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Revista M&T - Ed.157 - Maio 2012
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Mercado

Um canteiro de obras chamado Brasil

Em meio a atrasos no cronograma de algumas obras, na maioria das vezes por questões ambientais, o país atinge o volume recorde de R$ 1,35 trilhão em investimentos em infraestrutura até 2016
Por Melina Fogaça

Precisou eclodir uma crise financeira de dimensões globais para o Brasil descobrir que, após duas décadas de altos índices de inflação e instabilidade econômica, o país finalmente vinha seguindo uma cartilha razoavelmente consistente. Melhor ainda foi a reação do país, que rapidamente identificou os riscos da crise internacional e adotou medidas compensatórias, com foco na desoneração da produção e investimentos em infraestutura à frente até mesmo da maioria das nações industrializadas.

Com a moeda fortalecida, algumas iniciativas de apoio à produção como a redução de impostos para financiamento a bens de produção acabaram tendo sua eficiência reduzida diante do avanço das importações, o que despertou a grita da indústria nacional. Apesar do alerta para uma possível desindustrialização do país um risco que realmente existe o fato é que o país adotou uma postura inédita, com resultados positivos para o crescimento econômico.

Prova disso é que o Brasil conta hoje com um volume de investimentos da ordem de R$ 1,35 trilhão, até 2016, para a implantação de 12.265 projetos de infraestrutura, obras industriais, comerciais, de hotelaria e relacionadas aos megaeventos esportivos. Esses números fazem parte de um estudo realizado pela Sobratema, que aponta a maior parte dos investimentos em estados contemplados com recursos para a exploração do pré-sal. Não por acaso, o Rio de Janeiro lidera a lista com maior volume de investimentos: R$ 355 bilhões.

Atrasos nas licenças

Excluindo os recursos do pré-sal, o levantamento aponta que os investimentos ainda estão abaixo do ideal, principalmente na área de rodovias, cujas obras sofreram forte paralisação após denúncias de corrupção nos órgãos federais ligados ao setor. Mesmo assim, ele sinaliza uma trajetória ascendente. “O Brasil já assumiu a sexta colocação entre as maiores economias do mundo e, segundo analistas internacionais, deverá chegar em 2030 como a quarta maior. Essa realidade pode não se concretizar na velocidade projetada, mas isto indica uma tendência irreversível”, pondera Brian Nicholson, consultor da Sobratema.

Como resultado desse cenário, o setor de equipamentos acusou uma


Precisou eclodir uma crise financeira de dimensões globais para o Brasil descobrir que, após duas décadas de altos índices de inflação e instabilidade econômica, o país finalmente vinha seguindo uma cartilha razoavelmente consistente. Melhor ainda foi a reação do país, que rapidamente identificou os riscos da crise internacional e adotou medidas compensatórias, com foco na desoneração da produção e investimentos em infraestutura à frente até mesmo da maioria das nações industrializadas.

Com a moeda fortalecida, algumas iniciativas de apoio à produção como a redução de impostos para financiamento a bens de produção acabaram tendo sua eficiência reduzida diante do avanço das importações, o que despertou a grita da indústria nacional. Apesar do alerta para uma possível desindustrialização do país um risco que realmente existe o fato é que o país adotou uma postura inédita, com resultados positivos para o crescimento econômico.

Prova disso é que o Brasil conta hoje com um volume de investimentos da ordem de R$ 1,35 trilhão, até 2016, para a implantação de 12.265 projetos de infraestrutura, obras industriais, comerciais, de hotelaria e relacionadas aos megaeventos esportivos. Esses números fazem parte de um estudo realizado pela Sobratema, que aponta a maior parte dos investimentos em estados contemplados com recursos para a exploração do pré-sal. Não por acaso, o Rio de Janeiro lidera a lista com maior volume de investimentos: R$ 355 bilhões.

Atrasos nas licenças

Excluindo os recursos do pré-sal, o levantamento aponta que os investimentos ainda estão abaixo do ideal, principalmente na área de rodovias, cujas obras sofreram forte paralisação após denúncias de corrupção nos órgãos federais ligados ao setor. Mesmo assim, ele sinaliza uma trajetória ascendente. “O Brasil já assumiu a sexta colocação entre as maiores economias do mundo e, segundo analistas internacionais, deverá chegar em 2030 como a quarta maior. Essa realidade pode não se concretizar na velocidade projetada, mas isto indica uma tendência irreversível”, pondera Brian Nicholson, consultor da Sobratema.

Como resultado desse cenário, o setor de equipamentos acusou uma forte demanda, que se refletiu na expansão da produção. Obviamente, esse movimento não é linear e, em alguns segmentos, como o de construção de rodovias, fabricantes e construtoras apontam estagnação no ritmo de atividades por conta de paralisação das obras e revisão dos contratos do governo Federal.

Segundo Nicholson, a maior preocupação do setor se concentra no “cipoal da legislação brasileira”, que complica a liberação de licença ambiental para os projetos de infraestrutura, comprometendo o cronograma das obras. “Nenhuma empresa reivindica flexibilização nas exigências ambientais, mas que as questões sejam analisadas e resolvidas com maior rapidez”, ele pondera. Afinal, atrasos na liberação do canteiro acabam implicando em custos adicionais e, alguns casos, comprometendo o equilíbrio do projeto.

Reflexo nas construtoras

Apesar desse cenário marcado por contradições, o fato é que o setor de infraestrutura vive um momento de expansão inédito no país. Tal situação acaba se refletindo nos negócios de três das maiores construtoras brasileiras, como demonstrou recentemente uma reportagem do jornal “Valor Econômico”. Segundo a publicação, a Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, que num passado recente tinham a maior parte de suas receitas oriundas de outras atividades, fora do canteiro de obras, voltaram a ter na construção sua principal fonte de faturamento.

No caso da Odebrecht, o aumento de importância do setor foi inversamente proporcional à queda dos negócios na área petroquímica, cuja participação no faturamento do grupo foi reduzida de 72% para 48%, após a crise econômica internacional de 2009. Os contratos no setor de construção, por sua vez, que no passado respondiam por 26% das receitas, saltaram para 46%, em 2009, e atingiram a marca de 31% sobre o faturamento de 2010, de R$ 53,4 bilhões.

A inversão mostra-se ainda mais drástica na Camargo Corrêa, que após uma ampla diversificação dos negócios incluindo investimentos em produção de cimento, energia elétrica e mineração viu a tradicional área de construção ter sua participação no negócio reduzida a apenas 13% do faturamento em 2002. Quase uma década depois, entretanto, a empresa já computava uma participação de 32% de sua receita bruta, de R$ 20,4 bilhões em 2010, nos contratos para obras de infraestrutura.

Na Andrade Gutierrez, por sua vez, a construção pesada manteve uma participação de um terço no faturamento do grupo em 2010, de R$ 18,2 bilhões, mesmo diante do avanço dos negócios na área de telecomunicações a empresa detém participação relevante na operadora Oi. Em comum, as três grandes construtoras têm contratos para a execução dos maiores projetos de infraestrutura em implantação no Brasil, como as hidrelétricas de Belo Monte, Jirau e Santo Antônio, além da implantação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), a ampliação do Complexo Portuário de Suape e outros.

 

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