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Revista M&T - Ed.154 - Fevereiro 2012
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Gestão de Frota

Softwares incorporam inteligência estratégica à atividade

Cada vez mais adotados por construtoras e demais empresas que operam com frotas de equipamentos, os sistemas de gestão da informação facilitam o processo de manutenção e se tornam um fator de competitividade para as empresas
Por Marcelo Januário (Editor)

Com o nível de competitividade ao qual as empresas estão expostas atualmente, mais do que controlar a frota no sentido de manter os equipamentos sempre em operação, tornou-se necessário um mecanismo de análise que adicione inteligência ao negócio. Afinal, mesmo numa construtora de porte médio ou pequeno, as informações geradas pelo setor de equipamentos incidem decisivamente sobre o resultado da operação, determinando o momento de se renovar a frota e até mesmo a proposta a ser apresentada em licitações, entre outras possibilidades.

Invariavelmente, uma gestão eficiente do parque de equipamentos pode representar a diferença entre o lucro ou o prejuízo na operação. Isso é possível pela melhor utilização de recursos críticos, pela redução dos custos de produção, diminuição das paradas de emergência e minimização de estoques de peças sobressalentes, além da obtenção de aumentos reais do capital de giro e, evidentemente, de lucros maiores.

Apesar de não haver indicadores específicos sobre o impacto do gerenciamento integrado da manutenção de frotas, as projeções apontam para um aumento médio de 10% na disponibilidade dos equipamentos, redução de 50% nas ações corretivas e de 40% nos custos sobre o faturamento.

Por tudo isso, o avanço da tecnologia da informação (TI) vem consolidando uma nova visão na área, mais preocupada com o gerenciamento efetivo de todo o ciclo de vida útil do equipamento. Com isso, as antigas planilhas construídas manualmente cedem espaço para softwares que conferem maior eficácia à gestão da frota e de sua manutenção.

Informação compartilhada

Ainda no início dos anos 70, ao perceber que todo o gerenciamento do setor de manutenção se concentrava apenas na cabeça do gestor, a empresa Mentenence desenvolveu o PIS (Plano de Intervenção Sistemática). Trinta anos depois, a metodologia deu origem ao JpisNet, um sistema que utiliza linguagem Java e roda nas mais diferentes plataformas disponíveis no mercado, como Windows, Linux, Unix e Solaris, além de se integrar aos principais bancos de dados, como Oracle, Interbase, SysBase, Informix e SQL Server.

Para realizar a programação e o controle dos serviços de manutenção, o sistema cadastra e registra índices de desempenho,


Com o nível de competitividade ao qual as empresas estão expostas atualmente, mais do que controlar a frota no sentido de manter os equipamentos sempre em operação, tornou-se necessário um mecanismo de análise que adicione inteligência ao negócio. Afinal, mesmo numa construtora de porte médio ou pequeno, as informações geradas pelo setor de equipamentos incidem decisivamente sobre o resultado da operação, determinando o momento de se renovar a frota e até mesmo a proposta a ser apresentada em licitações, entre outras possibilidades.

Invariavelmente, uma gestão eficiente do parque de equipamentos pode representar a diferença entre o lucro ou o prejuízo na operação. Isso é possível pela melhor utilização de recursos críticos, pela redução dos custos de produção, diminuição das paradas de emergência e minimização de estoques de peças sobressalentes, além da obtenção de aumentos reais do capital de giro e, evidentemente, de lucros maiores.

Apesar de não haver indicadores específicos sobre o impacto do gerenciamento integrado da manutenção de frotas, as projeções apontam para um aumento médio de 10% na disponibilidade dos equipamentos, redução de 50% nas ações corretivas e de 40% nos custos sobre o faturamento.

Por tudo isso, o avanço da tecnologia da informação (TI) vem consolidando uma nova visão na área, mais preocupada com o gerenciamento efetivo de todo o ciclo de vida útil do equipamento. Com isso, as antigas planilhas construídas manualmente cedem espaço para softwares que conferem maior eficácia à gestão da frota e de sua manutenção.

