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Vale começa a reciclar os pneus usados na mineração

Valor

05/05/2011 07h00 | Atualizada em 05/05/2011 12h27

A reciclagem de pneus para caminhões de mineração, que podem ter quatro metros e meio de diâmetro e pesar até quatro toneladas, representa um desafio para as empresas do setor. Com um estoque de 6 mil pneus usados, dos quais 3 mil em Carajás, no Pará, a Vale testa uma nova tecnologia capaz de resolver esse passivo ambiental gerado nas últimas décadas.

O método consiste em cortar os pneus em peças de um metro de comprimento com uma tesoura hidráulica acoplada a uma escavadeira. Em Carajás, o equipamento já cortou 600 pneus usados. As projeções da Vale são de que em 2011 e 2012 a empresa descarte mais 4 mil pneus em suas minas no país. A empresa tem planos de começar a operar, a partir de setembro, uma segunda tesoura hidráulica em Minas Gerais. Cada equipamento custa cerca de R$ 1,5 milhão.

Vale enfrenta desafio de reciclar pneus gigantes
A tesoura hidráulica que a Vale está utilizando em Carajás já cortou 600 pneus e a expectativa é descartar mais dois mil pneus por ano em 2011 e 2012

A reciclagem de pneus de mineração - rodas que podem ter quatro metros e meio de diâmetro e pesar até quatro toneladas cada - representa um desafio para empresas do setor, como a Vale. A mineradora acumula em suas operações no Brasil estoque de seis m

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A reciclagem de pneus para caminhões de mineração, que podem ter quatro metros e meio de diâmetro e pesar até quatro toneladas, representa um desafio para as empresas do setor. Com um estoque de 6 mil pneus usados, dos quais 3 mil em Carajás, no Pará, a Vale testa uma nova tecnologia capaz de resolver esse passivo ambiental gerado nas últimas décadas.

O método consiste em cortar os pneus em peças de um metro de comprimento com uma tesoura hidráulica acoplada a uma escavadeira. Em Carajás, o equipamento já cortou 600 pneus usados. As projeções da Vale são de que em 2011 e 2012 a empresa descarte mais 4 mil pneus em suas minas no país. A empresa tem planos de começar a operar, a partir de setembro, uma segunda tesoura hidráulica em Minas Gerais. Cada equipamento custa cerca de R$ 1,5 milhão.

Vale enfrenta desafio de reciclar pneus gigantes
A tesoura hidráulica que a Vale está utilizando em Carajás já cortou 600 pneus e a expectativa é descartar mais dois mil pneus por ano em 2011 e 2012

A reciclagem de pneus de mineração - rodas que podem ter quatro metros e meio de diâmetro e pesar até quatro toneladas cada - representa um desafio para empresas do setor, como a Vale. A mineradora acumula em suas operações no Brasil estoque de seis mil pneus usados, dos quais 3 mil encontram-se em Carajás, no Pará. É ali, na região amazônica, que a Vale implantou projeto para testar tecnologia capaz de resolver passivo ambiental gerado nas últimas décadas. A solução encontrada também tende a evitar que pneus descartados no futuro continuem a se acumular, repetindo o que aconteceu no passado.

A tecnologia consiste em cortar os pneus em peças de um metro de comprimento com tesoura hidráulica acoplada a uma escavadeira móvel. Esse tipo de ferramenta é usada na siderurgia, mas não é comum na mineração. As projeções de crescimento da produção de minério de ferro da Vale para os próximos anos levaram a empresa a analisar alternativas para descartar os pneus de forma sustentável. Em 2011, a meta da Vale é produzir 311 milhões de toneladas de minério de ferro, volume que em 2015 poderá alcançar 522 milhões de toneladas, quase 70% a mais. Esse crescimento, concentrado em Carajás, vai exigir novos caminhões nas minas e, como resultado, mais pneus serão descartados.

Antes de decidir pelo uso da tesoura hidráulica, a Vale analisou a possibilidade de utilizar outras técnicas para reciclar os pneus como a pirólise, processo em que se faz a decomposição química do produto. Mas depois de discussão em seminários dos quais participaram fornecedores de pneus optou-se pela tesoura. Historicamente, a Vale tinha dificuldades para eliminar os pneus usados, pois o corte manual é muito demorado. O tempo para se cortar um pneu chegava a uma semana. A saída era fazer o reuso de parte dos pneus em defensas de navios, amuradas e suportes de taludes nas minas.

Em Carajás, a tesoura já cortou 600 pneus. Em média, o equipamento leva 30 minutos para cortar o pneu em até oito partes de um metro cada. As projeções da Vale são de que em 2011 e 2012 a empresa descarte mais 2 mil pneus por ano (4 mil no total) em suas minas no país. A empresa tem planos de começar a operar, a partir de setembro, uma segunda tesoura hidráulica em Minas Gerais. Cada sistema tesoura-escavadeira custa cerca de R$ 1,5 milhão. No futuro, a empresa poderá exportar a tecnologia para suas operações no exterior, caso do Canadá, Moçambique, Austrália e Indonésia, disse Rodrigo Colombaretti, diretor de desenvolvimento e inteligência de suprimentos da Vale.

Segundo ele, não é objetivo da empresa gerar receita com o uso da tecnologia. O desafio foi criar um processo eficiente que permitisse reduzir o tamanho dos pneus e utilizar processos de reciclagem. Pela dimensão dos pneus de mineração, não é possível valer-se de processos de trituração aplicados aos pneus de carros convencionais. "O pneu de mineração é muito pesado e, em sua composição, existe um aço mais reforçado do que o pneu de um carro", disse Colombaretti.

O diretor afirmou que a Vale é a responsável, perante a legislação ambiental, pela destinação final a ser dada aos pneus usados pelo fato de a própria empresa importar os pneus de maior envergadura (entre 51 e 63 polegadas) dos Estados Unidos e do Japão.

O executivo afirmou que a Vale estuda fazer parceria para implantar no Pará uma unidade para triturar os pneus usados. O material resultante poderia servir de insumo para produção de concreto ecológico e de asfalto borracha a ser usado nas obras da mineradora na região. Hoje, depois de cortados, os pneus deixam Carajás e são transportados em caminhão até uma empresa, em São Paulo, cujo nome a Vale não revela, que se encarrega de triturar o material e separar a borracha do aço.

Os resíduos de aço são vendidos para siderúrgicas que os utilizam como sucata. Já os restos de borracha têm aplicações variadas: servem para substituir parte do coque verde de petróleo na produção de cimento e também são usados como matéria-prima por fabricantes de artefatos de borracha que produzem itens como tapetes de carro, grama sintética e solados para calçados. Uma parte menor dos resíduos de borracha dos pneus vai para produzir asfalto-borracha e concreto ecológico usado em obras da própria Vale e na fabricação de dormentes para trilhos.

 

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