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DCI
06/07/2016 00h00 | Atualizada em 13/07/2016 13h29
Apesar da melhora no humor dos executivos do mercado de máquinas de construção, diante das mudanças no governo brasileiro, o compasso ainda é de espera.
O setor estima para o ano uma queda nas vendas em torno de 30% e aguarda definição política para destravar investimentos, principalmente em infraestrutura.
"O mercado está respirando mais aliviado, mas as vendas se mantêm no mesmo patamar. A intenção de investimento ainda não mudou", afirma Felipe Cavalieri, CEO da BMC Hyundai.
O executivo destaca, entretanto, que a empresa não cogita a possibilidade de retorno da presidente afastada Dilma Rousseff. "Nossa aposta é que o governo Temer vai se manter até 2018."
Segundo a Sobratema, associação que agrega empresas do setor, também trabalha com um horizonte sem o retorno de Dilma. "Se o antigo governo voltar, todo o otimismo que está sendo construindo aos poucos no mercado vai por água abaixo", declara Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação.
O segmento de máquinas para construção foi uma das grandes promessas do país principalmente a partir de meados de 2011. Considerado um grande canteiro de obras, o Brasil recebeu investimentos impulsionados por infraestrutura, indústri
...Apesar da melhora no humor dos executivos do mercado de máquinas de construção, diante das mudanças no governo brasileiro, o compasso ainda é de espera.
O setor estima para o ano uma queda nas vendas em torno de 30% e aguarda definição política para destravar investimentos, principalmente em infraestrutura.
"O mercado está respirando mais aliviado, mas as vendas se mantêm no mesmo patamar. A intenção de investimento ainda não mudou", afirma Felipe Cavalieri, CEO da BMC Hyundai.
O executivo destaca, entretanto, que a empresa não cogita a possibilidade de retorno da presidente afastada Dilma Rousseff. "Nossa aposta é que o governo Temer vai se manter até 2018."
Segundo a Sobratema, associação que agrega empresas do setor, também trabalha com um horizonte sem o retorno de Dilma. "Se o antigo governo voltar, todo o otimismo que está sendo construindo aos poucos no mercado vai por água abaixo", declara Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação.
O segmento de máquinas para construção foi uma das grandes promessas do país principalmente a partir de meados de 2011. Considerado um grande canteiro de obras, o Brasil recebeu investimentos impulsionados por infraestrutura, indústria, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
No entanto, a deterioração da economia atingiu os segmentos demandantes da indústria de Linha Amarela, como é conhecido o setor de máquinas de movimentação de terra.
"O impacto da Copa do Mundo e da Olimpíada foi muito baixo. Os investimentos não ocorreram como era previsto", afirma Vilmar Fistarol, presidente do grupo CNH Industrial para América Latina.
O executivo comanda, entre outras empresas, os selos Case Construction e New Holland Construction, que atuam há muito tempo no país. "Esperávamos mais do Brasil, porém, diversas obras sequer foram concluídas. O Brasil perdeu uma grande oportunidade de crescer", acrescenta.
Fistarol espera que, com o governo interino de Michel Temer, os investimentos possam começar a sair do papel. "O que nós queremos é encontrar um ambiente político favorável para os negócios."
Daniel, da Sobratema, estima que entre 2010 e 2014, as vendas de máquinas de Linha Amarela giraram em torno de 30 mil unidades anuais. No ano passado, esse volume caiu para 13 mil e, para 2016, não deve chegar a 10 mil máquinas.
"As empresas preferiram tirar o pé do acelerador e adiar investimentos. Outras cortaram capacidade e algumas até decidiram sair do país", revela.
A BMC é sócia da Hyundai Heavy Industries na produção de máquinas da marca sul-coreana em Itatiaia (RJ). A empresa brasileira também comercializa outros selos. "Conseguimos reagir rapidamente à queda da demanda, cortando custos e enxugando estrutura", explica Cavalieri.
Fistarol, da CNH, conta que o grupo está administrando constantemente os estoques. "Temos que fazer ajustes o tempo todo." Segundo o executivo, a utilização da capacidade instalada do grupo, em Linha Amarela, foi reduzida a quase um terço.
Locação
Segundo dados da Sobratema, o mercado de locação de Linha Amarela deve recuar quase pela metade neste ano. "A ocupação da frota está muito baixa", pontua Daniel.
Ele revela que a maioria das empresas está trabalhando com ocupação aproximada de 30% a 35%, quando o ideal é 60%. "A queda da demanda em construção civil e, em maior grau, de obras de infraestrutura, derrubou a atividade", comenta.
As locadoras são grandes consumidores dos fabricantes de máquinas para construção e chegaram a representar 30% do faturamento do segmento entre 2010 e 2012. "Com a redução das obras e do crédito, a renovação da frota foi bem menor nos últimos dois anos", destaca.
O dirigente acrescenta que as locadoras vão demorar mais tempo do que a retomada da economia para voltar a comprar máquinas. "Ainda há uma grande ociosidade da frota."
28 de julho 2020
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