Informação compartilhada

Ainda no início dos anos 70, ao perceber que todo o gerenciamento do setor de manutenção se concentrava apenas na cabeça do gestor, a empresa Mentenence desenvolveu o PIS (Plano de Intervenção Sistemática). Trinta anos depois, a metodologia deu origem ao JpisNet, um sistema que utiliza linguagem Java e roda nas mais diferentes plataformas disponíveis no mercado, como Windows, Linux, Unix e Solaris, além de se integrar aos principais bancos de dados, como Oracle, Interbase, SysBase, Informix e SQL Server.

Para realizar a programação e o controle dos serviços de manutenção, o sistema cadastra e registra índices de desempenho, custos individualizados e globais, além de acompanhar a eficiência da mão de obra (reincidência de falhas), identificar a necessidade de peças sobressalentes para a manutenção, estabelecer metas a serem cumpridas e controle das intervenções preventivas.

Integrado a qualquer software de gestão empresarial (ERP - Enterprise Resource Planning), o JPisNet gera automaticamente ordens de serviços (OS) de todos os equipamentos no período de um ano de atividade, planejando dia e hora das paradas de manutenção. Com isso, ele permite a priorização e ordenamento das tarefas, vinculando peças, materiais e mão de obra necessários ao serviço, inclusive com o nome dos funcionários designados. No caso de OS corretivas ou de emergência, o usuário também pode registrar a ocorrência e a causa, que vão para o histórico do equipamento em relatórios customizáveis.

Com tantos recursos, o sistema já foi implantado por empresas como Usiminas, Metrô de São Paulo, Anderson Clayton, Johnson & Johnson e outras. “A informatização é um recurso poderoso; com ela o departamento será bem gerido e se desenvolverá, trazendo muitos benefícios à empresa”, vaticina José Geraldo de Aguiar Faria, diretor técnico da Mentenence & Associados.

Arquitetura modular

Outra solução nacional na área foi desenvolvida pela Pró User Consultoria em 1993. O Sistef (Sistema Especialista de Frotas) é uma solução modular, o que permite sua implantação de acordo com as necessidades específicas de cada empresa. O sistema é composto por 13 módulos independentes (que o cliente pode adquirir separadamente) e integrados ao controle, o que permite a gestão de diversas instâncias, incluindo veículos, motoristas, combustível, manutenção, lubrificantes, pneus, almoxarifado, custos globais, produção, acerto de viagem, apontamentos mecânicos, compras e portaria.

O Sistef opera em três camadas, o que evita a perda de desempenho ao não sobrecarregar a estação do cliente com aplicativos pesados, além de baratear o produto final por eliminar restrições de armazenamento e desenvolvimento. “Na tecnologia multicamadas, as regras de negócio não estão nem no cliente, nem no banco de dados, mas em uma terceira camada chamada círculo de aplicativos”, explica Frederico Junqueira Nicolau, diretor da Pró User.

O executivo ressalta que a tecnologia possibilita a integração online e em tempo real de filiais, permitindo o lançamento descentralizado dos dados no próprio local onde os equipamentos estão sediados. “Essa tecnologia constitui uma grande vantagem para o cliente, pois possibilita integrar suas múltiplas obras à matriz”, diz.

Rodando em ambiente Windows, o Sistef também pode ser utilizado via Application Service Provider (ASP), dispensando a necessidade de investimentos em hardware, licenças e softwares básicos. Outro aspecto importante é sua consistência ativa, na qual todos os lançamentos passam por uma análise crítica, que impede o lançamento de dados inconsistentes.

Versátil, o sistema já foi utilizado por clientes de diferentes setores, como Coca-Cola, Transbank, Viação Urubupungá e outros. Embora ele não seja adotado por construtoras, também pode ser aplicado para esse fim, conforme explica o executivo. “A nossa recomendação para as empresas que têm a necessidade de implantar um sistema de gestão de frotas é que verifiquem o nível de aderência do produto ao seu negócio”, orienta Nicolau. “Às vezes, o que é importante para um cliente, não é para o outro.”

