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Revista M&T - Ed.194 - Setembro 2015
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Equipamentos Portuários

Velozes e avançados

Porto de Paranaguá adquire shiploaders para aumentar a produtividade e reduzir o tempo de embarque em grandes navios cargueiros do Corredor de Exportação
Por Luciana Duarte

No mês que completou 80 anos de operação, um dos três berços do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (PR) bateu recorde diário de produtividade. Em março, o navio Krousson (do tipo graneleiro com 229 m x 32 m) recebeu 50,5 mil toneladas no período de 24 horas, um volume 25% superior às 40 mil toneladas anteriormente registradas.

Dois modernos carregadores (shiploaders) recém-incorporados à operação foram os responsáveis por garantir o escoamento da safra de grãos no berço 213. Os equipamentos ampliam a capacidade de embarque em uma temporada em que a colheita de grãos deve ser recorde no país. Para tanto, o projeto recebeu 59,4 milhões de reais de recursos próprios da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Inaugurado em 1973, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá já recebera investimentos relevantes nos anos de 1996 e 1999, quando foi dado início ao Plano de Remodelação e Repotenciamento do Complexo. “Nos últimos quatro anos, foram aplicados 511 milhões de reais em obras para manutenção, ampliação e melhorias nos portos paranaenses”, explica o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.  “Os recursos fazem parte da meta de modernizar cada vez mais os portos do Paraná para torná-los mais eficientes.”

Pelos cálculos do executivo, em junho o Porto movimentou 710 mil toneladas de grãos em nove dias de carregamento. Até agosto deste ano, mais dois novos shiploaders – também fornecidos pela TMSA (Tecnologia em Movimentação) – serão instalados nos berços 212 e 214 do Corredor de Exportação. Cada carregador pode movimentar 3 mil toneladas por hora e, em plena atividade, terá superado amplamente a capacidade de operação dos equipamentos antigos.

Os quatro equipamentos obsoletos, em operação há mais de 40 anos, suportavam apenas 1,5 mil toneladas por hora cada. “Estamos produzindo níveis recordes e a tendência é esse número se manter em alta nos próximos meses. Cerca de 4,4 milhões de toneladas até o final de agosto devem ser operacionalizadas no local”, prevê Dividino. “Os ganhos de produtividade são bastante importantes quando consideramos a disponibilidade de equipamentos, o aumento da velocidade dos carregamentos, a melhoria da qualidade das receitas e, principalmente, o atendime


No mês que completou 80 anos de operação, um dos três berços do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá (PR) bateu recorde diário de produtividade. Em março, o navio Krousson (do tipo graneleiro com 229 m x 32 m) recebeu 50,5 mil toneladas no período de 24 horas, um volume 25% superior às 40 mil toneladas anteriormente registradas.

Dois modernos carregadores (shiploaders) recém-incorporados à operação foram os responsáveis por garantir o escoamento da safra de grãos no berço 213. Os equipamentos ampliam a capacidade de embarque em uma temporada em que a colheita de grãos deve ser recorde no país. Para tanto, o projeto recebeu 59,4 milhões de reais de recursos próprios da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Inaugurado em 1973, o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá já recebera investimentos relevantes nos anos de 1996 e 1999, quando foi dado início ao Plano de Remodelação e Repotenciamento do Complexo. “Nos últimos quatro anos, foram aplicados 511 milhões de reais em obras para manutenção, ampliação e melhorias nos portos paranaenses”, explica o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino.  “Os recursos fazem parte da meta de modernizar cada vez mais os portos do Paraná para torná-los mais eficientes.”

Pelos cálculos do executivo, em junho o Porto movimentou 710 mil toneladas de grãos em nove dias de carregamento. Até agosto deste ano, mais dois novos shiploaders – também fornecidos pela TMSA (Tecnologia em Movimentação) – serão instalados nos berços 212 e 214 do Corredor de Exportação. Cada carregador pode movimentar 3 mil toneladas por hora e, em plena atividade, terá superado amplamente a capacidade de operação dos equipamentos antigos.

Os quatro equipamentos obsoletos, em operação há mais de 40 anos, suportavam apenas 1,5 mil toneladas por hora cada. “Estamos produzindo níveis recordes e a tendência é esse número se manter em alta nos próximos meses. Cerca de 4,4 milhões de toneladas até o final de agosto devem ser operacionalizadas no local”, prevê Dividino. “Os ganhos de produtividade são bastante importantes quando consideramos a disponibilidade de equipamentos, o aumento da velocidade dos carregamentos, a melhoria da qualidade das receitas e, principalmente, o atendimento aos usuários, que é o principal objetivo da Appa.”

