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Revista M&T - Ed.206 - Outubro 2016
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Mineração

Crise muda hábitos de manutenção

Clientes de mineração têm optado por postergar intervenções, aumentando seu back log de manutenção e, consequentemente, incorrendo em mais manutenções corretivas

Em um ambiente de retração, o pós-venda ganha uma importância ainda maior nos negócios do setor de mineração. Afinal, com o adiamento quase generalizado de renovação das frotas para fazer frente à baixa demanda, os serviços passam a exercer um papel fundamental para a disponibilidade do maquinário nas operações e para uma necessária redução de custos. Mais que isso, as atividades de manutenção e reforma de equipamentos têm sido, em grande medida, realizadas pelos próprios departamentos internos das mineradoras. Isso quando são feitas.

Tal percepção é comprovada por fabricantes como a Metso, por exemplo. O cenário, contudo, pode ser extrapolado para o setor como um todo. Segundo o gerente nacional de serviços da fabricante finlandesa, Carlos Antonio Petravicius, o que se percebe no mercado atual é que as empresas de mineração passaram a assumir, por conta própria, as intervenções e manutenções de média complexidade nos equipamentos. “Em condições normais, quando a disponibilidade é muito importante para atender à demanda de mercado, essas atividades realizadas nos equipamentos de processos eram feitas com empresas que detêm a tecnologia dos equipamentos, justamente para que fossem concluídas no menor prazo e com a máxima qualidade”, comenta o executivo. “Atualmente, nesse novo contexto do mercado, apenas as intervenções mais complexas são passadas aos fornecedores.”

De acordo com Petravicius, a crise de fato vem mudando os hábitos de manutenção das empresas do setor, até pela necessidade de redução de OPEX (operational expenditure, ou capital utilizado para manter e/ou melhorar os bens físicos de uma empresa). “Os clientes têm optado por postergar intervenções necessárias, aumentando seu back log de manutenção e, consequentemente, incorrendo em mais manutenções corretivas”, avalia. “Além disso, em relação à área de agregados no Brasil, os equipamentos não estão sendo utilizados em seu potencial máximo, reduzindo assim a necessidade de intervenções em reformas.”

CENÁRIOS

Em relação às solicitações de reformas aos distribuidores, o gerente explica que existem dois cenários distintos, basicamente definidos por aplicações em minerações e pedreiras. “Na mineração, o volume de material processado mantém-se praticamente o mesmo”, diz. “Porém, por conta do baixo preç


Em um ambiente de retração, o pós-venda ganha uma importância ainda maior nos negócios do setor de mineração. Afinal, com o adiamento quase generalizado de renovação das frotas para fazer frente à baixa demanda, os serviços passam a exercer um papel fundamental para a disponibilidade do maquinário nas operações e para uma necessária redução de custos. Mais que isso, as atividades de manutenção e reforma de equipamentos têm sido, em grande medida, realizadas pelos próprios departamentos internos das mineradoras. Isso quando são feitas.

Tal percepção é comprovada por fabricantes como a Metso, por exemplo. O cenário, contudo, pode ser extrapolado para o setor como um todo. Segundo o gerente nacional de serviços da fabricante finlandesa, Carlos Antonio Petravicius, o que se percebe no mercado atual é que as empresas de mineração passaram a assumir, por conta própria, as intervenções e manutenções de média complexidade nos equipamentos. “Em condições normais, quando a disponibilidade é muito importante para atender à demanda de mercado, essas atividades realizadas nos equipamentos de processos eram feitas com empresas que detêm a tecnologia dos equipamentos, justamente para que fossem concluídas no menor prazo e com a máxima qualidade”, comenta o executivo. “Atualmente, nesse novo contexto do mercado, apenas as intervenções mais complexas são passadas aos fornecedores.”

De acordo com Petravicius, a crise de fato vem mudando os hábitos de manutenção das empresas do setor, até pela necessidade de redução de OPEX (operational expenditure, ou capital utilizado para manter e/ou melhorar os bens físicos de uma empresa). “Os clientes têm optado por postergar intervenções necessárias, aumentando seu back log de manutenção e, consequentemente, incorrendo em mais manutenções corretivas”, avalia. “Além disso, em relação à área de agregados no Brasil, os equipamentos não estão sendo utilizados em seu potencial máximo, reduzindo assim a necessidade de intervenções em reformas.”

