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Produtividade na construção brasileira pode crescer com o uso de tecnologia

Segundo Kevin Nobels, Sócio da Prática de Operações da McKinsey, sete principais alavancas – regulamentação, colaboração e contratação, design e engenharia, compras e gerenciamento da cadeia de suprimentos, execução da obra, tecnologia e capacitação – pod

Assessoria de Imprensa

20/05/2019 16h16 | Atualizada em 21/05/2019 11h19

A construção mundial deve continuar a crescer nos próximos anos. Segundo dados da McKinsey Brasil, apresentados durante o Workshop Revista M&T 2019, em 2014 o segmento representava 13% do Produto Interno Bruto (PIB) com um valor de US$ 9,5 trilhões.

Até 2025, a projeção é de uma alta entre 3% a 4% ao ano, chegando a U$ 14 trilhões. Porém, apesar dos bons resultados, em termos de produtividade, o setor teve um aumento de apenas 1% ao ano entre 1995 e 2014, um índice muito baixo se comparado à manufatura e à indústria, que conquistou uma elevação entre 3% e 4% ao ano no mesmo período.

No caso do Brasil, a realidade chega a ser mais desafiadora. Entre 1995 e 2015, o país quase não apresentou crescimento em produtividade e o nível atual do segmento está muito abaixo ante outros países.

Segundo Kevin Nobels, Sócio da Prática de Operações da McKinsey, sete principais alavancas – regulamentação, colaboração e contratação, design e engenharia, compras e gerenciamento da cadeia de suprimentos, execução da obra, tecnologia e capacitação – podem melhorar os resultados e alavancar a produtividade na construção.

“A média de aumento da pro

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A construção mundial deve continuar a crescer nos próximos anos. Segundo dados da McKinsey Brasil, apresentados durante o Workshop Revista M&T 2019, em 2014 o segmento representava 13% do Produto Interno Bruto (PIB) com um valor de US$ 9,5 trilhões.

Até 2025, a projeção é de uma alta entre 3% a 4% ao ano, chegando a U$ 14 trilhões. Porém, apesar dos bons resultados, em termos de produtividade, o setor teve um aumento de apenas 1% ao ano entre 1995 e 2014, um índice muito baixo se comparado à manufatura e à indústria, que conquistou uma elevação entre 3% e 4% ao ano no mesmo período.

No caso do Brasil, a realidade chega a ser mais desafiadora. Entre 1995 e 2015, o país quase não apresentou crescimento em produtividade e o nível atual do segmento está muito abaixo ante outros países.

Segundo Kevin Nobels, Sócio da Prática de Operações da McKinsey, sete principais alavancas – regulamentação, colaboração e contratação, design e engenharia, compras e gerenciamento da cadeia de suprimentos, execução da obra, tecnologia e capacitação – podem melhorar os resultados e alavancar a produtividade na construção.

“A média de aumento da produtividade trabalhando todas essas alavancas pode chegar a 50%, sendo a tecnologia a que mais contribui com esse ganho, com índices entre 14% e 15%”.

Nesse sentido, Nobels avaliou que, com as tecnologias atuais, o potencial de automação do segmento é alto, em média 45%. Para ele, a área precisará investir mais em inovação por uma questão de sobrevivência.

“Caso isso não ocorra, ele vai deixar de ser competitivo”, enfatizou Nobels, que relembrou ainda uma pesquisa da consultoria, que mapeou 2500 soluções de startups, cujos clusters mais interessantes foram: automatização, robotização, impressão 3D, inteligência artificial, soluções de otimização de supply chain, equipamentos, BIM (Building Information Modeling) e integração entre a engenharia, planejamento e execução.

Em sua apresentação no Workshop Revista M&T 2019, o sócio da McKinsey também analisou três tecnologias que devem ter um grande impacto nos próximos anos na construção, automatização e robótica, Inteligência Artificial (IA) e Advanced Analytics (AA), modelo twin e robótica e impressão 3D.

Além disso, ele também apresentou alguns desafios decorrentes desse avanço, como por exemplo, encontrar a tecnologia mais adequada para ser aplicada à empresa, uma vez que quase metade de todas as transformações digitais não consegue oferecer benefícios para os negócios.