Para isso, a Appa pretende aplicar mais 394 milhões de reais em obras de dragagem de aprofundamento no Porto de Paranaguá. Com os recursos, serão executadas obras de evolução do canal, sinalização e balizamento. A dragagem de aprofundamento do canal de acesso aquaviário, bacia de evolução e berço público do porto permitirá que graneleiros capesize (cargueiros superiores a 150 mil t) frequentem o porto, assim como navios porta-contêineres de alta capacidade, o que contribuirá para a redução dos fretes e, consequentemente, propiciará maior competitividade aos grãos exportados.

Inclusive, nos próximos meses o Porto de Paranaguá deve receber o maior navio porta-contêiner que já atracou no Brasil, com 368 m. “Nas últimas duas décadas, o tráfego marítimo internacional quadruplicou, sendo que os navios comerciais de carga ficaram ainda maiores para atender à demanda”, destaca Dividino.

PRODUTIVIDADE

Além de mais rápidos, como explica o diretor, os novos equipamentos também possibilitam carregar navios de grande porte, já que possuem lanças de 36,5 m de comprimento a partir do trilho, um acréscimo de 10 m em comparação aos carregadores adquiridos na década de 70. “Com as lanças mais altas, é possível atender a navios maiores sem nenhuma restrição”, diz o presidente da Appa, destacando ainda que os equipamentos têm gerador próprio, o que possibilita o recolhimento da lança e sua movimentação sobre os trilhos em caso de queda de energia. “Com isso, vamos reduzir o tempo de embarque e o custo de transporte marítimo, vantagens fundamentais no competitivo cenário logístico do comércio exterior de hoje”, afirma.

Tal evolução vem bem a calhar. De acordo com as projeções do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, apenas o estado do Paraná deverá obter uma produção de grãos entre 36,5 e 37 milhões de toneladas de grãos durante as três safras plantadas no ano agrícola 2014/15. Essa projeção representa um aumento de 2% em relação à colheita da safra anterior. Dados estatísticos da Appa revelam que nos meses de março a maio – período em que a exportação da safra chega ao seu pico – foram embarcadas 5,5 milhões de toneladas pelo Corredor de Exportação.

Em abril deste ano, o Corredor bateu o recorde histórico de movimentação mensal. Na ocasião, o porto escoou 1,476 milhão de toneladas de soja, superando o resultado anterior de 1,447 milhão de toneladas. A marca é resultado direto do aumento de produtividade nas operações de grãos em Paranaguá. No acumulado dos quatro meses do ano, a Appa informa que já foram embarcados 2,8 milhões de toneladas de soja.

E o recorde nos embarques dos produtos foi o principal responsável pelo aumento de 7% das exportações gerais pelo porto paranaense em abril de 2015, em relação ao mesmo período do ano passado.

TECNOLOGIA

No Brasil e no mundo, a TMSA fornece shiploaders de acordo com as necessidades e peculiaridades físicas e operacionais do local de instalação dos equipamentos. No caso do Porto de Paranaguá, os novos carregadores de navios também foram projetados para atuar em sintonia com as operações do terminal.

Segundo Paulo Lambert, diretor comercial da empresa, um dos principais diferenciais dos equipamentos são os sistemas de captação de pó, que reduzem substancialmente as emissões de partículas no ar durante os carregamentos de navios com produtos como soja e farelo de soja, por exemplo. Equipados com tecnologias avançadas, os novos carregadores também receberam sistemas de automação atualizados que, segundo Lambert, oferecem maior segurança durante as operações de abastecimento dos navios.

Dentre os itens de segurança que funcionam de forma integrada, o especialista cita anemômetro para controle de velocidade do vento, controle remoto para o operador controlar a máquina posicionada sobre o navio, sistema de automação integrado com acesso remoto via web e diversos sensores, como dispositivos anticolisão e para controle de temperatura dos motores, de carga na lança e da velocidade de elevação da lança. “São equipamentos que também têm gerador próprio, possibilitando o recolhimento da lança e a sua movimentação sobre os trilhos em caso de queda de energia, além de sistemas eletrônicos modernos que permitem monitoramento e controle de toda a máquina a partir da sala de comando e do controle remoto”, explica o executivo, ao lembrar que todo o projeto segue as diretrizes de segurança especificadas pelas normas brasileiras NR-10 e NR-12.

MAXIMIZAÇÃO

Com capacidade estrutural para suportar até 3 mil toneladas por hora, os equipamentos foram dimensionados para operar navios de grande porte. Entre as principais características técnicas destacadas pela TSMA está o sistema de torres múltiplas fixas, cujo custo de fundações é muito menor. “Além de não precisar de píer em concreto armado com seus vigamentos e trilhos, a translação dispensa tripper móvel e galeria aberta em formato de ‘C’ ou transportador de correia com cobertura”, destaca Lambert.

