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Revista M&T - Ed.163 - Novembro 2012
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Manutenção

Rotinas de conservação em guindastes

Com um bom plano de ações preditivas e acompanhamento individual das máquinas, é possível maximizar a vida útil dos equipamentos

Como nas demais áreas, quando se trata de manutenção e reparação de guindastes, a primeira questão invariavelmente apontada é a necessidade de treinamento intensivo do operador, que é tido como o principal responsável pela longevidade do equipamento e segurança da operação. Segundo alguns fabricantes, cerca de 90% dos acidentes resultam de erros humanos.

Alguns especialistas ressaltam que não é possível falar apenas de paradas programadas quando se trata de garantir condições mecânicas adequadas a estas máquinas. Do mesmo modo, é insuficiente seguir somente as indicações do manual do fabricante do equipamento. Portanto, a indicação mais segura é a de sempre consultar e seguir as normas técnicas, como a norte-americana ASME B-30 e a ISO 9927:1, que são documentos de amplo consenso elaborados conjuntamente por fabricantes, usuários e órgãos reguladores internacionais. Outra recomendação é que o gestor de manutenção crie uma base de dados com um histórico de inspeções e manutenções do equipamento, uma ferramenta que auxilia na detecção de desvios padrões e na identificação de tendências em cada tipo de operação realizado pelos guindastes.

Inspeção Diária

Apesar de haver diferentes itens a serem inspecionados, que variam de acordo com o tipo de guindaste, alguns pontos são comuns, tanto nos modelos elétricos como nos movidos a diesel. Um deles é a inspeção diária, sempre realizada antes de a máquina entrar em operação. O procedimento inclui a verificação do nível do óleo do motor e do óleo hidráulico, além da água do radiador e dos níveis de óleo dos redutores de elevação. Em guindastes móveis, deve-se verificar ainda o nível de óleo (diesel e da transmissão) e o funcionamento dos mecanismos de manuseio da carga, como o de elevação e de giro.

No caso de guindastes treliçados, a diferença está na necessidade de verificação da estrutura da lança, para avaliar se algum elemento está amassado, solto ou desalinhado. Outros itens verificados diariamente são o ponto de fixação do cabo do moitão, a lubrificação e os componentes de desgaste.

Após a inspeção diária, ainda é necessário verificar se o local de operação da máquina abrange 360 graus livres, além de – antes de iniciar a operação – avaliar


Como nas demais áreas, quando se trata de manutenção e reparação de guindastes, a primeira questão invariavelmente apontada é a necessidade de treinamento intensivo do operador, que é tido como o principal responsável pela longevidade do equipamento e segurança da operação. Segundo alguns fabricantes, cerca de 90% dos acidentes resultam de erros humanos.

Alguns especialistas ressaltam que não é possível falar apenas de paradas programadas quando se trata de garantir condições mecânicas adequadas a estas máquinas. Do mesmo modo, é insuficiente seguir somente as indicações do manual do fabricante do equipamento. Portanto, a indicação mais segura é a de sempre consultar e seguir as normas técnicas, como a norte-americana ASME B-30 e a ISO 9927:1, que são documentos de amplo consenso elaborados conjuntamente por fabricantes, usuários e órgãos reguladores internacionais. Outra recomendação é que o gestor de manutenção crie uma base de dados com um histórico de inspeções e manutenções do equipamento, uma ferramenta que auxilia na detecção de desvios padrões e na identificação de tendências em cada tipo de operação realizado pelos guindastes.

Inspeção Diária

Apesar de haver diferentes itens a serem inspecionados, que variam de acordo com o tipo de guindaste, alguns pontos são comuns, tanto nos modelos elétricos como nos movidos a diesel. Um deles é a inspeção diária, sempre realizada antes de a máquina entrar em operação. O procedimento inclui a verificação do nível do óleo do motor e do óleo hidráulico, além da água do radiador e dos níveis de óleo dos redutores de elevação. Em guindastes móveis, deve-se verificar ainda o nível de óleo (diesel e da transmissão) e o funcionamento dos mecanismos de manuseio da carga, como o de elevação e de giro.

