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Revista M&T - Ed.205 - Setembro 2016
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Britagem

Solução portátil

Seja sobre esteiras ou pneus, conjuntos móveis de britagem se consolidam no mercado ao oferecerem ganhos de produtividade por meio de mobilidade, portabilidade e flexibilidade operacional
Por Augusto Diniz

Desde a realização da M&T Expo de 2009, quando a tendência se tornou mais visível para o mercado brasileiro, o uso cada vez mais frequente de conjuntos móveis de britagem vem se consolidando no país. Desde então, devido às suas características inovadoras e vantagens em relação aos britadores fixos, os modelos móveis ampliaram sua participação com consistência, conquistando até mesmo setores mais tradicionais, como as pedreiras. “Isso ocorre principalmente nas empresas mais maduras, nas quais os colaboradores vêm sendo qualificados ao longo dos anos para operar e manter equipamentos com níveis crescentes de tecnologia embarcada”, avalia Geraldo Bertolim, gerente de vendas da Metso. “Em contrapartida, os equipamentos estão trazendo ganhos significativos de produtividade.”

Autopropelidas, as soluções móveis de fato apresentam características ímpares no segmento, como mobilidade e rapidez de montagem e entrada em operação. Até por isso, são máquinas indicadas para períodos mais curtos de operação ou mesmo quando há necessidade de mudança constante do local de trabalho. Mas, na atual conjuntura, seu avanço está sendo posto à prova.

Segundo Bernardo Gomes, gerente de produtos de mineração da Ciber Equipamentos Rodoviários, o boom ocorrido no país entre 2009 e 2012 foi sustentado em grande parte pela paridade do real com o dólar, mas também pelas obras das grandes hidrelétricas na região Norte. E ambos os motivos já não se mantêm. “Contudo, de uma forma geral, o mundo todo caminha para uma utilização mais efetiva desse tipo de máquina”, pondera o executivo, que representa a fabricante Kleemann no Brasil. “E isso se deve principalmente à mobilidade, flexibilidade e diminuição (ou até eliminação) de investimentos em obras civis, o que se vê mais claramente na América do Norte, Europa e parte da Ásia.”

Além disso, Gomes afirma que o comportamento do mercado brasileiro é mais conservador, persistindo a preferência por unidades fixas. “Entretanto, alguns players da construção e mineração estão mais abertos aos benefícios das unidades móveis, bem como às oportunidades que esses equipamentos podem gerar”, ressalva. “Assim, esperamos um incremento do mercado no médio prazo, mas nada parecido ao boom experim


Desde a realização da M&T Expo de 2009, quando a tendência se tornou mais visível para o mercado brasileiro, o uso cada vez mais frequente de conjuntos móveis de britagem vem se consolidando no país. Desde então, devido às suas características inovadoras e vantagens em relação aos britadores fixos, os modelos móveis ampliaram sua participação com consistência, conquistando até mesmo setores mais tradicionais, como as pedreiras. “Isso ocorre principalmente nas empresas mais maduras, nas quais os colaboradores vêm sendo qualificados ao longo dos anos para operar e manter equipamentos com níveis crescentes de tecnologia embarcada”, avalia Geraldo Bertolim, gerente de vendas da Metso. “Em contrapartida, os equipamentos estão trazendo ganhos significativos de produtividade.”

Autopropelidas, as soluções móveis de fato apresentam características ímpares no segmento, como mobilidade e rapidez de montagem e entrada em operação. Até por isso, são máquinas indicadas para períodos mais curtos de operação ou mesmo quando há necessidade de mudança constante do local de trabalho. Mas, na atual conjuntura, seu avanço está sendo posto à prova.

Segundo Bernardo Gomes, gerente de produtos de mineração da Ciber Equipamentos Rodoviários, o boom ocorrido no país entre 2009 e 2012 foi sustentado em grande parte pela paridade do real com o dólar, mas também pelas obras das grandes hidrelétricas na região Norte. E ambos os motivos já não se mantêm. “Contudo, de uma forma geral, o mundo todo caminha para uma utilização mais efetiva desse tipo de máquina”, pondera o executivo, que representa a fabricante Kleemann no Brasil. “E isso se deve principalmente à mobilidade, flexibilidade e diminuição (ou até eliminação) de investimentos em obras civis, o que se vê mais claramente na América do Norte, Europa e parte da Ásia.”

