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Revista M&T - Ed.159 - Julho 2012
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Manutenção

Retífica eficiente recupera as condições originais do motor

Normas da ABNT e recomendações das entidades do setor determinam as melhores práticas para a confiabilidade do serviço de retífica de motores diesel

A retífica é o processo pelo qual um motor danificado ou cansado recupera seu desempenho, de acordo com as especificações originais de fábrica, por meio da troca de peças danificadas e o reparo de avarias em outros componentes. De acordo com especialistas, o custo de uma retífica sai por menos da metade do valor pago em componentes novos, evitando seu descarte e o consequente impacto no meio ambiente.

Para avaliar a necessidade da retífica, é preciso ficar atento aos indicadores de desgaste ou avaria dos componentes do motor, como a perda de potência, a presença de ruídos internos e o consumo excessivo de combustível e óleo lubrificante. Outro sintoma comum é o excesso de fumaça expelida pelo escapamento. Se ela apresentar uma coloração branca, por exemplo, indica a presença de resíduos contaminantes na câmara de combustão (veja outros indicadores de avarias no quadro da pág. 71).

A ocorrência desses problemas pode causar o superaquecimento do motor, bem como o desgaste prematuro dos componentes e até mesmo sua quebra, resultando no travamento de todo o conjunto. Nos casos mais graves, o problema pode provocar a perda total das peças, incluindo o bloco do motor. Segundo especialistas, ao se defrontar com um quadro desse tipo, o usuário deve remover o motor do equipamento e encaminhá-lo para uma oficina de retífica credenciada e de confiança (veja quadro abaixo).

Entre as medidas preventivas, que ajudam a evitar o agravamento desse quadro, está a calibração dos bicos injetores, a troca de velas e filtros de ar, bem como a manutenção dos sistemas de pré-filtragem presentes em equipamentos que operam em ambientes severos, como canteiros de obras e pedreiras. A presença de resíduos abrasivos no motor pode causar desgaste prematuro em componentes como bielas, anéis, êmbolo (pistão) e camisa.

Outro cuidado importante é a troca periódica do óleo lubrificante e líquido de arrefecimento, além do acompanhamento da taxa de compressão dos cilindros, que deve se enquadrar dentro da especificação dos fabricantes. Vale lembrar que a melhor prevenção, entretanto, está no respeito aos prazos das manutenções preventivas, aos limites de carga do equipamento e às boas práticas de operação.

Etapas do processo


A retífica é o processo pelo qual um motor danificado ou cansado recupera seu desempenho, de acordo com as especificações originais de fábrica, por meio da troca de peças danificadas e o reparo de avarias em outros componentes. De acordo com especialistas, o custo de uma retífica sai por menos da metade do valor pago em componentes novos, evitando seu descarte e o consequente impacto no meio ambiente.

Para avaliar a necessidade da retífica, é preciso ficar atento aos indicadores de desgaste ou avaria dos componentes do motor, como a perda de potência, a presença de ruídos internos e o consumo excessivo de combustível e óleo lubrificante. Outro sintoma comum é o excesso de fumaça expelida pelo escapamento. Se ela apresentar uma coloração branca, por exemplo, indica a presença de resíduos contaminantes na câmara de combustão (veja outros indicadores de avarias no quadro da pág. 71).

A ocorrência desses problemas pode causar o superaquecimento do motor, bem como o desgaste prematuro dos componentes e até mesmo sua quebra, resultando no travamento de todo o conjunto. Nos casos mais graves, o problema pode provocar a perda total das peças, incluindo o bloco do motor. Segundo especialistas, ao se defrontar com um quadro desse tipo, o usuário deve remover o motor do equipamento e encaminhá-lo para uma oficina de retífica credenciada e de confiança (veja quadro abaixo).

Entre as medidas preventivas, que ajudam a evitar o agravamento desse quadro, está a calibração dos bicos injetores, a troca de velas e filtros de ar, bem como a manutenção dos sistemas de pré-filtragem presentes em equipamentos que operam em ambientes severos, como canteiros de obras e pedreiras. A presença de resíduos abrasivos no motor pode causar desgaste prematuro em componentes como bielas, anéis, êmbolo (pistão) e camisa.

Outro cuidado importante é a troca periódica do óleo lubrificante e líquido de arrefecimento, além do acompanhamento da taxa de compressão dos cilindros, que deve se enquadrar dentro da especificação dos fabricantes. Vale lembrar que a melhor prevenção, entretanto, está no respeito aos prazos das manutenções preventivas, aos limites de carga do equipamento e às boas práticas de operação.

Etapas do processo

Se o motor chegar ao estágio de retífica, entretanto, outros cuidados devem ser respeitados. A começar pela adoção de procedimentos especificados nas normas ABNT NBR 13.032 e NBR 15.831, com suas versões atualizadas de 2009 e 2010, respectivamente (veja na pág. 73)o que mudou nas normas de retífica de motores diesel). Esses documentos estipulam todos os passos em cada etapa do procedimento, além do maquinário e instrumentos necessários para que a empresa retificadora possa oferecer ao cliente um motor totalmente restaurado.

Com o motor avulso ou a máquina parada na oficina, é iniciada a desmontagem, identificando a condição de cada peça e efetuando uma limpeza preliminar. Os componentes passam ainda pela etapa de limpeza química, para a remoção de impurezas, seguida por uma rigorosa inspeção e medição dimensional. Com a utilização de instrumentos de precisão, os profissionais da retífica identificam quais peças necessitam de substituição e quais podem ser usinadas para reutilização.