No caso de guindastes treliçados, a diferença está na necessidade de verificação da estrutura da lança, para avaliar se algum elemento está amassado, solto ou desalinhado. Outros itens verificados diariamente são o ponto de fixação do cabo do moitão, a lubrificação e os componentes de desgaste.

Após a inspeção diária, ainda é necessário verificar se o local de operação da máquina abrange 360 graus livres, além de – antes de iniciar a operação – avaliar se não há obstrução mecânica no equipamento e se os freios estão em boas condições (veja outros itens de verificação operacional no quadro da pág. 86).

Procedimentos

Se as inspeções apontarem a necessidade de manutenção, a primeira avaliação que deve ser feita é se o procedimento pode ou não ser realizado no próprio campo. Isso é importante, pois o tempo de desmontagem para transporte e a posterior remontagem, bem como o custo de frete de um equipamento de grande porte, dependendo do trajeto e da eventual necessidade de diversas carretas para transporte, poderá inviabilizar completamente o deslocamento até a oficina.

Mas a boa notícia é que, teoricamente, 100% das manutenções preventivas e preditivas podem ser realizadas no campo. Para isso, os fabricantes disponibilizam kits específicos. No caso de guindastes AT (All-Terrain), por exemplo, a cada 500 horas é preciso substituir o kit de manutenção de materiais de consumo, como correias, filtros, vedações e lubrificantes.

Já as intervenções corretivas mais complexas, como manutenção de elementos estruturais, oferecem maior segurança quando são realizadas em oficinas. Se, devido ao custo de frete, o usuário optar por realizá-las em campo, deve antes saber se o local possui condições estruturais semelhantes às de uma oficina, com espaço adequado, nivelamento correto e acesso às ferramentas necessárias, além de um técnico qualificado e segurança operacional.

Um ponto sempre lembrado é o cuidado com a limpeza, principalmente com peças móveis e vedações. Ao desconectar linhas hidráulicas de combustível, de ar ou de óleo lubrificante, por exemplo, lembre-se de limpar e inspecionar o ponto de conexão, e vedá-lo até ser reconectado. Nos redutores e no sistema hidráulico, são indicados testes físico-químicos no óleo lubrificante, procurando por partículas abrasivas e de degradação, o que pode determinar a periodicidade em que esse produto deverá ser trocado.

Com os devidos componentes protegidos e limpos, é possível fazer a desmontagem do equipamento, sempre examinando o trabalho executado e conferindo o check-list, para se certificar que nada deixou de ser feito. Além disso, antes de trabalhar nos sistemas elétricos da máquina é necessário desligar o motor e retirar as baterias.

Soldas

Periodicamente, deve-se examinar a fadiga nas estruturas soldadas dos elementos estruturais dos guindastes. Geralmente esses componentes são submetidos a altas tensões e esforços variáveis, podendo apresentar rachaduras nas juntas soldadas e causar alto risco operacional. É importante que o usuário descubra as causas das avarias nas soldas para evitar novas ocorrências. A soldagem é uma manutenção corretiva e, se está sendo feita com muita frequência, indica que há algo errado com o equipamento ou com a operação.

As inspeções de solda devem respeitar as indicações do fabricante, considerando a idade do equipamento, a severidade da operação e a experiência dos operadores. É preciso certificar-se da qualificação do soldador, considerando a quantidade de consumíveis e aplicações existentes, como Mig/Mag e elétrodo revestido, sendo que o segundo é mais comum nas paradas de manutenção de guindastes. Isso ocorre porque essa aplicação não necessita de gases de proteção, algo que deve ser levado em conta, seja por questões de segurança como de facilidade de execução da operação, principalmente as realizadas em condições adversas, com a presença de vento e outras intempéries climáticas.

