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Revista M&T - Ed.156 - Abril 2012
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Gestão de Combustível

Produtividade a toda prova

As novas técnicas de gestão de abastecimento não atendem apenas às exigências de armazenamento do novo óleo diesel; elas também resultam em economia de consumo e melhor controle gerencial
Por Marcelo Januário (Editor)

Foi-se o tempo em que a gestão de abastecimento de frotas se resumia ao mero controle de transferência do combustível, por meio de relatórios escritos à mão. Atualmente, com a introdução de novos processos, produtos e equipamentos, os gestores da área podem realizar um planejamento completo das operações e ativos disponíveis, abrangendo aspectos como a automação de postos, comboios e veículos, a purificação e recuperação do combustível, além do controle de estocagem e armazenamento, acompanhamento do desempenho e outros quesitos.

Além de atender às crescentes exigências legais relacionadas ao descarte de resíduos e derivados de petróleo, essa evolução no setor tem resultado em ganhos sensíveis de produtividade, eficiência, confiabilidade e redução de custos para as empresas. Nos últimos dez anos, com o crescimento e amadurecimento do mercado brasileiro, não demorou muito para que surgissem empresas especializadas neste tipo de controle global dos recursos energéticos em grandes frotas.

Um exemplo dessa tendência é a Teccom, indústria química especializada na fabricação de aditivos e bioestabilizadores para combustíveis. Fundada em 2003, a empresa desenvolveu o conceito de GEE (Gestão de Eficiência Energética), um sistema que gerencia desde o recebimento e armazenamento do combustível até a combustão realizada nos motores, passando pelo abastecimento dos veículos.

Recuperação do diesel

De origem fóssil, o óleo diesel está sujeito a um processo de degradação natural quando armazenado em tanques (suas características duram em média um mês), podendo obstruir filtros, gerar abrasividade e corroer as peças do sistema de injeção e demais componentes. Para evitar a degradação e manter sua eficiência energética, a empresa criou um método físico-químico que purifica o combustível estocado a partir da dispersão da água e sedimentos. Com isso, o sistema reduz a formação de colônias de micro-organismos no produto e melhora sua capacidade lubrificante e tensão superficial.

A aplicação dos bioestabilizadores que, diga-se, devem ser certificados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar


Foi-se o tempo em que a gestão de abastecimento de frotas se resumia ao mero controle de transferência do combustível, por meio de relatórios escritos à mão. Atualmente, com a introdução de novos processos, produtos e equipamentos, os gestores da área podem realizar um planejamento completo das operações e ativos disponíveis, abrangendo aspectos como a automação de postos, comboios e veículos, a purificação e recuperação do combustível, além do controle de estocagem e armazenamento, acompanhamento do desempenho e outros quesitos.

Além de atender às crescentes exigências legais relacionadas ao descarte de resíduos e derivados de petróleo, essa evolução no setor tem resultado em ganhos sensíveis de produtividade, eficiência, confiabilidade e redução de custos para as empresas. Nos últimos dez anos, com o crescimento e amadurecimento do mercado brasileiro, não demorou muito para que surgissem empresas especializadas neste tipo de controle global dos recursos energéticos em grandes frotas.

Um exemplo dessa tendência é a Teccom, indústria química especializada na fabricação de aditivos e bioestabilizadores para combustíveis. Fundada em 2003, a empresa desenvolveu o conceito de GEE (Gestão de Eficiência Energética), um sistema que gerencia desde o recebimento e armazenamento do combustível até a combustão realizada nos motores, passando pelo abastecimento dos veículos.

Recuperação do diesel

De origem fóssil, o óleo diesel está sujeito a um processo de degradação natural quando armazenado em tanques (suas características duram em média um mês), podendo obstruir filtros, gerar abrasividade e corroer as peças do sistema de injeção e demais componentes. Para evitar a degradação e manter sua eficiência energética, a empresa criou um método físico-químico que purifica o combustível estocado a partir da dispersão da água e sedimentos. Com isso, o sistema reduz a formação de colônias de micro-organismos no produto e melhora sua capacidade lubrificante e tensão superficial.

A aplicação dos bioestabilizadores que, diga-se, devem ser certificados pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) e pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) também previne a oxidação e quebra do combustível em gomas e polímeros durante a estocagem. A operação se completa com a instalação de drenos, que permitem a filtragem e retirada de partículas contaminantes.

Dependendo do nível de degradação, o processo pode até recuperar as propriedades do combustível, evitando passivos ambientais e restaurando características como a cetanagem (poder de combustão do diesel mineral, equivalente à octanagem da gasolina), que melhoram a combustão e o desempenho dos equipamentos.

“A introdução de biodiesel, junto com a redução do enxofre, alterou as características do óleo, exigindo mais cuidados na operação e armazenagem”, explica Eduardo Haddad Abutara, diretor executivo da Teccom. “Essa composição é melhor para o meio ambiente, mas também se contamina mais facilmente e, por isso, exige o uso de produtos bioestabilizadores. Ou seja, não adianta aplicar somente remédios (aditivos), pois os combustíveis precisam de uma vacina (estabilizadores) para não adoecerem.”

Controle do abastecimento

A GEE da Teccom também oferece uma solução para o controle de abastecimento, na qual utiliza um produto patenteado pela Nuntec Soluções. Criada em 2007, a Nuntec desenvolveu uma tecnologia baseada em acoplamento físico, a GTA (Gestão Total do Abastecimento), que automatiza bombas, comboios e ativos por meio da captura automática de informações.

