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Revista M&T - Ed.141 - Novembro 2010
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Análise de Óleo

Um passo à frente das falhas

Análises de óleo podem estender a vida útil dos equipamentos e reduzir custos com manutenção corretiva, identificando os problemas mais comuns

Ao conhecer os níveis de colesterol e glicose, os médicos podem antecipar, por exemplo, o tratamento de seus pacientes e evitar problemas graves como o infarto. Guardadas as proporções, a análise de lubrificantes funcionaria como a coleta de sangue em humanos: é um recurso que diagnostica deficiências em componentes e reduz incidentes. No caso dos equipamentos, a boa noticia é que as variáveis envolvidas são bem menos complexas do que em pessoas, o que não diminui a responsabilidade dos gestores de frota.

É o caso dos profissionais da Construtora Fidens, que mudaram a forma da empresa encarar a análise de lubrificantes. O instrumento para isso foi um relatório elaborado há cerca de dez anos, quando a empresa avaliou aproximadamente 150 equipamentos – de um total de 420 que tinha em frota.  José Adalberto Ramos Júnior, gerente de manutenção e patrimônio da construtora, consolidou os documentos das análises de lubrificantes realizadas num período de quatro anos. Com os dados em mãos, ele somou o investimento no processo e cruzou as informações com as intervenções realizadas em função dos resultados.

A última etapa do relatório incluía a estimativa dos custos que a construtora teria caso os problemas fossem identificados tardiamente, ou seja, sem as informações da análise de lubrificantes. O especialista considerou diversos problemas, inclusive as avarias complexas de componentes, entre eles os sistemas de transmissão e conjuntos hidráulicos. Resultado: a empresa economizou cerca de US$ 30 mil por mês, durante os quatro anos de referência. Se os problemas não fossem identificados precocemente, esse valor deveria ser um destaque em vermelho entre os custos de manutenção da frota.

O caso da Fidens ilustra os benefícios que a manutenção preditiva, baseada na análise de lubrificantes, pode proporcionar aos gestores de equipamentos. Atualmente, com cerca de 500 equipamentos próprios em operação, a construtora já soma 20 anos de experiência realizando manutenção preditiva por meio de avaliações de lubrificantes e Ramos Júnior e a sua equipe não foram mais questionados sobre os benefícios da técnica. “Temos aperfeiçoado os nossos procedimentos, com a adoção de um sistema de gerenciamento empresarial (ERP) que control


Ao conhecer os níveis de colesterol e glicose, os médicos podem antecipar, por exemplo, o tratamento de seus pacientes e evitar problemas graves como o infarto. Guardadas as proporções, a análise de lubrificantes funcionaria como a coleta de sangue em humanos: é um recurso que diagnostica deficiências em componentes e reduz incidentes. No caso dos equipamentos, a boa noticia é que as variáveis envolvidas são bem menos complexas do que em pessoas, o que não diminui a responsabilidade dos gestores de frota.

É o caso dos profissionais da Construtora Fidens, que mudaram a forma da empresa encarar a análise de lubrificantes. O instrumento para isso foi um relatório elaborado há cerca de dez anos, quando a empresa avaliou aproximadamente 150 equipamentos – de um total de 420 que tinha em frota.  José Adalberto Ramos Júnior, gerente de manutenção e patrimônio da construtora, consolidou os documentos das análises de lubrificantes realizadas num período de quatro anos. Com os dados em mãos, ele somou o investimento no processo e cruzou as informações com as intervenções realizadas em função dos resultados.

A última etapa do relatório incluía a estimativa dos custos que a construtora teria caso os problemas fossem identificados tardiamente, ou seja, sem as informações da análise de lubrificantes. O especialista considerou diversos problemas, inclusive as avarias complexas de componentes, entre eles os sistemas de transmissão e conjuntos hidráulicos. Resultado: a empresa economizou cerca de US$ 30 mil por mês, durante os quatro anos de referência. Se os problemas não fossem identificados precocemente, esse valor deveria ser um destaque em vermelho entre os custos de manutenção da frota.

O caso da Fidens ilustra os benefícios que a manutenção preditiva, baseada na análise de lubrificantes, pode proporcionar aos gestores de equipamentos. Atualmente, com cerca de 500 equipamentos próprios em operação, a construtora já soma 20 anos de experiência realizando manutenção preditiva por meio de avaliações de lubrificantes e Ramos Júnior e a sua equipe não foram mais questionados sobre os benefícios da técnica. “Temos aperfeiçoado os nossos procedimentos, com a adoção de um sistema de gerenciamento empresarial (ERP) que controla a manutenção dos equipamentos”, diz ele.

