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Revista M&T - Ed.210 - Março 2017
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Fabricante

Prontos para a retomada

Mais enxuto, Grupo Volvo projeta avanço de 10% nos negócios na América Latina em segmentos como caminhões pesados, ônibus, motores industriais e serviços financeiros
Por Marcelo Januário (Editor)

A lição de casa está feita. Se há algum aspecto positivo da atual crise econômica, sem dúvida é este. Após dois anos de queda acumulada, empresas como a Volvo repassaram em minúcias suas operações no país e no continente latino-americano na busca por maior eficiência e competitividade. E, agora, quando o horizonte parece começar a desanuviar, dizem-se mais adequadas ao novo cenário que, aos poucos, se descortina também no setor de máquinas, equipamentos e serviços.

Há um ano no cargo, o presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lirmann – o primeiro brasileiro a ocupar o posto – é enfático nesse sentido. “Já enxergamos o final dessa travessia pelo deserto”, compara o executivo. “Estamos avançando, ainda que tenhamos muitos problemas que, em minha opinião, poderiam andar mais rápido. Mas já percebemos uma melhora na economia, com a retomada de confiança, boas projeções na agricultura, enfim, uma série de fatores.”

Tal confiança, diga-se, nunca deixou de existir, uma vez que, mesmo em meio à fase mais aguda da crise, a fabricante sueca manteve seu programa de investimentos que prevê a injeção de 1 bilhão de reais até 2019, aplicados no desenvolvimento de produtos, atualização industrial e serviços, destacando-se a expansão da rede no Chile, com três novas casas. O montante também inclui o lançamento do caminhão VM 32 e a nacionalização da nova caixa I-Shift, ambos realizados no último ano. “Consistência é a palavra-chave”, resume o presidente. “Em termos de tecnologia, estamos uma geração à frente dos nossos concorrentes.”

DESEMPENHO

De todo modo, 2016 também foi um ano de sacrifício para o Grupo Volvo, que se viu forçado a eliminar 400 postos da operação brasileira, ficando com 3 mil colaboradores. Frente ao desafio de uma economia recessiva, a empresa obteve nas exportações uma válvula de escape considerável, registrando em 2016 um expressivo aumento de 30,6% nas vendas externas, que passaram a representar 42% dos negócios na região. “Isso é resultado de uma estratégia de longo prazo”, diz Lirmann. “Não é algo que se conquiste da noite para o dia.”

Com exceção do México, o Grupo Volvo América Latina atua em toda a região, somando mais de 20 países com operaç


A lição de casa está feita. Se há algum aspecto positivo da atual crise econômica, sem dúvida é este. Após dois anos de queda acumulada, empresas como a Volvo repassaram em minúcias suas operações no país e no continente latino-americano na busca por maior eficiência e competitividade. E, agora, quando o horizonte parece começar a desanuviar, dizem-se mais adequadas ao novo cenário que, aos poucos, se descortina também no setor de máquinas, equipamentos e serviços.

Há um ano no cargo, o presidente do Grupo Volvo América Latina, Wilson Lirmann – o primeiro brasileiro a ocupar o posto – é enfático nesse sentido. “Já enxergamos o final dessa travessia pelo deserto”, compara o executivo. “Estamos avançando, ainda que tenhamos muitos problemas que, em minha opinião, poderiam andar mais rápido. Mas já percebemos uma melhora na economia, com a retomada de confiança, boas projeções na agricultura, enfim, uma série de fatores.”

Tal confiança, diga-se, nunca deixou de existir, uma vez que, mesmo em meio à fase mais aguda da crise, a fabricante sueca manteve seu programa de investimentos que prevê a injeção de 1 bilhão de reais até 2019, aplicados no desenvolvimento de produtos, atualização industrial e serviços, destacando-se a expansão da rede no Chile, com três novas casas. O montante também inclui o lançamento do caminhão VM 32 e a nacionalização da nova caixa I-Shift, ambos realizados no último ano. “Consistência é a palavra-chave”, resume o presidente. “Em termos de tecnologia, estamos uma geração à frente dos nossos concorrentes.”

