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Revista M&T - Ed.200 - Abril 2016
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A Era das Máquinas

Scrapers ganham a cena

Por Norwil Veloso

Em um exemplo extremo de polivalência na indústria de máquinas, os scrapers executam serviços pesados de escavação, transporte, descarga e espalhamento de terra. Mas até o início do século XX, estes equipamentos – que viveriam um apogeu de meio século – eram meros raspadores tracionados, inicialmente por animais e, mais tarde, por tratores sobre esteiras.

No final da década de 30, Robert Gilmore LeTourneau (que já havia desenvolvido alguns scrapers rebocáveis como os modelos A e B Carryall) lançou o Tournapull modelo A, o primeiro scraper de grande porte montado sobre pneus, que dispunha de um trator de eixo único e, pela primeira vez no setor, tinha a possibilidade de articulação de 90o para cada lado, assegurando uma manobrabilidade muito maior do que os modelos até então utilizados, podendo trafegar a velocidades de até 30 km/h. Nesse estágio, o acionamento do sistema da caçamba era realizado por guinchos acionados por motores elétricos.

No final da década de 50, surgiram modelos com trator de dois eixos e motores de até 600 hp, que podiam atingir velocidades de até 65 km/h. Nessa época, a Wabco (LeTourneau-Westinghouse) adicionou um segundo scraper a um modelo B (com capacidade de 22 m3), criando um modelo tandem.

Ainda no final da década de 30, a Euclid começou a desenvolver motoscrapers de dois e três eixos e, durante os 30 anos em que produziria essas máquinas, introduziu diversos aperfeiçoamentos, como a operação hidráulica dos comandos da caçamba e o uso de dois conjuntos motores independentes, cada um deles acionando o respectivo eixo na dianteira e na traseira da máquina.

Essa configuração resultou em uma das mais famosas máquinas da marca, a TS-24. Lançado em 1957, este modelo tinha caçamba de 18 m3 e dois motores GM, legando grande contribuição para o crescimento da empresa.

Em 1941, a Caterpillar lançou seu primeiro motoscraper, Com trator de dois eixos, o DW-10 contava com 100 hp e caçamba de 7,6 m3 operada por cabos. Dez anos depois, chegaria o DW-21, com trator de eixo único e capacidade de 14 m3. Na sequência, foram introduzidos modelos menores até 1960, quando surgiu a série 600, que permaneceu em linha até a parada de produção desses equipamentos.

A Mic


Em um exemplo extremo de polivalência na indústria de máquinas, os scrapers executam serviços pesados de escavação, transporte, descarga e espalhamento de terra. Mas até o início do século XX, estes equipamentos – que viveriam um apogeu de meio século – eram meros raspadores tracionados, inicialmente por animais e, mais tarde, por tratores sobre esteiras.

No final da década de 30, Robert Gilmore LeTourneau (que já havia desenvolvido alguns scrapers rebocáveis como os modelos A e B Carryall) lançou o Tournapull modelo A, o primeiro scraper de grande porte montado sobre pneus, que dispunha de um trator de eixo único e, pela primeira vez no setor, tinha a possibilidade de articulação de 90o para cada lado, assegurando uma manobrabilidade muito maior do que os modelos até então utilizados, podendo trafegar a velocidades de até 30 km/h. Nesse estágio, o acionamento do sistema da caçamba era realizado por guinchos acionados por motores elétricos.

No final da década de 50, surgiram modelos com trator de dois eixos e motores de até 600 hp, que podiam atingir velocidades de até 65 km/h. Nessa época, a Wabco (LeTourneau-Westinghouse) adicionou um segundo scraper a um modelo B (com capacidade de 22 m3), criando um modelo tandem.

Ainda no final da década de 30, a Euclid começou a desenvolver motoscrapers de dois e três eixos e, durante os 30 anos em que produziria essas máquinas, introduziu diversos aperfeiçoamentos, como a operação hidráulica dos comandos da caçamba e o uso de dois conjuntos motores independentes, cada um deles acionando o respectivo eixo na dianteira e na traseira da máquina.

Essa configuração resultou em uma das mais famosas máquinas da marca, a TS-24. Lançado em 1957, este modelo tinha caçamba de 18 m3 e dois motores GM, legando grande contribuição para o crescimento da empresa.

Em 1941, a Caterpillar lançou seu primeiro motoscraper, Com trator de dois eixos, o DW-10 contava com 100 hp e caçamba de 7,6 m3 operada por cabos. Dez anos depois, chegaria o DW-21, com trator de eixo único e capacidade de 14 m3. Na sequência, foram introduzidos modelos menores até 1960, quando surgiu a série 600, que permaneceu em linha até a parada de produção desses equipamentos.