Nobels também lembrou que o setor da construção possui atributos que precisam ser vencidos para a transformação digital, incluindo a contratação de curto prazo, falta de replicabilidade, ambiente desafiador e descentralizado, cadeia de suprimentos fragmentada e força de trabalho temporária, cadeia de valor complexa e fragmentada e falta de investimento em P&D.

“No setor da construção há várias barreiras na implementação da tecnologia, como falta de direcionamento claro, incentivos desalinhados e regulação restritiva, falta de foco ou prioridade, incapacidade da organização adotar efetivamente a transformação; sendo que muitas vezes é difícil e oneroso fazer”, complementa.

Para Nobels, para a jornada da transformação do setor da construção deve envolver toda a empresa e incorporar elementos de performance e de saúde organizacional.

E, para isso, afirma o sócio da McKinsey, são necessários três passos: direção estratégica, gestão de projetos e transformação da empresa. “É preciso definir uma estratégia de inovação a partir do entendimento de problemas que precisam ser resolvidos, desenvolver um plano de transformação digital, que deve englobar uma mudança de comportamento, a fim de envolver toda a empresa, já que uma implementação bem-sucedida requer transparência de dados e colaboração da liderança”, explicou.

No entanto, Nobels alertou que a tecnologia acelera o impacto, mas precisa ser iniciada quando de fato haja processos e uma gestão robustos. “É um erro começar a inovação antes do Lean (conjunto de técnicas desenhadas para reduzir desperdícios), porém esperar cinco ou dez anos para fazer inovação, também não é uma estratégia sustentável, já que o mundo está mudando rapidamente”, destacou.

Essa afirmação de Nobels é respaldada pela apresentação do diretor-geral da Porsche Consulting Brasil, Rüdiger Leutz, durante o Workshop Revista M&T 2019. “O Lean é o primeiro passo. Para falar em produtividade e eficiência tem que fazer a lição de casa, ou seja, é preciso diminuir e eliminar o desperdício no processo da construção”, afirmou.

Atualmente, é possível ver sete tipos de desperdícios no canteiro de obras: movimentação, estoques, área, erros, tempo de espera, transporte e superprodução.

Segundo Leutz, esses desperdícios são decorrentes da falta de excelência operacional no projeto, acarretando em erros estratégicos: o desenho do projeto é insuficiente, não há um planejamento de processos, o layout do trabalho é ineficiente em termos de fluxo do processo logístico, os processos operacionais não são sincronizados e não há um monitoramento eficiente do progresso da obra.

“No final, o que é visto são gargalos em diversas etapas do projeto, a baixa produtividade, a ineficiência e o resultado comprometido. Por isso, se for percebido o atraso de 1 dia do prazo final, é necessário tomar uma ação imediata e não esperar esse atraso crescer, porque depois será irremediável”, preveniu.

O diretor-geral da Porsche Consulting apresentou ainda as seis marchas para gerar produtividade e eficiência, que foram utilizados em diversos projetos no Brasil e no exterior, incluindo definição da estratégia operacional, planejar todos os processos, dimensionar a equipe, otimizar o layout e o fluxo logístico, sincronizar a produção e monitoramento efetivo do progresso da obra.

Sobre a adoção de inovações, Leutz afirma que a camada a tecnologia em cima do Lean vai aumentar a produtividade. “Os drones, por exemplo, são aspiradores de dados e ao ter acesso a esses dados, podemos prever problemas, planejar melhor a manutenção, seja ela preventiva ou preditiva. A inteligência artificial vai estar na construção, para auxiliar o homem em sua tomada de decisões”, analisou.

Nesse cenário, Leutz trouxe o exemplo de uma construtora brasileira que já aplica Lean e digitalização em seus processos, o que permite o acompanhamento simultâneo de 33 obras em andamento. “O gestor tem a macrovisão do que está ocorrendo no momento, podendo acompanhar os marcos de cada obra realizada em todo o país. Ele conhece o avanço físico e financeiro, podendo tomar decisões, de acordo com o ritmo das obras”, explanou. Além disso, a empresa ainda realiza avaliações de seus fornecedores diariamente por meio digital (tablet e smartphone) e adotou um APP para que o cliente possa acompanhar o estágio da obra, agregando valor e serviço adicional.