Além disso, o sistema de carregamento dos shiploaders não requer o deslocamento do navio durante a operação para atingir vários porões simultaneamente. Na prática, como garante a empresa, o tempo de parada para a troca de porões é mínimo, uma vez que o posicionamento de um pênsil é executado enquanto o outro ainda está em operação, mudando-se somente a posição da válvula.

Nesta operação, há o opcional de o operador utilizar a giratória lançadora ou o sistema “Dust Trap”, sem necessidade de tempo de set-up. Desse modo, a tecnologia maximiza a produtividade, pois aumenta a prancha de carregamento médio e o fator de estiva (reduzindo o custo com frete) sempre que estiver operando com produtos de baixo conteúdo de pó.

Segundo as especificações técnicas do produto, o “Dust Trap” tem funcionamento simples e corta o fluxo de produto até acumular certa quantidade, funcionando como um selo contra a saída de pó do produto. A partir deste momento, sensores eletrônicos na articulação do tubo telescópico e nos cabos de sustentação da parte inferior do tubo atuam nos cilindros hidráulicos do “Dust Trap” por meio de um circuito PID, liberando o fluxo de produto de forma a não esvaziar o tubo, mas mantendo o selo que veda a saída do pó. Assim, o selo de produto formado pelo “Dust Trap” reduz a emissão de pó de duas formas: acumulando e compactando o fluxo de produto (o que reduz a quantidade de ar dispersa no espaço intergranular) e evitando o escape de ar/pó do tubo telescópico.

Por fim, o diretor informa que o investimento inicial em sistema modulado com 1 a 4 torres pode ser implementado em várias etapas. “Isso permite o autofinanciamento das torres seguintes”, garante o executivo, sem revelar o valor do equipamento.

Terminais acompanham evolução das embarcações

Responsável pela licitação da dragagem de aprofundamento em Paranaguá (PR), no início do ano a Secretaria Especial de Portos realizou a sessão de abertura do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), cuja vencedora foi a empresa DTA Engenharia, com lance acima de 394 milhões de reais. O próximo passo do processo licitatório é a fase de habilitação. A obra mais importante deve ocorrer no chamado Canal de Galheta, que passará dos atuais 15 m para 16 m de profundidade com a nova dragagem. Também está previsto o aprofundamento de 12 m para 14 m da área utilizada pelos navios para manobra e atracação. Já as áreas intermediárias, localizadas entre o Canal da Galheta e a Bacia de Evolução, passarão a ter 15 m de profundidade. “Essas obras demonstram que o Porto de Paranaguá está atento à evolução das embarcações”, comenta Luiz Henrique Dividino, diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Confira alguns dados técnicos dos equipamentos

Capacidade de carga: 3.000 t/h;

Projeção máxima de lança sobre a água: 30,8 m;

Potência total instalada: 538 cv;

Ângulo de giro da lança (em operação): 140°;

Ângulo de giro da lança (fora de operação): 180°;

Curso vertical de descarga (tubo telescópico): 20,1 m;

Ângulo vertical de operação da lança: 0° a 12°;

Ângulo vertical de manobra da lança (fora de operação) 45°.

Paraná ganha novo terminal portuário privado

Com investimento de 1,5 bilhão de reais, o Terminal Portuário Porto Pontal irá ocupar um espaço de 600 mil m², incluindo pátio de 450 mil m². Situado na entrada da Baía de Paranaguá, o terminal terá capacidade máxima de movimentação de 2 milhões de TEUs (Twenty Foot Equivalent Unit, ou Unidade Equivalente de Transporte), contando com uma frota de 56 RMGs (Rail Mounted Gantry), 10 portêineres e 80 terminal tractors. “Será um grande avanço no setor portuário”, garante o diretor do porto, Ricardo Bueno Salcedo. “Mesmo com as dificuldades que o Brasil enfrenta, Porto Pontal simboliza a confiança que temos no futuro do país.”

Conheça as vantagens do sistema de torres múltiplas fixas:

Sistema de carregamento prático e rápido, pois não requer o deslocamento do navio durante o carregamento simultâneo em vários porões;

O tempo de parada para a troca de porões é mínimo, uma vez que o posicionamento do pênsil é executado enquanto o outro ainda está em operação;

Menos hp instalados;

Menor custo de operação e manutenção por tonelada carregada, devido às poucas partes móveis do sistema;

Projetos flexíveis, também em caso de “chave na mão”;

Maior segurança e conforto para os operadores.

 

 

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