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Revista M&T - Ed.192 - Julho 2015
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Coluna Yoshio

Se não há vento, é preciso remar

Nem sempre o que mais interessa é o avanço da remada, mas sim sair da situação crítica para melhorar as chances de se encontrar uma saída

No filme “O Mestre dos Mares” (“Master and Commander”, de Peter Weir, lançado em 2003) há uma cena em que a viagem oceânica é interrompida por uma calmaria desoladora. Sem ventos ou quaisquer perspectivas, os marujos sentem-se impotentes diante da situação intolerável. A tal ponto que o desespero começa a tomar conta da tripulação, que passa a buscar por um culpado. Nessa busca pela causa do infortúnio, o aspirante Hollom é apontado pelos marujos como amaldiçoado.

Tal situação cinematográfica nos remete a outras circunstâncias da vida e do mundo dos negócios. Afinal, não é exatamente assim que muitos empreendedores se sentem diante da crise? E também não é apontando um desafortunado que, muitas vezes, buscamos expiar a culpa pela situação difícil?

Em muitas áreas de negócios, os tempos favoráveis de crescimento e resultados satisfatórios equivalem a surfar ondas altas e vibrantes. Mas nem sempre o sucesso nos negócios depende exclusivamente da competência. Além de competência, um bom executivo também precisa ter sorte e paciência. Atualmente, enfrentamos uma situação agonizante de paralisia em muitos negócios, embora haja quem diga que ainda veremos o fundo do poço. O que o líder deve fazer em situações como esta, com a empresa à mercê da falta de iniciativas e sem solução diante da crise?

A resposta vem da Antiguidade. Como diziam os latinos, “si ventus non est, remiga!” (se não há vento, reme!). Este provérbio aponta claramente a ação a ser tomada quando já não há vento que ajude na jornada dos negócios. Remar é muito mais trabalhoso e menos eficiente que velejar, deixando a impressão de que não vale a pena. Mas nem sempre o que mais interessa é o avanço da remada, mas sim sair da situação crítica para melhorar as chances de se encontrar uma saída.

Diante de cenários de crise, qualquer empresa precisa “encurtar o horizonte”. Afinal, de nada adianta projetar muito adiante quando a visibilidade é mínima. Sob a neblina, é preciso adotar o farol baixo, estabelecendo prioritariamente objetivos de curto prazo visíveis à luz baixa. Com isso, o alcance dos resultados imediatos traz de volta a confiança de fazer algo útil e válido.

Quanto aos objetivos mais distantes, para chegar ao futuro desejado é necessário projetar ações sem muito detalhamento, pois serão realizadas ma


No filme “O Mestre dos Mares” (“Master and Commander”, de Peter Weir, lançado em 2003) há uma cena em que a viagem oceânica é interrompida por uma calmaria desoladora. Sem ventos ou quaisquer perspectivas, os marujos sentem-se impotentes diante da situação intolerável. A tal ponto que o desespero começa a tomar conta da tripulação, que passa a buscar por um culpado. Nessa busca pela causa do infortúnio, o aspirante Hollom é apontado pelos marujos como amaldiçoado.

Tal situação cinematográfica nos remete a outras circunstâncias da vida e do mundo dos negócios. Afinal, não é exatamente assim que muitos empreendedores se sentem diante da crise? E também não é apontando um desafortunado que, muitas vezes, buscamos expiar a culpa pela situação difícil?

Em muitas áreas de negócios, os tempos favoráveis de crescimento e resultados satisfatórios equivalem a surfar ondas altas e vibrantes. Mas nem sempre o sucesso nos negócios depende exclusivamente da competência. Além de competência, um bom executivo também precisa ter sorte e paciência. Atualmente, enfrentamos uma situação agonizante de paralisia em muitos negócios, embora haja quem diga que ainda veremos o fundo do poço. O que o líder deve fazer em situações como esta, com a empresa à mercê da falta de iniciativas e sem solução diante da crise?

A resposta vem da Antiguidade. Como diziam os latinos, “si ventus non est, remiga!” (se não há vento, reme!). Este provérbio aponta claramente a ação a ser tomada quando já não há vento que ajude na jornada dos negócios. Remar é muito mais trabalhoso e menos eficiente que velejar, deixando a impressão de que não vale a pena. Mas nem sempre o que mais interessa é o avanço da remada, mas sim sair da situação crítica para melhorar as chances de se encontrar uma saída.

Diante de cenários de crise, qualquer empresa precisa “encurtar o horizonte”. Afinal, de nada adianta projetar muito adiante quando a visibilidade é mínima. Sob a neblina, é preciso adotar o farol baixo, estabelecendo prioritariamente objetivos de curto prazo visíveis à luz baixa. Com isso, o alcance dos resultados imediatos traz de volta a confiança de fazer algo útil e válido.

Quanto aos objetivos mais distantes, para chegar ao futuro desejado é necessário projetar ações sem muito detalhamento, pois serão realizadas mais tarde. É como indicar que haverá pontes no caminho, sem dizer muito sobre as condições das mesmas. Esses caminhos podem ser de pedra ou apenas “pinguelas”, a serem trilhados quando chegar o momento certo. Desse modo, não se tornarão motivo de distração para as equipes antes da hora.

*Yoshio Kawakami é consultor da Raiz Consultoria e diretor técnico da Sobratema

 

 

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