“De uma forma geral, precisamos investir em projetos, fazer processos claros para ter um trabalho eficiente. Não adianta ter os melhores equipamentos se não for sincronizado com as pessoas e com os materiais. A tecnologia ira ajudar na produtividade, mas, antes é preciso ter tudo bem organizado para que possamos fazer o uso real dessas inovações”, conclui.

Cases

Além das apresentações dos dois especialistas, o Workshop Revista M&T 2019 teve a apresentação seis de casos reais de soluções inovadoras. Rafael Basso, gerente da linha de negócios da divisão de compressores portáteis da Atlas Copco, trouxe o compressor portátil elétrico, que pode ser usado em ambientes internos ou externos e ambientes sem exaustão adequada, como tuneis estreitos. O equipamento possui uma operação eficiente no canteiro de obras, facilita a manutenção e é amigável com o meio ambiente.

Josimar Siqueira, consultor de vendas na CPE Tecnologia, mostrou o uso de drones em uma cava de mineração. Em apenas duas horas, a equipe de drone, composta por um topógrafo, auxiliar, drone e receptor, fez o levantamento completo da medição da cava para controle do volume, enquanto que as equipes de topografia – dois topógrafos, três auxiliares, duas estações totais e tripés e seis prismas e bastões – gastou de 2 a 3 dias para levantar somente os lugares de movimentação.

Além da maior produtividade e da economia com a equipe de campo, o drone resultou em maior detalhamento e precisão de dados, com a geração de mais de 35 milhões de pontos em 52 hectares.

O caso abordado por Carlos Nakagawa, engenheiro de serviços da Komatsu, averiguou, por meio do uso do Komtrax, as razões que levaram a diferença entre o consumo de combustível entre duas carregadeiras do mesmo modelo.

A primeira delas tinha um consumo perto dos 17 litros por hora, enquanto que a segunda, fazia aproximadamente 7 litros por hora. Apesar de a aplicação ser similar, havia uma disparidade entre os tempos de marcha lenta e do regime pesado registrados nas duas máquinas. Foi-se, então em campo, para averiguar o funcionamento do equipamento, o que possibilitou aprimorar as práticas operacionais, resultando em uma redução de pouco mais de 2% no consumo de combustível.

Já Leandro Moura, responsável pela área de Marketing da Manitowoc relatou como a tecnologia de contrapesos de posição variável permitiu que uma linha de guindastes resultasse em menor custo de transporte e tempo de montagem, ao precisar de uma menor quantidade de caminhões no transporte.

Na Coréia do Sul, em 2016, houve ganhos bastante significativos com o uso desse equipamento, chegando a U$$ 75 mil por torre instalada e apenas três dias para montar a torre.

Na sequência, a Giovanni Borgonovo, gerente de marketing da New Holland Construction, falou sobre a primeira retroescavadeira acessível, que pode ser operada de maneira completa por uma pessoa com mobilidade reduzida, inclusive, com acesso próprio.

Essa tecnologia inclusiva é um kit que pode ser acoplado a um equipamento standard, tendo o potencial para ser ampliada para qualquer tipo de máquina utilizada na construção. A inovação trazida pela marca visa promover a inclusão e trazer uma nova possibilidade para o mercado de pessoas com deficiência, uma vez que apenas metade das vagas para esse público é preenchida.

Por fim, Vanderlei Zermiani, consultor de tecnologias para obras da Sitech, pertencente ao Grupo Sotreq, levou para o público os benefícios do uso de tecnologias 3D em operações de topografia e terraplanagem, que comparou esses dois tipos de operação com e sem tecnologia em uma obra em Carajás.

A tecnologia possibilitou executar o levantamento topográfico as-built 95 mil m² em apenas 1 hora, contra 8 horas pela topografia padrão. Já na terraplanagem, além de o canteiro ser mais limpo, mais organizado e mais seguro, com menos movimentação de pessoas, os ganhos efetivos chegaram a 24% no revestimento primário e 50% na regularização de subleito.

O Workshop Revista M&T 2019 contou com a moderação do engenheiro Claudio Schmidt, diretor técnico da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), e abertura do engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema. O evento teve o patrocínio da New Holland Construction, JCB e John Deere.

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