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Indústria vê com cautela futuro do Finame

Amplamente dependentes da linha de financiamento do BNDES, fabricantes de máquinas, caminhões e seus implementos pedem previsibilidade e menos burocracia

DCI

21/09/2016 06h29 | Atualizada em 28/09/2016 14h10

A indústria aguarda com cautela as novas diretrizes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para bens de capital.

Agentes de diversos setores não preveem taxas subsidiadas, mas pedem previsibilidade e menos burocracia.

"O governo não tem recursos para subsidiar o Finame e há uma enorme burocracia que limita os candidatos à linha de crédito do BNDES", avalia Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, entidade que representa fabricantes de máquinas para construção.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Alcides Braga, também acredita que a era de taxas subsidiadas não deve voltar. No entanto, ele defende que o BNDES melhore as condições do Finame.

Segundo ele, o volume financiável (para empresas de grande porte) poderia subir a 80% do valor total do bem, diferentemente dos atuais 50%.

"Além da forte crise que a indústria enfrenta, o que derrubou drasticamente a demanda, as taxas e condições atuais da linha de crédito do BNDES estão praticamente proibitivas", justifica Braga.

A partir de 2009, o BNDES lançou o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) no âmbito do Finame. Entre outras medidas, as taxas de juros eram pré-fixadas e chegaram a ser negati

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A indústria aguarda com cautela as novas diretrizes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para bens de capital.

Agentes de diversos setores não preveem taxas subsidiadas, mas pedem previsibilidade e menos burocracia.

"O governo não tem recursos para subsidiar o Finame e há uma enorme burocracia que limita os candidatos à linha de crédito do BNDES", avalia Eurimilson Daniel, vice-presidente da Sobratema, entidade que representa fabricantes de máquinas para construção.

O presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), Alcides Braga, também acredita que a era de taxas subsidiadas não deve voltar. No entanto, ele defende que o BNDES melhore as condições do Finame.

Segundo ele, o volume financiável (para empresas de grande porte) poderia subir a 80% do valor total do bem, diferentemente dos atuais 50%.

"Além da forte crise que a indústria enfrenta, o que derrubou drasticamente a demanda, as taxas e condições atuais da linha de crédito do BNDES estão praticamente proibitivas", justifica Braga.

A partir de 2009, o BNDES lançou o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) no âmbito do Finame. Entre outras medidas, as taxas de juros eram pré-fixadas e chegaram a ser negativas, de 2,5% ao ano.

Agora, com o sistema de Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que prevê alíquotas variáveis que giram em torno de 14% a 18% ao ano (dependendo do caso), a demanda pelo crédito recuou.

"Houve uma queda drástica do limite de crédito e está mais difícil ter acesso à linha do BNDES", comenta Daniel. Ele ressalta que, ainda assim, o Finame é mais atrativo do que outras modalidades, como leasing ou empréstimo de bancos comerciais. "Mas as taxas atuais estão longe de fomentar a indústria."

Recentemente, Luiz Carlos de Moraes, dirigente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) para caminhões, disse que o Finame continua impactando uma demanda já deprimida.

"Hoje, a taxa de juros gira em torno de 16% a 17% ao ano, dependendo do risco, o que é muito alto para bens de capital", declarou em balanço mensal do setor.

Dados da Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef) apontam que em 2008 – antes da implementação do PSI – a participação do Finame nas vendas de caminhões e ônibus foi de 50%, ficando o restante para leasing (30%), à vista (10%) e financiamentos (8%).

Entre 2009 e 2014, a participação da linha de crédito do BNDES nos emplacamentos de veículos pesados variou entre 66% até 77% do total.

"Sempre houve um share significativa do Finame nas vendas de caminhões porque, historicamente, as taxas de juros da linha de crédito do BNDES são mais atrativas do que as praticadas no mercado", explica Gilson Carvalho, presidente da Anef.

No entanto, as condições especiais do PSI estimularam a aquisição de caminhões. "Muitas vezes, a compra era mais uma oportunidade do que necessidade", acrescenta o dirigente.

Em 2015, a participação do Finame nas vendas de caminhões e ônibus teve recuo para 66% do total, conforme balanço da Anef, e no primeiro semestre desse ano ficou em 63%.

 

 

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