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Revista M&T - Ed.178 - Abril 2014
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Eletrônica Embarcada

Alto nível de controle

Componentes eletrônicos ampliam controle e produtividade de equipamentos móveis, mas custo e manutenção também abrem espaço para máquinas mais simples

No universo da construção e mineração, eletrônica embarcada são todas as tecnologias que permitem aumento da eficiência, produtividade e segurança nas operações, inclusive de equipamentos móveis. A definição é precisa ao explicar os resultados mais palpáveis da automatização de funcionalidades dos equipamentos, que ademais auxiliam – e muito – no método construtivo. Mas, apesar de verdadeira, a máxima não engloba todas as nuances do assunto, como a maior complexidade técnica e requisitos de mão de obra trazidos por essas soluções inovadoras da eletrônica. E isso, diga-se, abre espaço também para o mais simples.

BENEFÍCIOS

Que a eletrônica veio para ficar é algo que já não se discute. A Construtora Barbosa Mello, por exemplo, atua em obras de implantação e pavimentações de rodovias, saneamento, ligações ferroviárias e áreas industriais. Para dar conta de tantos contratos e obras, a empresa conta com uma frota superior a 300 equipamentos móveis, a maioria equipada com eletrônica embarcada de última geração. “A escolha de trabalhar com produtos de alto nível tecnológico trouxe diversos benefícios em produtividade e segurança das operações, além de maior rapidez na obtenção de dados dos equipamentos e facilidade em gerenciar a manutenção das máquinas”, avalia Américo Renê, diretor de equipamentos da empresa.

Além disso, como ressalta o executivo, desde 2012 todos os novos equipamentos adquiridos pela construtora devem ser aparelhados com eletrônica embarcada de alto nível, como sistemas de monitoramento remoto, gerenciamento eletrônico de motores e transmissão, computadores de bordo e outras tecnologias. “O conforto dos operadores também é um quesito forte a favor da eletrônica embarcada”, completa Renê.

No que tange à crescente utilização de tecnologias eletrônicas nos equipamentos fora de estrada, o engenheiro de promoção em vendas da Komatsu, Vladimir de Rafael Machado Filho, partilha da opinião de Renê. Segundo ele, o mercado brasileiro já reconhece a eficiência desse tipo de tecnologia e, mesmo que algum receio ainda exista, a vantagem competitiva trazida pela inovação tecnológica deve suplantar rapidamente todas as desconfianças. Até por isso, as fabricantes vêm aumentando significativamente a


No universo da construção e mineração, eletrônica embarcada são todas as tecnologias que permitem aumento da eficiência, produtividade e segurança nas operações, inclusive de equipamentos móveis. A definição é precisa ao explicar os resultados mais palpáveis da automatização de funcionalidades dos equipamentos, que ademais auxiliam – e muito – no método construtivo. Mas, apesar de verdadeira, a máxima não engloba todas as nuances do assunto, como a maior complexidade técnica e requisitos de mão de obra trazidos por essas soluções inovadoras da eletrônica. E isso, diga-se, abre espaço também para o mais simples.

BENEFÍCIOS

Que a eletrônica veio para ficar é algo que já não se discute. A Construtora Barbosa Mello, por exemplo, atua em obras de implantação e pavimentações de rodovias, saneamento, ligações ferroviárias e áreas industriais. Para dar conta de tantos contratos e obras, a empresa conta com uma frota superior a 300 equipamentos móveis, a maioria equipada com eletrônica embarcada de última geração. “A escolha de trabalhar com produtos de alto nível tecnológico trouxe diversos benefícios em produtividade e segurança das operações, além de maior rapidez na obtenção de dados dos equipamentos e facilidade em gerenciar a manutenção das máquinas”, avalia Américo Renê, diretor de equipamentos da empresa.

Além disso, como ressalta o executivo, desde 2012 todos os novos equipamentos adquiridos pela construtora devem ser aparelhados com eletrônica embarcada de alto nível, como sistemas de monitoramento remoto, gerenciamento eletrônico de motores e transmissão, computadores de bordo e outras tecnologias. “O conforto dos operadores também é um quesito forte a favor da eletrônica embarcada”, completa Renê.

No que tange à crescente utilização de tecnologias eletrônicas nos equipamentos fora de estrada, o engenheiro de promoção em vendas da Komatsu, Vladimir de Rafael Machado Filho, partilha da opinião de Renê. Segundo ele, o mercado brasileiro já reconhece a eficiência desse tipo de tecnologia e, mesmo que algum receio ainda exista, a vantagem competitiva trazida pela inovação tecnológica deve suplantar rapidamente todas as desconfianças. Até por isso, as fabricantes vêm aumentando significativamente a gama de opções no mercado nacional.

