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Revista M&T - Ed.199 - Março 2016
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A Era das Máquinas

A tecnologia nos anos 50

Por Norwil Veloso

Nos anos 50, a humanidade começou a entender as implicações da tecnologia em todos os aspectos da vida. O progresso tecnológico se alastrou como uma febre, trazendo um desejo cada vez maior de prosperidade que, entre outras coisas, se traduziu num enorme crescimento da demanda de construção.

Isso causou um grande impacto no desenvolvimento dos equipamentos de construção. De fato, foi a década das pás carregadeiras de rodas (e, durante algum tempo, das pás carregadeiras de esteiras), das primeiras escavadeiras hidráulicas, do uso de tratores de esteira em praticamente todas as obras e dos motoscrapers.

As tecnologias-chave aplicadas nesse progresso incluíam a hidráulica, os conversores de torque, as transmissões powershift e outras. É provável que nunca se volte a desenvolver tantas ideias e conceitos diferentes como ocorreu na década de 50. Tudo foi tentado, mas poucas soluções foram realmente bem-sucedidas.

ESCAVADEIRAS

Até o início da década de 50, as escavadeiras eram usadas somente em grandes obras, pois a mão de obra era barata e as máquinas, muito grandes e caras. Na década de 50, contudo, esse panorama começou a se alterar com o aparecimento da primeira miniescavadeira alemã, a Dolberg D200, de 7 ton, que podia ser levada facilmente de uma obra para outra. Logo depois, outros fabricantes passaram a produzir equipamentos similares.

A Demag lançou diversos modelos de escavadeiras de aplicação geral e introduziu os conversores de torque nessas máquinas. Na mesma época, a O&K adotou uma solução similar (turbo clutch). Nos Estados Unidos, os principais fabricantes da época eram Bucyrus-Erie, P&H, Link-Belt, Lorain, Marion, Northwest e Unit.

Com o tempo, as máquinas grandes cresceram ainda mais. Em 1951, a O&K lançou o modelo L1801 (de 130 ton), logo depois a Menck & Hambrock lançou a DN (de 140 ton) e, em 1953, a E450 (de 254 ton) e a DN3 (com caçamba shovel de 4 m3). A primeira escavadeira russa tipo walking dragline, dotada de uma caçamba de 14 m3, moveu três milhões de metros cúbicos de terra em um ano.

Mais ou menos nessa mesma ocasião, a empresa britânica Rapier lançou a walking dragline W1400, com caçamba dragline de 15,3 m


Nos anos 50, a humanidade começou a entender as implicações da tecnologia em todos os aspectos da vida. O progresso tecnológico se alastrou como uma febre, trazendo um desejo cada vez maior de prosperidade que, entre outras coisas, se traduziu num enorme crescimento da demanda de construção.

Isso causou um grande impacto no desenvolvimento dos equipamentos de construção. De fato, foi a década das pás carregadeiras de rodas (e, durante algum tempo, das pás carregadeiras de esteiras), das primeiras escavadeiras hidráulicas, do uso de tratores de esteira em praticamente todas as obras e dos motoscrapers.

As tecnologias-chave aplicadas nesse progresso incluíam a hidráulica, os conversores de torque, as transmissões powershift e outras. É provável que nunca se volte a desenvolver tantas ideias e conceitos diferentes como ocorreu na década de 50. Tudo foi tentado, mas poucas soluções foram realmente bem-sucedidas.

ESCAVADEIRAS

Até o início da década de 50, as escavadeiras eram usadas somente em grandes obras, pois a mão de obra era barata e as máquinas, muito grandes e caras. Na década de 50, contudo, esse panorama começou a se alterar com o aparecimento da primeira miniescavadeira alemã, a Dolberg D200, de 7 ton, que podia ser levada facilmente de uma obra para outra. Logo depois, outros fabricantes passaram a produzir equipamentos similares.

A Demag lançou diversos modelos de escavadeiras de aplicação geral e introduziu os conversores de torque nessas máquinas. Na mesma época, a O&K adotou uma solução similar (turbo clutch). Nos Estados Unidos, os principais fabricantes da época eram Bucyrus-Erie, P&H, Link-Belt, Lorain, Marion, Northwest e Unit.

Com o tempo, as máquinas grandes cresceram ainda mais. Em 1951, a O&K lançou o modelo L1801 (de 130 ton), logo depois a Menck & Hambrock lançou a DN (de 140 ton) e, em 1953, a E450 (de 254 ton) e a DN3 (com caçamba shovel de 4 m3). A primeira escavadeira russa tipo walking dragline, dotada de uma caçamba de 14 m3, moveu três milhões de metros cúbicos de terra em um ano.

Mais ou menos nessa mesma ocasião, a empresa britânica Rapier lançou a walking dragline W1400, com caçamba dragline de 15,3 m3 e lança de 85,9 m. A estrutura da lança era pressurizada, de modo que qualquer queda de pressão indicava trincas em sua estrutura.