A Michigan, que fazia parte do grupo Clark Equipment, entrou neste mercado em 1957, com o lançamento dos modelos 110 (de 7,6 m3), 210 (14 m3) e 310 (21 m3), que foram aperfeiçoados durante a década de 60. Em 1953, a Bucyrus-Erie passou o controle de sua linha de bulldozers e scrapers para a International (IH) que, no mesmo ano, adquiriu os direitos de projeto e fabricação de scrapers da Heil.

As máquinas passaram a ser produzidas com a marca International a partir de 1972, correspondendo à série 400, com um ou dois motores, elevatórios ou não. A IH deixaria de produzir modelos maiores após o desenvolvimento das máquinas de 11 m3, que permaneceram em produção até 1984, dois anos após a compra da empresa pela Dresser.

Em 1952, a Allis-Chalmers adquiriu a LaPlant-Choate, que fabricava dois modelos de scraper que não tiveram muito sucesso, obrigando a empresa a desenvolver novos modelos, que também não trouxeram resultados expressivos.

ELEVATÓRIOS

A principal diferença dos scrapers elevatórios é possuir um elevador formado por duas correntes, às quais são presas barras transversais para carregamento da caçamba. A descarga usava um fundo corrediço na caçamba, que era aberto para essa operação, invertendo-se o sentido de rotação da esteira para auxiliá-la.

Em 1961, a Wabco entrou no mercado de scrapers elevatórios utilizando modelos produzidos pela Hancock, criadora da tecnologia. Em 1977, a empresa lançou o modelo 353FT, com capacidade de 28 m3 e dois motores com potência total de 1025 hp, o maior scraper elevatório construído até hoje. A última máquina da Wabco foi vendida em 1980.

A Caterpillar, por sua vez, começou a produzir scrapers elevatórios em 1964, com o lançamento do J619 (com sistema Johnson). O maior modelo produzido pela empresa foi o 639D, de 26 m3, vendido entre 1979 e 1984. A Euclid também lançou um modelo com tecnologia Hancock, cujo elevador era acionado por motor diesel, enquanto a Michigan usou essa tecnologia para lançar seu primeiro modelo em 1965, produzindo máquinas de diversas capacidades, como a 310H, a maior delas, de 24 m3 e 495 hp. Posteriormente, a Hancock foi adquirida pela Clark.

Já a John Deere se concentrou nos modelos elevatórios quando entrou no mercado, em 1957. O primeiro modelo foi um trator de quatro rodas modelo 820, que puxava um scraper de dois eixos com capacidade de 6 m3. Nos anos que se seguiram, foram lançados diversos modelos, entre os quais o 762B (8,5 m3) e o 862B (12 m3).

GRANDE PORTE

Começou então uma era de supermáquinas, ao menos no tamanho. Na década de 50, a LeTourneau lançou o A4 (Goliath), o maior scraper produzido até então, com um motor elétrico em cada roda. Em seguida, lançou o LT-360, com três caçambas de capacidade total de 165 m3 e acionado por oito motores de 635 hp, cada um acoplado a uma roda. Essa máquina teve poucas unidades vendidas, a maioria protótipo.

Dentro da série 600, a Caterpillar lançou o 666, a maior máquina produzida pela empresa, com trator de dois eixos e dois motores com potência total de 980 hp, que foi produzido até 1978. Em 1963, a Euclid lançou o TSS-40, com capacidade de 31 m3, com trator de dois eixos e dois motores GM com potência total de 810 hp. Pouco tempo depois, lançou o TTSS-40, com três motores e duas caçambas, com capacidade total de 61 m3, o maior modelo fabricado pela empresa.

Nessa mesma época, a Allis-Chalmers produziu seus maiores modelos, o TS-460 (18 m3), com um motor, e o 562, com dois motores e capacidade de 23 m3. Posteriormente conhecido como Modelo C, o TS-460 continuou a ser produzido após a compra da empresa pela Fiat, em 1974.

Também a Clark-Michigan produziu em 1953 seu maior modelo, o 410, com capacidade de 33 m3 e 635 hp, do qual foram fabricadas somente 20 unidades até ser descontinuado em 1970. Mas o reinado dos scrapers chegaria ao fim com a evolução de outro equipamento. Em termos de custo-benefício, tornou-se mais interessante o uso de escavadeiras com caminhões. Assim, durante a década de 80 os scrapers foram perdendo terreno no mercado, sendo aos poucos descontinuados pelos fabricantes.

Leia na próxima edição: Concreto chega às rodovias



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