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Fabricante de máquinas revê previsão para 2012

Pacote de incentivos não chegou a tempo para salvar o ano

Valor Econômico

21/08/2012 13h59 | Atualizada em 22/08/2012 12h20

O pacote de incentivos do governo para investimentos em infraestrutura não veio a tempo para salvar 2012 em termos de vendas de máquinas para construção. A avaliação é das principais distribuidoras e associações do setor. Com os constantes atrasos e mudanças de calendários de grandes obras, as perspectivas foram piorando ao longo do ano. Agora, as previsões mais otimistas são de ficar no zero a zero, em relação a 2011. Há empresas que enxergam queda de faturamento para este ano superior a 10%.

"O trabalho vai ser hercúleo nesta segunda metade do ano e, ainda assim, será difícil recuperar as perdas do primeiro semestre", diz Felipe Cavalieri, presidente da Brasil Máquinas de Construção (BMC), que representa marcas como Hyundai, Zoomlion e XCMG.

Nos seis primeiros meses do ano, a distribuidora faturou cerca de 10% menos que em igual período de 2011. O executivo relata que houve uma alta nas vendas em julho, mas puxada por clientes do setor privado, que não têm força para sustentar uma recuperação prolongada.

O anúncio do pacote do governo federal, na semana passada, ajudou a levantar os ânimos entre os empresários, mas, até por ser um estímulo de investimento e não de consumo, a ideia é que leve algum tempo para surtir efeito. "Deu uma boa mexida no merca

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O pacote de incentivos do governo para investimentos em infraestrutura não veio a tempo para salvar 2012 em termos de vendas de máquinas para construção. A avaliação é das principais distribuidoras e associações do setor. Com os constantes atrasos e mudanças de calendários de grandes obras, as perspectivas foram piorando ao longo do ano. Agora, as previsões mais otimistas são de ficar no zero a zero, em relação a 2011. Há empresas que enxergam queda de faturamento para este ano superior a 10%.

"O trabalho vai ser hercúleo nesta segunda metade do ano e, ainda assim, será difícil recuperar as perdas do primeiro semestre", diz Felipe Cavalieri, presidente da Brasil Máquinas de Construção (BMC), que representa marcas como Hyundai, Zoomlion e XCMG.

Nos seis primeiros meses do ano, a distribuidora faturou cerca de 10% menos que em igual período de 2011. O executivo relata que houve uma alta nas vendas em julho, mas puxada por clientes do setor privado, que não têm força para sustentar uma recuperação prolongada.

O anúncio do pacote do governo federal, na semana passada, ajudou a levantar os ânimos entre os empresários, mas, até por ser um estímulo de investimento e não de consumo, a ideia é que leve algum tempo para surtir efeito. "Deu uma boa mexida no mercado, todo mundo ficou animado, mas a perspectiva de recuperação é mesmo para o ano que vem", afirma Cavalieri.

O quadro é semelhante para a Sotreq, distribuidora de máquinas Caterpillar. A empresa estima ter vendido 10% menos em receita e 5% abaixo em volume no acumulado do ano, na comparação com igual intervalo de 2011.

"Com os aeroportos e as ferrovias, os processos são muito lentos, demoram para sair do papel", diz Davi Morais, diretor da unidade de construção da Sotreq. Ele explica que o último grande lote da distribuidora foi entregue recentemente para as obras de Belo Monte, no PA, e que não vieram mais vendas de equipamentos de grande porte. Assim, as empresas acabam vendendo retroescavadeiras e miniescavadeiras para obras menores e, com isso, a receita cai.

Dados coletados pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostram que, até julho, o volume de equipamentos vendidos caiu 6,9%. Na comparação anual, a associação não tem dados referentes a faturamento.

Como observou Morais, as vendas de equipamentos de menor valor, como retroescavadeiras, subiram em volume, com alta de 5,8%. Já máquinas para grandes obras de infraestrutura, como escavadeiras e pás carregadeiras, caíram respectivamente 8,5% e 8,1%.

A pesquisa até indica recuperação no volume de vendas em relação ao primeiro trimestre, quando o mesmo levantamento apontava queda superior a 15%, também na comparação anual. Ainda assim, as previsões pioraram, pois os empresários esperavam recuperação mais expressiva, principalmente a partir de maio, quando o ano realmente começa para o setor.

A Câmara de Máquinas Rodoviárias da Abimaq, em 2011, acreditava que este ano seria bom, com alta na casa de 10% na receita, lembra Andrea Park, presidente da câmara. Ao fim do primeiro trimestre, ela já enxergava um cenário de crescimento na faixa de 5% e, agora, prevê algo mais próximo a uma estagnação. "O sentimento é que, se a gente conseguir repetir o ano passado, já vai ser muito bom."

Andrea, que é também gerente comercial da Komatsu do Brasil, relata que as vendas da empresa ficaram em patamares semelhantes aos observados no ano passado. A empresa esperava um primeiro semestre melhor, por ser ano de eleições municipais, em que gastos com projetos precisam ser efetuados até agosto, mas isso não aconteceu. Para a segunda metade de 2012, a expectativa é que se mantenha o quadro de estagnação ou haja até um pequeno recuo.

Mário Humberto Marques, vice-presidente da Sobratema, associação que reúne empresas envolvidas no mercado da construção, afirma que os dados dos pelos associados mostram desempenho pior nas regiões Sul e Sudeste, onde estão concentrados os maiores parques de máquinas. "Os sinais são de que as vendas no Centro-Sul estão realmente em baixa e isso afeta os negócios porque a região é o grande mercado comprador".

Marques ressalta que as locadoras de máquinas sentem o momento de crise mais fortemente que as distribuidoras, em grande parte porque no Brasil ainda se aluga pouco. As empresas primeiro usam o parque de máquinas própria e alugam depois de atingirem o limite de suas capacidades.

A locadora Escad estima ter faturado 15% menos até julho, em relação a 2011. "E não é só a receita que preocupa, mas a minha rentabilidade que também caiu", afirma Eurimilson Daniel, presidente da empresa. Ele relata que a ocupação do seu maquinário a empresa tem cerca de 550 equipamentos está em 56%, quando o normal para agosto é ficar em 75%.

Daniel afirma que ainda espera um quarto trimestre forte para chegar aos mesmos R$ 45 milhões que faturou em 2011. Como outras empresas que fornecem para a construção, a companhia coloca suas esperanças em 2013.

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