Cada máquina é identificada isoladamente pelo sistema e tem coletas pré-determinadas de amostra, que são realizadas em períodos específicos. As amostras seguem para a análise em laboratório e o resultado é comparado com o histórico anterior de avaliações. “Podemos analisar se o desgaste está ocorrendo naturalmente ou se há contaminantes incomuns no lubrificante que podem acarretar e/ou representar a falha de algum componente”, salienta Ramos Júnior, destacando a importância da cultura do procedimento dentro da empresa.

A Galvão Engenharia também possui grande experiência na adoção da análise de lubrificantes. Há cerca de 15 anos utilizando a técnica, a empresa conseguiu apurar o prolongamento da vida útil de suas máquinas. “Os tratores e escavadeiras hidráulicas, que antes tinham o ciclo de vida programado para 10 ou 12 anos, agora duram 15 anos e chegam a ser vendidos sem uma intervenção mecânica sequer”, diz Silvimar Fernandes Reis, da divisão internacional de logística da construtora, alertando que as manutenções preventivas, como as trocas de filtro e óleo, não podem ser descartadas.

Ele relata um caso no qual o óleo do motor estava perdendo viscosidade rapidamente devido a uma contaminação por diesel. “Mapeamos a informação até identificar que o problema ocorria por meio da bomba de transferência de combustível. Na época, esse componente custava R$ 120 e foi trocado. Mesmo considerando os custos que tínhamos com a retirada de amostra de lubrificante (R$ 34 cada, valor cobrado há cerca de dois anos), obtivemos uma economia fantástica, pois a manutenção corretiva poderia chegar à R$ 30 mil se outras peças do equipamento fossem contaminadas”, explica Reis.

Para o executivo, as vantagens da análise de lubrificantes podem ser ainda maiores, caso os laboratórios incorporem tecnologias capazes de avaliar, com mais eficiência, o óleo do motor. “As análises que realizamos com a Sotreq são feitas com tecnologia de sombreamento, ou seja, pelo teor de escurecimento do óleo. Como o óleo do motor fica escuro rapidamente, o sistema não consegue identificar, de forma eficiente, os elementos contaminantes presentes nele”, diz.

Tecnologias avançadas
Para Luiz Roberto Andrade, diretor da Laboroil, há inúmeros ensaios capazes de realizar avaliações eficazes em lubrificantes de motor. “Basta que os laboratórios se equipem”, diz ele. Antes de descrever as técnicas, ele explica que os novos motores com recirculação de gases – do tipo EGR – aumentam naturalmente a contaminação por fuligem, potencializando o risco de degradação do óleo e podendo gerar maior volume de depósitos de contaminantes nos componentes do equipamento.

De acordo com Andrade, além da melhoria na formulação do lubrificante para atender a essa nova geração de motores, avaliações sobre o poder dispersante e sobre o índice de contaminantes no óleo são fundamentais. “A detecção dessas alterações denotam a formação de aglomerados de partículas – borras e outros produtos de oxidação – que ocasionam travamentos e entupimentos generalizados”, diz ele.

Quanto à avaliação das propriedades dispersantes, a Laboroil emprega uma técnica fotométrica, que avalia se o aditivo do lubrificante consegue manter os elementos dentro do nível esperado de dispersão.

Outros ensaios também podem ser agregados ao controle do poder dispersante, caso da avaliação sobre presença de água, combustível e material de desgaste menor que 8 µm (cerca de 20 elementos). “Além do exame particografado da lâmina de óleo, oxidação do óleo, nitração, sulfatação, insolúveis, Índice de particulado ferroso (IPF), número de basicidade total e número de acidez total”, complementa Andrade.

No rol de ensaios o especialista também inclui os que avaliam a corrosão em lâmina de cobre, a viscosidade, o índice de monitoramento da vida útil remanescente, a formação de espuma, o índice de saponificação e demulsibilidade. “Essas técnicas permitem analisar eventuais mudanças nas propriedades de lubrificantes utilizados em quaisquer compartimentos automotivos e industriais”, salienta ele. Andrade complementa que somente com a combinação das várias técnicas de análise e do conhecimento apurado do produto lubrificante, é possível obter um diagnóstico com notável grau de confiabilidade, para qualquer tipo de óleo e equipamento.

Lubrificantes na construção pesada apresentam mais contaminantes
Um levantamento da Laboroil avaliou os resultados de amostras de óleo coletadas em quatro setores: construção, locação de máquinas, mineração e transporte rodoviário. Acompanhe, no quadro abaixo, os segmentos com maior incidência de contaminação. Veja também que a sílica (poeira), contaminante mais encontrado em todos os casos, apresenta níveis diferentes de contaminação em cada um deles:

Amostra
Condenadas (%)
Sílica como fator determinante
de condenação (%)
Construção 13,0 42,30
Mineração 14,7 41,50
Locação 22,5 28,89
Transporte Rodoviário 38,5 21,57

*Fonte: Laboroil. Os índices apresentados na coluna de contaminação por sílica dizem respeito à representatividade da sílica dentro do total de contaminantes encontrados nas amostras.

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