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Revista M&T - Ed.181 - Julho 2014
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Escavadeiras

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Escavadeiras de 20 a 24 t têm concorrência acirrada entre fabricantes, que apostam em tecnologia e serviços pós-vendas para conquistar fatias maiores de mercado
Por Camila Waddington

De acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Construção, em 2013 o Brasil consumiu um número expressivo de 5.560 escavadeiras hidráulicas. Na avaliação de sete dos principais fabricantes que atuam localmente com essas máquinas, os modelos de 20 a 24 toneladas são os mais vendidos, representando algo entre 60% e 75% do montante total. E, evidentemente, essa predileção pela categoria vem acirrando a concorrência, tornando como veremos diferenciais de pós-venda e tecnologia os argumentos mais consistentes para obter melhores margens de mercado.

Tal contexto é confirmado pela Komatsu, por exemplo. A empresa japonesa produz um equipamento de 22 toneladas que já sai de fábrica com sistema de monitoramento via satélite, o Komtrax. Segundo o engenheiro de vendas Vladimir Machado, a fabricante oferece 10 anos de acesso gratuito ao sistema, sendo que o cliente pode ainda usufruir de informações detalhadas sobre o comportamento dos operadores e ampliar a produtividade por meio de recursos de potencialização das facilidades oferecidas pela equipamento. “Tudo isso se reflete em menos reparos no campo, planejamento nas manutenções preventivas e programações para reparos”, diz ele. “Mas também traz parâmetros de treinamento mais eficazes para os operadores.”

A JCB é outro player de ponta deste mercado, do qual participa com um modelo de 21 toneladas que, sozinho, representa 90% das vendas de escavadeiras. Segundo Nei Hamilton, diretor comercial da empresa, o monitoramento também é um diferencial do equipamento. “A escavadeira é equipada com o Advanced Monitoring System, um recurso que monitora as funções hidráulicas conforme o tipo de trabalho e a rotação do motor”, explica. “A solução também controla todas as funções da máquina, como temperatura do motor e do óleo hidráulico, além da velocidade das esteiras.”

Já a Volvo CE aposta na variedade e, por isso, disponibiliza ao mercado nada menos que sete modelos de escavadeiras entre 20 e 24 toneladas. Somente na faixa de 20 toneladas são quatro opções, variando entre carro curto e carro longo – sendo o segundo para maior estabilidade nas operações –, além de um modelo com cabeçote de co


De acordo com o Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Construção, em 2013 o Brasil consumiu um número expressivo de 5.560 escavadeiras hidráulicas. Na avaliação de sete dos principais fabricantes que atuam localmente com essas máquinas, os modelos de 20 a 24 toneladas são os mais vendidos, representando algo entre 60% e 75% do montante total. E, evidentemente, essa predileção pela categoria vem acirrando a concorrência, tornando como veremos diferenciais de pós-venda e tecnologia os argumentos mais consistentes para obter melhores margens de mercado.

Tal contexto é confirmado pela Komatsu, por exemplo. A empresa japonesa produz um equipamento de 22 toneladas que já sai de fábrica com sistema de monitoramento via satélite, o Komtrax. Segundo o engenheiro de vendas Vladimir Machado, a fabricante oferece 10 anos de acesso gratuito ao sistema, sendo que o cliente pode ainda usufruir de informações detalhadas sobre o comportamento dos operadores e ampliar a produtividade por meio de recursos de potencialização das facilidades oferecidas pela equipamento. “Tudo isso se reflete em menos reparos no campo, planejamento nas manutenções preventivas e programações para reparos”, diz ele. “Mas também traz parâmetros de treinamento mais eficazes para os operadores.”

A JCB é outro player de ponta deste mercado, do qual participa com um modelo de 21 toneladas que, sozinho, representa 90% das vendas de escavadeiras. Segundo Nei Hamilton, diretor comercial da empresa, o monitoramento também é um diferencial do equipamento. “A escavadeira é equipada com o Advanced Monitoring System, um recurso que monitora as funções hidráulicas conforme o tipo de trabalho e a rotação do motor”, explica. “A solução também controla todas as funções da máquina, como temperatura do motor e do óleo hidráulico, além da velocidade das esteiras.”

