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Construtoras imobiliárias aumentam a importação de máquinas

Valor Econômico

28/09/2011 09h59 | Atualizada em 28/09/2011 13h45

O cenário de demanda elevada por equipamentos de obras no Brasil, real valorizado e necessidade de países exportadores desses itens expandirem seus consumidores, após a piora dos mercados americanos e espanhol, têm estimulado empresas de construção a buscar a importação direta como alternativa de abastecimento.

A Living Construtora, braço de baixa renda da Cyrela Brazil Realty, avalia a possibilidade de importar da China, diretamente, mini-gruas, guindastes e empilhadeiras. A Rossi Residencial estima que suas compras de maquinário feitas diretamente do exterior somem R$ 16 milhões este ano, o dobro de 2010. Já o total de equipamentos importados, da mesma forma, pela Camilotti Incorporação e Construção, desde 2010 até o fim de 2011, deve ficar próximo de 50 unidades.

Em geral, o setor aluga a totalidade ou a maior parcela dos equipamentos de obra, mas algumas empresas optam por comprar itens que possam faltar no mercado de locação devido à demanda elevada ou aqueles com especificações não disponíveis. O câmbio torna os preços dos equipamentos importados mais atraentes que há alguns anos e, conforme os volumes demandados, a compra direta desses itens pode ser uma opção ainda mais em conta.

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O cenário de demanda elevada por equipamentos de obras no Brasil, real valorizado e necessidade de países exportadores desses itens expandirem seus consumidores, após a piora dos mercados americanos e espanhol, têm estimulado empresas de construção a buscar a importação direta como alternativa de abastecimento.

A Living Construtora, braço de baixa renda da Cyrela Brazil Realty, avalia a possibilidade de importar da China, diretamente, mini-gruas, guindastes e empilhadeiras. A Rossi Residencial estima que suas compras de maquinário feitas diretamente do exterior somem R$ 16 milhões este ano, o dobro de 2010. Já o total de equipamentos importados, da mesma forma, pela Camilotti Incorporação e Construção, desde 2010 até o fim de 2011, deve ficar próximo de 50 unidades.

Em geral, o setor aluga a totalidade ou a maior parcela dos equipamentos de obra, mas algumas empresas optam por comprar itens que possam faltar no mercado de locação devido à demanda elevada ou aqueles com especificações não disponíveis. O câmbio torna os preços dos equipamentos importados mais atraentes que há alguns anos e, conforme os volumes demandados, a compra direta desses itens pode ser uma opção ainda mais em conta.

Em outubro, o diretor Corporativo de Produção da Living, Marcelo Melo, irá à China para fazer prospecção de tecnologia de equipamentos e poderá fechar alguma compra. Por enquanto, toda a aquisição feita pela Living de maquinário fabricado no exterior é feita no Brasil, por meio de importadores. Do total de equipamentos que a Living possui, os importados respondem por 15%, fatia que pode crescer para 20%.

A parcela própria também representa 15% dos equipamentos utilizados pela Living. "Compramos equipamentos quando percebemos que existe alguma ameaça de fornecimento no mercado", diz o executivo. Podem faltar, por exemplo, empilhadeiras, segundo ele. É justamente um dos itens que a Living estuda se vale à pena comprar, diretamente, da China. A empresa avalia ainda importação direta de andaimes da Espanha e de trazer, dos Estados Unidos, a tecnologia "steel frame" para projetos-piloto de casas, com a vinda de profissionais do país para intercâmbio de conhecimento.

A possibilidade de importação direta de equipamentos e de usar maquinário e tecnologias construtivas que possibilitem reduzir a mão de obra necessária fazem parte da estratégia da Living de busca de formas para reduzir custos e melhorar suas margens. A padronização de projetos e processos e a maior participação da construção própria no total, atualmente em 70%, também integram essa estratégia. A expectativa da Living é que essa fatia alcance 90% em meados de 2012.

A Rossi, que recorria ao mercado de aluguel para todos os equipamentos que utilizava, deu início à compra de parte de suas necessidades em 2009. "A demanda do mercado por equipamentos cresceu, e os preços de locação aumentaram demais", diz o diretor de Engenharia da Rossi, Renato Diniz. Em alguns mercados, chega a faltar equipamentos de fundação, o que exige que o planejamento dos pedidos seja feito com mais antecedência.

A importação direta de equipamentos pela Rossi começou no ano passado. Aproveitando o real valorizado e o interesse de fornecedores internacionais de encontrar novos clientes, a Rossi já comprou, diretamente, equipamentos da China, Áustria, Irlanda, Inglaterra, Alemanha e dos Estados Unidos. "Alguns equipamentos não têm similar nacional." A Rossi encomendou, por exemplo, onze gruas da Irlanda para 2011 e negociou com o fornecedor alterações no maquinário para ganho de produtividade nas suas obras.

A Camilotti, que atende, com exclusividade, à incorporadora Helbor nas regiões de Joinville e Itajaí, em Santa Catarina, atuando como co-incorporadora e construtora, já importou, diretamente, elevadores de obras, máquinas de corte e dobra e furadeiras para concreto. Segundo o diretor da empresa, Marcos Camilotti, o valor pago por elevadores de obra importados, com qualidade superior aos produzidos no mercado nacional, correspondeu ao preço de 60% ou 70% desses itens.

Nas importações diretas estão também furadeiras de concreto e máquinas de corte e dobras de aço. Mas a preferência é alugar equipamentos ou comprar produtos nacionais. "Importamos quando há diferença de qualidade ou preço", diz Camilotti, ressaltando que a estratégia só compensa para volumes maiores.

Já para a PDG Realty, maior empresa do setor, a importação direta de equipamentos não faz parte de suas atividades. A empresa possui 20 gruas produzidas no exterior, mas adquiridas via importador. "Há o risco de atraso e de a mercadoria chegar ao porto e não conseguirmos retirar", afirma o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores da PDG, Michel Wurman.

O nível de manutenção de equipamentos importados "bem mais difícil que o dos nacionais" é outra dificuldade apontada por Wurman. Mas quem faz ou tem interesse na importação direta diz não considerar a manutenção um problema. Segundo Diniz, da Rossi, os contratos fechados com os fornecedores asseguram, além da compra, a manutenção do maquinário por meio de representantes no Brasil e mecânicos treinados.

A Living também não vê, com preocupação, a necessidade de substituir ou trocar peças de equipamentos comprados no exterior sem intermediários. "As marcas que vamos prospectar são as mesmas que os importadores trazem", diz Melo.

 

 

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