DESEMPENHO

De todo modo, 2016 também foi um ano de sacrifício para o Grupo Volvo, que se viu forçado a eliminar 400 postos da operação brasileira, ficando com 3 mil colaboradores. Frente ao desafio de uma economia recessiva, a empresa obteve nas exportações uma válvula de escape considerável, registrando em 2016 um expressivo aumento de 30,6% nas vendas externas, que passaram a representar 42% dos negócios na região. “Isso é resultado de uma estratégia de longo prazo”, diz Lirmann. “Não é algo que se conquiste da noite para o dia.”

Com exceção do México, o Grupo Volvo América Latina atua em toda a região, somando mais de 20 países com operações diretas e indiretas. “Onde estão as oportunidades?”, questiona-se o executivo, formulando o quê no fundo serve de mantra para qualquer atividade empresarial. “Trabalhamos com essa questão há muito tempo, não é algo novo. Por isso, em 2016 fomos a marca que mais cresceu [nas categorias de caminhões] acima de 16 t fora do Brasil.”

Nesse segmento, que inclui veículos pesados e semipesados, a Volvo afirma ter a segunda posição na América Latina. No segmento de semipesados, a linha – que tem no modelo VM seu carro-chefe – vem crescendo e já obteve desempenho digno de registro dentro e fora do Brasil, com crescimento de participação de 2,2% para 6,1%.

Como destaques em pesados, Lirmann aponta mercados como Peru e Chile, que no último ano também registraram crescimento nas vendas puxado pela mineração e, no caso chileno, madeira. “Na Argentina, no ano passado o mercado caiu de 12 para 10 mil unidades nos segmentos em que atuamos”, informa. “Mas a nossa participação no segmento de pesados dobrou, indo de 8% para 16%.”

TRANSPORTE

Segundo a empresa, o FH 460cv e o FH 540cv foram pelo terceiro ano consecutivo os veículos pesados mais vendidos do Brasil, com 1.426 e 1.344 unidades, respectivamente. Isso garantiu a liderança do segmento, com participação de 27,9%.

Contudo, o diretor comercial Bernardo Fedalto aponta para o comportamento oscilante do mercado. “Na categoria de vocacionais utilizados na construção, por exemplo, o mercado sofreu muito nos últimos anos. Hoje, representa menos no total do mercado, caindo de 13% para 10%”, resigna-se. “Já em vocacionais severos, para mineração e cana-de-açúcar, nos últimos anos houve um crescimento ligado ao agronegócio, mas depois também veio uma queda devido ao recuo na mineração.”

Apesar dessas dificuldades, Fedalto comemora o fato de, em 2016, a área de pós-venda ter obtido novo recorde na venda de peças e serviços da marca. “E não são apenas peças no balcão, como também planos de manutenção, que já abrangem 54% dos nossos caminhões”, completa.

Com um cenário econômico ainda imprevisível pela frente, neste ano a divisão aposta na manutenção da liderança do modelo FH no mercado brasileiro, além de alavancar gradativamente a participação do VM. De acordo com Fedalto, em pesados o objetivo é manter a participação na casa dos 28%, o que deve garantir-lhe novamente a liderança no segmento, que – pelas previsões – pode crescer 10% no ano. “No nosso segmento, o mercado está parecido com o que tínhamos em 2002”, avalia. “E isso aumenta a importância de ajustar a velocidade da empresa ao mercado e de estar preparado para subir quando necessário.”

MOBILIDADE

No segmento de ônibus rodoviários e urbanos, a Volvo Bus registrou crescimento global de 8% no último ano, enquanto o mercado total avançou 3%. Sexto mercado mais importante da marca para o segmento (já foi o primeiro), no Brasil houve leve avanço (0,2%) na participação, indo a 9,5%.

Entrementes, assim como em caminhões, no acumulado o mercado de ônibus no Brasil já caiu quase 70% nos últimos anos. “Há um relação direta [deste mercado] com a saúde financeira das prefeituras”, analisa Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus Latin America. “Mas, mesmo com essa queda, discretamente conseguimos ganhar participação de mercado, tanto em rodoviários como intermunicipais. E já sentimos alguns sinais incipientes de retomada.”

O executivo credita o avanço a características do produto, como ar condicionado e suspensão a ar. Mas há outro ponto. “Em 2016, os modelos com motor frontal representaram metade da demanda na região”, revela Todeschini, destacando ainda pesquisas com clientes que corroboram os esforços realizados em pós-venda. “Rentabilidade é a melhor métrica para entender o que cliente espera de nós”, diz ele.

