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Revista M&T - Ed.207 - Novembro 2016
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Agronegócio

Aliados (mais que) necessários

Avanço obtido nos últimos anos na área de agricultura de precisão é espetacular, mas ainda há pontos que demandam melhorias para o setor decolar de vez no país

Se o desenvolvimento tecnológico é um caminho sem volta, em que itens que incrementem a operação passarão a ser indispensáveis, também é certo que o nível de avanço e de demanda difere bastante entre um segmento e outro. Quanto mais se refina o filtro, aliás, maiores são as diferenças.

No setor sucroalcooleiro, como ressalta Santiago Larroux, diretor da Auteq, a aplicação de recursos mais sofisticados é algo recorrente. Complementando o raciocínio, Bruno Lúcio, gerente de vendas da Topcon para a América do Sul, explica que as principais razões disso inclui a necessidade de eliminar ou reduzir custos com mão de obra e insumos, além de aumentar a eficiência em operações agrícolas. “Isso fez com que esta indústria despontasse na adoção da tecnologia em seus equipamentos e frotas”, avalia. “Em sua maioria, a opção das usinas e fornecedores é por sistemas automáticos com correção por sinal diferencial ou rede RTK.”

Gerente de marketing do produto da Hexagon Agriculture, Fabio Neumann observa que a agricultura de precisão já é bem desenvolvida no segmento canavieiro, mas existem melhorias relacionadas aos processos a serem feitas, principalmente logísticos. “A cana de açúcar possui um processo de colheita muito sensível ao tempo de transporte até a usina de processamento, em virtude de oscilações na taxa de teor de sacarose, e por isso soluções de otimização online e transmissão remotas de dados são fundamentais nesse segmento”, acresce.

Do mesmo modo, o setor de grãos também precisa decolar. De acordo com o gerente da Topcon, de forma geral os produtores ainda não enxergam a tecnologia como um aliado na redução de custos e na otimização da operação. “Lógico que esta é uma generalização do setor, visto que muitos agricultores já colhem ótimos resultados em operações como plantio, pulverização e colheita com equipamentos com piloto automático”, diz Lúcio. “Mas ainda percebe-se uma demanda grande por sistemas manuais, popularmente conhecidos como barra de luzes, sistema barato e simples em que o operador visualiza no próprio monitor uma barra com luzes indicando se está ‘fora ou dentro’ da rota, fazendo ele mesmo a correção.”

Ainda que concorde com Lúcio quanto à carência do setor de grãos, Neuma


Se o desenvolvimento tecnológico é um caminho sem volta, em que itens que incrementem a operação passarão a ser indispensáveis, também é certo que o nível de avanço e de demanda difere bastante entre um segmento e outro. Quanto mais se refina o filtro, aliás, maiores são as diferenças.

No setor sucroalcooleiro, como ressalta Santiago Larroux, diretor da Auteq, a aplicação de recursos mais sofisticados é algo recorrente. Complementando o raciocínio, Bruno Lúcio, gerente de vendas da Topcon para a América do Sul, explica que as principais razões disso inclui a necessidade de eliminar ou reduzir custos com mão de obra e insumos, além de aumentar a eficiência em operações agrícolas. “Isso fez com que esta indústria despontasse na adoção da tecnologia em seus equipamentos e frotas”, avalia. “Em sua maioria, a opção das usinas e fornecedores é por sistemas automáticos com correção por sinal diferencial ou rede RTK.”

Gerente de marketing do produto da Hexagon Agriculture, Fabio Neumann observa que a agricultura de precisão já é bem desenvolvida no segmento canavieiro, mas existem melhorias relacionadas aos processos a serem feitas, principalmente logísticos. “A cana de açúcar possui um processo de colheita muito sensível ao tempo de transporte até a usina de processamento, em virtude de oscilações na taxa de teor de sacarose, e por isso soluções de otimização online e transmissão remotas de dados são fundamentais nesse segmento”, acresce.

Do mesmo modo, o setor de grãos também precisa decolar. De acordo com o gerente da Topcon, de forma geral os produtores ainda não enxergam a tecnologia como um aliado na redução de custos e na otimização da operação. “Lógico que esta é uma generalização do setor, visto que muitos agricultores já colhem ótimos resultados em operações como plantio, pulverização e colheita com equipamentos com piloto automático”, diz Lúcio. “Mas ainda percebe-se uma demanda grande por sistemas manuais, popularmente conhecidos como barra de luzes, sistema barato e simples em que o operador visualiza no próprio monitor uma barra com luzes indicando se está ‘fora ou dentro’ da rota, fazendo ele mesmo a correção.”