Já a Volvo CE aposta na variedade e, por isso, disponibiliza ao mercado nada menos que sete modelos de escavadeiras entre 20 e 24 toneladas. Somente na faixa de 20 toneladas são quatro opções, variando entre carro curto e carro longo – sendo o segundo para maior estabilidade nas operações –, além de um modelo com cabeçote de corte para o mercado florestal e outro com braço de longo alcance, para realizar limpeza de rios e outras operações específicas. “Há alguns anos, os equipamentos nessa faixa representavam cerca de 50% das vendas de escavadeiras no mercado”, pondera Gilson Capato, diretor comercial da empresa. “Hoje, representam 75% das nossas vendas desse tipo de equipamento, pois muitos clientes migraram dos equipamentos de 15 t para os de 20 t.”

Para ele, tal migração foi estimulada pela busca de maior produtividade, de modo a melhorar a relação de custo operacional dos equipamentos. “Nos próximos anos, as máquinas dessa faixa continuarão com a mesma representatividade, mas com maior aplicação na mineração e no setor florestal, para os quais a chegada de novos implementos específicos ampliará as funcionalidades dos equipamentos”, analisa o especialista.

Gerente de marketing da Case Construction, Carlos França contrapõe que o mercado de escavadeiras hidráulicas deve ser beneficiado nos próximos anos pela tendência de crescimento da mineração e da infraestrutura, que historicamente consumem mais escavadeiras que outros tipos de equipamentos. A empresa  oferece dois modelos de 22 toneladas ao mercado, sendo um tradicional e outro com braço de alcance longo, de até 15 metros de extensão. “Os equipamentos de 20 a 24 toneladas representam 75% das nossas vendas de escavadeiras”, completa Guilherme Ferreira, especialista de produto da fabricante.

AMADURECIMENTO

A John Deere começou a produzir escavadeiras no Brasil há apenas alguns meses, mas a empresa já tinha incursão anterior no mercado, quando importava seus equipamentos. A marca oferece três modelos nessa faixa, sendo o menor de quase 20 toneladas e o maior ultrapassando um pouco as 24 toneladas, além de um intermediário de 22 toneladas. “Esse último é o nosso carro-chefe e pode ser adquirido nas versões de material rodante longo ou curto”, diz Roberto Marques, líder da divisão de construção da John Deere no Brasil.

Segundo ele, esses modelos representam 65% das escavadeiras comercializadas no país pela fabricante norte-americana, que tem expectativa de que essa proporção se mantenha nos próximos anos.

Já Rafael Ricciardi, especialista de produto da New Holland Construction, é mais otimista. Para ele, em diversas operações as escavadeiras progressivamente vêm substituindo outros equipamentos, como as pás carregadeiras. “Por isso, a tendência é de crescimento desse tipo de máquina no mercado, em todas as faixas operacionais”, diz ele. A empresa do Grupo Fiat disponibiliza dois modelos nessa faixa, ambos fabricados na unidade de Contagem (MG). “Desde 2007, dezenas de novas marcas, principalmente oriundas da Ásia, chegaram ao mercado brasileiro com produtos a preços mais baixos”, contextualiza. “Até 2012, esses entrantes abocanharam fatias importantes de mercado, mas com a recomposição do câmbio e falta de assistência técnica, muitas perderam representatividade, pois o mercado está cada vez mais maduro, avaliando não somente preço, mas também qualidade e pós-vendas.”

Porém, em relação às sempre populares escavadeiras de 20 a 24 toneladas, também há visões diferenciadas sobre esse amadurecimento. A expectativa da Link-Belt Excavators (LBX), por exemplo, é de retração gradativa da categoria, principalmente nas regiões metropolitanas, onde a utilização de equipamentos menores – da faixa de 13 a 18 toneladas – tende a crescer.