Para impedir abastecimentos irregulares, o sistema conta com sensores sem fio na boca do tanque (do veículo a ser abastecido ou comboio) e no bico da bomba de abastecimento. Com isso, a bomba só libera o combustível se os dois sensores forem identificados como ativos habilitados e acoplados, ou seja, se o bico estiver efetivamente dentro do tanque. Ao se retirar o bico, ocorre o desacoplamento e a bomba trava, sendo que os dados dos abastecimentos são descarregados automaticamente no servidor da empresa, sem qualquer interferência do operador.

O software gera uma identificação (ID) do equipamento, compilando os dados sobre o volume e tipo de combustível abastecido, quilômetros rodados, horas trabalhadas do motor, média de consumo, nome do motorista, tipo e placa do ativo e outros. Todas as informações são então consolidadas em relatórios que, opcionalmente, podem migrar para o sistema de gestão da empresa (ERP). Segundo a Nuntec, o sistema permite uma média de economia de até 25%, dependendo do grau de controle prévio.

“Considerando uma operação regular, não economizamos somente o combustível, mas também o óleo lubrificante, além de gerarmos informações relacionadas à vida útil do motor, embreagem e outros fatores”, afirma Carlos Eduardo Nunes, diretor da Nuntec. “Sabemos que ainda existem muitas frotas que fazem esse controle manualmente, mas em um futuro próximo elas não vão manter a competitividade sem uma moderna gestão de abastecimento.”

Abrangência nacional

Além da tecnologia, outra inovação no setor é o fato de as empresas passarem a recompensar os operadores dos veículos e equipamentos como forma de estimular a redução gradual de consumo. “Não basta instalar o sistema, virar as costas e ir embora. A redução do consumo também depende da criação de planos de bonificação para os operadores, que assim se sentem recompensados pelo esforço de economia.”

Já para o mercado de controle externo de abastecimento (a Nuntec só atua com operações internas), existem produtos disponíveis há mais tempo no país. Em operação desde 1998, o CTF (Controle Total de Frotas) atua em duas das maiores bandeiras nacionais de distribuição de combustível, a BR-Petrobras Distribuidora e a Ipiranga, além de dois dos maiores bancos privados do Brasil, o Bradesco e o Itaú.

Neste sistema de controle por antenas, quando o bico da mangueira é inserido na boca do tanque de combustível, as antenas se comunicam e a UVE (Unidade de Veículo) transmite os dados para o RFC (Rotary Fuel Control), que verifica se o veículo está autorizado e registra dados como a quantidade abastecida, tipo de combustível, horário, localização, usuário etc. O abastecimento é liberado somente depois de devidamente autorizado pelo sistema.

Ao se afastar o bico da boca do tanque, o abastecimento é imediatamente interrompido, evitando qualquer desvio de combustível. Os dados de abastecimento são transmitidos durante a madrugada para a central, que realiza seu processamento.

Integrado a todos os tipos de ERPs, o CTF também permite operações on line. Neste modelo, o sistema CTF captura a identificação do usuário no TAG fixado na parte interna do parabrisa do veículo ou em um cartão inteligente, que deve ser apresentado pelo motorista. Em seguida, o frentista transfere a identificação do usuário para o RFC, que verifica os limites e libera o abastecimento.

Controlando as emissões

Presente em quase dois mil postos em todo o país, o CTF processa um volume de aproximadamente 330 milhões de l/mês, além de controlar taxas de impostos, pagamentos, dados contábeis, estoque e tratamento de combustível. Segundo a empresa, 75% das maiores frotas do Brasil utilizam o sistema, que permite uma redução média de 25% no consumo em quase todos os tipos de equipamentos e também atende aos requisitos relativos aos gases do efeito estufa.

“Controlamos operações com escavadeiras, perfuratrizes, geradores, torres de iluminação, mas também em navios, locomotivas, veículos fora de estrada e caminhões de todos os portes”, afirma Paulo Bonafina, diretor comercial da CTF. “Passamos a fazer também o controle ambiental de consumo de combustível para saber quantos créditos de carbono têm de ser compensados em função do que foi emitido. Esse é um foco cada vez maior, pois o mundo tem mudado e temos de acompanhá-lo”.

Com mais de três mil veículos e equipamentos, a construtora Camargo Corrêa confirma essa necessidade crescente. Desde 2009, o grupo vem automatizando o abastecimento de suas frotas, passando a realizar a identificação do equipamento e do combustível por meio de um sistema de sensores integrado em tempo real ao ERP. “Com o sistema automatizado, podemos ter um controle individualizado de consumo, o que permite a identificação de equipamentos cujos consumos estão fora do padrão normal de utilização, seja por um possível problema de manutenção ou por desvio de combustível”, diz Alessandro Leão Tavares, gerente de manutenção da construtora.

Com a diminuição de interferência humana nos controles de abastecimento, o grupo vem minimizando a possibilidade desses erros e desvios, obtendo ganhos financeiros, de confiabilidade e de desempenho em seus ativos. “Os combustíveis são os insumos mais importantes e difíceis de controlar”, salienta Cleber da Silva Vasques, analista de equipamentos da Camargo Corrêa. “Representam algo em torno de 65% do custo total de manutenção e um sistema que permita a redução dos desvios e a detecção de problemas, por meio do controle do consumo excessivo, pode significar um ganho representativo de custos e melhoria de performance dos equipamentos.”

 

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