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Revista M&T - Ed.207 - Novembro 2016
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Pás Carregadeiras

Na ponta do lápis

Na hora de se adquirir uma pá carregadeira, uma série de variáveis entra na conta, desde fatores econômicos a características técnicas e de aplicação do equipamento
Por Joás Ferreira

Quando se fala na aquisição de uma pá carregadeira, clientes experientes já têm na cabeça o que precisam, mas sempre há os novatos que apresentam dúvidas. É nessa hora que entram os setores técnicos de fabricantes e fornecedores, que estão aptos a indicar a solução mais adequada a cada usuário.

Afinal, quando o assunto são bens de capital, adequação é a palavra-chave para garantir o melhor retorno sobre o investimento. “Adquirir equipamentos é uma decisão técnica que envolve um bem que deve produzir e, como tal, o cliente deve olhar não apenas o que é visível, como preço ou condições de financiamento, mas também tudo o que a máquina oferece”, afirma Boris Sanchez, gerente de aplicações e suporte a vendas da Volvo CE. “Nisso se engloba o conceito de ‘custo total unitário’ do equipamento.”

Grosso modo, para se descobrir o custo de um equipamento como a pá carregadeira, devem ser levados em consideração aspectos como a vida útil estimada do equipamento e de seus componentes (pneus, esteiras, lâminas etc.), além do consumo médio esperado (em l/h). Contudo, existem muitas outras questões que gravitam diariamente na cabeça do cliente, como a otimização dos recursos de aplicação, a disponibilidade mecânica e o timing de renovação da frota. “Quando se avalia uma possível troca prendendo-se só pelo lado econômico, sem considerar sua aplicabilidade ou sua capacidade técnica, observa-se apenas o preço do equipamento”, diz Sanchez. “Mas o preço é um parâmetro aparente, que não mostra a verdadeira dimensão do que vem depois da compra.”

Uma vez que o preço não é o suficiente, há de se observar alguns critérios. “Duas máquinas com o mesmo preço e o mesmo custo de propriedade e de operação também podem ter rendimentos diferentes, o que nos leva ao conceito do custo total unitário de cada equipamento”, observa o gerente. “Uma máquina não é apenas um bem de consumo, é um bem de capital que deve ser avaliado pelas lentes da matemática financeira, como se fosse um projeto, com fluxo de caixa ao longo do tempo.”

DECISÕES

Como se vê, a gestão da frota requer decisões importantes. Nesse rol, incluem-se fatores óbvios como o investimento, pois tudo parte da condição de haver trabalho a r


Quando se fala na aquisição de uma pá carregadeira, clientes experientes já têm na cabeça o que precisam, mas sempre há os novatos que apresentam dúvidas. É nessa hora que entram os setores técnicos de fabricantes e fornecedores, que estão aptos a indicar a solução mais adequada a cada usuário.

Afinal, quando o assunto são bens de capital, adequação é a palavra-chave para garantir o melhor retorno sobre o investimento. “Adquirir equipamentos é uma decisão técnica que envolve um bem que deve produzir e, como tal, o cliente deve olhar não apenas o que é visível, como preço ou condições de financiamento, mas também tudo o que a máquina oferece”, afirma Boris Sanchez, gerente de aplicações e suporte a vendas da Volvo CE. “Nisso se engloba o conceito de ‘custo total unitário’ do equipamento.”

Grosso modo, para se descobrir o custo de um equipamento como a pá carregadeira, devem ser levados em consideração aspectos como a vida útil estimada do equipamento e de seus componentes (pneus, esteiras, lâminas etc.), além do consumo médio esperado (em l/h). Contudo, existem muitas outras questões que gravitam diariamente na cabeça do cliente, como a otimização dos recursos de aplicação, a disponibilidade mecânica e o timing de renovação da frota. “Quando se avalia uma possível troca prendendo-se só pelo lado econômico, sem considerar sua aplicabilidade ou sua capacidade técnica, observa-se apenas o preço do equipamento”, diz Sanchez. “Mas o preço é um parâmetro aparente, que não mostra a verdadeira dimensão do que vem depois da compra.”