Em comércio exterior, a operação brasileira manteve-se entre os principais polos exportadores globais da montadora, com um volume 53% dos ônibus produzidos no país vendidos além-fronteiras. “Desde 2012 temos crescido nas exportações”, comenta Todeschini, destacando o desempenho em mercados como Peru (share de 30%) e Colômbia (17%). “E já não são apenas os mercados tradicionais, mas também da América Central e do Caribe, em países como Panamá, El Salvador, Honduras e República Dominicana, onde trabalhamos um sólido conceito de mobilidade urbana.”

Já em termos de tecnologia, o lançamento do biarticulado Gran Artic 300, apresentado como o maior ônibus do mundo, com 30 m e capacidade de 300 passageiros, foi um dos destaques do ano. Outra aposta que se concretiza são os sistemas de eletromobilidade. “Já temos mais de 3 mil veículos movidos a eletricidade no mundo, incluindo 360 unidades na Colômbia”, comenta o executivo, destacando que a tecnologia já é economicamente acessível. “Como tendência, também podemos destacar o sistema de BRT (Bus Rapid Transit) e a ‘metronização’ do ônibus, que tem um custo 15 vezes menor que o metrô e já está se tornando realidade com o projeto CIVI (City Vehicle InterConnect).”

ENERGIA

Com uma expansão global de 5% em 2016, a Volvo Penta afirma ter aumentado a participação na área de motores de lazer a diesel também no Brasil, além de manter o market share em motores industriais, voltados principalmente para a geração de energia e que já representam 40% dos negócios da divisão (sendo que há alguns anos tal índice era de apenas 5%). Nesse segmento, que movimenta 10 mil unidades/ano no Brasil, a empresa em 2016 nacionalizou o motor D13 de 13 litros, que conta com uma plataforma tecnológica comum aos caminhões e já representa 80% das vendas dos motores deste porte no país.

Apesar disso, a Volvo Penta viu o mercado de energia frustrar as expectativas no último ano, com um consumo de 55 TWh, ante a previsão de 60 TWh. “Muitas PCH’s e pequenos produtores de energia passaram a vender para as concessionárias, ao invés de produzir por conta própria, de forma que a economia desacelerada afetou diretamente o consumo”, aponta Gabriel Barsalini, presidente da Volvo Penta South America. “Vai demorar um pouco mais do que imaginávamos para voltarmos à escassez energética de 2013.”

A saída, de acordo com o executivo, foi buscar mercados inexplorados e novos segmentos. “Instalamos até mesmo motores em uma fazenda de camarão na região do Equador e do Peru”, diz ele. “Mas também passamos a atuar mais na indústria de areia em São Paulo.”

Para este ano, a divisão anuncia o lançamento global do novo motor D16, de 800 kVA, previsto para julho. A empresa também deve investir em sua rede, que já conta com 124 pontos na América Latina, sendo 84 delas no Brasil. “Se antes estávamos concentrados mais na costa litorânea do país, agora também estamos no interior e, em breve, aumentaremos nossa presença na região Centro-Oeste, no Paraguai e na Bolívia”, afirma Barsalini, que prevê um ano de “leve” crescimento nos negócios.

Resultado operacional registra crescimento em 2016

Em âmbito global, o Grupo Volvo fechou o ano com faturamento líquido de 33,7 bilhões de dólares, em uma queda de 3% em relação ao ano anterior, mas com melhoria de 7% no resultado operacional. “Esse avanço se deve ao crescimento em regiões importantes, como África, Europa e Ásia, expansão de serviços e ainda a um programa de eficiência, que gerou resultados de 10 milhões de coroas suecas”, diz Wilson Lirmann, presidente do Grupo Volvo América Latina, destacando ainda que a área de negócios de caminhões manteve-se como carro-chefe da marca, com participação de 66% nas receitas, seguida por equipamentos para construção, com 17%.

Brasil – Para o presidente, o setor de infraestrutura segue sem perspectivas no país, apesar da alardeada retomada do programa de concessões. “Obviamente, temos uma carência de infraestrutura, que é um dos aspectos que vão promover o desenvolvimento em diversos setores”, comenta. “A sinalização é positiva e esperamos ver novidades que coloquem as coisas em marcha.”

 

 

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