Além disso, Gomes afirma que o comportamento do mercado brasileiro é mais conservador, persistindo a preferência por unidades fixas. “Entretanto, alguns players da construção e mineração estão mais abertos aos benefícios das unidades móveis, bem como às oportunidades que esses equipamentos podem gerar”, ressalva. “Assim, esperamos um incremento do mercado no médio prazo, mas nada parecido ao boom experimentado no início da década.”

CONTINGÊNCIA

Para Bertolim, é a necessidade que falará mais alto. “Não vejo o crescimento da utilização de conjuntos móveis como tendência, mas como contingência”, explica, destacando que os equipamentos sobre rodas vêm sendo utilizados aqui – principalmente por empreiteiras – desde os anos 70. “O que houve nos últimos anos foi o aumento do número de obras com características mais adequadas à aplicação de unidades móveis, como prazos mais curtos, exigência de britagem do material escavado ou de demolição para aproveitamento na própria obra, por exemplo.”

Além disso, o especialista acrescenta como fator básico o aumento da oferta de serviços de britagem. Muitas subcontratadas, diz ele, passaram a realizar o trabalho, o que levou à necessidade de se equiparem para atender à crescente demanda. “Em 2007, a Metso detectou isso, sendo pioneira ao trazer os primeiros Lokotracks para o Brasil”, garante. “E, desde então, fazemos um trabalho coordenado para introduzir esta alternativa no mercado.”

Ele refere-se aos conjuntos sobre esteiras cuja primeira unidade foi lançada em 1985, sendo atualmente produzidos principalmente na Finlândia e na Índia. “Hoje, a marca virou sinônimo para esse tipo de máquina”, assegura. “Uma de suas principais características é justamente a portabilidade, que possibilita colocá-las em operação e produzir em pouquíssimas horas.”

De acordo com ele, a linha da Metso é composta por quase uma centena de modelos e versões, equipados com britadores de mandíbulas, cones HP (High-Performance), cones GP, VSI (Vertical Shaft Impact) Barmac, impactadores, peneiras primárias e de classificação a seco ou com lavagem, além de soluções customizadas para aplicações “in pit”. “As soluções podem ser agrupadas em vários arranjos e combinações, formando instalações capazes de atender a todo tipo de aplicação e especificações”, diz.

Quanto aos conjuntos sobre rodas, Bertolim conta que começaram a ser fabricados na Finlândia em 1921, chegando ao Brasil no início dos anos 70. Denominados NW (Nord Wheelers), possuem uma extensa linha de modelos globais e regionalizados para atender às necessidades e regulamentos de cada mercado. A linha inclui modelos compactos, com britadores e peneiras montados em um único chassi sobre rodas, formando uma instalação completa que possibilita a produção de até quatro itens. Também permite arranjos e soluções compostas, que podem ser customizadas para atender a diferentes especificações e capacidades.

Mais recentemente, a empresa lançou a linha NW Rapid, em âmbito global. “É uma solução revolucionária para plantas de britagem sobre rodas, cuja rápida mobilização pode ser feita em menos de 12 horas e sem a utilização de guindastes pesados”, frisa Bertolim. “Foi concebida para atender aos desafios crescentes de nossos clientes em busca de soluções que sejam, ao mesmo tempo, fáceis de montar e desmontar, versáteis e altamente produtivas, ideais para os dias de hoje, em que a maioria das obras é de curta duração.”

CUSTOMIZAÇÃO

No caso da Kleemann, o portfólio inclui britadores de mandíbulas, de cone e de impacto, além de peneiras móveis. “Entre as principais características das máquinas da marca está o acionamento diesel-elétrico, que proporciona maior controle e, principalmente, menor consumo de combustível quando comparado com plantas da mesma ‘class size’”, diz Gomes. “A interligação das unidades é outro diferencial, pois possibilita que os britadores regulem automaticamente a velocidade de trabalho, face ao ritmo de produção determinado pela operação.”