CENÁRIOS

Em relação às solicitações de reformas aos distribuidores, o gerente explica que existem dois cenários distintos, basicamente definidos por aplicações em minerações e pedreiras. “Na mineração, o volume de material processado mantém-se praticamente o mesmo”, diz. “Porém, por conta do baixo preço das commodities, todos os clientes estão fortemente focados na máxima redução de custos operacionais.”

Segundo ele, um dos meios de se obter essa “aparente redução” é postergar ao máximo a reforma dos equipamentos, “mesmo que isso acarrete a necessidade de uma reforma mais abrangente em decorrência da maior deterioração, com consequente aumento de custo na reforma”. “Sendo assim, o volume de reformas de equipamentos sofreu sensível queda para todos os fornecedores desse tipo de serviços”, constata.

Já com relação às pedreiras, frente ao mercado extremamente retraído e com uma grande ociosidade operacional, o representante da Metso diz que “a disponibilidade física dos equipamentos não é tão relevante no momento e, por conta disso, esses clientes estão focados apenas no preço, fazendo recuperações mais simples e usando os serviços de fornecedores com pouca tecnologia, mas, naturalmente, mais baratos, o que implica reforma com um baixo nível de confiabilidade”.

Petravicius, entretanto, lembra que o desgaste dos equipamentos acaba sendo menor, até pelo fato de as pedreiras não estarem operando em plena carga. “Isso faz com que o tempo para reforma seja maior, reduzindo assim a demanda por esses serviços”, afirma.

ADAPTAÇÃO

No caso da Metso, assim como certamente ocorre com outras fabricantes, o planejamento inclui expectativas de volume para o segmento de reformas e – como já era esperada uma redução de demanda no mercado – a empresa procurou se adaptar a esse novo cenário, buscando atuar de forma mais proativa na identificação de necessidades.

Dentre os serviços mais solicitados neste período, Petravicius revela que, no que tange às pedreiras, as solicitações dirigem-se para serviços especializados voltados aos equipamentos de britagem e peneiramento. Já para as mineradoras, além dos serviços já citados, também são solicitados intervenções mais voltadas à cominuição. “Mas como a demanda é variada, isso depende muito do estado de conservação em que o equipamento se encontra”, explica. “Muitas vezes, algumas ações de menor porte são solicitadas pelos clientes, que procuram solucionar os problemas logo que aparecem. Outras, mais profundas, são indicadas caso ocorra algum acidente ao longo do processo produtivo, quando é necessária uma intervenção de maiores proporções.”

Contudo, malgrado a retração que se abateu sobre o setor, Petravicius acredita que ainda existe demanda para todo tipo de equipamento de processo. “Desde um britador ou peneira até equipamentos de pátio, como retomadoras, empilhadeiras, carregadores de navios, transportadores de correia e outros, passando por moinhos e equipamentos de processos em via úmida, o mercado absorve tudo”, conclui.

A vez das minas inteligentes

Uma das maiores mineradoras de ouro do mundo, a russa Zapadnaya Gold Mining incorporou serviços integrados de rede terrestre e via satélite para conectar suas “minas digitais”, automatizando as operações e melhorando os protocolos de segurança das operações. As “minas digitais” são definidas como locais de mineração que integram tecnologia de rede com dispositivos inteligentes conectados, permitindo colaboração em tempo real. Isso inclui recursos de videoconferência, vídeo vigilância, sensores IP, conectividade WI-FI e comunicações unificadas, que contribuem para o aumento da produção e da segurança e amortização dos custos de operação. “Para muitas empresas, comunicações unificadas melhoram a colaboração dos funcionários e elevam a eficiência, além de servir como um substituto vital para caras e demoradas viagens de negócios”, diz Anne-Sophie Lotgering, vice-presidente da Orange Business Services, fornecedora global das soluções.

Mineradora usa drone em MG

A Anglo American vem utilizando um veículo aéreo não tripulado (VANT) para monitoramento de toda a extensão da mina de Barro Alto (GO), que atualmente tem mais de 14 km de lavra. “O drone permite o aumento da frequência de atualizações topográficas de cavas e pontos de disposição da operação”, diz a empresa.

 

 

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