HIDRÁULICA

Os anos 50 também assistiram ao nascimento das escavadeiras hidráulicas. O projeto dos Bruneri Brothers, em 1948, foi seguido por muitos outros, graças à evolução da tecnologia de hidráulica. Acoplados a tratores agrícolas, os implementos hidráulicos para escavação foram desenvolvidos por diversos fabricantes, como Schaeff, JCB, ATC e John Deere, antecedendo o lançamento das retroescavadeiras.

Em 1930, Georges Bataille fundou a Poclain, para produzir equipamentos agrícolas. Décadas depois, a máquina TY (lançada em 1956) marcaria o início do sucesso dessa marca. Em 1954, a Bucyrus-Erie modificou a superestrutura de um guindaste telescópico para transformá-lo em escavadeira, ao passo que a Warner & Swasey lançou a Gradall e a Link-Belt iniciou a fabricação da HC 2000 Speeder. Mas o futuro das escavadeiras ainda permanecia nebuloso no final daquela década.

As vantagens da escavação contínua também foram redescobertas em meados do século XX. Diversos fabricantes lançaram máquinas com correntes ou rodas de caçambas para uso em obras de terraplanagem. Os conceitos, contudo, também foram renovados, aparecendo soluções como o “spherical shovel” (Bleichert), a roda fresadora (O&K), o raspador de corrente dupla (Lorain), o shovel especial que se abria para uma correia transportadora (P&H), os carregadores montados sobre pneus (Adams, Athey e outros) e o implemento de carregamento para motoniveladoras (Hancock, Johnson, Adams e Euclid).

O desenvolvimento das carregadeiras nos anos 50 também seguiu diversos caminhos: o aperfeiçoamento das carregadeiras de chassi rígido e tração nas quatro rodas, o conceito de máquinas com giro dos braços da caçamba, desenvolvido na Alemanha, e outros. Somente no final da década começaram a aparecer semelhanças. O conjunto de chassi rígido com tração nas quatro rodas e direção no eixo traseiro passou a ser a configuração mais comum.

Em 1950, a Tractomotive lançou a TL10, com conversor de torque. Em 1953, a Michigan montou a primeira carregadeira sobre pneus, a 75A. Em 1952, Frank G. Hough alterou a configuração dos braços de elevação da caçamba, para evitar que passassem sobre a cabeça do operador. Já a direção hidráulica no eixo traseiro apareceu pela primeira vez na linha Mixermobile, fabricada pela American Wagner Brothers que, em 1952, lançaria a série Scoopmobile, com tração nas quatro rodas e chassi articulado. Em 1954, a Bischoff lançou a Polytrac, que permitia a troca do implemento.

As máquinas cresceram muito nesta década, chegando a capacidades da ordem de 4,5 m3, produzidas por fabricantes como International-Hough, Lorain, Michigan, Pettibone-Mulliken, Tractomotive e Trojan.

TRATORES

Como ocorreu na América na década anterior, os tratores de esteiras foram extremamente difundidos na Europa nos anos 50. Devido à sua versatilidade, eram usados em praticamente qualquer tipo de obra.

Na Europa, os alemães desenvolveram diversas máquinas, entre as quais o trator Kaelble PR125, o maior da época. Os tratores Famo, uma marca popular antes da guerra, voltaram a ser fabricados e, em 1953, a Deutz lançou um trator de 60 hp com diversas características dessas máquinas. Na Inglaterra, podem ser citados os tratores Fowler, com um projeto inovador do eixo dianteiro que reduzia a carga nas rodas motrizes, e os Vickers, com motor Rolls-Royce e um sistema de roletes que permitia o deslocamento em velocidades bastante altas (19 km/h). Nos Estados Unidos, a Allis-Chalmers lançou o HD-20 em 1952, equipado com conversor de torque.

No início de 1954 foi lançado o Cat D9, o maior trator da época, com 285 hp. Pouco tempo depois, a Euclid lançou o TC-12, com dois motores de 195 hp, um para cada esteira. O D9 foi produzido até o início dos anos 80, quando o D9H, resultante o desenvolvimento do modelo inicial, chegou a 44 ton e 416 hp.

SCRAPERS

Após o lançamento dos Tournapulls pela LeTourneau, diversas soluções foram apresentadas, destacando-se os scrapers autocarregáveis desenvolvidos pela Hancock e os motoscrapers de dois motores da Euclid, com um segundo motor acionando o eixo traseiro.

A partir de 1958, a construção atingiu seu pico nos Estados Unidos. A Caterpillar lançou o DW20 (18,3 m3), a Allis-Chalmers lançou o TS-269 em 1955 (após adquirir a LaPlante-Choate), a LeTourneau foi vendida para a Westinghouse Air Brake (passando a usar a marca Wabco) e a Euclid lançou sua máquina mais bem-sucedida, o TS-24, em 1957.

Leia na próxima edição: Scrapers ganham a cena

 

 

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