Os conjuntos móveis da fabricante também incluem recursos como o Continous Feed System (CFS), um sistema que – como destaca Gomes – privilegia a operação contínua de alimentação dos britadores, minimizando a possibilidade de entupimento, bem como falhas na produção. O CFS atua com um sensor, que detecta o nível de material que entra na câmara de britagem e acelera ou desacelera o alimentador vibratório, adequando seu fluxo. “Além desses itens de série, os equipamentos podem trazer opcionais como o Dual Power, que possibilita trabalhar com diesel ou energia elétrica da rede pública”, acrescenta. “Dessa forma, o cliente define a matriz energética que lhe proporcionará menor custo por tonelada processada.”

Outra fabricante com atuação no mercado brasileiro é a Simplex Equipamentos. De acordo com o engenheiro de aplicação Guilherme Lago, a empresa produz máquinas sobre pneus que podem conter desde britagem primária, com alimentador vibratório e britador de mandíbula, até uma planta completa composta por esses dois equipamentos mais peneira vibratória inclinada, britador cônico e correias transportadoras, tudo em um único chassi. “Além disso, oferecemos conjuntos terciários com peneira ou, se necessário, somente peneiramento”, acrescenta.

Por fabricar os próprios equipamentos, Lago assegura que a Simplex tem condições de elaborar projetos personalizados, de acordo com a necessidade do cliente. “Porém, no caso de conjuntos móveis sobre esteiras, também somos revendedores da Powerscreen”, ressalta. “Somos pioneiros na comercialização dessas máquinas no Brasil e, desde 2008, já vendemos mais de 150 unidades.”

DIFERENCIAIS

Dentre as vantagens dos modelos móveis em relação aos fixos, Lago também cita – como não poderia deixar de ser – a mobilidade, que torna possível tanto a movimentação dentro da mina quanto a migração para outro serviço. Mas há outro aspecto crucial. “No caso dos conjuntos sobre pneus, o tempo de instalação é muito menor em comparação às plantas fixas”, diz. “Já no caso das máquinas sobre esteiras, o tempo gasto é quase irrisório. Por isso, são equipamentos bastante indicados para lugares remotos, com pouca mão de obra disponível.”

Bertolim, da Metso, corrobora tal opinião. “A portabilidade torna possível colocá-las para produzir em pouquíssimas horas, no caso dos Lokotracks, ou em poucos dias, no caso dos conjuntos NW”, enfatiza. E Gomes faz coro: “Plantas móveis necessitam apenas de algumas horas após a chegada ao local da obra para início da operação, ao contrário das unidades fixas, que requerem um longo cronograma para o começo do trabalho”, diz. “Além disso, a fácil alteração da configuração pode gerar uma maior gama de produtos e, assim, atender às necessidades específicas de cada mercado.”

Esse tipo de equipamento também demanda um menor investimento em obras civis (irrecuperável ao final da vida da lavra) e em transporte primário, pois a atuação do britador primário dentro da cava viabiliza a utilização de caminhões de menor porte. “Dependendo da operação, os caminhões off-road podem ser substituídos por rodoviários, minimizando os investimentos com esta etapa da operação”, diz o especialista.

CONTRAPONTO

Contudo, na comparação com os britadores fixos também surgem algumas desvantagens, como – de saída – o custo de aquisição. “Por se tratar de um equipamento importado, os conjuntos móveis sobre esteiras têm grandes variações no preço”, informa Lago, da Simplex. “Já os modelos sobre pneus custam de 15% a 20% a mais que os fixos, aproximadamente.”

Os especialistas, no entanto, frisam que essa desvantagem pode ser relativizada. “O custo depende de muitas variáveis, que nos impedem de fazer comparações afinadas”, pondera Bertolim, da Metso. “A melhor opção será aquela que, entre seus pontos positivos de avaliação, tenha um custo operacional que não anule as demais vantagens.”

