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Revista M&T - Ed.197 - Dez/Jan 2016
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Empresa

Mercado em transformação

Com a retração na demanda, Genie adota nova estratégia que privilegia o mercado de secundários, além de reforçar o foco em nichos como a manutenção industrial
Por Marcelo Januário (Editor)

Como os demais setores de equipamentos, após a Copa do Mundo o mercado de plataformas de trabalho aérea (PTA’s) também encontrou um cenário bem mais desafiador. Naquele momento, o setor de infraestrutura desacelerou, o que fez com que os grandes locadores, focados em projetos de envergadura e principais demandantes desta família, sentissem o baque nos negócios.

Além disso, houve a disparada do câmbio, o que dificultou ainda mais o desempenho. “Em números brutos o mercado realmente deu uma boa enxugada”, confirma Raphael Cardoso, diretor da divisão Aerial Work Platform da Terex Latin America, controladora da marca Genie. “E, como as máquinas são todas importadas, o aumento do dólar também tem impactado.”

Isso, claro, refletiu diretamente nos resultados. Até então, o segmento crescia a uma taxa anual de 25% ao ano, colocando o país como um dos hot spots internacionais para este tipo de equipamento, com um parque que chegou a cerca de 30 mil máquinas. Agora, no entanto, a realidade é outra.

Sintomaticamente, o executivo explica que a América Latina sempre correspondeu a 10% do faturamento global da Genie, mas “com a retração essa participação diminuiu para 3%”. E, para 2016, a empresa – que produz plataformas do tipo tesoura, articuladas, telescópicas e super booms, além de manipuladores telescópicos, elevadores de materiais e torres de iluminação – prevê que as dificuldades continuarão. “A importação de novos equipamentos vai continuar baixa, mas um pouco melhor se comparado a 2015”, diz o diretor. “O mercado não vai crescer em número de unidades novas, mas haverá um reaproveitamento da frota existente.”

SECUNDÁRIOS

Com isso em mente, recentemente a empresa adotou uma nova estratégia, que privilegia o mercado de secundários, uma tendência que começou a crescer com mais força a partir de 2008, quando foi lançada a NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção). Além da demanda parada, a opção é justificada pelo fato de que houve uma acentuada redução do pessoal de serviço nos locadores, tornando mais difícil realizar a manutenção pesada. “A estratégia é baseada em vender serviços, incluindo reformas e venda de equipamentos já em posse de lo


Como os demais setores de equipamentos, após a Copa do Mundo o mercado de plataformas de trabalho aérea (PTA’s) também encontrou um cenário bem mais desafiador. Naquele momento, o setor de infraestrutura desacelerou, o que fez com que os grandes locadores, focados em projetos de envergadura e principais demandantes desta família, sentissem o baque nos negócios.

Além disso, houve a disparada do câmbio, o que dificultou ainda mais o desempenho. “Em números brutos o mercado realmente deu uma boa enxugada”, confirma Raphael Cardoso, diretor da divisão Aerial Work Platform da Terex Latin America, controladora da marca Genie. “E, como as máquinas são todas importadas, o aumento do dólar também tem impactado.”

Isso, claro, refletiu diretamente nos resultados. Até então, o segmento crescia a uma taxa anual de 25% ao ano, colocando o país como um dos hot spots internacionais para este tipo de equipamento, com um parque que chegou a cerca de 30 mil máquinas. Agora, no entanto, a realidade é outra.

Sintomaticamente, o executivo explica que a América Latina sempre correspondeu a 10% do faturamento global da Genie, mas “com a retração essa participação diminuiu para 3%”. E, para 2016, a empresa – que produz plataformas do tipo tesoura, articuladas, telescópicas e super booms, além de manipuladores telescópicos, elevadores de materiais e torres de iluminação – prevê que as dificuldades continuarão. “A importação de novos equipamentos vai continuar baixa, mas um pouco melhor se comparado a 2015”, diz o diretor. “O mercado não vai crescer em número de unidades novas, mas haverá um reaproveitamento da frota existente.”

SECUNDÁRIOS

Com isso em mente, recentemente a empresa adotou uma nova estratégia, que privilegia o mercado de secundários, uma tendência que começou a crescer com mais força a partir de 2008, quando foi lançada a NR-18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção). Além da demanda parada, a opção é justificada pelo fato de que houve uma acentuada redução do pessoal de serviço nos locadores, tornando mais difícil realizar a manutenção pesada. “A estratégia é baseada em vender serviços, incluindo reformas e venda de equipamentos já em posse de locadores”, frisa Cardoso.

Segundo ele, trata-se de uma maturação natural do mercado, algo que é muito comum no exterior. “Aqui, começou a acontecer há dois anos, com empresas como a Mills e a Solaris”, explica. “Mas chegou a hora de o fabricante ter capacidade de girar um maior volume de usadas.”

Com o novo serviço, a empresa pretende recolocar em circulação equipamentos que têm uma sobrevida de dez a 15 anos, estendendo sua utilização por mais cinco anos, em média. Com garantia de fábrica, os produtos passam por análise estrutural, jateamento, pintura e recuperação de componentes, antes de voltarem ao mercado. “Os motores a diesel demandam maior atenção, incluindo retífica”, pontua Cardoso. “Depois vem o hidráulico, com retentores e mangueiras, que sofrem com o tempo, e, por fim, um cuidado a mais com a pintura, eliminando pontos de ferrugem, por exemplo.”

Para isso, a empresa montou uma estrutura de 200 m2 em Cotia (SP), com oficina especializada para realizar diferentes níveis de serviço, incluindo manutenção, revisão, reforma e retrofit completo. Até agora, são reformadas PTA’s de até 45 pés, mas em breve a Genie adequará o espaço para também comportar big booms, com a incorporação de pontes rolantes, ferramental e cabines de jateamento da Demag.

Para viabilizar a iniciativa, foi lançado um website onde é possível comprar equipamentos reformados da própria Genie, mas no futuro também será possível anunciar PTA’s  de terceiros. Para 2016, a empresa prevê a comercialização de aproximadamente 100 unidades seminovas. “É um número bem conservador, pois é uma curva de aprendizado e ainda estamos testando o mercado”, diz Cardoso.

Segmento explora novos nichos

Com retração na demanda, as fabricantes passaram o prospectar novos nichos para seus produtos, como a manutenção industrial, que se tornou o maior demandante de PTA’s no país. “As poucas indústrias que estão exportando vêm investindo na capacidade de produção”, contextualiza Raphael Cardoso, diretor da divisão Aerial Work Platform da Terex Latin America. “Vemos isso pelo mix de produtos, pois até 2013 vendíamos muita máquina a diesel, sendo que hoje as elétricas correspondem a 60% do volume negociado. E essa guinada corresponde justamente à mudança do mercado.”

 

 

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