“A cultura do mercado vem mudando e, com isso, o usuário brasileiro começou a entender que existe ferramenta certa para cada tipo de trabalho”, justifica Kurt Engelhart, diretor geral da Link-Belt Brasil. “Há alguns anos, se vendiam máquinas de 20 toneladas para todo tipo de aplicação, mas com a evolução do mercado, as exigências das obras vêm dimensionando máquinas portáteis mais adequadas para determinadas aplicações.”

TECNOLOGIAS

Nas máquinas da Komatsu, além do sistema de monitoramento por satélite, outro diferencial atrativo é o HydrauMind, uma tecnologia que atua em todas as operações hidráulicas do equipamento, adaptando-se às tarefas em execução. Segundo Machado, a tecnologia reforça a operação por meio de controles eletrônicos simples, com graus de sensibilidade que podem ser ajustados para adequar a máquina às condições de trabalho. “Quando trabalha perto de obstáculos, a máquina pode ser ajustada para baixa resposta, por meio de um controle específico para posição mais precisa”, diz ele. “Por outro lado, os controles podem ser definidos para resposta máxima, alcançando movimento de alta velocidade quando se trabalha em áreas abertas.”

O especialista da Komatsu acrescenta que a eficiência energética do HydrauMind decorre da pressão de compensação e de ajustes sensíveis à carga. Por isso, a empresa oferece cinco modos de funcionamento da velocidade do motor e saída da bomba hidráulica, de modo a determinar configurações com base nas posições dos controles do operador. “Diferentemente dos sistemas hidráulicos abertos usados em outras máquinas, o nosso sistema é fechado e, por isso, garante que a velocidade do atuador seja controlada unicamente pela posição da válvula de carretel, mesmo quando as cargas se alteram ou vários atuadores se movem simultaneamente”, relata. “Isso significa menor uso de energia para mover uma carga mais leve, como uma caçamba cheia com solo de baixa densidade.”

Aliás, como as escavadeiras são máquinas que dependem quase inteiramente da eficiência do sistema hidráulico, Boris Sanchez, gerente de engenharia de vendas da Volvo CE, avalia que é comum haver cada vez mais automatização dessa tecnologia, com o incremento de funcionalidades “inteligentes”, como a regeneração do fluxo e acionamento automático das funções. “Na nossa série D de escavadeiras, incluímos o EcoMode, que identifica e aplica a melhor eficiência hidráulica a ser utilizada para obter maior produtividade e redução de até 5% no consumo de combustível”, detalha.

O especialista acresce que o sistema hidráulico também é relevante no que tange aos implementos utilizados pelas escavadeiras. Afinal, é a eficiência dessa tecnologia que permite adequar os módulos de diversos fabricantes de implementos com boa adaptabilidade. “Por isso, na série D também ajustamos a capacidade de regulagem da vazão e pressão do sistema hidráulico para acoplamento de implementos”, afirma. “Note que as informações de configuração são gravadas no computador de bordo e armazenadas para uso futuro do mesmo implemento.”

HIDRÁULICA

Nos equipamentos da Caterpillar, o sistema hidráulico também tem papel de destaque. A empresa oferece três modelos na faixa de 20 a 24 toneladas e, segundo Renato A. Sanchez, do departamento de assuntos corporativos da empresa, em todos eles o sistema hidráulico trabalha com pressão acima de 5 mil psi (pound force per square inch) e fluxo superior a 200 litros por minuto, o que proporciona ganhos de desempenho e produtividade.

“Pelo sistema hidráulico independente, todos os comandos são precisos e suaves, proporcionando maior conforto aos operadores”, diz ele, acrescentando que em cada máquina há duas bombas hidráulicas equipadas com um sistema de válvula sensível a carga, o que permite que funcionem independentemente e com 100% da potência do motor. “Isso também resulta em maior produtividade, com agilidade dos implementos e ciclos de trabalho mais rápidos”, explica Sanchez.

