P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR
Revista M&T - Ed.179 - Maio 2014
Voltar
Rolos Compactadores

Prontos para o trabalho

Locadoras e fabricantes apostam nas concessões e obras públicas para aquecer a demanda de equipamentos; tecnologias para solo e asfalto ganham aperfeiçoamentos

Segundo estatísticas de 2008 da International Road Federation, o Brasil conta atualmente com quase 2 milhões de quilômetros de rodovias. A divisão é desconhecida, mas presume-se que apenas 12% dessas estradas sejam pavimentadas. Como comparação, os Estados Unidos têm 4,2 milhões de quilômetros pavimentados, o que corresponde a 65% da sua malha rodoviária total. Considerando a similaridade territorial entre os dois países, não é difícil dimensionar o tamanho do nosso déficit e, como consequência lógica, o potencial impacto desse gap sobre o mercado de construção rodoviária no país.

DEMANDA

Nos últimos anos, o governo federal vem tentando atender a essa demanda estratégica, principalmente por meio de programas como o PAC. Com isso, o setor ficou aquecido entre 2008 e 2012, mas daí em diante o volume de obras rodoviárias caiu, surpreendendo negativamente o mercado. No entanto, como observam os especialistas, a equação exige que se considere a demanda represada, que pode ser viabilizada com o aumento do ritmo de concessões à iniciativa privada.

O governo já deu o primeiro passo nesse sentido, anunciando no final de 2012 um pacote de concessões via Programa de Investimento em Logística (PIL). Nele, cerca de 7 mil km de rodovias estão sendo concedidos a empresas privadas, com investimento estimado de 46 bilhões de reais.

Em 2013, foram licitados cinco trechos e outros devem estar a caminho, movimentando o setor e, de quebra, a demanda por equipamentos específicos como os rolos compactadores. Ao menos é o que os empresários do setor de locação esperam. “Nos últimos dois anos, o mercado ficou estável, principalmente devido à falta de novos investimentos públicos”, avalia Eurimilson João Daniel, diretor da Escad. Quanto à locação de rolos compactadores, o executivo calcula que – mesmo com um volume menor do que o esperado – a balança vem se mantendo relativamente positiva, como mostram a frenética incursão de novas locadoras e o reforço no portfólio de alguns fabricantes. “Mas, dependendo dos desdobramentos, isso pode tornar a oferta de rolos maior do que a demanda”, adverte Daniel.

ANÁLISE

A estabilidade precária do mercado sugerida por Daniel de


Segundo estatísticas de 2008 da International Road Federation, o Brasil conta atualmente com quase 2 milhões de quilômetros de rodovias. A divisão é desconhecida, mas presume-se que apenas 12% dessas estradas sejam pavimentadas. Como comparação, os Estados Unidos têm 4,2 milhões de quilômetros pavimentados, o que corresponde a 65% da sua malha rodoviária total. Considerando a similaridade territorial entre os dois países, não é difícil dimensionar o tamanho do nosso déficit e, como consequência lógica, o potencial impacto desse gap sobre o mercado de construção rodoviária no país.

DEMANDA

Nos últimos anos, o governo federal vem tentando atender a essa demanda estratégica, principalmente por meio de programas como o PAC. Com isso, o setor ficou aquecido entre 2008 e 2012, mas daí em diante o volume de obras rodoviárias caiu, surpreendendo negativamente o mercado. No entanto, como observam os especialistas, a equação exige que se considere a demanda represada, que pode ser viabilizada com o aumento do ritmo de concessões à iniciativa privada.

O governo já deu o primeiro passo nesse sentido, anunciando no final de 2012 um pacote de concessões via Programa de Investimento em Logística (PIL). Nele, cerca de 7 mil km de rodovias estão sendo concedidos a empresas privadas, com investimento estimado de 46 bilhões de reais.