Uma vez que o preço não é o suficiente, há de se observar alguns critérios. “Duas máquinas com o mesmo preço e o mesmo custo de propriedade e de operação também podem ter rendimentos diferentes, o que nos leva ao conceito do custo total unitário de cada equipamento”, observa o gerente. “Uma máquina não é apenas um bem de consumo, é um bem de capital que deve ser avaliado pelas lentes da matemática financeira, como se fosse um projeto, com fluxo de caixa ao longo do tempo.”

DECISÕES

Como se vê, a gestão da frota requer decisões importantes. Nesse rol, incluem-se fatores óbvios como o investimento, pois tudo parte da condição de haver trabalho a realizar, sem o qual não haverá necessidade de renovar os equipamentos. Também se deve considerar a alternativa mais adequada para adquirir esse equipamento, se com recursos próprios ou por meio de financiamento, ou mesmo locá-lo.

Outros aspectos categóricos dizem respeito à análise do desempenho, manutenção preventiva, reparação e – quando o tempo de uso é mais longo – reforma e eventual substituição. Nesse ponto, entra a decisão de como se desfazer do equipamento, que pode passar de uma operação primária para outra de apoio, ser substituído ou ainda “escrapeado” (descartado).

Por tudo isso, Sanchez reforça que a compra de um equipamento envolve equilíbrio entre os lados técnico e o econômico. O novo equipamento, diz ele, tem de ser aplicável à operação ou metodologia de trabalho, mas também a determinados requisitos econômicos. “Pode-se, por exemplo, escolher um equipamento com reserva de capacidade ou configuração que permita trabalhar em mais de uma frente de trabalho”, pontua. “E isso pode melhorar o aspecto técnico, mas comprometer o fator econômico.”

Outro ponto relevante, de acordo com o especialista, refere-se à produtividade da máquina – a relação entre rendimento produtivo e custo durante sua vida útil. “Mas isso também depende de muitos outros fatores, como características e condições do trabalho”, explica. “Além disso, é importante analisar o nível de prática e conhecimento do operador. Não adianta ter uma máquina que incorpore uma tecnologia desconhecida para o operador, sem treiná-lo previamente.”

Assim, é preciso considerar parâmetros como a aplicação (um dos requisitos básicos para determinar o porte do equipamento é a demanda de produção, observando-se ainda o ambiente de trabalho), a oferta de mercado (o que é lançado também influencia na decisão de compra) e as opções de suporte ao produto (como serviços e peças). “O cliente também está preocupado com a disponibilidade de entrega do produto – quer dizer, não adianta identificar com precisão o equipamento se ele não atende à necessidade de recebimento”, indica Sanchez.

PRODUÇÃO

Retomemos alguns destes pontos. Pás carregadeiras são equipamentos extremamente versáteis, pois permitem a utilização de diversos implementos, inclusive por meio de engate rápido, mas – em essência – não deixam de ser um sistema de movimentação de materiais. E, como se sabe, a venda de máquinas de movimentação de terra é uma operação prioritariamente técnica. “Diversos fatores devem ser considerados para o dimensionamento correto da máquina e a escolha do fabricante, de modo que o cliente possa atingir seus objetivos de produção com os menores custos operacionais”, avalia Rafael Silva, gerente corporativo, de marketing e do Centro de Treinamento da Liebherr Brasil.

Segundo ele, inicialmente é necessário definir o tipo de aplicação (carregamento de caminhão, movimentação de material no pé de rocha, máquina de apoio etc.) e de material a ser movimentado (densidade, granulometria, fator de enchimento de caçamba etc.), além da altura de descarga exigida pela aplicação e outros limitadores, como a largura máxima de caçamba, espaço para manobra do equipamento etc. Após a definição da aplicação, é necessário compreender em detalhes os processos do cliente. “Busca-se saber quais são os limitadores da aplicação do cliente, a eficiência horária da operação, a habilidade do operador e a disponibilidade física dos caminhões e/ou da unidade produtiva”, enumera.

Especificamente no que diz respeito à produção, o gerente de produtos da JCB, Agnaldo Lopes, também cita critérios como a especificação da produção (em m3/h ou t/h), da qual se deriva a densidade do material que será carregado ou transportado. “Esse passo é muito importante, pois determinará o tamanho da caçamba, o porte necessário da carregadeira e, a partir dos dados de produção, a quantidade de equipamentos exigidos”, explana o executivo.

