Após superar rapidamente a crise que se abateu sobre o mercado internacional em 2008, o Brasil retomou seu ritmo de crescimento com uma força jamais vista. A atuação assertiva do Banco Central, que cuidou dos pontos vitais da crise de forma a causar menor impacto sobre a economia, liberando os compulsórios retidos pelos bancos e oferecendo linhas de crédito em dólares para compensar a falta momentânea de dinheiro externo, foi determinante para o crédito voltar a fluir e o país retomar a posição de um dos principais pólos de investimentos mundiais.

Hoje, o mercado brasileiro de equipamentos para construção e mineração - que como todos os setores da atividade econômica sentiu os efeitos da turbulência mundial -, mostra total recuperação. Como foi possível notar, no primeiro bimestre de 2010, o mercado brasileiro apresentou índices de crescimento acima das expectativas mais otimistas, registrando um aumento de vendas de 83,5% em relação ao mesmo período de 2008, considerado o melhor ano da indústria de máquinas, segundo Mario Humberto Marques, presidente da SOBRATEMA – Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção, entidade que congrega usuários e fabricantes de equipamentos do Brasil.

O Programa de Aceleração de Crescimento, o PAC I lançado em 2007 planejou investimentos de US$ 285 bilhões até 2010, o Programa de Aceleração do Crescimento II, ou PAC II, lançado em março de 2010 prevê US$ 800 bilhões em investimentos até 2014, o programa Minha Casa, Minha Vida, prevê a construção de dois milhões de habitações até 2014 - com valores expressivos que chegam a US$ 43 bilhões – estes projetos são ancorados por programas de investimentos e políticas públicas abrangentes que refletem diretamente na demanda e fizeram o setor voltar a crescer. Para completar, a convergência com as obras para a realização de dois grandes eventos esportivos – a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 devem garantir um aumento constante nas vendas de equipamentos.

Mercado brasileiro x mercado mundial
O Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção e Mineração 2009 mostra que o Brasil ainda esteve em uma situação privilegiada em relação ao mercado internacional, apesar de em 2009 registrar uma queda de 28% nas vendas dos equipamentos de linha amarela em relação ao ano recorde de 2008. Isso se explica pela comparação do desempenho nas vendas registrado pelos principais países em 2008 e 2009.

Além dos dados da própria SOBRATEMA, o estudo utilizou para a comparação dos números, dados oficiais das entidades internacionais como a OHR (Off-Highway Research), AEM (Association of Equipment Manufacturers, EUA) e JCEMA (Japan Construction Equipment Manufacturers Association). Os dados mostraram uma queda na Europa e nos Estados Unidos da ordem de  60% (fonte OHR); no Japão  retração de  52% ( fonte JCEMA); na  Índia, queda de 27% (fonte OHR); na China queda de 10% (fonte OHR), enquanto no Brasil  houve  um  crescimento de 10% (fonte Sobratema).

“Na realidade, a crise provocou um enorme impacto no nosso segmento de mercado em termos globais, incluindo o Brasil, que saiu mais rapidamente desse contexto. Entre junho de 2008 e maio de 2009 nos Estados Unidos, por exemplo, as vendas caíram 65%, enquanto no Brasil tivemos uma retração de 28%. Se olharmos um pouco mais para o passado, percebemos que em 2004, os EUA e a Europa representavam juntos 49% da demanda mundial para equipamentos de construção. Em 2009, representam somente 29%, de acordo com a OHR. É mudança estrutural  e  acredito, deve continuar neste patamar”, diz o presidente da SOBRATEMA Mario Humberto Marques.

Os números em 2010
Em termos mundiais, as perspectivas para 2010 para as vendas de equipamentos da linha amarela, de acordo com as informações levantadas pela SOBRATEMA, estipulam um crescimento geral nas vendas internas dos países na ordem de 7% em média. Desse total mundial, a Europa representa 1%, caracterizando estagnação econômica, os Estados Unidos e China sinalizam um crescimento em torno dos 7%, a Índia apresenta crescimento perto de 27%, o Japão aparece com recuperação de 16% e o Brasil com uma expectativa de crescimento de 18%.

O Estudo SOBRATEMA também mostra que as vendas para o mercado interno brasileiro, entre 2010 e 2013, devem crescer mais de 60% número que seria ainda maior se não fosse o expressivo aumento na população de equipamentos ao longo dos últimos quatro anos (2006 a 2010). De acordo com essas informações, Mario Humberto Marques esclarece: “Isso trará estabilidade ao mercado em 2013. Já no ano seguinte, 2014, está previsto o início de boa parte dos investimentos para as Olimpíadas de 2016, e as vendas devem disparar novamente, atingindo uma alta de 26%.

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