Ganhos obtidos

Já o sistema SSA (Shared Services Astrein) está disponível no mercado brasileiro desde 1989. Patenteado pela Astrein, especializada em soluções para gestão de ativos, facilities e centrais de cadastro, o sistema foi desenvolvido sobre a plataforma Microsoft.NET e em linguagem C#.NET, utilizando bancos de dados SQL Server ou Oracle e interface com o navegador Internet Explorer.

Igualmente modular, o SSA que também é aplicável a serviços de manutenção em equipamentos estacionários ou móveis e instalações prediais tem sido utilizado por cerca de 300 clientes no país, incluindo empresas como Valeo, Cryovac e Ipiranga, que há 14 anos o utiliza para gerenciar um parque de 1.300 equipamentos, incluindo motobombas, tanques, reatores, dosadoras, paletizadoras, esteiras, elevadores e outros.

Por meio de relatórios gerenciais, o SSA sistematiza o plano de atividades e controla em tempo real os custos de manutenção, equipamentos e desempenho, incluindo atividades corretivas e sistemáticas, as ações preventivas planejadas e análises de falhas.

Segundo a empresa, que também já implantou a solução em obras pontuais de construtoras como a Odebrecht, Camargo Corrêa e Serveng, o SSA permite que os recursos e tarefas sejam distribuídos corretamente. Com isso, a comunicação flui de forma padronizada e documentada, possibilitando um acréscimo de 40% no rendimento da equipe e amortizando em média 20% o gasto com horas-extras, além de reduzir o estoque de peças sobressalentes.

Outro benefício é o significativo ganho na disponibilidade dos equipamentos, que pode chegar a 15%. “Temos recursos de descrição e de categorização de peças e equipamentos para mantê-los funcionando”, diz Alexandre Siqueira, diretor comercial da Astrein. “Quando o momento é de crise, o foco recai sobre os custos. Mas quando é de expansão, como agora, incide sobre a disponibilidade.”

Soluções globais

Muito antes desses recursos de TI se consolidarem no país para a gestão de parques de equipamentos, nos últimos 20 anos, alguns gigantes mundiais da informática já ofereciam soluções de informação integrada para a manutenção da frota. Entre esses sistemas se inclui o Maximo for Transportation, com 45 anos de existência. A ferramenta para gestão de ativos do grupo norte-americano IBM integra o Maximo Asset Management, core do conhecido sistema informatizado de planejamento.

Baseado na plataforma Java 2 Enterprise Edition (J2EE), o Maximo possui características como aderência, flexibilidade e conectividade, o que permite sua integração com dispositivos móveis como hand-held, mas também com a plataforma de ERP da empresa, assim como sistemas georreferenciados de rastreamento e de supervisão e controle.

“Nosso foco foi sempre o gerenciamento do ciclo de vida do ativo, que começa desde a fase de planejamento, construção e montagem, passando pela operação, manutenção e adaptações, até o momento em que se chega à conclusão que é melhor descartar aquele ativo”, pontua Carlos Tunes, líder da linha de software Maximo para a IBM América Latina.

Com cerca de 70% de implementações em indústrias pesadas do todo o mundo, o Maximo funciona com três tipos de bancos de dados – Oracle, Bb2 e SQL Server – rodando em diferentes plataformas ASP, como WebSphere ou WebLogic, o que permite suportar várias combinações nessa arquitetura. Com isso, a empresa pode manter ambientes específicos para cada unidade de operação, centralizar remotamente todas elas ou até mesmo utilizar um ambiente em nuvem, no qual a hospedagem do repositório de dados e aplicações é totalmente desconhecida do usuário.

“A solução oferece funções específicas para a parte de engenharia e manutenção, incluindo ações preventivas, corretivas e preditivas de peças e fluidos, bem como o controle de operações e certificações, além de todo um módulo de sistemas de suprimentos, compras e gestão de pessoas”, diz Tunes.