Esta projeção se inicia com o estabelecimento do tempo de ciclo de trabalho (produção/ciclo) e das séries que serão realizadas no período de uma hora (produção/hora), incluindo carregamento e levantamento da caçamba, inversão de sentido, descarregamento e retorno à posição inicial. Além disso, deve-se considerar o percurso feito pelo equipamento. Ao final, o Cálculo da Produção Horária indica se o equipamento selecionado fornece o resultado desejado. “O ciclo operacional do equipamento é medido em minutos, considerando o tempo de escavação e carregamento, ciclo em V, despejo, manobras e percurso”, completa Lopes.

DIMENSIONAMENTO

Decorre deste ponto a adequação da caçamba para atender à produção/ciclo. Caso o valor da produção esteja em t/ciclo, será necessário dividir pela densidade do material. Caso esteja em m³/ciclo, é possível aplicar a seguinte fórmula: tamanho da caçamba = produção por ciclo em volume (m³) / fator de enchimento da caçamba.

Com o tamanho da caçamba especificado, multiplica-se sua capacidade pelo peso específico (densidade) do material (na condição efetiva de trabalho). Esse valor é a carga operacional e, no caso de carregadeira de rodas, são usados 50% da carga estática de tombamento na articulação máxima.

Lopes acrescenta que – a partir da determinação do volume da caçamba e da densidade do material carregado – também é preciso verificar se a carga não excederá o peso operacional do equipamento. Caso isso ocorra, deve-se recalcular a capacidade da caçamba até que a capacidade em peso e volume, além da relação com a carga estática de tombamento, esteja dentro da faixa adequada, dimensionando enfim a máquina ideal para a operação. “Caso o equipamento encontrado esteja muito acima do esperado ou tenha algum outro aspecto que inviabilize a operação, o exercício de cálculo deve ser repetido, adequando a produção inicial para mais de uma pá carregadeira ou uma máquina maior”, ensina.

Após essas definições, chega o momento de dimensionar a frota necessária para a execução do projeto. Segundo Luis Viegas, gerente de marketing de produto da John Deere, os aspectos primordiais para isso passam pela adequação da capacidade operacional dos equipamentos (diretamente relacionada ao peso operacional e à carga de tombamento), à quantidade de material que precisa ser movimentada em determinada janela de tempo e sua respectiva densidade, bem como o cálculo dos custos de operação e manutenção dos equipamentos (incluindo revisões periódicas, pneus, materiais de desgaste e consumo de combustível, entre outros) ao longo de sua vida útil. “A utilização de equipamentos maiores que o necessário acarreta custos mais elevados e menor retorno do investimento, bem como a opção por equipamentos menores poderá alongar os prazos de execução ou impactar na disponibilidade”, comenta Viegas. “Neste processo, o fabricante também tem papel essencial, não apenas ao oferecer produtos e um pós venda diferenciado, mas ainda ao assegurar que os distribuidores tenham capacidade de auxiliar os clientes nesse dimensionamento, de modo que possam maximizar os diferenciais oferecidos pelas soluções.”

Matemática financeira transcende aplicação

Segundo Pablo Sales, especialista de produto da Case CE, para se escolher a melhor opção é necessário levar em consideração aspectos por vezes subestimados, como a característica do terreno e – por consequência – o tipo de pneu do equipamento. “Como não existe uma opção que atenda a qualquer tipo de terreno, o pneu será determinado pelo melhor compromisso entre velocidade de deslocamento, aderência/tração e reforço/proteção”, diz ele.

Para terrenos em que os pneus podem sofrer cortes, o especialista indica que sejam utilizados pneus L5, ao passo que locais onde os pneus podem furar facilmente, deve-se usar modelos L5 sólidos. “E quando é exigida maior velocidade de deslocamento, aderência e tração, os pneus L2 são os ideais, enquanto para aplicações gerais, recomendam-se os pneus L3”, complementa, destacando que as condições dos materiais que serão transportados – soltos ou compactados – também configuram um critério de relevo. “Para os soltos, utilizam-se caçambas com lâminas simples ou reversíveis, enquanto para os compactados, a melhor opção são as caçambas com dentes ou com dentes e segmentos”, indica. “Além disso, há questões pertinentes ao ambiente de trabalho, se há sólidos em suspensão, se o terreno é corrosivo, se há necessidade de proteção especial etc.”