Para identificar os desgastes menos visíveis, técnicos recomendam que se verifique o sincronismo no ponto de distribuição e o estado do lubrificante, este último por meio de análise de óleo. Essa análise é feita em laboratório e consiste em dois diferentes processos: ensaios físico-químicos (indica a viscosidade, perda da propriedade lubrificante e densidade) e os ensaios de aditivação, que indicam a reserva alcalina do fluido e a quantidade de resíduos metálicos presentes na substância.

Com o diagnóstico em mãos que pode indicar um aumento da folga entre êmbolo e cilindro ou desgaste excessivo nos anéis e válvulas, entre outros problemas e a relação das peças que serão usinadas ou substituídas, a área comercial da retífica emite um orçamento para ser aprovado junto ao cliente. Com esse aval, inicia-se o processo de retífica, que consiste em alinhar, escarear, polir, usinar, substituir e principalmente recuperar as peças do motor. Após a execução do serviço, as peças passam por outra lavagem, com jatos de água sob alta pressão, de onde seguem para a montagem.

Testes de avaliação

Durante a montagem, todas as peças devem estar organizadas e montadas na sequência correta. Cada componente móvel recebe uma lubrificação especial e é vedado conforme as especificações do fabricante. Para finalizar, cada parafuso deve ser cuidadosamente apertado com equipamentos precisos de torque.

Após a montagem, a retífica deve fazer um teste completo com o motor. Esse ensaio indica a qualidade do serviço por meio de registros como a pressão do sistema de lubrificação, a temperatura do sistema de arrefecimento e a ocorrência de vazamentos, ruídos e vibrações anormais. Nesse momento, é importante que a câmara de óleo, o sistema de arrefecimento e o tanque de combustível estejam abastecidos corretamente. Nos motores de ciclo diesel, o ponto de injeção deve ser verificado pelo método do corte de óleo, seguindo as recomendações do fabricante.

Os testes servem igualmente para pré-amaciar o motor, motivo pelo qual é comum, nesse momento, que o motor emita um pouco de fumaça azulada, decorrente da queima do óleo lubrificante. Após desligar o motor, são feitas as últimas verificações, incluindo reapertos e a verificação de folgas nas válvulas de admissão e escape. O último passo consiste em pintar e estocar corretamente o motor em local seguro. Caso o veículo esteja na oficina, o motor pode ser instalado para liberação ao cliente.

Os especialistas recomendam ainda que, nas primeiras horas de operação, o motor retificado seja monitorado quanto aos níveis de óleo e água. Além disso, ele não pode funcionar sem carga, já que os anéis dos êmbolos necessitam dessa carga para assentamento. Durante o período de amaciamento, o motor não pode operar por períodos prolongados em marcha lenta e deve ser submetido a paradas programadas para ajustes e revisões periódicas.

Como avaliar uma boa retífica

Segundo especialistas, uma boa retífica deve atender aos requisitos das normas NBR 13.032 e 15.831. Por medida de segurança, recomenda-se aos usuários que contratem principalmente aquelas que fazem parte de uma entidade de classe e têm certificados de qualidade, com o selo IQA (Instituto da Qualidade Automotiva).

Outro ponto a considerar é se a empresa prestadora do serviço possui instalações, maquinário, instrumentos de medição e ferramentas em conformidade com as especificações do capítulo cinco da NBR 13.032. Além disso, a empresa deve contar com um quadro de técnicos qualificados e treinados e seu parque de máquinas e instrumentos precisa dispor de planos de manutenção, calibração e atualização tecnológica.

Outro fator importante é obedecer às regras de cada processo, que vão desde a retirada do motor junto ao cliente até a entrega do produto retificado, instalado na máquina ou estocada de forma apropriada. Durante o trabalho, os técnicos devem utilizar os equipamentos de proteção individual (EPIs) recomendados e manejar os componentes internos do motor com luvas limpas e panos sem fiapos.

Os motores retificados devem apresentar uma garantia mínima obrigatória de três meses, que pode ser estendida conforme o contrato. As retíficas, por sua vez, precisam manter registros do plano de revisão e de atendimento, informando o cliente por escrito sobre o grau de reparação de cada peça. O serviço não pode ultrapassar o prazo de 10 dias, exceto nos casos que requerem a importação de peças.

O que mudou na nova norma

A norma técnica ABNT NBR 13.032, de retífica de motores, foi elaborada em 1996 e passou por uma revisão técnica do Comitê Brasileiro Automotivo em 2008. No caso da NBR 15.831, de remoção e reinstalação de motores retificados, a norma foi estruturada e estipulada apenas em 2010. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) determina que a cada cinco anos haja uma reformulação nas suas normas.

Devido ao avanço tecnológico dos motores nos últimos anos, as normas técnicas de retífica precisaram ser reformuladas para aumentar os cuidados em cada processo do trabalho e responsabilizar as partes envolvidas após a conclusão dos serviços. Foram incorporadas obrigações e maior responsabilidade em todos os setores, desde a coleta do motor no campo até sua entrega ao cliente.

O sexto capítulo da NBR 15.831, por exemplo, dedica-se especificamente ao diagnóstico de cada peça integrante do motor. Os cuidados envolvem a analise dimensional e conclusão se as peças deverão ser substituídas ou se poderão ser usinadas para reaproveitamento.

Como novidade, a nova norma prevê a instalação de sistema de alerta para o instalador do motor no veículo, responsabilizando o condutor a se manter atento ao painel de instrumentos. Para o bom funcionamento do conjunto, o combustível utilizado deve ser de qualidade e o motor retificado precisa contar com um plano de revisões.

 

 

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