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Revista M&T - Ed.283 - Maio 2024
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ENTREVISTA – Ana Helena de Andrade

“Os produtores estão reconhecendo a importância da conectividade”

Ao conectar pessoas, máquinas e instrumentos, a utilização da tecnologia no campo vem se tornando uma das principais aliadas para o agronegócio, contribuindo de forma efetiva para a produtividade, redução de custos, crescimento sustentável e melhoria no desempenho das frotas, além de beneficiar propriedades rurais, cidades, unidades de saúde e escolas públicas.

Porém, para Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO, associação civil sem fins lucrativos que visa fomentar a expansão do acesso à internet em áreas remotas, a conectividade no campo ainda é restrita no país, exigindo a estruturação de iniciativas colaborativas que atuem para expandir a conexão no campo.

Graduada e pós-graduada em economia e administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-graduada em comunicação empresarial pela Fundação Cásper Líbero (SP), a executiva – que assumiu a presidência da associação em 2022 para um mandato de dois anos,sendo recém-substituída por Paolla Campiello, gerente de novos negócios em conectividade da CNH Industrial– também é diretora de assuntos governamentais da AGCO para a América do Sul e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Anteriormente, atuou na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) como gerente de financiamentos e na coordenação de diferentes câmaras setoriais, além de ter trabalhado na Agência Paulista de Promoção de Investimentos (Investe São Paulo), onde exerceu a gerência de administração e finanças da agência.

Em sua sólida trajetória profissional, foi ainda gerente de relações institucionais da Caterpillar, respondendo pelas áreas de comunicação, responsabilidade social e assuntos governam


Ao conectar pessoas, máquinas e instrumentos, a utilização da tecnologia no campo vem se tornando uma das principais aliadas para o agronegócio, contribuindo de forma efetiva para a produtividade, redução de custos, crescimento sustentável e melhoria no desempenho das frotas, além de beneficiar propriedades rurais, cidades, unidades de saúde e escolas públicas.

Porém, para Ana Helena de Andrade, presidente da ConectarAGRO, associação civil sem fins lucrativos que visa fomentar a expansão do acesso à internet em áreas remotas, a conectividade no campo ainda é restrita no país, exigindo a estruturação de iniciativas colaborativas que atuem para expandir a conexão no campo.

Graduada e pós-graduada em economia e administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e pós-graduada em comunicação empresarial pela Fundação Cásper Líbero (SP), a executiva – que assumiu a presidência da associação em 2022 para um mandato de dois anos,sendo recém-substituída por Paolla Campiello, gerente de novos negócios em conectividade da CNH Industrial– também é diretora de assuntos governamentais da AGCO para a América do Sul e vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Anteriormente, atuou na Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) como gerente de financiamentos e na coordenação de diferentes câmaras setoriais, além de ter trabalhado na Agência Paulista de Promoção de Investimentos (Investe São Paulo), onde exerceu a gerência de administração e finanças da agência.

Em sua sólida trajetória profissional, foi ainda gerente de relações institucionais da Caterpillar, respondendo pelas áreas de comunicação, responsabilidade social e assuntos governamentais da fabricante. Antes de assumir a posição atual, foi líder do Comitê Institucional da ConectarAGRO, que reúne empresas de diferentes setores.

“A conectividade permite a integração de tecnologias digitais nas máquinas agrícolas, facilitando a agricultura de precisão e a gestão mais eficiente das operações agrícolas”, diz ela nesta entrevista exclusiva à Revista M&T. Acompanhe.

• Qual é a realidade atual do país em termos de conectividade no campo?

Atualmente, a conectividade no campo no Brasil ainda enfrenta desafios significativos. Apenas 15% das propriedades rurais têm alta conectividade, enquanto 70% delas carecem de acesso à internet. A predominância de tecnologias como rádio, satélite ou fibra ótica indica uma diversidade de meios de acesso. Porém, a qualidade e a disponibilidade são questões relevantes – com 27% das conexões apresentando baixa qualidade e 42% das propriedades sem internet via rádio em suas sedes.

• Nesse aspecto, quais foram os principais avanços da associação na área?

A ConectarAGRO existe como associação desde 2020, promovendo a conectividade em áreas rurais e remotas do Brasil, beneficiando propriedades rurais, cidades, unidades de saúde e escolas públicas. Também colaborou com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) para criar o Indicador de Conectividade Rural (ICR).


Atualmente, a ConectarAGRo conta com oito associadas, dez apoiadoras e cinco parceiros institucionais

• Pode detalhar essa parceria com a UFV? Qual é o escopo?

Como disse, a parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) permitiu criar o Indicador de Conectividade Rural (ICR), lançado oficialmente na Agrishow 2024, aprofundando o entendimento da relação entre internet e áreas rurais. Mas desde outubro do ano passado já estamos trabalhando com essa ferramenta, que irá fornecer números mais completos sobre a conectividade em áreas rurais. O ICR considera tecnologia e valor da produção agrícola e pecuária, utilizando dados do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) ou de Produção Agrícola Municipal (PAM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), avaliando o uso de tecnologias como 2G, 3G, 4G e NB-IoT.

• Em relação à Internet das Coisas (IoT), de que maneira a iniciativa funciona e qual é o seu objetivo?