AUTOMAÇÃO

A Caterpillar é uma delas. Recentemente, a empresa fechou uma parceria com a Trimble – que desenvolve tecnologias avançadas de posicionamento – para promover inovações de monitoramento, controle de máquinas e desempenho das equipes em campo. Com o uso das soluções, todas as informações vitais das obras são coletadas e armazenadas em nuvem (cloud), para que os gestores dos projetos possam acessar os dados e tomar decisões imediatas em qualquer lugar do mundo.

Algumas ideias da empresa que foram muito bem aceitas incluem a balança/sensor de volume para escavadeiras, além do controle de carregamento para pás e do monitoramento de temperatura e pressão de pneus para caminhões fora de estrada. O sistema de automação da lâmina de motoniveladoras e a solução de compactação inteligente também integram a lista high-tech.

Atenta ao crescimento do interesse, a Liebherr é outro player que dispõe de diferentes tecnologias para o controle eletrônico operacional e manutenção dos equipamentos móveis. “A principal delas é o Load-Sensing”, informa a empresa, complementando que o sistema permite que a energia gerada pelo motor mantenha-se compatível com a energia hidráulica requerida nas operações. “Essa é uma combinação da eletrônica embarcada com o sistema hidráulico e o motor diesel dos equipamentos da marca, garantindo alta produtividade e eficiência energética”, completa.

Na Liebherr, aliás, toda a linha de equipamentos adota preceitos de eletrônica embarcada, com extensão a painéis lógico-programáveis, displays, joysticks e sistemas de transmissão hidrostática. “A eletrônica embarcada contribui para o controle fino e monitoramento apurado dos nossos maquinários, além de garantir alta eficiência energética e produtividade”, garante a empresa. “É o caso, por exemplo, de nossas pás carregadeiras, para as quais a tecnologia de transmissão hidrostática proporciona uma economia de até 25% de combustível.”

AMPLITUDE

A maior novidade da fabricante japonesa Komatsu está nos novos tratores D61EX, até então comercializados apenas no mercado norte-americano. Tecnológico, o modelo é equipado com sistema de medição de terreno em 3D e auxílio de GPS. O controle da lâmina também é automático, permitindo que o operador concentre-se no deslocamento e posicionamento da máquina, enquanto o sistema realiza o nivelamento utilizando as coordenadas do GPS.

Para escavadeiras, a fabricante oferece como principal tecnologia o controle de fluxo variável das bombas, para otimizar a operação dos implementos. Toda a operação pode ser ajustada em um monitor instalado no painel da máquina, o que elimina a necessidade de regulagem física da bomba. “Com tecnologias eletrônicas é possível identificar simultaneamente as atividades do equipamento e controlar o consumo de combustível e a emissão de poluentes”, diz Machado.

Já a Volvo trabalha com três famílias de produtos. A primeira, que detém a maior gama de eletrônica embarcada, é composta por equipamentos de carregamento e transporte, como escavadeiras, carregadeiras e caminhões articulados. O grupo seguinte reúne equipamentos para construção rodoviária, como motoniveladoras e compactadores de solo. Nesse grupo incluem-se ainda as vibroacabadoras, com sistema eletrônico que – segundo a empresa – permite melhor acabamento do asfalto e diagnóstico de serviço mais detalhado. Composta por utilitários e compactos, a terceira família de equipamentos da Volvo apresenta nível menor de eletrônica embarcada.

Um sistema de monitoramento eletrônico (Matris) permite avaliar aspectos operacionais e produtivos, como explica Boris Sanchez, gerente de engenharia de vendas da Volvo, citando as vantagens obtidas com base no tempo de uma escavadeira se deslocar de um ponto a outro na obra. “No caso específico da escavadeira, há um nível aceitável de deslocamento, pois é uma máquina sobre esteiras e sem habilidade para locomoção por longos percursos”, pondera. “Por isso, identificar que a máquina está se movimentando por trechos longos é indício de que algo está errado na operação e pode estar deteriorando o equipamento, elevando o consumo de combustível etc.”

MANOBRA

Já nos caminhões articulados da Volvo, o sistema eletrônico faz automaticamente a seleção da tração em seis ou quatro rodas. “Além de reduzir o consumo de combustível, quando o caminhão está em um terreno pouco severo, opta pela tração 6x4, deixando o terceiro eixo livre e reduzindo os custos inerentes”, diz o gerente.