Em 2013, foram licitados cinco trechos e outros devem estar a caminho, movimentando o setor e, de quebra, a demanda por equipamentos específicos como os rolos compactadores. Ao menos é o que os empresários do setor de locação esperam. “Nos últimos dois anos, o mercado ficou estável, principalmente devido à falta de novos investimentos públicos”, avalia Eurimilson João Daniel, diretor da Escad. Quanto à locação de rolos compactadores, o executivo calcula que – mesmo com um volume menor do que o esperado – a balança vem se mantendo relativamente positiva, como mostram a frenética incursão de novas locadoras e o reforço no portfólio de alguns fabricantes. “Mas, dependendo dos desdobramentos, isso pode tornar a oferta de rolos maior do que a demanda”, adverte Daniel.

ANÁLISE

A estabilidade precária do mercado sugerida por Daniel de fato é comprovada pelos mais recentes Estudos Sobratema do Mercado de Equipamentos, que mostram a comercialização de 2,3 mil unidades em 2011 e de 1,7 mil unidades no ano seguinte, em uma sensível queda de 26%. Em 2013, não houve avanço significativo e o mercado totalizou a venda de 1.750 rolos compactadores. Ou seja, apenas 50 unidades a mais do que no ano anterior. Neste ano, entretanto, o desempenho da categoria é fonte de muita expectativa e, até mesmo, certo alívio com as possibilidades do mercado.

Para Daniel, as projeções são otimistas tanto para locadores como para usuários finais, principalmente no que tange às necessidades da infraestrutura de extrema urgência, como rodovias, ferrovias e aeroportos, além da utilização crescente dos equipamentos em obras de manutenção urbana e construção civil. “Avaliando os últimos cinco anos, percebemos que o mercado consumiu cerca de 10 mil unidades, o que representa quatro vezes mais que a frota total anterior a esse período”, diz ele. “Por isso, concluo que os rolos compactadores têm um mercado consolidado, com cultura de aplicação evoluída pela nossa engenharia e que tende a crescer à medida que tenhamos continuidade dos investimentos via concessões e obras públicas.”

Supervisor de aplicações da Atlas Copco (detentora da marca Dynapac), Carlos Santos corrobora a visão positiva desse mercado, principalmente em relação à locação, que vem crescendo nos últimos dois anos. “Acreditamos que o mercado ainda não se esgotou e que há uma demanda de locação por vir”, diz ele. “Afinal, o Brasil possui planos de investimento em infraestrutura de prazo extenso, como as licitações para duplicação de rodovias, das quais 6,5 mil quilômetros  ainda serão concedidos.”

CONTRAPONTO

Já Afrânio Chueire, presidente da Volvo CE para a América Latina, não avalia o potencial da locação de rolos compactadores com o mesmo otimismo. Segundo ele, nos últimos dois anos não houve crescimento significativo desse mercado devido à “timidez” da locação, que no Brasil ainda não se consolidou como principal elo entre fabricante, distribuidor e mercado. “Mas acreditamos que esse cenário mudará, pois o Brasil é um país em que a locação de equipamentos não está tão desenvolvida como poderia”, afirma o executivo. “Nos últimos anos, muitas empresas vieram para o Brasil em busca desse mercado, mostrando como a locação traz vantagens ao ofertar algo específico, que será utilizado por poucas horas no decorrer da obra”, completa ele, esclarecendo que os rolos compactadores entram nessa classificação, uma vez que são utilizados apenas pontualmente nas grandes obras, em comparação a equipamentos de terraplanagem, por exemplo.

A Romac, por sua vez, relata um crescimento anual significativo. Segundo o gerente de rental Paulo Afonso Curtinaz, a empresa – que distribui e loca rolos compactadores da marca Bomag – espera um crescimento mais expressivo para os próximos dois anos. A aposta recai, principalmente, sobre os rolos de terraplanagem de 7 a 12 toneladas, que constituem o carro-chefe de sua linha de equipamentos para compactação de solo e asfalto. “Outra linha em ascendência é a de rolos leves para asfalto, com modelos tandem e combinados de 2,5 a 4,5 toneladas”, diz Curtinaz.

