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Revista M&T - Ed.172 - Setembro 2013
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Coluna do Yoshio

Tensão e insegurança nas estradas brasileiras

Às vésperas de qualquer feriado prolongado e mesmo nas férias, é comum que policiais rodoviários e especialistas de tráfego surjam nos noticiários da TV para alertar os motoristas e recomendar prudência ao volante como forma de evitar acidentes. Ainda assim os acidentes acontecem, sendo que uma das principais causas apontadas pelos peritos é invariavelmente a “imprudência dos condutores”.

Isso provavelmente faz algum sentido, uma vez que os especialistas não têm motivos para agir de má-fé. Mas, por outro lado, é difícil não questionar se estas pessoas dirigem nas mesmas estradas que os cidadãos comuns. Sim, pois é notório que a cada dia os veículos estão mais próximos uns dos outros, de tal modo que já não há mais “prazer de dirigir”, eliminado pela tensão que esta proximidade crescente dos veículos traz às estradas.

Apesar disso, os técnicos ainda não reconhecem a crescente falta de espaço nas vias brasileiras, que reduz a distância entre os veículos a níveis mais que perigosos. Nesse cenário, a habilidade dos motoristas já não é mais garantia para se evitar acidentes, malgrado a reconhecida autoestima nacional sobre a própria habilidade ao volante. O fato é que simplesmente já não há mais “espaço de manobra” nas vias, tornando-se quase impossível manter a distância indicada pelas marcações nas pistas. Assim, de quem é a responsabilidade quando já não há mais condições mínimas de segurança nas estradas por conta desse abarrotamento?

Além deste aspecto, também há uma nítida ausência de bom senso e inteligência em relação ao efeito das obras sobre a segurança nas estradas. Um exemplo são as obras do Contorno Sul e Leste, realizadas ao redor de Curitiba. Ali, ocorrem quilômetros de engarrafamentos diários e longas paralisações, que atrasam o fluxo de pessoas e mercadorias que trafegam pela região Sul do país.

Neste canteiro, as obras de recapeamento e reconstrução das vias são realizadas de modo que o volume de veículos (já excessivo em condições normais) seja espremido numa única faixa de rolamento. Além de atrasar todos os veículos, tal estratégia cria uma condição de insegurança que se reflete em acidentes com frequência cada vez maior nas proximidades das obras, incluindo até mesmo os trabalhadores.

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Às vésperas de qualquer feriado prolongado e mesmo nas férias, é comum que policiais rodoviários e especialistas de tráfego surjam nos noticiários da TV para alertar os motoristas e recomendar prudência ao volante como forma de evitar acidentes. Ainda assim os acidentes acontecem, sendo que uma das principais causas apontadas pelos peritos é invariavelmente a “imprudência dos condutores”.

Isso provavelmente faz algum sentido, uma vez que os especialistas não têm motivos para agir de má-fé. Mas, por outro lado, é difícil não questionar se estas pessoas dirigem nas mesmas estradas que os cidadãos comuns. Sim, pois é notório que a cada dia os veículos estão mais próximos uns dos outros, de tal modo que já não há mais “prazer de dirigir”, eliminado pela tensão que esta proximidade crescente dos veículos traz às estradas.

Apesar disso, os técnicos ainda não reconhecem a crescente falta de espaço nas vias brasileiras, que reduz a distância entre os veículos a níveis mais que perigosos. Nesse cenário, a habilidade dos motoristas já não é mais garantia para se evitar acidentes, malgrado a reconhecida autoestima nacional sobre a própria habilidade ao volante. O fato é que simplesmente já não há mais “espaço de manobra” nas vias, tornando-se quase impossível manter a distância indicada pelas marcações nas pistas. Assim, de quem é a responsabilidade quando já não há mais condições mínimas de segurança nas estradas por conta desse abarrotamento?

Além deste aspecto, também há uma nítida ausência de bom senso e inteligência em relação ao efeito das obras sobre a segurança nas estradas. Um exemplo são as obras do Contorno Sul e Leste, realizadas ao redor de Curitiba. Ali, ocorrem quilômetros de engarrafamentos diários e longas paralisações, que atrasam o fluxo de pessoas e mercadorias que trafegam pela região Sul do país.

Neste canteiro, as obras de recapeamento e reconstrução das vias são realizadas de modo que o volume de veículos (já excessivo em condições normais) seja espremido numa única faixa de rolamento. Além de atrasar todos os veículos, tal estratégia cria uma condição de insegurança que se reflete em acidentes com frequência cada vez maior nas proximidades das obras, incluindo até mesmo os trabalhadores.

Para minimizar as dificuldades, não seria possível aproveitar os acostamentos ou criar vias temporárias paralelas? Claro que os acostamentos são específicos para emergências, como as da BR-101, nas proximidades de Florianópolis, na qual é permitido que veículos leves trafeguem pelo acostamento. Mas de tão inusitada e inesperada, muitos motoristas não acatam tal solução, mesmo lendo as placas indicativas de permissão, que são muitas no local.

Nesse ponto, torna-se inevitável perguntar o que é necessário para que as empresas responsáveis e seus engenheiros percebam que determinada obra tornou-se um verdadeiro desastre para o trânsito. Afinal, admitir isso já seria um promissor início para minimizar o impacto das obras de engenharia rodoviária sobre a vida dos usuários e cidadãos.

*Yoshio Kawakami

é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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