Também para Gomes, o custo depende de cada caso. “Em geral, empreendimentos com vida muito longa em um mesmo local (mínimo de 10 anos) preferem as soluções fixas”, reconhece. “Mas o que vemos hoje é a necessidade de fornecimento de agregados nas proximidades das obras, principalmente para diminuir os gastos com transporte. Dependendo da localização da obra, não é raro esse custo logístico ser igual ou maior ao do agregado.”

De acordo com ele, os estudos comparativos entre plantas móveis X fixas vão além dos custos envolvidos na aquisição do equipamento. Como vimos, também são levados em conta o tempo de instalação, os investimentos em obras civis e o uso de caminhões adequados a cada tipo de operação, por exemplo. “Visões simplistas estão sendo superadas por estudos tecnicamente embasados, que indicam o menor custo por tonelada processada”, explica. “A empresa que não atentar a esses detalhes será inevitavelmente superada pelos concorrentes.”

Para Lago, também é preciso frisar que as instalações fixas e móveis não competem entre si, mas se complementam. “São alternativas para diferentes processos e aplicações de britagem”, explica. “Por isso, sempre que cotamos uma instalação para cliente, indicamos as vantagens de cada uma dentro do que ele realmente necessita. Ambas possuem seus pontos negativos e positivos, mas para cada caso individual, sempre haverá uma melhor opção.”

Manutenção é vital para o desempenho de unidades móveis

Como em qualquer tipo de solução tecnológica, quando se fala em unidades móveis de britagem também é preciso ficar atento aos custos com manutenção. “Os fixos permitem acesso mais fácil”, informa Guilherme Lago, engenheiro de aplicação da Simplex. “Por isso, as plantas móveis acabam tendo um custo maior de manutenção.”

De acordo com Bernardo Gomes, gerente de produtos de mineração da Ciber, independentemente do tipo de planta, é a cultura de manutenção de cada empresa que ditará seu desempenho e, consequentemente, o impacto na relação gasto por tonelada. “Como toda solução inovadora, as unidades móveis necessitam de cuidados específicos”, diz ele. Não se pode esquecer ainda que os conjuntos móveis possuem tecnologias mais modernas e sensíveis e, por isso, exigem atenção redobrada, seja na manutenção preventiva como no nível técnico dos mecânicos e operadores. “Como em qualquer máquina, as pessoas que operam ou fazem a manutenção devem ter qualificação adequada, sob o risco de ter baixa disponibilidade e não atingir o melhor desempenho dos conjuntos”, conclui Geraldo Bertolim, gerente de vendas da Metso.

Solução integrada também desafia britadores tradicionais

Uma alternativa que pede passagem na área de mineração é o uso de feeder breaker, um sistema de britagem e transporte de minério (sistema truckless) com capacidade entre 500 a 6000 mtph e aplicado a materiais como calcário, bauxita, fosfato, carvão, sal e estéril, dentre outros. O equipado consiste em um alimentador de correntes horizontal, que transporta o minério sob um eixo rotativo com pontas endurecidas. “O minério com granulometria maior é britado e o menor passa diretamente por baixo do eixo rotativo”, explica Leandro Freitas de Paula, gerente de contas da Joy Global, que em 2006 adquiriu a marca Stamler, tradicional fabricante desses equipamentos. “Utilizando um britador de rolos duplos (Sizer), giratório ou de mandíbula, o minério flui verticalmente através do britador.”

Móveis ou semimóveis, os equipamentos utilizam geradores a diesel embarcados que permitem deslocamento independente da rede de distribuição de energia. “Nos semimóveis, o fluxo de material horizontal permite que o equipamento tenha um perfil muito mais baixo do que outros tipos de britadores”, diz o especialista. “Já os modelos móveis utilizam esteiras e são carregados diretamente pela máquina de escavação, deslocando-se a cada relocação da escavadeira para manter-se em seu raio de giro.”

 

 

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