Já a soldagem Mig/Mag, apesar de mais produtiva, não deve ser utilizada em operações de manutenção de guindastes, pois libera mais energia térmica, gera calor e, por conta da corrente transmitida, pode alterar a estrutura. No caso de optar por esse tipo de soldagem, o usuário jamais deve realizá-la fora de ambientes controlados.

É importante frisar ainda que reparos com soldas ou furos não devem ser feitos sem indicações precisas de manuais e normas, sob o risco de comprometer irreversivelmente a estrutura do equipamento. Além disso, ao realizar qualquer tipo de solda, os fabricantes recomendam que seja desligado todo o sistema elétrico do equipamento. Conforme o equipamento, a chave geral deverá ser desligada e/ou a bateria desconectada.

Cabo de Aço

Outra indicação é que jamais seja feita a soldagem em cabos de aço, componente fundamental em todos os guindastes. Esse componente também deve passar por inspeções periódicas, indicadas nos manuais de acordo com a vida útil do componente. As condições ambientais, a frequência em que o cabo é tensionado e a exposição a cargas de choque também influenciarão na sua vida útil. Por isso, além das paradas programadas pelos fabricantes, deve ser feita uma inspeção visual diária e uma anual, mais detalhada.

Na verificação diária, vistorie os cabos a serem utilizados nas operações, procurando identificar corrosão, fios rompidos, distorcidos, esmagados e desgastados, principalmente nos pontos de tensão e no contato com as conexões e as polias. No caso de arames rompidos, os manuais dos fabricantes costumam indicar quantos fios danificados por metro linear podem comprometer a segurança operacional.

Vale ressaltar também que um dos principais causadores de rompimento de fios do cabo de aço é o alívio repentino de carga. Ou seja, quando a carga é liberada de forma brusca e rápida, danificando o cabo de aço e formando uma “gaiola de passarinho”, como o fenômeno é chamado pelos especialistas de manutenção de guindastes. Os cabos de aço danificados devem ser retirados e substituídos. Depois disso, é preciso amarrá-los, seguindo o passo a passo recomendado pelos fabricantes. É importante que o usuário mantenha um relatório assinado e datado da condição dos cabos durante a inspeção e a reparação, criando um bom plano preditivo.

Lubrificacão

A lubrificação dos cabos de aço é outro ponto que deve ser verificado periodicamente, pois é ela quem reduz o atrito interno e evita a corrosão do componente. Escolha o lubrificante cuidadosamente, utilizando um que seja compatível com o original de fábrica (saiba como escolher o lubrificante adequado no quadro da pág. 80). Geralmente, deve ser um tipo que não impeça a vistoria, como acontece com os lubrificantes betuminosos (graxa), frequente e incorretamente utilizados em cabos de aço de guindastes.

É fundamental também que o lubrificante escolhido penetre nas partes móveis do cabo, onde também há perigo de corrosão. Antes da aplicação de uma nova lubrificação, no entanto, o cabo deve passar por um rigoroso processo de limpeza, retirando acúmulos de sujeira e outros materiais abrasivos. Essa limpeza pode ser feita utilizando uma escova de aço rígida e solvente, ar comprimido ou vapor.

Mas a lubrificação é um dos processos fundamentais para garantir maior vida útil ao guindaste e não se limita somente aos cabos. Pelo contrário, deve ser realizada também nos componentes do motor, da transmissão, lança, suspensão e mesa de giro. Dependendo da operação, esse último componente pode precisar até mesmo de reposição diária do lubrificante, sem o qual a sua durabilidade é comprometida em até 60%.

Na lubrificação, outros itens que merecem atenção são os cilindros hidráulicos. No caso de um guindaste ficar estacionado com a haste exposta, por exemplo, é recomendado aplicar uma camada de graxa por cima para evitar a corrosão, um dos problemas mais recorrentes em operações fora de estrada.

