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PIB médio do país pode subir 3,7%

Para que isso ocorra, seria necessário melhorar a produtividade por meio do aumento de aportes nas áreas de educação e em infraestrutura

DCI

12/06/2018 17h02 | Atualizada em 13/06/2018 12h36

Para que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil alcance um crescimento médio anual de 3,7% entre 2019 e 2031, a taxa de investimento do país, hoje em 16,5% do PIB, deveria se deslocar para 19,5%. Nesse cenário, o PIB per capita nacional avançaria 3,2% ao ano.

As projeções foram apresentadas por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

Em um ambiente com uma taxa de investimento de 17,8% do PIB, a economia conseguiria expandir anualmente em 2,1%, enquanto o crescimento do PIB por pessoa teria capacidade de avançar apenas 1,6% ao ano.

As duas perspectivas traçadas por Souza Júnior levam em conta uma implementação de reformas fiscais que sejam capazes de controlar os gastos públicos, especialmente com a Previdência Social.

“Sem as reformas fiscais não dá para projetar nada de longo prazo”, afirma o pesquisador do Ipea.

Ele entende que o controle fiscal é importante para diminuir gradualmente a dívida bruta do governo e, com isso, abrir espaço no orçamento da União para alavancar os investimentos.

O cenário mais otimista indicado por Souza

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Para que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil alcance um crescimento médio anual de 3,7% entre 2019 e 2031, a taxa de investimento do país, hoje em 16,5% do PIB, deveria se deslocar para 19,5%. Nesse cenário, o PIB per capita nacional avançaria 3,2% ao ano.

As projeções foram apresentadas por José Ronaldo de Castro Souza Júnior, diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea).

Em um ambiente com uma taxa de investimento de 17,8% do PIB, a economia conseguiria expandir anualmente em 2,1%, enquanto o crescimento do PIB por pessoa teria capacidade de avançar apenas 1,6% ao ano.

As duas perspectivas traçadas por Souza Júnior levam em conta uma implementação de reformas fiscais que sejam capazes de controlar os gastos públicos, especialmente com a Previdência Social.

“Sem as reformas fiscais não dá para projetar nada de longo prazo”, afirma o pesquisador do Ipea.

Ele entende que o controle fiscal é importante para diminuir gradualmente a dívida bruta do governo e, com isso, abrir espaço no orçamento da União para alavancar os investimentos.

O cenário mais otimista indicado por Souza Júnior – com o PIB crescendo a 3,7% por ano – só ocorreria em um ambiente de elevação da produtividade, principalmente a do trabalho, por meio da expansão e da melhor alocação de recursos na área de educação. Na visão dele, os ensinos básico e fundamental devem ter prioridade nessa agenda.

Infraestrutura

Outro fator importante para a expansão sustentável da economia vem da melhoria da infraestrutura.

Hoje, o país investe 2% do PIB na área, por ano. A sócia da consultoria Oliver Wyman no Brasil, Ana Carla Abrão Costa, afirma que esse montante é o que o Brasil precisa para cobrir a depreciação dos ativos nacionais.

“Mas, para que, de fato, o país consiga aumentar o investimento e melhorar a qualidade da infraestrutura, será necessário dobrar esse número ao longo de 25 anos, pelo menos”, comenta Ana Carla, ao citar dados de uma pesquisa realizada pela própria consultoria.

O estudo prevê que, para modernizar a infraestrutura nacional, o Brasil teria que aumentar para 4,2% do PIB os seus aportes na área, por ano.

Desses 4,2%, 2% precisaria ser alocado na melhoria dos transportes; 1,1% em energia; 0,7% em telecomunicações e 0,4% em saneamento básico.

Na avaliação de Ana Carla, a greve dos caminhoneiros pela redução dos preços dos combustíveis mostrou que a dependência excessiva da malha rodoviária expõe o país a riscos e que é preciso desenvolver outros modais, como o ferroviário e fluvial, por exemplo.

Para ela, os últimos acontecimentos devem gerar mais debate sobre o tema, mas não necessariamente endereçar soluções.

“Infelizmente, a sinalização é ruim. Para investir em infraestrutura, precisamos atrair o setor privado e, para isso, é necessário ter previsibilidade nas regras, algo que não está acontecendo. A greve dos caminhoneiros e a resposta do governo de subsidiar o diesel vão na direção contrária, ou seja, de não cumprir contratos e de interferir diretamente no mercado. Isso é muito negativo”, reflete Ana Carla.

Souza Júnior, do Ipea, pondera, por sua vez, que além da busca por estabilidade regulatória com o objetivo de atrair investidores externos e internos, a alavancagem dos aportes em infraestrutura também depende da colaboração dos governos, especialmente federal.

“As falhas de mercado precisam ser cobertas pelo setor público. Alguns investimentos em rodovias, ferrovias, metrô, entre outros, não geram rentabilidade e é nessa parte que o setor público precisa entrar”, comenta o pesquisador.

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