A Internet das Coisas (IoT) também integra o escopo das atividades da associação e desempenha um papel importante ao auxiliar na cobertura para soluções dedicadas em áreas rurais extensas. Para isso, a iniciativa utiliza tecnologias como NB-IoT (Narrowband Internet of Things, ou Banda Estreita para Internet das Coisas, em tradução livre), visando conectar máquinas e sensores, melhorando assim a eficiência e a produtividade no agronegócio brasileiro.

• Há projetos na área social, buscando beneficiar as localidades?

Sim. Em parceria com a Fundação André e Lucia Maggi (FALM), a iniciativa Formação Conectada busca promover o desenvolvimento social humano por meio de soluções tecnológicas. Isso é feito com a oferta de cursos de educação tecnológica para trabalhadores, educadores e estudantes rurais, capacitando-os em tecnologias agrícolas e melhorando a educação tecnológica para professores do ensino fundamental e médio, além de garantir infraestrutura de alta qualidade para alavancar a conectividade digital em áreas rurais.

• O que explica a opção preferencial pela conectividade 4G LTE de 700 MHz?

A opção pelo 4G LTE de 700 MHz deve-se à sua capacidade de oferecer uma conectividade estável em toda a área de produção, atendendo às demandas dos produtores rurais e conectando as pessoas nas áreas rurais, proporcionando as mesmas facilidades disponíveis nas áreas urbanas.

• Quantas empresas formam a associação atualmente? Onde a ação pretende chegar no que tange à cobertura e abrangência?

Atualmente, a ConectarAGRO possui oito associadas, incluindo AGCO (que controla as marcas Massey Ferguson, Valtra e Fendt), CNH Industrial (com as marcas Case IH e New Holland Agriculture), AWS, Nokia, Solinftec, TIM, Vivo e Yara. Também conta com o suporte de dez apoiadoras em seu quadro, além de cinco parceiros institucionais. A associação busca promover uma conectividade aberta, simples e acessível em áreas rurais, utilizando tecnologias como as já citadas 4G LTE de 700 MHz e NB-IoT. Como disse, o objetivo é alcançar cobertura e abrangência amplas, beneficiando propriedades rurais, instituições de saúde, escolas e comunidades em áreas remotas.


Conectividade permite a integração de tecnologias digitais em máquinas agrícolas

• Por que a iniciativa é tão importante para a indústria OEM de máquinas? E como impacta a manutenção em potencial?

De maneira geral, a conectividade permite a integração de tecnologias digitais nas máquinas agrícolas, facilitando a agricultura de precisão e a gestão mais eficiente das operações agrícolas. A conectividade também permite a implementação de sistemas de monitoramento remoto e manutenção preditiva em máquinas agrícolas, o que pode aumentar a eficiência da manutenção ao detectar problemas antes que ocorram falhas graves, reduzindo o tempo de inatividade (máquina parada) e os custos onerosos de reparo.

• Aliás, como o produtor rural brasileiro se relaciona com a conectividade em suas frotas?

Cada vez mais, os produtores rurais brasileiros estão reconhecendo a importância da conectividade em suas operações, especialmente em relação à gestão de frotas, como citado acima. Afinal, a conectividade permite o monitoramento em tempo real das máquinas agrícolas, com a otimização das rotas e da manutenção preditiva, melhorando assim a eficiência e reduzindo as despesas operacionais das frotas do agricultor.


Segundo a executiva, 70% das propriedades rurais no país carecem de acesso à internet

• A propósito, como funciona o simulador de benefícios no que se refere ao desempenho dos equipamentos agrícolas?

Disponibilizado gratuitamente no site da associação, o simulador de benefícios ConectarAGRO quantifica o impacto da conectividade e das tecnologias digitais na agricultura, incluindo a redução de custos, o aumento de produtividade e o uso de recursos como a agricultura de precisão. Em outras palavras, o simulador permite que os usuários simulem os potenciais benefícios em suas operações agrícolas. Recentemente, a ConectarA

• GRO atualizou o simulador, aprimorando os demonstrativos dos ganhos potenciais da conectividade e das tecnologias digitais na agricultura.Quais são os maiores desafios que a associação enfrenta e como superá-los?

Alguns dos desafios enfrentados pela associação incluem a garantia de uma cobertura abrangente em áreas rurais remotas, da qualidade e da estabilidade da conectividade, assim como a conscientização dos produtores rurais sobre os benefícios das tecnologias digitais. Pela nossa própria experiência, esses desafios somente podem ser superados por meio de parcerias estratégicas com universidades e instituições de pesquisa, investimentos em infraestrutura de telecomunicações e programas de educação e capacitação para os agricultores.


​​​​​​​Desafios somente serão superados por meio de parcerias estratégicas, diz Ana Helena

• Quais são os próximos passos nesse sentido?

Eventualmente, os próximos passos da associação podem incluir uma expansão ainda maior da cobertura de conectividade em áreas rurais, o desenvolvimento de novas tecnologias e soluções para atender às necessidades dos produtores agrícolas e o fortalecimento das parcerias com instituições acadêmicas e governamentais. Também é possível trabalhar para aumentar a conscientização sobre os benefícios da conectividade e tecnologias digitais entre os produtores rurais, além do aprimoramento do já citado ICR (Indicador de Conectividade Rural), nossa nova iniciativa para aprofundar o entendimento da relação entre internet, equipamentos e áreas rurais.


Saiba mais:
ConectarAGRO:
www.conectaragro.com.br

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