Foco em máquinas móveis

Outro gigante internacional da área de TI com soluções para o setor é a alemã SAP, cujo sistema de gestão empresarial é um dos mais conhecidos no mundo. O sistema SAP ERP conta com o módulo Corporate Services (Gestão de Bens Corporativos) que dá suporte às manutenções preventivas e planejadas, além de acompanhar custos e orçamentos, executar e gerenciar a liberação das ordens de serviços (OS).

Compatível praticamente com todos os padrões de banco de dados disponíveis, o aplicativo é estruturado sobre a plataforma SAP NetWeaver, que utiliza padrões convencionais da Internet, como HTTP, XML e serviços Web, permitindo abertura e interoperabilidade com Microsoft .NET e ambientes J2EE, como o IBM WebSphere.

“É uma solução que faz todo o controle de qualquer tipo de equipamento ou frota de máquinas”, assevera Daniel Bio, gerente de desenvolvimento de negócios da SAP. “O sistema cadastra e controla esses ativos a partir de uma parametrização específica para a gestão. Não é uma solução de manutenção com a visão de fábrica, mas sim com a visão de frota, que considera consumo de combustível, pneus, peças de desgastes, centro de abastecimento e outras variáveis, de forma a possibilitar análises sobre sua utilização.”

O sistema também produz um histórico da vida do equipamento e registra tudo o que é realizado em termos de manutenção, podendo ser alimentado por dispositivos móveis, cartões, sensores e outros dispositivos. “Esse histórico fornece condições de saber, por meio de gráficos, análises e painéis de controle, quando se deve parar um veículo, se ele deixou de ser rentável e o melhor momento de substituição”, explica Bio.

Após cada manutenção, são inseridos os dados sobre custos e depreciação do ativo como um todo ou separadamente, motores que foram substituídos, chassis, peças, componentes, ou seja, todos os macroconjuntos que o compõem. Segundo o gerente, tais informações podem embasar uma gestão tática e estratégica da capacidade de utilização da frota, sua disponibilidade e potencial de uso, chegando ao dimensionamento de rotas. “Você pode partir de uma necessidade operacional, como a gestão da frota, e chegar à análise de utilização, controle de eventos e indicadores de desempenho”, diz ele.

Experiências no setor

Na área de construção, grupos como a Camargo Corrêa, RP, Gafisa e CR Almeida já utilizam o SAP ERP, apesar de, como informa Bio, ainda não terem incorporado o módulo específico para gestão de frotas. “Cada vez mais as empresas precisam das informações para participar e fazer propostas viáveis em licitações de obras ou concessões”, ele avalia. “Com isso, elas estão se dando conta de que precisam de suporte tecnológico para fazer uma gestão mais eficiente do parque de equipamentos. É o mercado que está levando a competição para esse lado.”

Quanto a isso, já não restam dúvidas. Na Camargo Corrêa, por exemplo, que utiliza o SAP ERP para gerir um parque com mais de três mil equipamentos, todo o histórico de manutenção concentra-se no módulo PM (Plant Maintenance). “Com ele, você tem o acompanhamento completo da vida do equipamento”, explica Pedro Luiz Giavina Bianchi, gerente executivo de equipamentos do grupo. “Independentemente do projeto em que a máquina esteja alocada, você pode consultar a última revisão, qual peça foi trocada, a mão de obra utilizada e demais dados.”

Contando há tempos com um sistema de acompanhamento online (Ge-Web) e de controle de combustível, em breve a empresa pretende introduzir a telemetria embarcada, que permitirá o registro remoto de horas trabalhadas, assim como as condições mecânicas do equipamento e outras informações.

Segundo Bianchi, a informatização crescente tem beneficiado suas atividades e a própria empresa. “A tecnologia nos ajuda muito”, diz ele. “O próprio sistema nos avisa quando se aproxima uma ação preventiva e lista o pacote de tudo o que precisa ser executado, quais peças precisam ser trocadas, os componentes que serão submetidos a manutenção, está tudo descrito lá. É um suporte que temos para melhorar a gestão e que não pode ser ignorado.”

 

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