PROJEÇÕES

Também atuante na locação de rolos compactadores, a Lafaete nutre a mesma expectativa para este biênio, ponderando que o resultado positivo dependerá principalmente das concessões de rodovias e aeroportos que ainda estão “no papel”. “Se essas obras não avançarem, teremos períodos ruins para o mercado”, pondera Lucylene Lahóz, coordenadora de marketing da empresa. “Temos receio nesse sentido porque sempre que há mudança de governo, como pode ocorrer neste ano após as eleições, ocorrem problemas na retomada das obras.” Na frota da Lafaete, os modelos mais requisitados também são os rolos compactadores para solo de médio porte, na faixa de 12 toneladas.

Daniel, da Escad, ressalta que todas as faixas de rolos compactadores têm demanda bem interessante no Brasil. Porém, a terraplanagem de fato consome o maior volume, com larga utilização de modelos de médio porte nesse processo. “Além disso, os rolos vibratórios de 12 toneladas têm fabricação nacional, o que permite a compra pelo Finame e configura outro atrativo forte para o mercado”, diz ele.

Daniel observa que o mercado para rolos compactadores de asfalto está sempre prestes a “explodir”, mas para se concretizar isso também depende das liberações de investimentos em duplicação e construção de novas rodovias. “Se houver esse avanço, veremos um bom volume de equipamentos desse tipo ingressando no mercado”, explica o executivo. “Também veremos mais rolos estáticos (de pneus), que trazem diferenciais operacionais interessantes, mas cuja aquisição só compensa quando há projeção estável de contratos a serem cumpridos.”

PARTICULARIDADES

No que tange à aplicabilidade, o engenheiro de vendas para equipamentos de construção rodoviária da Volvo CE, André Puquevicz, explica as diferenças entre os tipos de rolos compactadores, principalmente para solo e asfalto. Segundo ele, a primeira particularidade nos modelos indicados para asfalto está no cilindro, que geralmente é usinado. “Esse tipo de cilindro gera circunferência perfeita, garantindo que não haja marcações no asfalto durante a compactação”, explica. “A compactação usual de solo não leva em consideração veículos trafegando posteriormente sobre ele, enquanto no asfalto é preciso prever tráfego a até 120 km por hora em algumas rodovias. Por isso, qualquer imperfeição causa desconforto para os motoristas.”

Os cilindros de asfalto, de acordo com o especialista, apresentam as bordas chanfradas, de modo que sua extensão não termine em um canto vivo (reto), o que também pode gerar marcações na pista. Mas é nos sistemas internos de vibração, diz Puquevicz, que estão os ajustes tecnológicos que de fato diferenciam os rolos compactadores de solo e de asfalto. “A amplitude é totalmente diferente para as duas aplicações”, diz ele.

Essa medida indica a profundidade de compactação, ou seja, a penetração do cilindro no momento em que “pula” sobre o solo. “Como normalmente a amplitude é bem menor no asfalto, surge um problema quando alguém tenta adaptar aí um compactador de solo, pois o impacto tende a romper e espalhar as britas, gerando pó e, claro, imperfeições posteriores na pista”, explica o especialista.

Para trabalhos em asfalto, nos quais as camadas têm de 5 a 10 centímetros de espessura, a frequência de vibração é alta, de modo a garantir maior velocidade à operação, acrescenta o especialista. O ideal, diz ele, é ter impacto por polegada. “Assim, após a primeira batida, o cilindro sobrepõe um pedaço da batida anterior e, na terceira, inicia o ciclo novamente”, detalha. “Já quando o ajuste é para menos de uma batida por polegada, o processo fica lento, reduzindo a produtividade. Se a velocidade for alta demais, ficam espaços entre uma batida e outra, criando imperfeições no pavimento.”

