferença em relação à Selic é bancada pelo governo. Neste cenário, o juro do Finame hoje é variável e gira em torno de 16% ao ano.

E é exatamente para acabar com esse subsídio que deve entrar em vigor, no início do ano que vem, a Taxa de Longo Prazo (TLP). Na avaliação do presidente da Mercedes, a fórmula mais transparente da TLP é positiva.

Por outro lado, para obter o Finame, cada linha de produto precisa ter 60% de conteúdo nacional. Mas com a perspectiva de redução da dependência da modalidade, a estratégia das montadoras pode mudar, apesar da garantia dos fabricantes locais de nacionalização dos portfólios.

Nos últimos anos, o Crédito Direto ao Consumidor (CDC) era praticamente ínfimo nas vendas de caminhões. Porém, com a forte queda da Selic e da inflação, essa modalidade cresceu no segmento.

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