Além de todas essas análises, Sales lembra que as pás carregadeiras podem oferecer características especiais que propiciem conforto ao operador: “Um operador em estado de conforto é a chave para a produtividade”, pondera. “Nesse sentido, ar condicionado, assentos reguláveis e anatômicos, detalhes ergonômicos, rádio e outros itens, contribuem para melhorar a produtividade.”

Necessidades do cliente definem a melhor opção

Especialista de marketing de produto da New Holland Construction, Ésio Dinis reforça o conceito de que, para a escolha do melhor modelo de pá carregadeira, é necessário levar em consideração, primeiramente, a necessidade do cliente. “Cada máquina tem uma capacidade de peso operacional diferenciada para oferecer a maior produtividade”, diz. “E o consultor de vendas é a pessoa mais indicada para realizar essa análise junto ao cliente, visto que possui o treinamento e as ferramentas necessárias para tanto. Nem sempre o que o cliente acredita querer é o que ele precisa efetivamente.”

Para ele, deve-se levar em consideração tipo de material, clima da região, tipo de solo, regime de manutenção, ciclos operacionais e qualidade da mão de obra. No caso de rental, é necessário ainda aferir exigências contratuais. “Ou seja, a escolha passa por um sistema que leva diversas variáveis em consideração, com base inclusive na experiência intrínseca dos consultores que, em caso de dúvida, têm todo o suporte da fábrica”, afirma Dinis.

Com base nessas informações, o fabricante poderá indicar qual porte de máquina atende melhor aos interesses do cliente. É nesse momento em que a carga de tombamento é considerada para o correto dimensionamento. “Muitos ainda acham que o peso operacional é determinante na escolha do produto, mas o que realmente determina a capacidade de carga da máquina é sua carga de tombamento”, destaca Rafael Silva, gerente corporativo, de marketing e do Centro de Treinamento da Liebherr Brasil. “Desse modo, o dimensionamento ótimo do equipamento está diretamente relacionado ao entendimento das necessidades e características das aplicações e processos de cada cliente.”

Caterpillar comemora 40 anos de sua fábrica com o lançamento da Série L

No final de outubro, a Caterpillar comemorou os 40 anos de sua fábrica de Piracicaba (SP) com o lançamento da nova Série L de pás carregadeiras médias. Composta pelos modelos 950L, 962L, 966L e 972L, a linha chega ao mercado com a promessa de economia de 15 a 20% de consumo de combustível em relação à série anterior, além de uma média de 10% de aumento do desempenho do motor.

Segundo a empresa, os lançamentos apresentam melhorias substanciais no trem de força e no sistema hidráulico, além de incluírem articulação da barra Z, caçambas Cat da Série Desempenho e itens opcionais como controle automático de tração, sistema de absorção de impactos e tecnologias de gerenciamento da Cat Connect. “A Série L continua o legado das anteriores e traz o melhor da série H, com o mesmo design e durabilidade”, afirma o gerente de produto Marcio Vieira.

Equipadas com motores Cat C9.3 Acert, as novas pás carregadeiras também trazem modificações nos eixos, que melhoram a lubrificação positiva. “O sistema hidráulico com detecção de carga tem fluxo proporcional, promovendo uma resposta hidráulica mais rápida e suave, com maior capacidade de controle e tempos de ciclo rápidos em operações de carregamento e transporte e de rampa, assim como grande força de tração nas rodas ao escavar”, diz comunicado da empresa. “Além disso, a inserção de um ventilador aumenta ainda mais a eficiência de combustível e reduz os níveis de ruído.”

Especialista de aplicação em tecnologia da Caterpillar, Felipe Ruy destaca ainda features da tecnologia Payload da marca, como o sistema opcional Cat Production Measurement. “A balança oferece total precisão de pesagem dos materiais que estão sendo carregados”, explica. “A atualização acontece em tempo real e elimina a necessidade de repesagem, acelerando o carregamento e reduzindo a sobrecarga.”

Logística – A comemoração dos 40 anos da fábrica contou com a presença de Karl Weiss, vice-presidente mundial da Caterpillar, além de clientes, executivos e autoridades. Junto ao lançamento da nova série, a fabricante também inaugurou um novo prédio logístico no complexo. “Utilizado para receber materiais, o espaço dará mais agilidade ao processo de descarregamento de peças e equipamentos, além de prover economia no frete por não haver mais a necessidade do manuseio de contêineres”, afirma a fabricante.

 

 

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