Ainda que concorde com Lúcio quanto à carência do setor de grãos, Neumann percebe que os recursos mais procurados são os controladores de taxa variável, devido ao crescente preço do adubo importado, além do piloto automático, pelo melhor aproveitamento da terra proporcionado. “Já começam a aparecer iniciativas de coleta de dados remotos e controle de mapas pré e pós-aplicação, bem como um melhor planejamento de médio prazo da terra, mas ainda em pouca quantidade”, pondera.

No meio termo entre os dois está o segmento florestal, em que alguns prestadores de serviço, como Lúcio destaca, já estão comprando equipamentos com piloto automático para as operações de sulcação e plantio, de forma a garantir o paralelismo das linhas e facilitar o manejo em outras fases da cultura, como a colheita. Neumann, da Hexagon, encorpa a lista com as demandas relacionadas ao controle de operações, como o tempo de atividades, jornadas e área trabalhada, em grande parte “devido ao perfil das grandes empresas, que possuem muitas atividades terceirizadas”.

ENTRAVES

Uma coisa é certa: muitas evoluções e revoluções ainda estão por vir no campo. Algumas delas envolvem o controle dos implementos agrícolas, tais como sensores, válvulas e bombas hidráulicas/elétricas, aliadas ao monitor do trator e ao piloto automático. Tudo isso já está disponível no Brasil, mas enfrenta certa resistência para vingar, como destaca Lúcio, da Topcon. “Estas soluções já são amplamente difundidas nos EUA, mas ainda temos grande dificuldade em implementá-las no Brasil devido ao alto custo da tecnologia”, analisa. “Além disso, o imediatismo dos produtores, ansiosos pelos resultados a curto prazo, faz com que não percebam o valor do investimento e, muitas vezes, desistam da aquisição.”

No entanto, é preciso se adaptar à rápida evolução. Com a conectividade tomando conta de todos os processos, não poderia ser diferente na agricultura. O recurso IoT (do inglês Internet of Things, ou Internet das Coisas), por exemplo, é uma novidade que promete facilitar o controle, manejo e gerenciamento das operações. Servidores baseados na nuvem (cloud based) permitem a transferência de arquivos entre escritório e equipamento, proporcionando comunicação direta entre produtor e fabricante. No caso, o obstáculo para a difusão massiva dessa tecnologia no Brasil é um velho conhecido do setor: nossa claudicante infraestrutura de comunicação. “Rede móvel inexistente ou deficiente nas regiões produtoras, custo para implantação de rede de comunicação em fazendas e usinas e desconhecimento da tecnologia são grandes entraves para a adoção desta tecnologia no país”, ressente-se Lúcio.

Também para Neumann, da Hexagon, esse é um aspecto que atravanca a perspectiva de futuro, mas o executivo vê boas possibilidades na transmissão remota de dados e armazenamento de informações. “O custo acrescido ao equipamento não é elevado”, afirma. “O grande desafio é a cobertura de rede para a transmissão, levando clientes a avaliarem a possibilidade de se construir redes privadas, o que, sim, é muito oneroso.”

Ele acrescenta que, em geral, equipamentos de agricultura de precisão dependem de sensores e calibrações corretas para obterem-se informações com qualidade. Em alguns casos, as grandes fazendas possuem até mesmo funcionários dedicados à manutenção de equipamentos de agricultura de precisão, enquanto nas menores o suporte, frequentemente, vem dos fabricantes. “Esse é um ponto crucial que esse perfil de consumidor deve ter durante a escolha de seus equipamentos”, ensina.

Com o avanço da tecnologia dos equipamentos agrícolas, a demanda por agricultura de precisão também vem aumentando. Estima-se que, atualmente, mais de 50% das máquinas saiam de fábrica equipadas com piloto automático. Ou seja, como bem resume a analogia de Lúcio, da Topcon, “o piloto automático será como o ABS e Air Bag em nossos veículos de passeio: indispensável e item de fábrica”.

E que isso valha para todas as demais tecnologias que venham a reboque – não mais vista como “luxos”, como define Larroux, da Alteq, mas reconhecidas necessidades para estimular a produtividade e a rentabilidade da lavoura. (CW)

Tratores passam a ter novo modelo de registro

Publicada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em março deste ano, a Resolução nº 587 estipula as regras para o registro de tratores. Para transitar em vias públicas, os equipamentos fabricados a partir de 1º de janeiro de 2016 devem ser registrados junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “O objetivo dessa resolução é adequar os equipamentos à legislação”, afirma a Assessoria de Comunicação Social do Ministério das Cidades. Já os tratores destinados a serviços aeroportuários, de construção, pavimentação e mineração estão sujeitos ao registro na repartição competente, mas são dispensados de licenciamento e emplacamento. A identificação e o ano de fabricação do veículo passam a ser obrigatórios. Para realizar o registro, será exigido o Certificado de Adequação à Legislação de Trânsito (CAT), o código de marca, modelo e versão da máquina e o pré-cadastro, realizado pelo fabricante, órgão alfandegário ou importador.

 

 

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