TECNOLOGIA

Santos, da Atlas Copco, explica que os diferentes tipos de solo e de camada asfáltica também impõem diferença aos rolos compactadores. Nesse sentido, as tecnologias de controle de compactação por GPS possibilitam melhor documentação da área compactada. “Nesse tipo de sistema, além da posição é possível controlar o grau de compactação relativo, a quantidade de passadas, a velocidade de translação e a frequência de vibração”, enumera. “E essas informações dão maior confiança ao usuário na execução do serviço.”

Outra diferença entre os modelos de solo e asfalto são os reservatórios de água. No trabalho em solo, a água é utilizada para reduzir o atrito entre as partículas. “Nesse processo, á água é inserida durante a homogeneização, que é uma etapa anterior à compactação”, explica Santos. “Já na compactação de asfalto, a água é utilizada durante o processo para evitar a aderência da massa asfáltica, ainda quente, com o cilindro do rolo compactador. Nesse caso, é preciso ter um reservatório de água no equipamento”, completa.

Segundo o especialista, com o avanço da tecnologia de massas asfálticas nos últimos anos a água tem se tornado menos eficiente como antiaderente e, por isso, as empresas criam produtos específicos, aplicados diretamente no reservatório dos rolos compactadores. “É o caso do AtlasGuard, da Atlas Copco, que é um antiaderente mais eficiente”, exemplifica.

A Volvo também destaca a tecnologia dos seus equipamentos como forma de ampliar a produtividade da compactação em solo e asfaltos. Uma delas é justamente o controle automático do fluxo de água. “Na compactação de asfalto, a água é um mal necessário, pois ao mesmo tempo em que serve como antiaderente, ela esfria o asfalto quando é despejada”, diz Puquevicz. “Com o controle automático do fluxo de água, evitamos o excesso que, nos dias atuais, não é importante só por reduzir o esfriamento do asfalto, como também por evitar o desperdício.”

Ainda no aspecto tecnológico, o especialista destaca o impactômetro, componente que equipa os compactadores acima de 7 toneladas da Volvo CE. “Esse sistema indica a quantidade de impactos por minuto, ajudando no controle da frequência de compactação”, afirma Puquevicz. “Ele funciona numa faixa verde que vai de 10 a 14 impactos por pé, o que resulta na ideia de impacto por polegada, como comentamos anteriormente.”

Cresce demanda por equipamentos de pequeno porte

Menos populares, os rolos de asfalto de pequeno porte, assim como as placas vibratórias para compactação, configuram outro promissor nicho de mercado para locadores e fabricantes. Segundo Eurimilson Daniel, da Escad, nos casos em que há valas com mais de 1,20 cm de profundidade, a compactação com rolos pequenos movidos a controle remoto já é um sucesso comprovado. “Há diversos fabricantes oferecendo modelos com controle remoto, que garantem níveis altos de operação e economia nos escoramentos contínuos, que passam a ser intercalados”, diz ele.

Na Romac, segundo o gerente de rental Paulo Curtinaz, os rolos menores têm boa receptividade, mas os modelos a controle remoto ainda não são significativamente requisitados. “Por enquanto, tivemos apenas uma consulta nesse sentido”, ele revela. “Foi uma empresa com obra no Porto de Rio Grande (RS), que cotou um rolo de 600 kg com controle remoto para atuar em área confinada.”

A Lafaete, por sua vez, já disponibiliza em sua frota dois rolos de pequeno porte com controle remoto. Segundo a coordenadora de marketing Lucylene Lahóz, os equipamentos foram solicitados para uma obra da Petrobras no Rio de Janeiro e, desde então, atuam na compactação de materiais na fundação das caixas reservatórias de petróleo.

 

 

P U B L I C I D A D E

ABRIR
FECHAR

P U B L I C I D A D E

P U B L I C I D A D E