Os sistemas eletrônicos respondem por outros feitos operacionais em caminhões articulados. A manobra para posicionamento, por exemplo, exige que operador mude a alavanca de “drive” para “neutro”, use o freio de serviços e espere até o caminhão ser carregado. Enquanto esse procedimento acontece, o operador continua com o pé no freio, de forma que toda carga estática recai em sua perna. Para evitar esse desconforto, é normal acionar o freio de estacionamento. “Ocorre que, mesmo quando a máquina é carregada, está sujeita a impactos que a fazem movimentar-se”, descreve Sanchez. “E quando isso acontece, o freio de estacionamento acaba se desgastando, pois não foi projetado para aguentar esse tipo de pressão.”

Nesse caso, como explica o especialista, a eletrônica incube-se automaticamente de todo o processo – incluindo manobrar, mudar de alavanca e pisar no freio –, bastando o acionamento de um único botão. “Ao acioná-lo, a transmissão passa para neutro e os freios de serviço são aplicados automaticamente, fazendo com que o caminhão fique estável”, completa o gerente de engenharia da Volvo.

Na manutenção, os sistemas eletrônicos da fabricante sueca agilizam o diagnóstico de avarias. Um exemplo clássico é o teste de compressão de motor. Sem o uso da eletrônica embarcada, esse procedimento demora normalmente até 4 horas. “Com o sistema computadorizado, um teste similar é realizado em questão de segundos”, compara Sanchez. Além disso, os controles operacionais da máquina – como nível de fluidos – são feitos diretamente no painel do operador, eliminando a prática de verificação pelas varetas do reservatório de óleo.

SIMPLE TECH

Apesar do avanço na adoção de equipamentos com alto índice de componentes eletrônicos, os frotistas brasileiros ainda têm um longo caminho a percorrer se quiserem igualar-se aos europeus e norte-americanos. Como se sabe, boa parte desse gap está na baixa qualificação de mão de obra para operacionalizar as máquinas mais avançadas.

Para ajudar a resolver o gargalo, os fabricantes têm desenvolvido programas de treinamento (confira quadro na pág. 50), mas também há a aposta em outro conceito de máquina, que desponta como oportunidade de negócios para eles. Os equipamentos Simple Tech, ou seja, com baixo índice de eletrônica, chegaram inicialmente ao Brasil por intermédio de fabricantes chineses e, hoje, já abocanham uma fatia significativa do mercado, representada principalmente por compradores de máquinas usadas. “Oferecer valores mais atrativos, somados à manutenção de qualidade, permite atingir um público que antes via a locação de equipamentos ou a aquisição de máquinas usadas como única opção”, diz a coordenadora de marketing da XCMG, Marina Torres.

O caso da SDLG, adquirida pela Volvo, também é ilustrativo da força nada desprezível desse filão. Afinal, como destaca Eduardo D. Paparotto, consultor de suporte da SEM Latin America, os equipamentos com menos eletrônica embarcada realmente têm preço mais acessível, além de oferecerem facilidade na operação e manutenção simplificada. “De fato, o próprio cliente consegue realizar os reparos necessários”, frisa o consultor, acrescentando que os equipamentos oferecidos pela empresa saem de fábrica com itens básicos, como os sistemas de controle de parâmetros de operação.

Qualificação representa gargalo

Para ajudar a sanar o gargalo na qualificação dos operadores, já há iniciativas como o Instituto Opus, que oferece cursos e treinamentos, mas muitos fabricantes também já mantêm programas próprios de qualificação. É o caso da Komatsu, que realiza treinamentos na sua rede de distribuidores e clientes. “São treinamentos para operação e manutenção no geral”, relata o engenheiro de vendas Vladimir de Rafael M. Filho.

A Liebherr, por sua vez, a cada nova aquisição de máquina disponibiliza treinamento e instrução operacional. Mesclando aprendizado teórico com prática, as aulas são realizadas em seu Centro de Treinamento, na unidade de Guaratinguetá (SP), sendo que os clientes também podem solicitar os serviços. Após lançar um Centro de Suporte e Treinamento, a Caterpillar também reforça a importância da capacitação necessária para o uso dessas tecnologias. “Desde março, oferecemos treinamentos sobre sistemas embarcados para que os clientes possam ampliar o número de operários qualificados”, informa.

 

 

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