Corrosão

A corrosão não é preocupante somente nos cilindros hidráulicos. Uma vulnerabilidade intrínseca aos equipamentos produzidos com aço, ela é a grande causadora de avarias das máquinas, principalmente nos elementos estruturais. E o motivo é simples: ausência ou irregularidade da pintura. Quanto a isso, ressalte-se que atualmente o mercado brasileiro dispões de soluções específicas para pintura de equipamentos, inclusive em operações off-shore ou expostos a outros locais de acentuada exposição à umidade.

A preocupação com a pintura torna-se ainda mais acentuada quando o elemento estrutural é dotado de vigas em “U” e “H”, voltadas para cima, pois acumulam água. Em guindastes treliçados, devido à grande quantidade de partes soldadas, uma das táticas é deixar orifícios para o escoamento da chuva. Também é possível optar por materiais mais resistentes à corrosão, como aços estruturais que contenham cobre ou aços passiváveis na liga. Esses últimos possuem uma película de óxido superficial estável, que não se desprende e funciona como uma barreira entre o eletrólito e o metal, evitando a oxidação.

Check-list para detectar e corrigir problemas

1. Determine o problema

2. Liste as possíveis causas

3. Planeje verificações

4. Realize as verificações em uma ordem lógica para determinar a causa

5. Considere a vida útil restante dos componentes comparando com o custo das peças e da mão de obra necessária para substituí-las

6. Faça os reparos necessários

7. Verifique novamente para garantir que nada deixou de ser feito

8. Teste funcionalmente a peça defeituosa em seu sistema

Cuidados com elementos de fixação

Apesar de haver muitos tipos de fixações para elementos estruturais, algumas como os rebites já estão em desuso. Segundo especialistas, o mesmo já está acontecendo com a união parafusada, que pode apresentar diversos problemas como trinca e quebras, resultando em acidentes graves. Os especialistas enfatizam que os maiores esforços da vida funcional de um parafuso ocorrem durante o aperto, e não durante a operação do equipamento.

Por isso, atualmente a união normalmente é feita por meio de pinos. Cada pino é fabricado especialmente para sua aplicação e, se houver folga indicando desgaste, é necessário tomar as medidas de correção. No entanto, não há paradas programadas para verificar os pinos, pois é um componente que não age diretamente no mecanismo e fica constantemente protegido por graxa.

O lubrificante ideal para os cabos de aço

Deve:

possuir resistência adesiva suficiente para permanecer nos cabos;

possuir uma viscosidade capaz de penetrar nos interstícios entre os cabos e os cordões;

ter uma película de alta resistência;

resistir à oxidação.

Não Deve:

conter ácidos e álcalis;

ser solúvel no meio que o circunda, nas condições reais de operação (por exemplo, água).

Confira abaixo check-list de verificação operacional e alguns exemplos de aspectos críticos em guindastes

Colocação de nova embreagem

 

 

 

 

 

Inspeção da bomba hidráulicaMangueira

 

 

 

 

 

hidráulica com proteção de plástico

 

 

 

 

 

Verificação do filtro de óleo

 

 

 

 

 

Inspeção no recorte da plataforma de giro

 

 

 

 

 

Tipo de dano que pode ocorrer em cabos

 

 

 

 

 

Colocação de óleo no motor

 

 

 

 

 

Solda MAG na estrutura do chassi

 

 

 

 

 

Exemplo de cabo em bom estado

 

 

 

 

 

Verificação de folga de correia

 

 

 

 

 

Roda dentada da plataforma de giro (antes e após lubrificação )

 

 

 

 

 

Eixo do câmbio com avaria na rosca

 

 

 

 

 

Inspeção do turbo compressor

 

 

 

 

 

Avaliação de cabo e ponta da lança

 

 

 

 

 

 

 

Solda oxidada na estrutura do chassi

 

 

 

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