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Paralisia de grandes obras prejudica cadeia de fornecedores

As obras para a Olimpíada do Rio têm contribuído para minimizar a crise, mas a desmobilização também está no horizonte, uma vez que a entrega da maioria dos projetos deve ocorrer no início de 2016

Folha de S.Paulo

06/01/2016 13h12 | Atualizada em 13/01/2016 11h27

A conclusão ou a paralisação de grandes obras de infraestrutura vêm provocando estragos na cadeia de supridores de máquinas e insumos para a construção civil.

O segmento mais prejudicado até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%.

A crise pega as empresas após quase uma década de investimentos em expansão de capacidade.

Especialistas ouvidos afirmam que o cenário não tem perspectiva de melhora no médio prazo. "O ciclo de grandes obras no Brasil acabou. Até 2018, teremos um período caracterizado por baixos investimentos em infraestrutura e construção pesada", afirma Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral.

Em novembro, com o enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Belo Monte, Pará, encerrou-se a fase de construção pesada da maior obra em curso no país.

Antes, já tinham sido desmobilizados os canteiros das usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, Rondônia, e da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco.

Angra 3 e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) estão paralisados em decorrência da Lava Jato. Duas refinarias da Petr

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A conclusão ou a paralisação de grandes obras de infraestrutura vêm provocando estragos na cadeia de supridores de máquinas e insumos para a construção civil.

O segmento mais prejudicado até agora, de máquinas de construção pesada, prevê queda de 50% nas vendas neste ano. Cimento, aços longos e tintas veem retração entre 5% e 12%.

A crise pega as empresas após quase uma década de investimentos em expansão de capacidade.

Especialistas ouvidos afirmam que o cenário não tem perspectiva de melhora no médio prazo. "O ciclo de grandes obras no Brasil acabou. Até 2018, teremos um período caracterizado por baixos investimentos em infraestrutura e construção pesada", afirma Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral.

Em novembro, com o enchimento do reservatório da usina hidrelétrica de Belo Monte, Pará, encerrou-se a fase de construção pesada da maior obra em curso no país.

Antes, já tinham sido desmobilizados os canteiros das usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, Rondônia, e da refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco.

Angra 3 e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) estão paralisados em decorrência da Lava Jato. Duas refinarias da Petrobras foram canceladas.

Nos quatro setores analisados pelo jornal Folha de São Paulo, as perspectivas de vendas em 2015 equivalem a níveis de 2009, ano impactado pela crise financeira internacional. A estatística de estoque de emprego em grandes obras segue a mesma tendência.

"A grande preocupação é que não há obra nova começando", afirma o presidente da BMC-Hyundai no Brasil, Felipe Cavalieri.

A companhia inaugurou em 2013 uma fábrica em Itatiaia, RJ com capacidade para produzir, por ano, 3.000 unidades de máquinas para construção pesada – da chamada Linha Amarela: escavadeiras, pás carregadeiras.

Espera fechar 2015 com a venda de apenas mil unidades. Os planos de expansão foram engavetados.

De acordo com IBGE, o PIB da construção civil encolheu 6,3%, e o investimento, indicador que inclui grandes obras, caiu 15% no terceiro trimestre.

"A construção tem grande potencial de arraste, carregando consigo uma enorme cadeia de fornecedores", diz Cláudio Fristchtak, economista da FGV.

De acordo com ele, cada R$ 1 milhão investido na construção civil gera R$ 1,6 milhão em encomendas de bens e serviços.

Para Paulo Resende, professor da Fundação Dom Cabral, o ciclo que se encerra tinha como protagonista o setor público, na condução das obras e no financiamento via BNDES.

A crise fiscal, afirma, coloca sob a responsabilidade da iniciativa privada levar adiante novos investimentos em infraestrutura.

Porém, a recessão, aliada à crise política e à Lava Jato, deixa o cenário ainda mais incerto. "A perspectiva não é favorável ao surgimento, no médio prazo, de novos players para tocar obras pesadas", disse.

As obras para a Olimpíada do Rio têm contribuído para minimizar a crise, dizem empresários do setor. Mas a desmobilização também está no horizonte, uma vez que a entrega da maioria dos projetos deve ocorrer no início de 2016.

Há, na cidade, desde grandes obras civis, como a construção do parque olímpico, até projetos de infraestrutura viária, como os sistemas de BRT (corredores de ônibus) e de VLT (veículo leve sobre trilhos).

"O Rio é o grande canteiro de obras do Brasil", diz Eurimílson Daniel, diretor da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração.

 

 

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