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Revista M&T - Ed.134 - Abril 2010
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Financiamento

Crédito fácil impulsiona o setor

Com a disponibilidade de crédito a juros competitivos, a indústria brasileira de equipamentos navega na contramão da crise internacional. E questiona o que acontecerá a partir de dezembro, quando acabarão tais condições de financiamento

Um paradigma começou a ser quebrado no mercado brasileiro de equipamentos para construção em pleno cenário de crise econômica internacional. Para um setor acostumado a enfrentar barreiras quase intransponíveis no acesso a financiamentos bancários, as facilidades oferecidas pelo governo, no final de 2009, foram recebidas como um importante impulso para os negócios, justamente num momento em que o mercado acenava para uma completa paralisação.

O “pacote de bondades” veio por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), uma linha de crédito especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com juros subsidiados pelo Tesouro nacional. Com isso, o banco passou a financiar a aquisição de bens de capital com juros de 4,5% ao ano (para a compra de equipamentos) e de 7% ao ano (no caso de caminhões e implementos rodoviários). Tudo isso com uma carência de dois anos para o pagamento, que pode ser parcelado em até oito anos.

Lançado no fim do ano passado, com prazo de validade até junho de 2010, o PSI movimentou o setor de equipamentos ao proporcionar crédito fácil para fabricantes e compradores. “No nosso setor, a maioria das negociações depende de financiamento e, nesse ponto, podemos comemorar um avanço significativo ao constatar que o crédito disponível no mercado saltou de 23% do PIB brasileiro, em 2004, para a faixa de 50%, este ano”, afirma Paulo Lancerotti, diretor executivo da Sobratema.

Impacto na indústria
Segundo Paulo Sérgio Sodré, chefe do Departamento de Credenciamento e Financiamento a Máquinas e Equipamentos do BNDES, o programa movimentou, apenas nos dois primeiros meses de existência, cerca de R$ 27 bilhões em desembolsos, totalizando quase 88 mil operações de financiamento. “Foram recursos direcionados à produção e geração de empregos, como a aquisição de caminhões, equipamentos para construção, máquinas agrícolas e industriais”, afirma Sodré.

Obviamente, nenhuma construtora adquire novos equipamentos, que sempre envolvem grandes transações financeiras, apenas em função da disponibilidade de crédito. Mas esse cenário, juntamente com a expectativa de crescimento da carteira de contratos, contribuiu para que muitas empresas optasse


Um paradigma começou a ser quebrado no mercado brasileiro de equipamentos para construção em pleno cenário de crise econômica internacional. Para um setor acostumado a enfrentar barreiras quase intransponíveis no acesso a financiamentos bancários, as facilidades oferecidas pelo governo, no final de 2009, foram recebidas como um importante impulso para os negócios, justamente num momento em que o mercado acenava para uma completa paralisação.

O “pacote de bondades” veio por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), uma linha de crédito especial do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), com juros subsidiados pelo Tesouro nacional. Com isso, o banco passou a financiar a aquisição de bens de capital com juros de 4,5% ao ano (para a compra de equipamentos) e de 7% ao ano (no caso de caminhões e implementos rodoviários). Tudo isso com uma carência de dois anos para o pagamento, que pode ser parcelado em até oito anos.

Lançado no fim do ano passado, com prazo de validade até junho de 2010, o PSI movimentou o setor de equipamentos ao proporcionar crédito fácil para fabricantes e compradores. “No nosso setor, a maioria das negociações depende de financiamento e, nesse ponto, podemos comemorar um avanço significativo ao constatar que o crédito disponível no mercado saltou de 23% do PIB brasileiro, em 2004, para a faixa de 50%, este ano”, afirma Paulo Lancerotti, diretor executivo da Sobratema.

Impacto na indústria
Segundo Paulo Sérgio Sodré, chefe do Departamento de Credenciamento e Financiamento a Máquinas e Equipamentos do BNDES, o programa movimentou, apenas nos dois primeiros meses de existência, cerca de R$ 27 bilhões em desembolsos, totalizando quase 88 mil operações de financiamento. “Foram recursos direcionados à produção e geração de empregos, como a aquisição de caminhões, equipamentos para construção, máquinas agrícolas e industriais”, afirma Sodré.

