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Tecnologia pode evitar desastres ambientais

Para que outras tragédias ambientais não ocorram, a obrigatoriedade de atualizações em tecnologia e em processos de controle e licenciamento é fundamental

Revista Exame

30/01/2019 08h57 | Atualizada em 30/01/2019 11h46

Na sexta-feira, dia 25, o município mineiro de Brumadinho vivenciou uma tragédia que remonta à ocorrida há três anos. Em outro município mineiro a cerca de 162 quilômetros de distância, chamado Mariana, o rompimento da barragem de Fundão, responsabilidade de mineradora Samarco, deixou 19 mortos.

Agora, em Brumadinho, uma barragem de rejeitos de minério da gigante Vale, rompeu e a lama invadiu a região, deixando diversos mortos e feridos.

Mas, para os técnicos, o financeiro e o humanitário não bastam para prevenir outros desastres como os de Mariana e Brumadinho. É preciso ter tecnologias atualizadas.

Segundo Eugênio Singer, especialista em engenharia ambiental e diretor brasileiro da consultoria Ramboll, a maioria dos desastres podem ser evitados quando não há uma movimentação natural atípica, dos choques de placas tectônicas às erupções vulcânicas e tsunamis.

“Existem sistemas de monitoramento de riscos geotécnicos avançados, com equipamentos de gestão da integridade das barragens como acelerômetros, inclinômetros e satélites radares, por exemplo”, diz Singer.

Um caso a relembrar é o da Petrobras. Entre os anos 2000 e 2001, a petrolífera sofr

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Na sexta-feira, dia 25, o município mineiro de Brumadinho vivenciou uma tragédia que remonta à ocorrida há três anos. Em outro município mineiro a cerca de 162 quilômetros de distância, chamado Mariana, o rompimento da barragem de Fundão, responsabilidade de mineradora Samarco, deixou 19 mortos.

Agora, em Brumadinho, uma barragem de rejeitos de minério da gigante Vale, rompeu e a lama invadiu a região, deixando diversos mortos e feridos.

Mas, para os técnicos, o financeiro e o humanitário não bastam para prevenir outros desastres como os de Mariana e Brumadinho. É preciso ter tecnologias atualizadas.

Segundo Eugênio Singer, especialista em engenharia ambiental e diretor brasileiro da consultoria Ramboll, a maioria dos desastres podem ser evitados quando não há uma movimentação natural atípica, dos choques de placas tectônicas às erupções vulcânicas e tsunamis.

“Existem sistemas de monitoramento de riscos geotécnicos avançados, com equipamentos de gestão da integridade das barragens como acelerômetros, inclinômetros e satélites radares, por exemplo”, diz Singer.

Um caso a relembrar é o da Petrobras. Entre os anos 2000 e 2001, a petrolífera sofreu grandes desastres: o vazamento de óleo de Baía de Guanabara, outro vazamento na Repar [Refinaria Presidente Getúlio Vargas] e a explosão da plataforma P-36. A empresa investiu quatro bilhões de dólares para rever o gerenciamento de processos de segurança, gerando o programa de contingência Pegaso.

As barragens de Fundão e Santarém, presentes no desastre de Mariana, também implantaram equipamentos após a tragédia ambiental.

“Essas tecnologias podem tornar-se obrigatórias. A gestão de integridade geotécnica de barragem tem de ser implantada e aprimorada.”

Ajudaria no caso de Brumadinho, especialmente para identificar seus arredores. Suas barragens eram de baixo risco, em termos de métodos de construção e monitoramento, mas havia alto potencial de impacto diante do meio ambiente existente ao redor do fluxo de água: comunidades, escolas, hospitais, sistemas de abastecimento de água, depósitos e produtos químicos e perigosos e empreendimentos industriais, por exemplo.

A necessidade de aprimoramento de sistemas é reforçada por Rodrigo Jorge Moraes, doutor em direito ambiental e professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

O especialista declarou anteriormente que o novo rompimento de barragem após três anos do desastre de Mariana demonstra que não houve significativa melhora nos protocolos de crise e redução de riscos deste tipo de episódio.

A Agência Nacional de Águas (ANA) detectou, nos últimos três anos, um total de 54 barragens de água do país com problemas na infraestrutura. Esse volume equivale a mais da metade do total das 104 barragens que a agência fiscaliza.

Hoje, segundo a ANA, há apenas seis funcionários do órgão em todo o país para executar esse trabalho de fiscalização.

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