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Indústria deve acelerar a adoção de práticas ambientalmente sustentáveis após a pandemia

Especialistas mostraram que existem desafios, mas o talento e a criatividade dos brasileiros podem ser diferenciais na retomada

Assessoria de Imprensa

16/06/2020 11h00 | Atualizada em 16/06/2020 12h19

A pandemia do novo Coronavírus pode resultar na aceleração da adoção de práticas ambientalmente sustentáveis por parte da indústria. Isso porque países europeus, por exemplo, estão prevendo uma conotação ambiental muito forte na recuperação da crise sanitária.

Contudo, isso será um desafio para toda a cadeia de valor, uma vez que ela é formada por multinacionais, mas também pequenas empresas.

De acordo com Anicia Pio, gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (DDA/Fiesp), a pandemia está trazendo transformações profundas e reflexões sobre o modelo atual de produção e consumo.

“O mundo está totalmente integrado e os nossos produtos precisarão competir em mercados cada vez mais restritivos em termos do impacto ambiental. O grande desafio será incorporar essas questões de redução do consumo de água e energia, zero desperdício, reutilização de matéria-prima, enfim, novos modelos de negócio, no curto p

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A pandemia do novo Coronavírus pode resultar na aceleração da adoção de práticas ambientalmente sustentáveis por parte da indústria. Isso porque países europeus, por exemplo, estão prevendo uma conotação ambiental muito forte na recuperação da crise sanitária.

Contudo, isso será um desafio para toda a cadeia de valor, uma vez que ela é formada por multinacionais, mas também pequenas empresas.

De acordo com Anicia Pio, gerente do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (DDA/Fiesp), a pandemia está trazendo transformações profundas e reflexões sobre o modelo atual de produção e consumo.

“O mundo está totalmente integrado e os nossos produtos precisarão competir em mercados cada vez mais restritivos em termos do impacto ambiental. O grande desafio será incorporar essas questões de redução do consumo de água e energia, zero desperdício, reutilização de matéria-prima, enfim, novos modelos de negócio, no curto prazo, porque isso já ocorria no médio e longo prazos”, ponderou Anicia, durante o Webinar BW Talks, promovido na semana passada, cujo tema foi “Produção Industrial pós-Isolamento Social”.

Outro desafio é a cadeia de valor. Enquanto as multinacionais já atuam para diminuir o impacto ambiental de suas atividades, as pequenas e médias empresas precisarão ser estimuladas para essa finalidade, principalmente, por conta da necessidade de recursos.

“Quais políticas públicas de fomento e financiamento serão implementadas para ajudar nos investimentos em inovação, para instalação de novas tecnologias, processos e até capacitação dos profissionais? Esse é um fator-chave na aceleração dessa demanda”, avaliou Anicia.

Roque Reis, diretor comercial para América Latina da Case Construction Equipment, concorda com a avaliação de Anicia, uma vez que a cadeia de equipamentos para construção conta com companhias de capital aberto que possuem atenções específicas com o meio ambiente, mas também com fornecedores de menor porte que continuam a atuar sem ações efetivas para proteger o meio ambiente.

“O ciclo de economia circular ainda tem muito a caminhar no setor”, afirma. A planta da Case CE no Brasil, em Contagem, Minas Gerais, por exemplo, tem geração zero de resíduos, ou seja, não há nenhum tipo de resíduo sendo enviado a aterros sanitários.

Além disso, o segmento tem uma contínua preocupação no desenvolvimento do produto e, recentemente, tem apresentado tendências em máquinas eletrificadas.

Na cadeia do vidro, Willian de Souza, gerente geral de Arquitetura Brasil da Pilkington/Blindex, explicou no Webinar BW Talks que esse material pode ser reaproveitado em quase sua totalidade, além de possuir uma vida útil longa.

“A nossa batalha está no projeto porque, segundo uma pesquisa do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), 85% dos brasileiros constroem sem participação de arquitetos e engenheiros. E, isso é grande problema”, destacou.

Algumas características do vidro, como por exemplo, a possibilidade de se ter grandes vãos na construção, maior circulação de ar e luminosidade, redução da umidade e garantia de segurança, já vinham sendo ressaltados antes da pandemia. Contudo, Souza, acredita que elas serão ainda mais reconhecidas após a crise sanitária.

“Muita coisa estava sendo trabalhado, até mesmo o uso de Inteligência Artificial e Big Data. Assim, a Covid-19 pode impulsionar algumas questões, mas o mérito não é somente dela (da doença)”.

Nesse sentido, Reis lembrou da criatividade e do talento do povo brasileiro, inclusive, nesse momento, ao buscar alternativas para atender a demanda de álcool gel e máscaras. “Temos grande condição de sair dessa crise mais fortes e com credibilidade”, salientou.
Porém, ele asseverou a necessidade de apoio para investir em inovação, a fim de garantir a continuidade da produção, mas também em segurar grandes engenheiros e cientistas para que permaneçam atuando no país.

Tecnologia e automação
Durante o evento online promovido pela BW Expo, Summit e Digital 2020, dois outros pontos foram discutidos pelos três debatedores: a automação e a tecnologia.

O gerente geral de Arquitetura Brasil da Pilkington/Blindex avaliou que o novo layout das fábricas e dos escritórios bem como o home office são um caminho que deverá continuar a ser seguido. No caso da automação de toda a indústria, opinou que o ideal é o equilíbrio.

Ou seja, a parte mais pesada sendo feita por robôs colaborativos, enquanto partes que exijam criatividade ou inspeção, sejam feitas por funcionários. Ele ainda anunciou que sua equipe a partir de agora trabalhará em home office definitivamente.

Anicia mostrou que automação pode ser positiva no aspecto ambiental por haver um maior controle do processo, diminuindo o desperdício. Por outro lado, ponderou que algumas atividades não podem ser feitas por robôs, apenas por humanos.

Ela ainda acrescentou que o home office também pode ser benéfico ao meio ambiente, porque implica em menor trânsito, e por consequência, diminui o impacto ambiental do ar. “Entretanto, nem todas as indústrias terão condições, em decorrência de sua atividade, setor ou porte, de realizar essa migração. Tudo, na verdade, é um processo”.

Já o diretor comercial da Case CE acrescentou que a robotização ou automação de uma planta industrial exige altos investimentos, o que requer um planejamento preciso. Ele considerou ainda que, cada vez mais, a nova geração vai trabalhar para que a tecnologia esteja adequada aos recursos naturais.

“Há cinco anos, não se falava em eletrificação das máquinas ou até mesmo em economia circular. Hoje já ações efetivas nessas áreas”.

Por fim, a gerente do DDS/Fiesp, recordou que a nanotecnologia, por exemplo, já foi incorporada aos processos e produtos e vem contribuindo com a questão ambiental.

“Existe um universo acessível, pronto a ser implantando em diversos setores. A capacidade humana é infinita. Basta sermos motivados”, finalizou.

O webinar BW Talks foi aberto pelo engenheiro Afonso Mamede, presidente da Sobratema – Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração, que ressaltou que cada país, cidade e empresa estão em estágios diferentes, assim a tecnologia e o conhecimento são fundamentais para que cada um deles se conecte ao patamar em que se encontra.

“Nosso objetivo ao promover o webinar BW Talks é levar conteúdo que possa contribuir para sua evolução como pessoa, profissional, companhia, sociedade, município ou nação”. A moderação do evento virtual foi feita por Vagner Barbosa, responsável pelo marketing da BW 2020.

Para assistir a íntegra do webinar, basta acessar o YouTube.

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