Obviamente, nenhuma construtora adquire novos equipamentos, que sempre envolvem grandes transações financeiras, apenas em função da disponibilidade de crédito. Mas esse cenário, juntamente com a expectativa de crescimento da carteira de contratos, contribuiu para que muitas empresas optassem pela ampliação ou modernização da frota. “No nosso caso, as operações de financiamento saltaram de 150 para 1.500 por dia”, afirma Wagner da Fonseca Salvadori, diretor do Bradesco, instituição responsável pelo maior volume de repasses de crédito do BNDES.

O impacto foi imediato entre os fabricantes de caminhões, de equipamentos para construção e de implementos rodoviários, que nos primeiros meses de 2010 retomaram o ritmo das atividades a patamares equivalentes a 2008, quando a indústria brasileira operava a plena capacidade. Diante desse cenário, que contribuiu para que o Brasil despontasse como um dos primeiros a superar a crise econômica internacional, a prorrogação do PSI tornou-se uma bandeira no setor. Em resposta ao clamor de empresários, economistas e lideranças políticas, o programa foi prorrogado até dezembro deste ano.

Fonte dos recursos
Nas novas condições, os juros anuais saltaram de 4,5% para 5,5% no financiamento à aquisição de equipamentos, o que ainda representa condições muito atrativas para um mercado habituado a pagar taxas de dois dígitos. No caso da aquisição de caminhões e implementos rodoviários, os juros foram de 7% para 8%. Em ambos os casos, o prazo de pagamento continua estabelecido em até oito anos, com dois anos de carência.

Para prorrogar essas boas condições de crédito por mais seis meses, o Tesouro nacional reforçou o PSI com o aporte de R$ 80 bilhões. Além disso, outros R$ 7 bilhões foram destinados ao financiamento à exportação de equipamentos, num programa que já ganhou a alcunha no mercado de “Eximbank brasileiro”, em alusão ao órgão de fomento norte-americano. O objetivo do governo, nesse caso, é melhorar a competitividade dos produtos brasileiros diante da acirrada competição promovida pelos fabricantes asiáticos, principalmente nos mercados da América Latina e África.

Se a facilidade de acesso ao crédito permanecerá após dezembro de 2010, entretanto, poucos podem afirmar, já que o programa do governo se encerrará nesta data. O que todos esperam é que os benefícios proporcionados pelo PSI contribuam para a queda da taxa de juros a patamares “civilizados”. Paulo Sodré, do BNDES, ressalta que não existe mágica nesse processo, que resultou da eliminação da TJLP (taxa de juros de longo prazo), a remuneração do BNDES, por meio de subsídios federais. “A continuidade do programa depende de uma política de governo, que precisará definir se continuará aportando recursos do Tesouro no PSI”, diz ele.

Seguro de equipamentos
Devido à relevância do assunto, que vem gerando polêmicas e movimentando o setor de equipamentos, ele foi adotado como tema do 1º Workshop promovido pela Sobratema em 2010 (veja na pág. 68). Além desse tema, o evento contou com apresentações e debates sobre outro assunto ainda muito desconhecido pelos profissionais do setor: o seguro de equipamentos para construção.

Para Antenor Ambrosio, diretor da corretora Interbrok, parte desse problema se deve ao fato de que as apólices de seguro são mal redigidas no Brasil. “Por esse motivo, o cliente precisa contratar uma corretora de total confiança e com experiência nesse segmento.” Como exemplo, ele cita acidentes em que o resgate do equipamento no local do sinistro chega a apresentar um custo elevado. “A apólice pode prever esse valor no prêmio, mas isso precisa ser tratado antecipadamente entre cliente e corretora, diante dos riscos existentes, pois tudo tem um custo.”

Ele explica que o valor do seguro resulta da combinação entre a disponibilidade do mercado de capitais e o nível de exposição a risco do equipamento. “Por esse motivo, o cliente precisa informa à seguradora as condições de operação e o valor do bem com depreciação técnica, e não contábil. Caso contrário, ele corre o risco de não receber o prêmio, no primeiro caso, ou de recebê-lo em quantia abaixo do valor real do bem”, conclui o especialista.

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