Ainda sobre acessórios de tecnologia hidráulica, a Caterpillar oferece comandos hidráulicos auxiliares, com sistema de alta e média pressões para a adição de ferramentas como martelo, garras, tesouras e multiprocessadores. “Outro elemento é o sistema de regeneração de forças, que economiza energia nos movimentos de descida da lança e fechamento do braço, reduzindo o tempo de ciclo e, de quebra, aumentando a eficiência do combustível”, diz o especialista.

Nas máquinas da Case Construction, todas as funções hidráulicas são gerenciadas eletronicamente, como explica Ferreira. Os sensores, segundo ele, são instalados nas linhas piloto e enviam sinais à central eletrônica, de acordo com o movimento do joystick na cabine. “Há quatro modos de trabalho selecionáveis, denominados standard, heavy, A e B”, descreve o especialista.

As máquinas contam com um sistema regenerativo, que retorna parte do óleo da haste do cilindro para a base, evitando que aconteça a cavitação dentro do cilindro. As escavadeiras da marca possuem ainda dois pistões axiais, que fornecem uma vazão máxima de 440 litros por minuto. “Nossas máquinas possuem tecnologia PowerBoost, na qual o operador pode aumentar a pressão hidráulica em 10% por meio do acionamento de um botão no joystick”, destaca. “E isso pode ser feito por tempo ilimitado, diferentemente de outras máquinas do mercado.”

FUNCIONALIDADES

A New Holland também oferece aumento da pressão hidráulica por tempo ilimitado, mas Ricciardi acresce uma lista de funcionalidades eletrônicas presentes nas máquinas de 2,7 toneladas até 50 toneladas comercializadas pela marca italiana. “É o caso da assistência ativa hidroeletrônica, que fornece maior potência hidráulica de acordo com a demanda do operador, e do sensor de controle da rotação do motor, para aproveitar toda a potência hidráulica instalada”, diz ele.

O processador eletrônico avançado é outra funcionalidade destacada por Ricciardi. Esse recurso interage com o operador para a seleção e monitoramento dos principais parâmetros operacionais, programas de manutenção, autodiagnóstico e registro dos dados indicadores analógicos. O PowerBoost – também presente nas máquinas da Case CE – é outro destaque nas escavadeiras da New Holland.

Aliás, o PowerBoost não está presente somente nas duas empresas do grupo Fiat. A John Deere também acopla a tecnologia em seus equipamentos, mas com limitação de acionamento a 8 segundos, no máximo. “Essa função deve ser acionada quando o equipamento exige força adicional momentânea, como em escavações mais severas ou levantamento de cargas mais pesadas”, explica Marques.

Em compensação, segundo ele as escavadeiras da John Deere contam com sistema hidráulico equipado com coletor de sinal-piloto, que pode ser considerado um “computador hidráulico”. Esse sistema exclusivo – desenvolvido pela Hitachi, com quem a John Deere mantém parceria – é responsável pelo acionamento dos movimentos hidráulicos de forma centralizada. “O sistema recebe os comandos do joystick e distribui de forma eficiente o fluxo do óleo piloto às válvulas relacionadas àquela função”, detalha o especialista, completando que há sensores espalhados por todo o sistema hidráulico das escavadeiras, que interagem com as centrais eletrônicas via protocolo de comunicação.

Nas máquinas da Link-Belt, o sistema hidráulico também tem tecnologia japonesa. Aliás, os japoneses são os maiores desenvolvedores de tecnologias hidráulicas para escavadeiras, tendo criado os principais recursos relatados nesta reportagem. Nesse caso, o recurso é aplicado à base de comando em centro aberto, com controle negativo das bombas hidráulicas. “Para obtermos maior vazão de fluxo hidráulico, o controle da bomba necessita de maior pressão”, resume Engelhart. “Por isso, cada bomba hidráulica de pistão axial de fluxo variável é controlada sistematicamente por dois transdutores de pressão, que avaliam e controlam a potência hidráulica instantaneamente nos diversos modos de operação.”

 

 

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